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CÂNCER DE PRÓSTATA A PRÓSTATA NORMAL Próstata: ‐ localizada na pélvis verdadeira ‐ relações anatômicas: ‐‐ anteriormente: espaço de Retzius e sínfise púbica ‐‐ posteriormente: fáscia de Denonvillers e reto ‐‐ lateralmente: músculo elevador do ânus ‐‐ base (superiormente): continua com o colo vesical ‐‐ ápice (inferior): superfície superior do diafragma urogenital Vascularização: ‐ arterial: ramos da ilíaca interna, vesicais inferiores e retal média ‐ venosa: plexo de Santorini, veia dorsal do pênis, ramos vesicais ‐ inervação: plexo hipogástrico inferior. Inervação parassimpática, simpática e do nervo pudendo (contração consciente) ‐ linfáticos: obturadores, ilíacos internos – importante pois terá uma implicação na técnica cirúrgica Próstata normal: ‐ base – 3 a 4 cm ‐ céfao‐caudal: 4 a 6 cm ‐ ântero‐posterior: 2 a 3 cm ‐ peso: 18 a 20 gramas Divisão de Mcneal (1968): ‐ 4 zonas ‐‐ zona central (20% da massa total glandular) ‐‐ zona periférica (70% do tecido glandular) ‐‐ zona de transição (5 a 10% do tecido glandular, glândulas e estroma) ‐‐ zona anterior (não glandular; fibras musculares lisas) Zona periférica – normalmente nas próstatas comuns (não aumentadas) encontra‐se 70% do volume. 85 a 90% dos tumores de próstata ocorrem nessa zona. Por baixo dessa zona passa o reto, de maneira que o exame de toque retal adquire uma extrema importância ‐ zona de transição – é onde ocorre a hiperplasia benigna. Em uma próstata normal, essa zona corresponde a 10% do volume prostático. A medida que ela cresce, ela comprime a uretra e gera os sintomas obstrutivos típicos da HPB. Tecido sexual acessório: ‐ próstata ‐ vesículas seminais ‐ glândulas bulbo‐uretrais ‐ presente em todos os mamíferos ‐ função: ‐‐ atividade antibactericida ‐‐ atividade do liquido seminal (transporte, capacitação, motilidade e sobrevida) CÂNCER DE PRÓSTATA INTRODUÇÃO Epidemiologia: ‐ 9,7 de todos os tumores do homem ‐ mais freqüente em países desenvolvidos que naqueles em desenvolvimento – mais decorrente de aumento da expectativa de vida e de maior numero de diagnósticos ‐ outro fator relacionado ao câncer é a genética – negros possuem uma incidência e prevalência muito maior de câncer de próstata que as outras etnias. ‐ Maior causa de morbidade e mortalidade no homem (mundial) ‐ fatores de risco: Idade: ‐ 0 a 39 anos – 1 a cada 10.000 homens ‐ 40 a 59 anos – 1 em 49 homens ‐ 60 a 69 anos – 1 em 7 homens ‐ nascimento até a morte – 1 a 6 homens História familiar (parente de primeiro grau): ‐ 1 familiar: 2,5 vezes mais comum ‐ 2 familiares: 3,5 vezes mais comum ‐ fator hereditário: genes BRCA 1 e 2 Rastreamento do câncer de próstata: ‐ inicio a partir dos 45 anos quando não há fator de risco ‐ como é feito: exame digital de próstata + dosagem do PSA ‐ rastreamento mais precoce: em negros, historia familiar ou quialquer outro fator de risco ‐> rastreamento mais precoce DIAGNÓSTICO Diagnóstico: ‐ toque – possíveis alterações: ‐‐ nódulo endurecido ‐‐ superfície irregular ‐‐ próstata fixa ‐ presença de uma dessas alteracoes ‐> chance de diagnóstico de próstata maior que 50% PSA: Origem: células epiteliais do ducto prostático, nas glândulas periuretrais ‐ ação: liquefação do coágulo seminal ‐ liquido seminal: 1.000.000 ng/mL ‐ outros fatores alem do câncer podem levar a uma elevação do PSA: como a HPB. Porém, a mesma massa de câncer de próstata gera um aumento de 10 vezes mais que a mesma massa de HPB. ‐ Assim, o exame de PSA é um exame sensível, porém não específico. Possíveis causas de alteracoes dos níveis séricos de PSA incluem: câncer de próstata, hiperplasia benigna, prostatites, isquemias, infartos prostáticos, manipulação (biópsias prostáticas, RTU, cistoscopia). ‐ condições que falseiam para baixo o exame de dosagem de PSA: inibidores da 5‐alfa redutase e antiandrogênicos Estratégias para incrementar a acurácia do PSA: ‐ velocidade com que o PSA aumenta ao longo do tempo – normal é de até 0,75 nanogramas por mL ao ano. Mais que isso gera mais cautela na investigação ‐ densidade do PSA: fazer uma relação entre o PSA e o peso prostático (PSA corresponde geralmente a 0,10 do peso dessa próstata) ‐ PSA ajustado à idade ‐ redução do ponto de corte do PSA em pacientes abaixo de 50 anos (em torno de 2,5) ‐ determinação da fração livre/total do PSA – quando maior que 15%, a tendência é que seja benigno. Quando dá abaixo de 15%, a tendência é de que seja benigno. Caso o PSA venha alterado então, pedir uma biópsia de próstata através de um USG transrretal. Essa biopsia avalia o grau de displasia da próstata. Graduacao de Gleasson: 1‐5. Retiram‐se vários fragmentos, de maneira que vários setores são avaliados. Avalia‐se então as duas alterações mais comuns visualizadas na biópsia e somam‐se as duas. ‐‐ indiferenciado: 7 a 10 ‐‐ bem diferenciado: 2 a 6 ‐‐ taxa de mortalidade: 10 vezes ESTADIAMENTO Estadiamento do câncer de próstata: ‐ volume tumoral ‐ grau de Gleason (2 a 10) ‐ envolvimento de estruturas vizinhas (através de exame de toque, USG, TC, RM) ‐ avaliação dos linfonodos ‐ metástases à distância (cintilografia óssea) O que precisa saber do estadiamento TNM ‐ T1: tumor não palpável – diagnóstico feito através de exame de sangue, biopsia ou RTU de próstata ‐ T2: tumor palpável ‐ T3: se estende um pouco além da cápsula prostática ‐ T4: começa a invadir os órgãos vizinhos ‐ N1: acometimento de gânglios regionais ‐ M1a: gânglios linfáticos não regionais ‐ M1b: osso ‐ M1c: outras localizações TRATAMENTO O manejo terapêutico é então guiado de acordo com o estadiamento do tumor: ‐ Tumor localizado (T1‐T2, N0, M0) – ‐ tumor localmente avançado (T3‐T4, N0, M0) ‐ tumor metastático (T e N qualquer, M1) 1. Câncer de próstata localizado: ‐ vigilância ativa – em casos bem selecionados, bem no início da doença, em que o tumor é muito pouco agressivo – avalia‐se o tumor através de exames, através de biópsia. ‐ prostatectomia radical ‐ radioterapia Complicações: ‐ lesão do reto, do ureter, embolia pulmonar, etc. ‐ recuperação da continência: 54% após 3 meses, 80% após 6 meses, 93% após 12 meses, 93% após 18 meses... ‐ preservação da função sexual: depende de fatores como: o cirurgião tentar preservar ao máximo o feixe vásculo‐nervoso, idade (mais idosos possuem maior probabilidade de disfunção) ‐ uma das possíveis complicações também é a estenose de uretra Radioterapia: ‐ técnica atual: ‐‐ consegue focalizar a dose na próstata preservando outros órgãos ‐‐ altas doses de radiação externa na próstata ‐‐ muito menos efeitos adversos e complicações Complicações: cistite actínica, retite actínica, disfunção erétil e incontinência urinária Braquiterapia: ‐ implante de sementes radioativas guiada por ultrassom ‐ emite uma dose alta de radiação diretamente na próstata, liberando uma quantidade muito menor nos órgãos vizinhos ‐ indicações (deve haver todas essas juntas): ‐‐ doença localizada ‐‐ PSA menor que 10 ng/mL ‐‐ Gleason menor que 7 ‐‐ próstata menor que 60 gramas 2. Câncer de próstata localmente avançado: ‐ principal tratamento: hormonioterapia neo‐adjuvante + radioterapia externa ou radioterapia externa + hormonioterapia adjuvante ‐ outras opções: ‐‐ hormonioterapia neo‐adjuvante (3 a 4 meses) + prostatectomia + vigilância/radioterapia/hormonioterapia adjuvante ‐‐ endocrinoterapia (definitivo) 3. Doença metastática: ‐ principal exame diagnóstico é a cintilografia óssea ‐ Tratamento: ‐‐ análogos do LHRH (Zoladex) – bloqueio central do hormônio masculino ‐‐ antiandrógenos (esteroidais e não esteroidais) – Andropur – bloqueio periférico do hormônio masculino ‐‐ estrogênios – suprime a produçãoendógena de testosterona ‐‐ orquiectomia bilateral Tratamento de primeira linha: análogos do LHRH ou orquiectomia bilateral Complicações do bloqueio hormonal: ‐ Flare tumoral – antiandrogênio ‐ DE – bicalutamida ‐ Fogachos – DES, acetato de ciproterona, acetato de Megestrol (200 mg de 12 em 12 horas ‐ perda óssea – bifosfonados (ácido zoledrônico 4 mg endovenoso de 3 em 3 meses) ‐ anemia – eritropoetina alfa (40.000 1 vez por semana) ‐ outras complicações: cardiovasculares (alteração dislipidêmica), hepatoxicidade grave, ginecomastia, diarréia, distúrbios visuais, pneumonite intersticial Segunda manipulação hormonal – quando a primeira linha de tratamento não é eficaz: ‐ suspensão do antiandrógeno ‐ antiandrogênico ‐ castração secundária (orquiectomia) ‐ estrogênio ‐ glicocorticóides Resumo: ‐ após os 45 anos = visita anual ‐ avaliação = exame digital de próstata + PSA ‐ doença localizada = cirurgia x radioterapia ‐ localmente avançada = radioterapia + hormonal ‐ metastática = hormonioterapia + sintomáticos
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