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HISTÓRIA DA MEDICINA 2014 pdf

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
FACULDADE DE MEDICINA 
 
História da Medicina 
 
Prof. José Aparecido Granzotto, Md, PhD 
 
SIMBOLOGIA 
 
Aesclepius (asclépio) - deus grego da Medicina, com o cajado com uma única serpente 
Aesculapius (esculápio) – deus romano da Medicina 
Na realidade é o mesmo símbolo que usamos até hoje. Os gregos o criaram e os romanos o 
copiaram dando-lhe um nome romano. A história mostra que a medicina grega era muito 
desenvolvida e quando o império romano dominou o mundo da época eles copiaram tudo o 
que era bom da Grécia e atribuiu um nome romano a todos os deuses gregos, inclusive o 
deus da medicina. O símbolo da cobra envolta num cajado como aparece na figura de 
Aesclepius ou Aesculapius, originou-se da antiga mesopotâmia há cerca de 5000 anos atrás, 
ou seja, 3000 anos antes de cristo (aC). Nesta época, o pensamento do homem primitivo era 
mágico e místico. 
 
 
 
 
Hermes – caduceu com 2 serpentes. 
 
Hermes era filho de Zeus com Maia que era uma das sete filhas de Atlas. 
Hermes = merx -> mercúrio=mercadoria>> viajante. Hermes nasceu e foi colocado numa 
arvore sagrada, símbolo da fecundidade e fertilidade, logo revelando uma precocidade 
extraordinária. Já no 1º dia de vida se libertou das faixas e viajou a Tessália onde furtou 
parte de um rebanho de Apolo (meio-irmão). Para apagar a prova do roubo, amarrou galhos 
nas caudas dos animais para apagar o rastro e se dirigiu para a uma gruta onde sacrificou 
duas novilhas aos deuses, se promovendo ao décimo segundo deus do Olimpo. 
Apolo descobriu o furto e contou para Maia, mãe de Hermes, a qual negou o furto e 
protegeu seu filho recém-nascido como qualquer mãe. Apolo então recorreu a Zeus que 
constatou o fato mais disse que era mentira e o obrigou a nunca mais falar no assunto. 
Hermes encantou a todos com sua lira que havia comprado com a metade do rebanho 
roubado. A seguir inventou a flauta que causou grande inveja em Apolo que para possuí-la 
ofereceu um cajado de ouro – O CADUCEU que passou a ser o símbolo de Hermes. 
O caduceu de Hermes é comumente usado como símbolo do comercio e dos viajantes, 
sendo por isso utilizado com emblema de associações comerciais. 
O caduceu com duas cobras foi erroneamente associado à medicina porque era utilizado 
pelos viajantes e pela imprensa na época de Gutemberg. Foi utilizado entre todos que 
trabalhavam em hospitais de guerra e principalmente pelo exercito dos EEUU, mas jamais 
o caduceu pode ser o representante da medicina. O representante da medicina é 
oficialmente o bastão Asclépio (língua grega) Esculápio (língua latina), e constitui-se no 
grande nome da medicina antes de Hipocrates. Aesclepius viveu em 1200 aC e possuía 
poderes extraordinários para curar. Era filho de Apolo com a ninfa mortal Corônis. Sua tia 
Ártemis (irmã de Apolo) matou sua mãe com flechadas. Com a morte da mãe, Asclépio foi 
enviado ao centauro Quiron que lhe ensinou a arte da medicina. Chegou a ressuscitar vários 
mortos. Isto causou preocupação a Zeus que o matou com um raio. Entre os filhos de 
Asclepius cita-se de Higia (saúde) e Panacéia (que socorre a todos). Asclépio construiu 
vários templos em Cós, Atenas, Pergamo e Cnidos. Estes templos eram denominados de 
Asclepeions. Neles praticavam os sacerdotes-médicos que eram os depositários dos 
conhecimentos científicos transmitidos de geração a geração sendo o maior deles 
Hipócrates alguns séculos mais tarde. 
A Organização Mundial da Saúde e a Associação Médica Brasileira adotam o símbolo de 
Asclépio com apenas uma serpente. 
À medida que Roma ia entrando em contato com a civilização grega, a partir do século 5º 
aC., a mitologia grega e seus deuses foram naturalizados romanos e Asclépio passou a ser 
Esculápio. 
Os romanos conservadores e com medo de perder sua identidade começaram a criar seus 
próprios deuses. 
 
Medicina primitiva 
 
A medicina primitiva é inseparável dos modos primitivos e das crenças religiosas daquela 
época e é preciso compreender a atitude da mente primitiva em relação ao diagnóstico e 
tratamento das doenças. Precisamos entender que a medicina no sentido que aceitamos hoje 
era apenas uma fase de um conjunto de processos mágicos para conseguir o bem estar 
humano, tais como evitar a ira dos deuses raivosos ou do espírito do mal, fertilizar o solo, 
melhorar a potência e fecundidade sexual, evitar perdas das colheitas e também evitar as 
doenças. Estes poderes eram reunidos em uma única pessoa que poderia ser um herói, um 
deus, um bruxo, um sacerdote, um profeta ou um médico, referindo-se ao selvagem que 
fazia medicina. Estes povos primitivos eram panteístas, ou seja, adoravam o sol, a lua, o 
fogo, a serpente, os gatos e os cachorros. A enfermidade era um espírito maligno, assim 
sendo a doença era um objeto abstrato. 
“Os seres humanos foram feitos para servir aos deuses e aos governantes, venerando-os e 
construindo templos em louvor a eles. Os obedientes eram protegidos e os desobedientes 
eram acometidos de doenças. A magia era a principal terapêutica que servia também para 
pedir chuva e proteger colheitas”. 
 
 
 
O XAMÃ. Era um bruxo que manejava as doenças de maneira psicoterápicas que 
despertavam a auto-sugestão em seus pacientes. O xamã fazia o que podia para espantar os 
espíritos da doença, assumindo ás vezes um aspecto físico terrível (como os pajés das tribos 
indígenas). Para evitar os futuros ataques destes males, propunha o uso de amuletos 
especiais que deveriam ser usados pelas pessoas em todas as ocasiões (semelhante ao 
crucifixo atual). O xamã pode ser considerado também um mágico da medicina. 
Quando se propõe muito remédio diferente para uma mesma doença, geralmente é que 
sabemos muito pouco sobre esta doença. Por outro lado, quando se propaga uma droga 
como panacéia para todas as doenças também temos que pensar se ela serve mesmo para 
alguma coisa. 
Os antigos egípcios, chineses, astecas já cultivavam jardim botânico de onde extraiam ervas 
medicinas que o xamã utilizava como a ouabaína, guaco, podofilina, ópio, haxixe e 
também as ervas venenosas usadas em flechas como o curare etc. 
Da pele seca de sapo venenoso se extraia a bufagina (diurético) para tratar edema. 
 
Gênesis: E o Senhor fez cair um profundo sono sobre Adão que dormiu, e uma costela sua 
pôde então ser retirada (uso de droga analgésica). Então, a Bíblia já menciona o uso de 
drogas medicinais. 
 
 
FASES PREHISTÓRICAS DA MEDICINA 
 
 
A história da medicina atual ou cosmopolita é a história das grandes contribuições de 
todos os povos a esta arte e prática universal que constitui a medicina. Confunde-se, 
portanto com a história da civilização ocidental. Nesta perspectiva pode ser dividida em: 
pré história; história antiga que praticamente corresponde à antiguidade oriental e 
distinguindo-se a medicina na Grécia antiga e Roma e os clássicos períodos de divisão da 
história ocidental: Idade Média, Moderna e Contemporânea. 
Antiguidade oriental 
Civilização oriental é um conjunto de povos da Ásia e Norte da África. Os textos sobre esse 
tema incluem a civilização Egípcia, Chinesa, Norte-Indiana (Indo-Européia), Persa (Indo-
Européia), Norte-Paquistanesa (Indo-Européia) e dos povos semitas (Árabes e Judeus). 
Naturalmente que estes povos poderiam ser subdivididos em centenas de etnias e sistemas 
etnomédicos, contudo a relativa uniformidade lingüística, presença escrita de textos 
especializados e acontecimentos históricos marcantes, com especial significado para 
desenvolvimento da medicina cosmopolita, permitem manter tal divisão. 
Medicina Ayurveda 
Ayurveda, o conhecimento Védico de medicina se originou há 6000 anos. A saúde é vista 
como a harmonia entre o corpo, mente e espírito. Seus dois textos mais famosos pertencem 
às escolas de Charaka e Sushruta. De acordo com Charaka, a saúde e a doença não são 
predeterminadase a vida pode ser prolongada pelo esforço humano. Sushruta define como 
finalidade da medicina curar as doenças do doente, proteger o saudável e prolongar a vida. 
Dentre os Vedas o Yajur Veda refere-se especialmente as questões médicas, advindo o 
nome até hoje utilizado de medicina Ayurvedica. O Ayurveda descreve oito ramos: 
medicina interna, cirurgia incluindo anatomia, doenças do olho, ouvido, nariz, e garganta, 
pediatria, psiquiatria, ou demonologia, toxicologia ciência do rejuvenescimento e ciência da 
fertilidade. 
Esperava-se que um estudante do ayurveda viesse, a saber, as dez artes indispensáveis à 
aplicação de sua medicina: destilação, habilidades cirúrgicas, cozinha, horticultura, 
metalurgia, manufatura de açúcar, farmácia, análise e separação dos minerais, combinar 
metais, e preparação dos alcalóides. O ensino de vários assuntos era realizado durante a 
instrução de assuntos clínicos relevantes. Por exemplo, o ensino de anatomia era uma parte 
do ensino da cirurgia, embriologia era uma parte de treinamento de pediatria e obstetrícia, e 
o conhecimento de fisiologia e patologia estavam presentes no ensino de todas as 
disciplinas clínicas. 
Na conclusão o guru dava uma aula solene aos estudantes orientando aos mesmos uma vida 
de castidade, honestidade. O estudante devia usar de todos seus conhecimentos para curar 
as doenças. Não devia enganar pacientes para obter vantagens. Devia vestir-se 
modestamente e evitar a bebidas fortes. Devia ser recatado e possuir autocontrole e medir 
as palavras. Devia aperfeiçoar constantemente seus conhecimentos e habilidades técnicas. 
No repouso do paciente devia ser cortês e modesto, dirigindo toda a atenção ao bem-estar 
do paciente. Não devia divulgar nenhum conhecimento sobre o paciente e sua família. Se o 
paciente fosse incurável, devia guardar isto consigo mesmo, caso pudesse prejudicar o 
paciente ou outros afins. A duração normal do treinamento do estudante era de sete anos. 
Antes da graduação, o estudante devia passar em um teste. Mas o médico (vaidya) devia 
continuar a aprender através dos textos, da observação direta (pratyaksha), e através da 
inferência (anum). Além de participar de encontros de médicos (vaidyas) onde o 
conhecimento era trocado. Os doutores também deviam obter conhecimento de remédios 
incomuns dos habitantes das montanhas, florestas e pastores. 
Medicina Chinesa 
A China também desenvolveu sólidos conhecimentos em sua medicina tradicional. Muito 
da medicina tradicional chinesa deriva da filosofia do taoísmo e reflete a clássica crença 
chinesa que as experiências humanas individuais refletem os princípios da causalidade que 
regem o ambiente em todas as escalas. Estes princípios causais, seja essência material ou 
espiritual, correspondem à expressão dos destinos decretados pelo céu (Tao). 
Durante a idade de ouro de seu reino entre 2696 a 2598 a.C, o Imperador Amarelo registrou 
seu conhecimento médico. A opinião acadêmica moderna sustenta que o referido texto 
tednha mais de dois mil anos.Durante a dinastia Han, Chang Chung-Ching, que era o 
prefeito de Chang-sha escreveu um tratado da febre tifóide. 
 
Medicina Egípcia e oriental 
 
Im-hotep (aquele que traz a paz) viveu no Egito entre 2980-2900 aC. 
É o Médico mais antigo que se tem notícia e pertenceu a 3ª dinastia, ou seja, antes dos 
faraós que pertenceram a 5ª dinastia. (2700 aC) 
Heródoto - Babilonia - Os guardas do Rei, traziam os doentes ao mercado público para 
expô-los a população. Como não havia médico, a população deveria passar ao lado do 
doente e perguntar o que ele sentia. As pessoas ouviam e se já tinham passado por algo 
semelhante recomendavam o mesmo tratamento ao enfermo. Os que se negavam em 
colaborar, eram castigados. 
 
Código de Hammurabi. (2250 aC). Cita que o médico gozava de grande prestigio público 
e que recebia honorários adequados prescritos por lei. Para tratar uma ferida ou abrir um 
abscesso com uma lanceta de bronze em um cavalheiro rico ganhava 10 moedas de prata. 
Para um criado pobre ganhava duas moedas. 
Se o médico causava a morte ou a perda de um membro do cavalheiro, sua mão era 
cortada. Se acontecesse o mesmo com o criado, teria apenas que pagar uma indenização 
em dinheiro. 
 
 
MEDICINA GREGA antes de HIPÓCRATES 
 
 
Apolo (alexíkako = que evita os males) ensinou medicina a sua irmã Artemisa e a seu filho 
Saturno e é considerado o principal deus da medicina do Panteão grego. 
Porém a medicina grega propriamente dita começa na época de Péricles e tem seu 
progresso cientifico centrado na figura de Hipócrates que viveu 83 anos. 
Nasceu na ilha de Cós (atual Grécia) em 460 aC 
Morreu em Tessalia (atual Grécia) em 377 aC 
 
 
 
 
 
 
 Hipócrates 
 
Nunca, em tão pouco tempo apareceram tantos gênios: 
 
Contemporâneos de Hipócrates: Sófocels, Eurípides, Aristófanes, Sócrates, Platão, 
Heródato, Fidias entre tantos. 
 
Hipócrates recebeu sua primeira instrução médica de seu pai. Depois estudou em Atenas e 
adquiriu grande experiência em suas viagens e prática médica na Trácia, Tesália e 
Macedônia. A data de sua morte é desconhecida e sua idade é calculada entre 85 e 109 
anos. Hipócrates era um asclepíade, isto é, membro de uma família que durante várias 
gerações praticara os cuidados em saúde. 
 
Sua grandeza se deve a três fatos principais: 
 
1. Separou a medicina da filosofia; 
2. Reuniu os conhecimentos das escolas de Cós e Cnido em um sistema cientifico; 
3. Deu aos médicos alta inspiração moral. Antes disso os médicos eram sacerdotes nos 
tempos de paz e cirurgiões em tempos de guerra. 
 
Hipócrates em vez de associar as doenças aos deuses ou a outras idéias fantásticas fundou o 
método de estudo na cabeceira do leito e assim começa a transmissão do conhecimento 
médico. Ou seja, começa o ensino médico e a educação médica. 
Nesta época, cada médico tinha seus discípulos e a eles ensinava sua arte e contavam 
também com seguidores, geralmente escravos que depois de certo tempo passavam a 
exercer a medicina. Então estes médicos escravos tratavam os escravos usando uma 
medicina eminentemente empírica enquanto os médicos livres tratavam homens livres 
usando já a medicina mais racional. A escola médica de Cós foi exemplo e objeto de 
rivalidade para as escolas itálico-sicilianas e mais tarde para a Alexandria e até para o 
império romano. Além de textos de Hipocrates esta escola legou à civilização o famoso 
compêndio denominado Corpus Hippocraticum que é um conjunto de 53 escritos anônimos 
que aborda praticamente todos os temas da medicina (fundamentos, ética, anatomo-
fisiologia, pediatria, dieta, patologia, terapêutica, cirurgia, gineco-obstetrícia entre outros. 
 
“Hipócrates foi a primeira e Galeno foi a última estrela da medicina antiga”. 
 
Nesta época de efervescência intelectual grega foi pela primeira vez dissecado em sessão 
pública um corpo humano por Herophilos (300 aC) o que foi uma verdadeira revolução no 
ensino de anatomia. 
Um século mais tarde na Alexandria incorporou-se e superou os saberes desenvolvidos nas 
escolas gregas com a criação da medicina cientifica baseada em experiências clínicas do 
corpo humano, e não em apenas especulações filosóficas. Os mestres expunham livremente 
seus ensinamentos manipulando cadáveres e seus ossos. Este vigoroso esforço inovador 
fracassou devido ao medo da liberdade intelectual e culminou com a queima da 
universidade pelo rei Justiniano perdendo-se desta maneira um acervo incalculável para a 
medicina embora seus frutos fossem exitosos no futuro. Há relatos do uso de luzes para o 
tratamento de tumores humanos e que já se conhecia veículos que andavam em alta 
velocidade sem uso de animais. 
 
Medicina Romana 
 
As escolas médicas romanas desenvolveram e diversificaram a medicina grega mantendo a 
formação da tradição dos grandesmestres gregos com a formação dos médicos do Império 
Romano no fim da Antiguidade e o início da Idade Média. 
A Idade Média (medieval) é um período da história da Europa entre os séculos V e XV. 
Inicia-se com a Queda do Império Romano do Ocidente e termina durante a transição para 
a Idade Moderna. A Idade Média é o período intermédio da divisão clássica da História 
ocidental em três períodos: a Antiguidade, Idade Média e Idade Moderna. 
 
 
 
 
ESCOLA MÉDICA DE GALENO – A obra de Galeno abrange anatomia, fisiologia, 
patologia, terapêutica e suas aulas foram as mais concorridas do mundo romano, tornando-
se um mestre indiscutível da medicina universal. As suas lições eram registradas em textos 
onde aparecia não apenas um planejamento de estudo anatômico, mas inclusive como 
conseguir um cadáver humano e dissecá-lo cuidadosamente. Apesar disso, com o 
desaparecimento de Galeno a enorme capacidade criativa da medicina greco-romana foi 
soterrada pela crença mágico-religiosas do cristianismo romano. 
 
O período BIZANTINO (476-732 dC) foi pobre na medicina, mas conseguiu preservar os 
mais importantes textos gregos, utilizando-os no idioma original 
Aécio de Amida (527-565 dC), Alejandro de Tralles (525-605dC), Pablo de Egina (625-
690dC) 
 
PERIODO MAOMETANO (732-1096 dC) 
 
A palavra islam, significa submissão resignada à vontade de Deus. 
Os árabes, depois de Bizâncio, traduziram e enriqueceram os saberes clássicos e do 
galenismo. Em torno de 1010 dC, o persa Avicena (Ibn Sina or Abu Ali Al Hussein ibn 
Abdallah) publicou os fundamentos de uma medicina holística em seu CANONE DA 
MEDICINA (Al-Quanun) o qual foi traduzido para o latim em 1473 por Cremona e foi 
sucesso para os médicos e estudantes de medicina até o século XVII. 
Até os fins do século X (portanto ainda na idade média) a medicina da Europa Ocidental foi 
muito pobre, com restos dos saberes clássicos conservados principalmente em mosteiros 
católicos e a prática da medicina era feita pelos monges e poucos médicos laicos. 
 
PERIODO MEDIEVAL (Idade Média) -1096-1438 dC) – Grandes Universidades. 
 
A Escola Médica de Salerno (Itália) 
 
Salerno foi a primeira escola médica laica da Europa Medieval que retoma o saber Greco-
árabe. Sua influencia foi decisiva para a evolução da medicina ocidental nos séculos XI e 
XII. 
O desenvolvimento da medicina grega foi barrado pelas trevas da idade média, mas sua 
repercussão na medicina do continente europeu continuou, embora limitado. Logo no início 
da Idade Média, Dioscorides descreveu em DE MATÉRIA MÉDICA mais de 600 plantas de 
interesse médico-terapêutico e foi o primeiro a registrar o uso da anestesia. 
A Escola Médica de Salerno teve sua sede original num mosteiro fundado no século IX, e 
alcançou o seu maior esplendor durante os séculos X e XIII. A chegada em Salerno 
de Constantino, em 1077, marcou o início do período clássico de Salerno conferindo-lhe o 
título de Hippocratica Civitas ("Cidade de Hipócrates"). Pessoas de diversas partes do 
mundo frequentaram a Scuola di Salerno tanto os doentes, na esperança de se recuperarem, 
como estudantes, para aprender as artes da medicina. 
Sua fama cruzou fronteiras, como provam os manuscritos salernitanos mantidos em 
diversas bibliotecas européias e por testemunhos históricos. Nos séculos XII e XIII, o autor 
do poema Regimen sanitatis Salernitanum teria colocado deliberadamente a referência à 
cidade em seus versos, de maneira à anunciar seu trabalho e lhe dar credibilidade. A Escola 
manteve a tradição cultural greco-romana, combinando-a harmoniosamente com as 
culturas árabe e judaica, e acolhia estudantes de todos os credos. Este encontro de 
diferentes culturas levou ao surgimento do conhecimento medicinal a partir da síntese e da 
comparação de diferentes experiências, como evidencia a lenda que credita a fundação da 
Escola a quatro mestres: o judeu Helino, o grego Ponto, o árabe Adela, e o latino Salerno. 
Os cursos variavam de três a cinco anos, depois de realizados os estudos preliminares nas 
faculdades de artes. As aulas consistiam na leitura de textos adequados, com os posteriores 
comentários, discussões e avaliação dos conhecimentos. O método de ensino baseava-se 
essencialmente na memorização e discussão dos textos das aulas. Destacavam-se as aulas 
práticas de anatomia, com as correspondentes dissecações, consideradas o estímulo mais 
importante para um ensino mais criterioso e mais rigoroso dos cirurgiões. O domínio 
da língua latina também era fundamental. 
A primeira titulação médica foi regulamentada em 1140 estabelecendo a obrigatoriedade de 
um exame oficial para o exercício da medicina, instituindo a obrigatoriedade de um curso 
superior em Salerno para os médicos. Ao mesmo tempo proibiu-se qualquer sociedade 
entre médicos e farmacêuticos, determinando que estes tinham de dispensar 
os medicamentos de acordo com as receitas médicas. 
No século XIII, foi regulamentada pela primeira vez no Ocidente Medieval a titulação e o 
ensino da medicina. Justificava a regulamentação devido aos danos irreparáveis que podem 
advir da imperícia médica. Para tanto a titulação seria obtida após a aprovação do aspirante 
a médico ante um tribunal de mestres de Salerno e representantes reais, que examinavam o 
conhecimento e testemunhava sobre a ética do candidato. Exigia-se que o estudante de 
medicina tivesse três anos de lógica, cinco anos de estudos médicos e mais um ano de 
prática sob a orientação de um mestre. Para a cirurgia o ensino era ainda mais rigoroso. 
A criação da Escola de Salerno serviu com incentivo de novas escolas: 
Paris- 1110 
Bolonha – 1158 
Oxford – 1167 
Montpellier – 1181 
Cambridge – 1209 
Padua – 1222 
Napoles – 1124 
Salamanca – 1243 
Siena – 1246 
Sevilha – 1254 
Lisboa – 1290 
Roma – 1303 
Coimbra – 1308 
Florência – 1349 
Barcelona – 1450 
Praga – 1348 
Viena – 1365 
Glasgow - 1451 
 
 
RENASCIMENTO – 1500 
 
O renascimento da vida cultural e social européia retomou o desenvolvimento da medicina 
na investigação macroscópica do corpo humano, que havia sido esquecido por mais ou 
menos 500 anos. 
 
 
 
LEONARDO DA VINCI (1452-1519) - Firenze, Itália. Sábio artista, gênio incontestável, 
mesmo não sendo médico pode ser considerado como o precursor do desenvolvimento da 
medicina renascentista e na difusão de seus ensinamentos. Em 1485, Da Vinci demonstrou 
a importância das lentes de aumento para examinar objetos pequenos, foi mestre em 
anatomia humana. Comparou a nutrição animal como a queima de uma vela, destacando 
que os animais não podem sobreviver em uma atmosfera sem combustão. Infelizmente seus 
textos foram perdidos até o século XVIII. 
O renascimento foi o período da transição da humanidade civilizada medieval para a 
moderna e neste período aconteceram muitos fatos, mas o mais importante foi fortalecer o 
individualismo e a liberação do jugo da autoridade e sem dúvida a invenção da Pólvora e da 
Imprensa. Com a imprensa os textos médicos alcançaram uma difusão muito rápida. 
 
 
Andreas Vesalius 1514-1564 
 
A anatomia foi a única disciplina que se afastou do esquema galenico anterior, abrindo 
espaço para a ciência moderna do corpo humano através da publicação de seu Atlas De 
humani corporis fabrica (1543). Publicação com interpretação moderna da estrutura 
anatômica, corrigindo equívocos da obra de Galeno e seus discípulos. 
Na clínica novas doenças foram descritas como a sífilis que com as navegações passou a se 
constituir uma nova peste. A cirurgia renascentista foi basicamente empírica, sendo pouco 
difundida nas escolas médicas com exceção da Itália e Espanha. Vesalius que havia 
estudado em Paris, fazia severas críticas sobre os riscos de entregar tarefas cirúrgicas a 
barbeiros e outros práticos e criticava a educação médica da época. Propôs um novo 
modelo de ensino, desenvolvendo-ona escola de Padova (Itália), na época a mais famosa 
escola médica do mundo, difundindo estes conhecimentos também para as escolas médicas 
de Bologna e Pisa. 
 
Os médicos humanistas passaram a usar a imprensa para divulgação de suas condutas e 
isso causou um problema sério aos que faziam os manuscritos que custavam mais que o 
dobro de preço e eram organizados na universidade de Paris e Bolonha. 
 
A Bíblia de Gutemberg foi impressa em 1454 
 
 
 
Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido domo Moliere – 1622-1673 
Dramaturgo e comediante não aceitava a profissão médica e debochava dos médicos. 
Talvez porque nutria um ódio secreto contra os médicos, em parte pela incompetência para 
ajudá-lo no tratamento de sua tuberculose e também porque atribuía a morte de seu único 
filho ao uso inadequado de antimônio pelos médicos. 
Entre muitas peças escreveu o Doente Imaginário que conta a história de um 
velho hipocondríaco, que se julga doente sem estar. Como hipocondríaco acata toda e 
qualquer ordem do médico que, por sua vez, se aproveita da situação. O velho 
hipocondriaco obriga sua filha a se casar com o filho de um médico para que ele receba 
tratamento médico como favor de seu genro, embora sua filha estivesse apaixonada por 
outro. Por ironia morreu durante a apresentação desta sua peça. 
 
HOSPITAIS AMERICANOS 
 
O primeiro hospital das Américas foi construído por Hernán Cortés no México em 1524, 
depois vieram o Hôtel Dieu em Quebec 1639, Montreal em 1644, Manhattan em 1663. 
 
A lepra havia desaparecido no fim do século XVI e Luiz XVI fechou os leprosários, 
também chamados lazaretos. A sífilis deixou de ser epidêmica e era tratada com 
fumegadores e fricção de mercúrio feito por cirurgiões-barbeiros 
A febre amarela apareceu em NY em 1668 
Pandemia de Varíola em 1614 
Escarlatina – 1628 
Septicemia puerperal – 1660 
A mortalidade infantil era alta (mais de 50% dos nascidos vivos morriam). Os bebes eram 
salgados e enrolados em roupas apertadas conforme preconizava a escola galênica. 
Em 1697 se recomendava o desmame tão logo saísse o 1º dente de leite e na época da lua 
cheia. Para ensinar as crianças a comer outros alimentos os mamilos maternos eram 
untados com substâncias repugnantes como sal e pimenta. 
 
MEDICINA BARROCA – (1600-1700) 
 
 
 
Harvey, William 1575-1657 
 
Harvey descreve as novas bases da fisiologia sobre a circulação maior publicada em seu 
livro De motu cordis. Pela primeira vez descreveu corretamente os detalhes do sistema 
circulatório do sangue ao ser bombeado por todo o corpo pelo coração. Entre 1616 e 1628 
Harvey foi o grande mestre da medicina européia. 
 
 
Malpighi, Marcello Leewenhoek, Antony 
Na anatomia iniciou-se a investigação microscópica das estruturas do corpo humano, 
destacando-se neste campo Marcello Malpighi (1628-1694) secundado por Antony 
Leeuwenhoek (1632-1723) que descreveu pela primeira vez uma bactéria. 
 
 
Thomas Sydenham (1624-1689) 
 
 
È considerado o pai da Semiologia Moderna e foi um dos mais destacados clínicos de sua 
época, apelidado de “Hipócrates inglês”. 
Este período caracterizado por grande inspiração de várias pessoas como Shakespeare, 
Moliere, Rembrandt, Newton, Harvey, Leeuwenhoek. O sacrifício de nobres, heróis e 
mártires do século anterior proporcionaram ricos frutos na ciência, com grande liberdade 
espiritual e intelectual. Era um a época calma e propícia para filosofar muito, até para 
justificar a imoralidade da época. A literatura francesa mostrava que algo de grave estava 
para acontecer. “o dia que nasce cheio de fogo, termina em tormenta” mesmo quando ao 
meio dia está lindo e calmo. 
Figuras importantes desta época: 
Rousseau, Voltaire, Mozart, Laplace, Lavoisier, Galvani (eletrofisiologia), Volta (pilhas 
voltaica), Fahrenheit, Celsius, Linneu. 
Linneu estudou medicina para conquistar a filha de um médico rico que só permitia que 
sua filha se casasse com um médico. Linneu deu nomes concisos às plantas e animais da 
época denominando-os com o nome genérico (família) e específico (reino) classificando o 
homem como homo sapiens. Seu 1º trabalho – Systema Naturae – 1735 com 12 páginas 
classifica as plantas, animais e minerais. 
Jean Palfyn (1649-1730) obstetra inventor do fórceps (mão de ferro) 
Lucas Bôer (1751-1835) foi o parteiro mais hábil de sua época em que a gravidez era 
considerada como uma doença de nove meses, e foi o 1º a tratá-la como um processo 
fisiológico. 
 
SÉCULO XIX - Processo organizado da ciência. 
Faraday – 1821-1854 
Dalton – 1803 – teoria atômica 
 
 
Rudolf Virchow -1821-1902 
 
É considerado o pai da patologia moderna e da medicina social, além de antropólogo e 
político liberal. 
 
 
René Laennec – 1781-1825 
 
Vitima da tuberculose, inventou o estetoscópio em 1819 e foi um dos principais cientistas a 
relacionar o quadro clínico com os achados de necropsia e introduz definitivamente o 
conceito semiológico do sinal físico, dando a clínica um método verdadeiramente 
científico. 
 
 
 Philippe Pinel – 1745-1826 
. 
Notabilizou-se por ter considerado que os seres humanos que sofriam de perturbações 
mentais eram doentes e que ao contrário do que acontecia na época, deviam ser tratados 
como doentes e não de forma violenta 
 
 
 
Edward Jenner– 1749-1823 
 
Edward Jenner (1749-1823 descobre a vacina antivariólica 
Stokes – 1804-1878 – respiração Cheyne-Stokes e doença de Stokes-Adams 
Addison-1793-1866- descreveu a anemia perniciosa e a doença da suprarenal 
Hodgkin – 1798-1866 – inglês- doença de Hodgkin 
Parkinson-1755-1824-Londres. Em 1817 descreveu a doença de... 
Schonlen—1793-1864- fundador do ensino clínico na Alemanha com introdução de exames 
laboratoriais, ausculta, percussão. 
 
Karl Rokitansky-1804 –1878 
 
Estabeleceu as bases estruturais das doenças e a técnica de necrópsia com o estudo 
sistemático de cada órgão. Em 1866 já tinha feito mais de 30 mil necrópsias. Na sua 
técnica, os orgãos são examinados in situ, ou seja, dentro do cadáver, um a um. Desta 
forma, nesta técnica são realizados vários cortes em todos os orgãos internos, depois para 
serem retirados um a um. 
Muller-Wolff- embriologistas 
Pasteur- 1822-1895- fotógrafo, pescador e fundador da bacteriologia junto com Koch: 
Loeffler – 1852-1915- Descobridor do germe da erisipela. 
Paget – 1814-1899 – Cirurgião inglês da rainha Vitória. 
Hutchinson – 1828-1913 – Descreveu as alterações dentárias na sífilis congênita, a 
varicela gangrenosa. = tríade de Hutchinson (ceratite, alteração dentes e labirintite) 
Kussmaul – 1822-1902 – descreveu a periarterite nodosa, paralisia bulbar progressiva, 
coma diabético com sua respiração típica de “fome de ar” 
Carl Gerhardt – 1833-1902 – Primeiro a dedicar-se a pediatria. 
Henoch – 1820-1910- junto Scholein descreveu várias doenças infantis e a púrpura que leva 
seu nome. 
 
 
William Osler – 1849-1919 
 
Mestre da John Hopkins University e de outras universidades americanas, foi no século XX 
uma das mais importantes figuras mundiais da medicina, chamando a atenção para a 
história clínica e relacionando-a com a semiologia. “escutem seus pacientes”. 
Um dos primeiros investigadores da plaqueta, complicações viscerais do eritema 
multiforme, cianose crônica com policitemia e aumento do baço, paralisia cerebral em 
crianças, coréia, angina pectoris e edema eritematoso (manchas de Osler) na endocardite 
maligna. 
Duchene -1806-1875- Foi marinheiro como o pai em depois se radicou em Paris onde 
dedicou sua vida a neurologia. 
Charcot – 1825-1893- Tese sobre artrite nodosa e depois foi um grande neurologista. 
 
Então, entre os séculos VV e XVIII a formação do médico foi um dos temas de maior 
destaque na medicina européia. Há uma crescente presença de médicos formados em 
universidadesexercendo a medicina ao lado de curandeiros, charlatães e cirurgiões-
barbeiros. 
 
A MEDICINA E A EDUCAÇÃO MÉDICA. 
 
Inicio da medicina organizada 
 
A medicina primitiva com a egípcia e oriental pode ser considerada como uma fase da 
antropologia. A medicina grega não foi nada mais do que ciência em formação e a romana 
um resultado desta última. Bizâncio deve ser considerado uma planta em armazenamento e 
o Islã como um agente viajante. O melhor aspecto da medicina medieval foi a organização 
dos hospitais, o cuidado com os doentes, a legislação e educação médica. O renascimento 
marca a aparição da anatomia como ciência com crescimento da cirurgia como arte manual. 
 
SECULO XVIII - A medicina foi retrógrada em respeito a elaboração de sistemas mas 
conta com o início da patologia e aperfeiçoamento dos diagnósticos, cirurgia experimental 
e o interesse social da medicina. Cooperação e solidariedade entre os países em divulgar os 
progressos importantes para prevenir doenças e evitar sua disseminação. Os exames, 
assepsia e anti-sepsia, cremação, higiene alimentar, drenagem, combate as doenças 
venéreas, tuberculose, etc. contribuíram decisivamente para diminuição da mortalidade 
pelas doenças. 
Mendel (1822-1884) abade – trabalhou com hibridização com grande avanço na herança 
genética. A lei de Mendel de maneira simples se assemelha ao binômio de Newton: 
(a+b) = a2 + 2ab+b2, ou seja, metade dos descendentes será de acordo com os pais (2ab) 
enquanto a outra metade de dividirá entre os que possuem características dominantes (a) e 
recessivas (b) Assim, com a planta chamada 4 da tarde, teremos: 
 
 Flor branca X Flor vermelha 
 
 
 25% branca 50% rosa 25% vermelha 
 
Karl Pearson (1857-1936) – Teoria da probabilidade – Foi aplicada primeiramente em 
fenômenos sociológicos pelo astrônomo e médico Adolph Quetelet ( 1796-1874), mas a 
geração espontânea de Galton (1889) aplicou a matemática de maneira engenhosa para a 
solução destes problemas criou a escola racional de iatromatematica com sua s publicações 
fascinantes sobre a probabilidade de morte(1887) e abriram novas vias para estatística 
interpretada pelas curvas algébrica, o significado das correlações. 
Santiago Ramon Y Cjal – mestre da anatomia neurológica (1852). 
Fick (1882) estudou o rendimento cardíaco. 
Paterson e Starling (1914) estudaram a regulação dos batimentos cardíacos. 
Krogh(1912) estudou o retorno venoso. 
Mackenzie (1853-1925) foi o primeiro a usar os gráficos para estudo das arritmias 
cardíacas. 
 
 
Ivan Pavlov - 1849-1936 
 
Foi notável fisiologista e médico russo especialista em aparelho digestivo. Notável 
habilidade em usar animais de laboratório onde pode demonstrar os reflexos condicionados. 
 
 
 Sigmund Freud (1856-1939)- 
 
Estudou a sexualidade reprimida e sua relação com os estados neuróticos. Teoria dos 
sonhos. Postulou que existe um rígido determinismo dos efeitos psíquicos e que muitos 
distúrbios mentais complexos nunca alcançam a consciência e que podem ser atingidos 
apenas com a psicanálise no que foi assessorado por Jung. 
O primeiro caso exitoso de Freud foi com sua paciente Dora. Segundo seu ponto de vista, a 
base de todas as neuroses sexuais é a adesão inconsciente dos filhos com seus pais, algumas 
vezes com hostilidade para com o progenitor do mesmo sexo. Este complexo chamado de 
Édipo pode ser considerado como o namoro dentro da família e simboliza a luta do 
individuo para alcançar a confiança em si mesmo destruindo sua dependência a respeito a 
seus pais. Portanto é considerado como uma medida do grau de infantilismo do neurótico. 
As postulações de Freud a respeito dos efeitos da mente sobre o corpo 
 (psicogêneses), a ambivalência das emoções, a localização mental do consciente, o 
subconsciente e seu censor crítico, a realidade, a transferência, a fixação, a repressão, as 
sublimações, as regressões. Sua escola tem permitido um abuso na prática médica. Na 
psicoanálise, Freud reinventou um instrumento que pode ser perigoso em mãos de 
incompetentes e sem escrúpulos. Muitos dos alunos de Freud se separaram dele e criaram 
suas próprias idéias com Alfred Adler (1870-1937) que defendeu que grande parte da 
herança mórbida deve ser atribuída ao meio ambiente doméstico desfavorável, maus tratos 
paternos e a submissão familiar. 
 
PARASITOSES 
Com o aprimoramento da técnica microscópica e bacteriológica começaram a associar os 
protozoários como causa de doença (giárdia, ameba, ancilostomideo etc) A pelagra havia 
sido inicialmente associada a um parasito transmitido pela mosca e hoje se sabe estar 
associada a avitaminose. 
Tripanosoma descoberto em 1894 por Greiby estava relacionado com doença de cavalos, 
camelos e gado bovino, passando a denominar-se tripanossona evansi 
Uma variedade brasileira de tripanosoma descrita por Carlos Chagas trypanosoma cruzi foi 
associada a transmissão pelo inseto Conorhinus sangue-suga. 
O viajante africano Levingstone fez um relato exato da doença da mosca tse-tsé no seu 
livro Viagens de Missioneiro. 
 
 
 
Wilhelm RONTGEN (1845-1922) 
 
 Filho de um agricultor alemão,enquanto pesquisava a respeito dos raios catódicos, notou 
sombras acidentais dos objetos sólidos. Estes raios atravessavam as partes moles do 
organismo de maneira que os ossos como eram mais densos ficavam claros na placa 
fotográfica. Ao comunicar seu achado para a sociedade Wursburgo em 1895 chamou 
modestamente de Raio X mas por moção de outro médico Kolliken que previra sua grande 
utilidade na medicina e principalmente na cirurgia o mesmo foi chamado de Rontgen. 
Apesar de ter recebido o Nobel (1901) e da fama mundial continuou simples e honrado e 
amante da verdade. Começou a odiar a publicidade quando seu descobrimento foi atribuído 
a um de seus estudantes. Morreu pobre e isolado, entristecido pela guerra cujo resultado já 
previra. 
 
Trendelenburg (1844-1924) Introduziu a gastrostomia na estenose de esôfago e sugeriu a 
posição alta da pelvis para operar vísceras abdominais. 
Cushing (1868-1939) É o pioneiro da cirurgia neurológica especialmente do crâneo e da 
hipófise. 
 
DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA NA AMÉRICA E NO JAPÃO. 
 
O México teve o primeiro hospital (1524) e a 1ª Cátedra de medicina (1578) do continente 
e os 1º livros médicos (1570). 
 
Médicos famosos: 
México: Rafael Lavista, Luiz Munoz , Juan Maria Rodriguez e Juan Duque de Estrada e o 
estatístico Antonio Penafiel. 
Cuba: Carlos Finlay formulou a teoria de que a febre amarela é transmitida pelo mosquito. 
Brasil:Gaspar Vianna introduziu as injeções de antimônio no Kala-azar. Torres-Homem, 
Miguel Couto, Emilio Ribas, Osvaldo Cruz e Carlos Chagas entre outros. 
A parasitologia recebeu grande avanço com Osvaldo Cruz (1872-1917), diretor de Saúde 
Pública do Rio em 1903 que por suas reformas enérgicas foi denominado de “ Ditador 
sanitário do Brasil” e em 1901 fundou o Instituto Manguinhos (Rio) onde descobriu o 
trypanosoma cruzi. 
Vital Brasil fundou o instituto Butantã (SP) em 1899 que foi um dos primeiros fabricar e 
distribuir soro contra venenos de ofídios e serviu de exemplo para a instalação do Instituto 
em San Antonio(Texas). 
No Japão o bacilo da disenteria (shiguelose), foi descoberto por Kiyoshi Shiga(1897). 
 
Aspectos culturais e sociais da medicina do século XIX. 
Durante este século vemos o médico converter-se cada vez mais em um ser impessoal, cada 
vez mais um homem de negócios e não tanto inserido nas obrigações sociais e éticas que 
eram características do médico do século XVIII. O “médico da família” quase desapareceu 
com exceção de pequenas comunidades e passaram a predominar os médicos que adotavam 
medidas para não perder o “ganha pão”. Homens como Hunter, Addison, Hodgkin seguiam 
estes caminhos. Como jovens desconhecidos se converteramem ajudantes de autópsias nos 
hospitais e ficaram anos aprendendo anatomia e clinica e associaram a medicina a seus 
nomes. Quando se sobressaíram cientificamente, foram jogados bruscamente na prática 
médica e o resto da vida foram prósperos médicos de consulta que de vez enquanto iam a 
hospitais e ensinavam pouco nas escolas porém sem estimulo para investigação cientifica e 
isto repercutiu em 20 anos sem produção cientifica e não deixaram sementes. Era natural 
pois todos ambicionavam abrir um consultório em Harley Street (onde ficaram os 
consultórios dos médicos mais importantes de Londres). Na Alemanha, os médicos também 
foram tentados a aumentar o ganho financeiro em virtude da prosperidade industrial com 
aumento do custo de vida, o uso do automóvel, o consultório caro, instrumentos, estudos no 
exterior fez com que o médico passasse a necessitar de mais ganho. 
A educação médica podia ser encarada da seguinte maneira. O ensino da medicina como 
ciência, como algo de maior alcance, começou com a criação de muitos laboratórios e com 
a reunião de especialidades. Nos EEUU, na época colonial os estudantes tinham pelo 
menos um preceptor que facilitava a prática da medicina. Porém pela pressão financeira, 
este médico desapareceu e poucas escolas mantiveram este ensino de excelência. Outras 
escolas eram péssimas e não poderiam existir como escreveu Flexner. Na metade do século 
XIX os estudantes americanos ricos, estudavam em Paris e Londres. 
No final de XIX, Harvard, John Hopkins começaram a verdadeira educação médica no 
sentido de capacitar o estudante a aceitar cegamente o dogma da medicina. No iníco 
dezenas de estudantes competentes abandonaram as escolas ruins e aprenderam medicina 
praticando sozinho e conseguiram sucesso pelo próprio mérito e não pela faculdade. 
Em 1840, ShoLein introduziu as conferencias e a clinica era de elevada ordem cientifica. 
Ela entrava na enfermaria, se sentava na cabeceira do leito do doente, enquanto o estudante 
lia a historia clinica contando todos os detalhes de ausculta, percussão e o resultado dos 
exames. Então o homem se levantava e examinava o paciente e sentando-se novamente 
começava a elaborar o diagnostico etiológico e discutia o tratamento. Se o paciente morria, 
ele realizava autopsia e após discutia os possíveis erros cometidos. As escolas americanas 
no inicio eram eminentemente didáticas e o trabalho prático em hospital só era acessível 
aos que conseguiam ser internos. Esta deficiência foi sanada nas escolas pela residência 
médica que era essencialmente prática e que Flexner satiricamente chamou de Seminário 
de Reparação dos Formandos 
O núcleo de educação médica nos EEUU e Canadá estão associados a alguns locais 
brilhantes. Pensilvânia (1765) NY (1768) Harvard (1783), McGill (1829). 
A primeira reforma real do ensino médico nos EEUU foi em 1871 pelo reitor Charles Eliot 
da Harvard que introduziu requisitos básicos para a matricula e ampliou os estudos em três 
anos. Em 1880 foi aumentado para quatro anos e em 1901 se exigiu o grau acadêmico para 
ingresso na Medicina. Na Pensilvânia se exigia quatro anos de prática. 
Em 1909 Abraham FLEXNER fez um profundo estudo da educação médica do país e 
exterior e o que escreveu provocou uma verdadeira tormenta de comentários e criticas 
apesar dos relatos terem sido os mais corretos e sinceros. Escreveu: É melhor uma 
verdade desagradável que uma mentira agradável” 
Muitas escolas que não puderam melhorar foram fechadas. 
O número de médicos era de 1 para 690 nos EEUU, 1/2000 na Alemanha, 1/2.800 na 
Áustria.. 
No início do século XX se pensava que o ensino médico tinha atingido seu apogeu.. Hoje se 
sabe que o ensino médico deve passar por uma reformulação importante, priorizando a 
humanização desta ciência e dotar o médico de capacidade de voltar a ouvir o paciente. 
O fim da 1ª guerra (1914-1918) revelou ao mundo a grande destruição da prosperidade das 
nações européias e o brilhante “fin de sièle” dos franceses que haviam se recuperado 
rapidamente da guerra franco-prussiana. A crise social de 1919 atingiu todo o continente 
europeu e a medicina não foi poupada e resultou na quase extinção das investigações. Toda 
a América com exceção dos EEUU, Cuba e Porto Rico dependiam da formação de seus 
médicos do ensino europeu, principalmente da França. 
 
MEDICAMENTOS 
 
Diuréticos mercuriais: 1917 
Foram descobertos ao acaso já que eram utilizados para o tratamento da sífilis. 
Antihistaminicos: 1919 
Penicilina: Descoberta por Fleming em 1922, teve seu uso clínico em 1942 nos EEUU com 
resultados fantásticos para toda humanidade. 
Sulfas: Foi o primeiro agente antimicrobiano utilizado clinicamente. 
A vida de Winston Churchill, primeiro ministro britânico, foi salva pela utilização desse 
medicamento quando o mesmo adoeceu em Cartago, Tunísia, em 1943. 
Respirador artificial: 
Em 1957 o engenheiro aeronauta e médico americano Forrest Bird, cria o Bird Mark-7. 
Primeiro Ventilador Mecânico Invasivo à Pressão fabricado em larga escala. 
 
Personagens importantes e recentes na área médica: 
 
 
 
Christian Barnard-1922-2001 
 
Cirurgião sul-africano, o primeiro a realizar um transplante de coração no mundo em 1967. 
 
 
Euryclides Zerbini -1912-1983 
 
Cirurgião brasileiro o primeiro a realizar um transplante de coração no Brasil em 1985. 
Formou-se médico em 1935, especialista em cirurgia geral. Professor da Universidade de 
São Paulo, criou o Centro de Ensino de Cirurgia Cardíaca, semente do futuro Instituto do 
Coração. Em 1985, aos 73 anos de idade, tornou-se pioneiro ao realizar o primeiro 
transplante cardíaco num paciente portador do mal de Chagas.

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