Buscar

Sociologia I; aula 1 a 6

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O que é sociologia?
A sociologia como ciência não tem sua origem na Grécia antiga ela surge em um contexto histórico próximo da Revolução Industrial, é tida por muitos como uma ciência contraditória. Em ditaduras da America do Sul, por exemplo, foi tida como revolucionaria de esquerda, vista como aparato teórico para posteriores revoluções, interpretação que fez com que a sociologia fosse banida da matriz curricular das universidades. De outra banda, essa mesma disciplina já foi vista como poderosa arma nas mãos das classes dominantes, tida como conservadora.
A interpretação conservadora teve seu ápice na Revolução Estudantil de Maio de 1968, na França, quando estudantes de uma das mais renomadas universidades do mundo, Sorbonne, picharam em seus muros “não teríamos mais problemas quando o ultimo sociólogo fosse estrangulado com as tripas do ultimo burocrata”, interpretavam a sociologia como instrumento de dominação a favor das classes dominantes.
Não obstante sua contrariedade é inegável sua importância.
Para o Alemão Georg Simmel 
“A sociologia pergunta o que acontece com os homens e quais as regras de seu comportamento, não no que se refere ao desenvolvimento perceptível de sua existências individuais como um todo, porém na medida em que formam grupos e são influenciados, devido as interações, por sua vida grupal.”
Para o norte americano Robert Erza Park e o canadense Ernest Watson Burgess
“É a ciência do comportamento coletivo”
Para o Brasileiro Carlos Benedito Martins
“É um conjunto de conceitos, técnicas e métodos de investigação produzidos para explicar a vida social”
A sociologia, especificamente, estuda o comportamento social do ser humano, tornando possível a compreensão de fenômenos sociais para altera-los, melhora-los, critica-los, enfim para, no mínimo, conhecê-los melhor. 
Esta relação existente entre o homem e a sociedade não é tão óbvia e atemporal como podemos imaginar, pois diversos questionamentos já foram feitos acerca dessa relação.
Se é possível efetuar uma divisão nos grandes paradigmas filosóficos que permearam a história do pensamento humano, ou seja nas principais formas de compreensão do mundo, de forma didática, podemos estabelecer três:
O pensamento Grego;
O pensamento Cristão;
O pensamento moderno
Aristóteles vê no homem um animal político cuja conexão social é parte natural de sua formação. Não há, portanto, homem fora da sociedade e somente nela, atinge-se a plenitude. O homem por natureza é um ser social, é por natureza não por mero acidente, se não fizesse parte de cidade alguma, seria desprezível ou estaria acima da humanidade, a sociabilidade, portanto, é inerente a ele, faz parte de sua natureza, da mesma forma que o bebê come e dorme para satisfazer suas necessidades. O homem é social porque nasce, necessariamente de uma sociedade conjugal, daí nunca poderá ser individualista, não há esfera na qual o interesse de individuo possa se alienar do interesse do todo.
Com o cristianismo a pré-sociologia entrou numa nova fase onde os pensamentos de Aristóteles não encontravam mais sentido no paradigma cristão, agora, a partir da divindade há explicação da sociedade é as mazelas e benesses sociais explicada a partir de Deus.
Pode se dizer que sociologia medieval é metafísica, afasta dos vínculos reais da sociedade,alguns chegam a dizer que a sociologia na idade média foi tirada como pré-sociológica ou, até mesmo como anti-sociológica, por conta dos dogmas, crenças e explicações metafísicas para explicar os fenômenos sociais.
No inicio da idade moderna com o Renascimento (posteriormente com o iluminismo) há uma nova tentativa de explicação social, trata-se do período que compreende a passagem do feudalismo para o capitalismo e, posteriormente, com a expansão da burguesia e o surgimento do Estado Moderno. Os modernos, iluministas e burgueses, interpretam a relação homem e sociedade de forma diversa dos gregos e dos pensadores do período cristão, pois os fundamentos desses novo modelo são do individualismo e o contrato social. Em oposição ao pensamento aristotélico, no período moderno o homem é um individuo isolado que, ao manifestar sua vontade em viver em sociedade através de m contrato social, passa a viver em comunidade, aqui o homem não é social por natureza, ele é individual, isolado, vive sozinho, e mediante a um acordo de vontade cada individuo que antes vivia isoladamente passa a viver em sociedade, que não é natural nem necessária, é artificial e resulta de um contrato entre indivíduos o contrato e uma ficção ara explicar a sociedade, o pensamento grego e o moderno o homem social era natural, neste o individual é natural.
No período Clássico nas teorias contratuais se destacam Thomas Hobbes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau e, em certa medida, Immanuel Kant.
Os Pioneiros da Sociologia 
O pensamento grego adotava um primazia da sociedade frente ao homem, valoriza o coletivo em detrimento do individual era da própria natureza do homem ser social.
Periodo medieval foi marcado pelo pensamento teológico, principalmente pelo cristianismo, sendo um grande expoente deste pensamento o filósofo Santo Agostinho que para ele havia um distinção entre Deus – Céu e o mundo dos Homens – Terra, coma divisão entre Céu e Terra reelabora-se uma nova sistemática da compreensão social, Agostinho enxerga uma incapacidade da vida social e política para a justiça e virtude, pois isso não se faz nem se espera em uma sociedade, mas apenas em Deus, se o homem e sua vida social são marcados pela corrupção, somente a salvação poderia levar o homem a justiça e a virtude, este pensamento corta os laços que vincula a sociedade ás ações humanas.
A idade média além do pensamento teológico é marcada pelo feudalismo, que era uma sociedade estamental marcada pela divisão de classes, cuja mudança da mesma era possível mas muito difícil, a divisão de classes era bem definida.
Clero
 Nobreza
Servos e Camponeses
As classes mais altas (minoria) gozavam de inúmeros privilégios como terras e outros prestígios que eram sustentados pela classe trabalhadora.
Principalmente com as cruzadas no século XI a ordem feudal sofreu grandes transformações. Na segunda metade do século XIV como consequência das cruzadas a morte de vários nobres acaba por deixar lacunas da organização social dos feudos, dando ensejo á ascensão de outras classes, está e outras transformações tiraram o mundo feudal europeu do imobilismo no que favoreceu no aparecimento de cidades juntamente com o comércio que mesmo estando em seu inicio já demonstrava grande mudança social, comercio acontecia em pequenas vilas próximas a castelos ou outros lugares cercados de fortificação, eram feitas para a troca de produtos entre feudos e se tornaram costumeiras e depois permanentes que proporcionou o aparecimento de pequenos núcleos urbanos denominados “burgos”; a principio os senhores feudais se aproveitaram desse processo de mudança na sociedade feudal, com o crescimento da cidade houve um aumento dos tributos pagos pelos camponeses o que gerou o aumento da capacidade econômica.
Com as transformações a ordem feudal entrou em crise surgindo o grupo social da burguesia que modificou consideravelmente as relações entre rei e nobreza fazendo uma nova forma de organização social, nela a nobreza e o clero fora gradativamente perdendo o poder para a ascensão da burguesia que ajudou a acaba com os sistemas feudais.
A era medieval caracterizou-se politicamente pela descentralização do poder dos senhores feudais em um reino que a autoridade máxima era o rei que detinha controle soberano sobre seu próprio feudo e os demais, com a morte de parte da nobreza os feudos perdiam autoridade e poder que o rei tratou de absorve-lo para ele, com a descentralização do poder acabando a monarquia ia aumentando.
No século XVI começa a fase do absolutismo que é entendido pela não aceitação do rei da soberania parcelada comum no feudalismo, acreditava-se que somente ele poderia ser o chefe do Estado e senhor da nação, todos os poderesdeveriam ser concentrados na mão do rei, desde criação, execução e julgamento das leis, até o controle econômico e das forças militares, no início foi fortemente apoiado pela burguesia, pois o rei ao conceder vantagens econômicas, com isso conseguiu o apoio desta classe e, consequentemente, aumentou ainda mais o seu poder. A burguesia que o apoiava começou a perceber que a concentração de poderes na mão do soberano era prejudicial, a segurança inicialmente garantida pela unificação do poder passou a representar uma série de abusos. A burguesia passou a criticar e se organizar para formular uma nova concepção política e social, que se deu, principalmente, pelo movimento do iluminismo. O grande inimigo do iluminismo era a teologia, pois nele o rei era forte e de poderes ilimitados, além de ser visto como um representante de Deus na terra, a legitimação do Poder do rei advinha de Deus: omini potestas nisi a deo. 
Assim, revoltar-se contra o rei, equivalia a revoltar-se conta a vontade de Deus.
O pensamento iluminista sociológico tinha duas vertentes principais, uma surgiu com o intuito de acabar com o absolutismo e a outra visava impedir qualquer caráter contrário ao modelo de sociedade capitalista que era almejada.
Montesquieu, em verdade, não tratou dos fenômenos sociais em sua essência, mas apenas de um em particular, as leis. Aliás, quando utiliza a expressão “leis”, ele busca as origens da sociedade, os costumes, as regras e as diversas práticas sociais, isto é, ele trata de fenômenos sociais e não da vida dos indivíduos, tal qual inúmeros pensadores anteriormente fizeram. Ao analisar a história identificou as formas em que foram governadas e, então, as dividiu em três: a) a republicana (aristocrática e democrática); 
b) a monárquica; 
c) a despótica.
A república, portanto, vem do sentido grego, isto é, baseada em aspectos de virtude, na disposição nata para praticar uma política para o bem de todos ou, como a própria definição da palavra, para o “bem comum”, a “coisa pública”.
A forma monárquica, por sua vez, seria em certo aspecto o oposto da república, vez que o monarca (rei) comandaria a sociedade baseada somente em seu poder político, mas com uma legitimidade tradicional como a hereditariedade, ou seja, o poder era passado de pai para filho.
No Estado despótico o governante manteria seu poder pelo medo, o cidadão temeria o governante.
Resumindo o pensamento de Montesquieu, na República será virtude, na Monarquia a honra e no Despotismo o temor.
A teoria dos poderes tinha como ideia a clareza de que cada poder deveria exercer funções distintas e, ao mesmo tempo, fiscalizar e conter os demais pode ser atribuído a ele.
Neste contesto há a divisão dos poderes do Estado em três: 
a) Legislativo: que é encarregado de fazer as leis, alterá-las ou extingui-las; 
b) Executivo: que administra o Estado com fundamento nas leis criadas pelo Legislativo;
 c) Judiciário: que detém o poder de julgar os conflitos;
O governo só seria bom se estivesse sob o império da lei; que o governante que detém uma parcela significativa do poder, tenda a abusar dele; que um homem com poder só poder ser freado por outro que também detenha poder, para que um poder freie o outro é necessário que haja a divisão entre os poderes.
Montesquieu define a liberdade da seguinte forma (1996, p.166): 
É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer, mas a liberdade política não consiste em se fazer o que quer. Em um Estado, isto é, numa sociedade onde existem leis, a liberdade só pode consistir em poder fazer o que se deve querer e em não ser forçado a fazer o que não se tem o direito de querer. Deve-se ter em mente o que é a independência e o que é a liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; e se um cidadão pudesse fazer o que elas proíbem ele já não teria liberdade, porque os outros também teriam este poder.
O limite para o gozo da liberdade é a lei, o princípio da legalidade que garante segurança jurídica aos cidadãos, que limita o poder do Estado, tem como fundamento o pensamento iluminista deste filósofo.
Jean-Jacques Rousseau a vontade gera igualdade perante a lei.
Rousseau, ao elaborar a tese da vontade, afirma que o respeito pela autoridade do legislador era derivado de um certo espírito social, da vontade de todos.
Para Rousseau a sociedade e o Estado não devem ser expressão das vontades e interesses individuais, de um soberano absoluto, ou mesmo de uma classe burguesa que tenda a acumular o poder em suas mãos. Deve, então, encontrar a plenitude do que seja melhor para todos, garantindo o bem comum. A soberania política, portanto, pertence ao conjunto de membros da sociedade. Para garantir isto, Rousseau imaginou um corpo de cidadãos operando com uma unidade, prescrevendo leis de acordo com a vontade geral. Através da lei seria possível estabelecer uma igualdade entre os cidadãos. A igualdade de direitos e igualdade perante a lei: 
“o contrato social estabelece tal igualdade entre os cidadãos que todos eles se comprometem sob as mesmas condições e devem gozar dos mesmos direitos”
A finalidade última de toda legislação seria promover a liberdade e igualdade entre os homens.
A revolução industrial
O final do século XVIII e início do século XIX foi marcado por grandes transformações sociais. Esse conjunto de mudanças, ocorridas principalmente na Inglaterra e representado pelas transformações no modo de produção de mercadorias é conceituado pela historiografia como “Revolução Industrial”.
Houve um fato na primeira fase da revolução que foi a transformação nos modos de produção das mercadorias. Se a produção era artesanal houve uma concentração de artesãos em locais específicos facilitando o controle da matéria prima e as atividades por eles exercidas. Inaugurou, então, o sistema fabril. Esse sistema consistia na concentração dos trabalhadores nas fábricas.
A primeira fase da Revolução pode ser caracterizada com o surgimento de fabricas, a urbanização intensa, a mecanização industrial, a formação da classe proletária, a separação entre o capital e o trabalho, a divisão de classes sociais entre a “burguesia” e o “proletariado”, etc. 
Representou o triunfo da sociedade e indústria capitalista. Foi capitaneada pela classe burguesa que foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas de trabalho, convertendo as grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuídos.
A Revolução Francesa
É considerada entre os historiadores como o final da Era Moderna e início da Era contemporânea, o objetivo da Revolução de 1789 não era apenas mudar a estrutura do Estado, mas abolir radicalmente o antigo regime com todas as suas instituições tradicionais, costumes, leis e hábitos, e ao mesmo tempo promover profundas inovações na economia, na política, na vida cultura, etc. nestas circunstâncias de transformações que visavam inaugurar uma nova ordem política, jurídica e social, cabia aos pensadores da época com seus ideais iluministas de “igualdade, liberdade e fraternidade”, racionalizar sobre essa nova ordem e encontrar uma saída para a desordem então existente. Deveriam buscar, portanto, uma organização, um aperfeiçoamento, um arranjo social que visava o progresso.
Com essa característica de organização e reestruturação da sociedade em busca da preservação e triunfo da ordem capitalista, que se desenvolveu o positivismo, corrente científica que proporcionou o surgimento da Sociologia.
O que é positivismo?
Positivismo é polissêmico. Isto é, possui inúmeros significados.
Auguste Comte, foi um filósofo francês tido por fundador da Sociologia e do Positivismo, principalmente ao publicar as obras “Curso de Filosofia Positiva” e “Discurso Sobre o Espírito Positivo”. Comte rompeu definitivamente com as crenças religiosas e as ideias abstratas propagadas pelo iluminismo, e que marcaram o pensamento pré-sociológico.
O pensamento positivista comtiano é teleológico, isto é, acredita em um rumo na história humana, uma finalidade. Há, portanto, no pensamentocomtiano uma finalidade última, uma ideia de progresso na história, a qual começaria de um determinado ponto e caminharia, evoluiria para um fim, para um momento em que as sociedades chegariam a um estado de perfeição.
Comte propõe que se reconte a história a partir de três estados. São eles:
 a) 1º Estado - Teológico (“Religioso”) 
b) 2º Estado - Metafísico (“Filosófico”) 
c) 3º Estado - Positivo (“Científico”)
O primeiro estado o Teológico - não confundir com teleológico - representaria um pensamento mais primitivo, enquanto o último o Positivo incorporaria dados científicos e seria o ideal.
O Estado Metafísico, que é uma continuidade do estado teológico, mas em grau de abstração maior. Neste, os fenômenos não são mais explicados pela crença religiosa, mas por meio de forças ou entidades ocultas e abstratas, isto é, considera que existem forças naturais ou leis constantes que organizam e regem o mundo e a sociedade.
O Estado Positivo seria a compreensão do mundo, aqui, só seria possível a partir da ciência, da observação dos fatos. Inspirado na física, química e biologia, Comte buscou compreender as leis que regem os fenômenos sociais. Assim, se na física os cientistas buscam as fórmulas para conhecer as constantes da natureza, na sociologia positiva o cientista deveria buscar a estabilidade normativa de tudo aquilo que envolve a vida social humana.
Neste contexto, constata-se que a sociologia foi criada para estudar cientificamente os problemas da sociedade e resolvê-los. Ou seja, ao solucionar estes problemas sociais, seria garantida a ordem e, segundo os ideais positivistas, somente pela ordem seria possível o progresso. Esta ideia de progresso, inclusive, é o que leva Comte a considerar a Sociologia como a mais importante das ciências.
A estática social e a dinâmica social. A primeira tinha a finalidade de observar a sociedade através de fenômenos invariáveis. A segunda, por sua vez, trataria do progresso, das transformações e evoluções sociais, ou seja, das forças que determinam a mudança social.
No Brasil a doutrina positivista de Comte foi bastante importante, e influenciou inúmeras transformações na sociedade brasileira.
O movimento que proclamou a República em 1889, gravou na bandeira brasileira a expressão “ordem e progresso”, de nítida inspiração positivista. Isto é, o positivismo foi fundamental no Brasil, ora para justificar uma mudança de pensamento, ora para proporcionar alterações políticas, a crença no modelo positivista ainda é muito enraizada na cultura jurídica brasileira.
Émile Durkheim e a Consolidação da Sociologia
Para David Émile Durkheim a “Sociologia é o estudo dos fatos sociais”. São fatos sociais, a língua, o sistema financeiro, a religião, as leis, o Direito e uma infinidade de outros fenômenos com essas mesmas três características, outra característica são os conceitos de consciência (individual e coletiva) e solidariedade social.
Durkheim realizou a interpretação da sociedade e ao invés de procurar, analisar e compreender a origem dos conflitos sociais, ele se dedicou ao estudo da estabilidade social, assim, sua sociologia se desenvolveu nas reflexões sobre a autoridade, a norma, a coerção, tudo voltado para um sentido de compreensão da ordem social.
Para este pensador a sociedade deveria ser analisada a partir dos fatos sociais, ele delimita o fato social a partir de três elementos particulares que lhe são inerentes: 
a) coercitividade
 b) exterioridade
 c) generalidade
O primeiro - coercitividade - exerce sobre nós uma força repressiva imposta pelo social, obrigando-nos a comportamentos que não partem de nós como indivíduos.
O segundo - exterioridade - pressupõe que as regras, os valores, as normas de conduta, enfim, que elas já existam previamente ao indivíduo, isto é, são exteriores a ele.
A última característica é a generalidade, isso quer dizer que o fato social possui uma representatividade na sociedade. Todos se sentem envolvidos e integrantes de um corpo único, que segue os mesmos comportamentos.
Durkheim resume da seguinte forma: 
“É fato social toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente de suas manifestações individuais.”
Durkheim, além de Comte, também foi influenciado pelas lições de Charles Robert Darwin e Herbert Spencer e, assim, no mesmo sentido se valeu da biologia para analisar a sociedade. A sociedade para Durkheim e outros era vista como um complexo organismo vivo, com diversas partes servindo para diferentes finalidades seus estudos procuravam descobrir o que mantinha a sociedade coesa e garantia a ordem, o que mantinha esse “organismo” em funcionamento.
Durkheim explicou que os indivíduos possuíam duas consciências. Uma delas representada pelas vontades individuais, pela personalidade, e a outra, coletiva, na qual os comportamentos sociais influenciariam nas tomadas de decisões. Haveria, portanto, duas consciências:
 a) consciência individual
 b) consciência coletiva
A consciência coletiva prevaleceria sobre a individual, isto é, ela seria responsável por moldar nosso comportamento.
A solidariedade seria os laços que unem os membros da sociedade entre si e ao próprio grupo, a qual pode ser orgânica ou mecânica, de acordo com o tipo de sociedade, esta solidariedade não pode ser confundida com a ideia cristã de auxiliar o próximo.
A solidariedade mecânica é aquela que pode ser encontrada nas sociedades anteriores ao advento da Revolução Industrial e do capitalismo., não haviam complexas divisões de trabalho e os códigos de identificação social se davam diretamente por meio dos laços familiares, religiosos e tradicionais. Os membros da sociedade se reconheciam como semelhantes e afastavam o diferente do convívio social.
A consciência coletiva era responsável pela manutenção da coesão social, porquanto ela exerceria um forte poder de coerção sobre o indivíduo.
A solidariedade orgânica, por sua vez, é a encontrada nas sociedades em que há uma complexa divisão de trabalho, sendo, portanto, o oposto da mecânica. Nesses casos, há uma dependência mutua dos indivíduos que, ao mesmo tempo em que fortalecem, estreitam os laços sociais. Os indivíduos são mais dependentes uns dos outros.
São sociedades marcadas pelo forte divisão social do trabalho, sendo constituídas por atividades cada vez mais especializadas, se o indivíduo passa a maior parte do tempo se dedicando a uma atividade especializada, menos tempo ele terá para produzir sua comida ou suas roupas, por exemplo.
Surge, porém, um aparente conflito, pois quanto mais atividades especializadas são realizadas, mais as pessoas se enxergam como diferentes, a divisão social do trabalho, ao mesmo gera a diferenciação dos indivíduos, mas também a necessidade de integração entre eles.
Controle social, pode ser visto como algo que promove a integração dos fatos sociais, recorrendo, se necessário, à força física, são formas de controle social, a família, a religião, a escola, o Estado, o Direito.
Para Durkheim o Direito tem como objetivo assegurar a solidariedade impedindo que fatos contrários à coesão social fiquem impunes.
o Direito na primeira é essencialmente repressivo e, na segunda, restitutivo. Portanto, para Durkheim, temos:
 a) Solidariedade Mecânica - Direito Repressivo 
b) Solidariedade Orgânica - Direito Restitutivo
Solidariedade mecânica, na qual predomina a consciência coletiva, há uma unificação maior, pois, os vínculos se formam a partir de relações familiares.
Na solidariedade orgânica (mais complexa), por sua vez, não obstante haja o aparente conflito entre individualidades que reforçam as diferenças, há também a dependência do indivíduo com os demais, ou seja, há a necessidade das pessoas se relacionarem.
O Direito, nestes casos, não tem o objetivo de punir e excluir o diferente, mas sim restaurar as relações, nenhum direito é exclusivamente repressivoou restitutivo, ambos são aparentes nos dois tipos de sociedade. Porém, em determinada sociedade um prevalecerá sobre o outro, ao identificar o “tipo de direito” que predomina em uma sociedade, identifica-se o tipo de solidariedade existente. Se predomina o Direito Repressivo, uma maior quantidade de normas é mantida pela consciência coletiva, trata-se, então da solidariedade mecânica. Se predomina o Direito Restitutivo, uma menor quantidade de normas diz respeito à sociedade como um todo, então, será a solidariedade orgânica.
Um crime é um fato social, isto é, para Durkheim, um comportamento ilícito é uma ofensa à consciência coletiva e à coesão social, determinada conduta que era considerada como crime, num futuro poderá não ser mais, indicando a necessidade de mudança no sistema jurídico. Já houveram inúmeras condutas tidas por ilícitas que hoje não mais são, como o crime de adultério, ou até mesmo o casamento entre pessoas do mesmo sexo, dentre outras infinidades de transformações sociais, ou seja, as sociedades e seus direitos se transformaram, cabendo aos cientistas sociais a análise destes fenômenos.
A Contribuição de Karl Marx
Karl Marx foi um filósofo, sociólogo, economista, historiador, entre outras atividades, acompanhou a consolidação do capitalismo após as transformações geradas pelas Revoluções Industrial e Francesa, para ele, toda compreensão da sociedade é uma tomada de posição a seu respeito. O conhecimento, por sua vez, deveria impulsionar as mudanças sociais.
Marx foi fortemente influenciado pelos estudos de Hegel, principalmente pela dialética.
O método dialético é um método que começa pelo conflito, pois é uma compreensão que busca a contradição, os opostos, os interesses contrapostos, a exploração de um pelo outro, a dialética marxista vai ao fundo, vez que tenta alcançar as estruturas sociais da exploração, da injustiça, aquilo que o pensamento superficial não alcança. A análise da vida social deve, portanto, ser realizada através de uma perspectiva dialé- tica que, além de procurar estabelecer as leis de mudança que regem os fenômenos, esteja fundada no estudo dos fatos concretos, a fim de expor o movimento do real em seu conjunto.
Na linguagem dialética de Marx em cada conflito há uma tese e uma antítese, isto é, dois posicionamentos opostos, em luta, num processo de exploração.
Síntese, portanto, é a superação total dessa contradição, deste conflito. Representa o surgimento do novo. Para Marx, o método dialético não se pretende compreender as contradições da sociedade como se fossem eternas. Pelo contrário, as contradições são históricas, mutáveis, modificáveis de acordo com o momento e estrutura social em que se dão.
Para Marx as grandes contradições sociais são encontradas no nível produtivo da sociedade, nas relações de produção, isto é, na esfera que determina os produtores de riqueza e o modo como esta se dá. Assim, é fundamental conhecer os processos de produção.
A primeira forma de propriedade foi a tribal, na qual a população se alimentava basicamente da pesca e da caça. A produção não era desenvolvida e as propriedades eram formadas por grandes terras improdutivas. A estrutura social, consequentemente, se baseava na família e a divisão do trabalho se limitava a isso.
A segunda forma de propriedade foi a comunal, caracterizou-se pela reunião de tribos e formação de cidades, com uma divisão entre campo e cidade. A produção era com a propriedade privada coletiva. A dialética, nesta fase, se dá entre o senhor e o escravo, cuja dominação não depende de grande poder ideológico, mas sim de força bruta.
A terceira forma de propriedade foi a feudal. As cidades perderam sua importância e o campo voltou a ter relevância, pois a posse da terra que lhe garantia o poder. O trabalho escravo não aparece nesse sistema, mas surge a servidão. A divisão de trabalho se dava entre os senhores feudais e os camponeses que trabalhavam em glebas (*) de terras daqueles. A produção era irrisória e a indústria era representada pelo artesanato. No feudalismo, a dialética se dá na exploração entre o senhor e o servo.
Com a desintegração do sistema feudal surgiu o capitalismo, fase em que a divisão do trabalho se tornou complexa e, consequentemente, as relações entre os indivíduos também. Nesta fase, a burguesia tomou os meios de produção e impôs um sistema de explora- ção dos que nada tinham. Desta forma, tornou-se a classe dominante, isto é, a que determina como se dão as relações e os processos de produção. Assim, basicamente, após os períodos de escravidão e servidão, veio o trabalho o assalariado.
o capitalismo é assim não porque as leis são assim, ou porque os políticos querem ou, ainda, por fatores religiosos, mas sim, porque o modo de produção econômico é capitalista. Desta forma, na ótica marxista, é possível constatar a relevância da Sociologia, pois, o estudante de Direito deve compreender o direito e o todo, não somente as leis e os códigos, para o marxismo, se não houver grandes transformações nas relações de propriedade dos meios de produção, não haverá grandes transformações sociais.
que vem a ser classes sociais. Esta definição analisa o posicionamento de indivíduos que, agrupados, ocupam a mesma condição nas relações de produção. Esse posicionamento, ou situação de classe, determinaria a existência e a consciência do indivíduo e sua relação com o conjunto da sociedade.
Essa configuração básica de classes é, de um lado os proprietários, possuidores do meio de produção, de outro os que não possuem.
classe social, no contexto marxista, pode ser definida como profissões assemelhadas que se relacionam da mesma forma com a propriedade nos meios de produção de uma sociedade.
Marx afirmava que essas classes sociais sempre se enfrentaram e 
“mantiveram uma luta constante, velada umas vezes e noutra franca e aberta; luta que terminou sempre com a transformação revolucionária de toda a sociedade ou pelo colapso das classes em luta”
A luta de classes é o motor da história e para o materialismo histórico, esta luta de classes se relaciona diretamente com a mudança social, com a superação dialética das contradições existentes na sociedade.
O Direto, para Marx, só surgiu na sociedade capitalista. Evidente que nas sociedades pré-capitalistas existiam regras. Porém, para o autor, o direito nessas sociedades não passava de arranjos políticos, ou seja, o direito estruturado em instituições só se deu na sociedade capitalista.
Marx vê no capitalismo uma grande diferença, pois o Estado, através do Direito e dos seus instrumentos jurídicos, garantiria a relação de exploração. Pelo fato do Estado tratar todos os indivíduos como iguais (“todos são iguais perante a lei”), o contrato seria um instrumento jurídico de sujeitos livres, isto é, o capitalista e o trabalhador - que não pertencem a mesma classe social - manifestariam as suas vontades em um contrato e deveriam respeitá-lo, sob pena de sanções advindas do Direito. Para Marx o direito se insere em um contexto no qual o que prevalece é o conflito de interesses, a luta de classes. Com interesses de classes em disputa, o direito seria a regra de conduta coercitiva orientada pela classe dominante. Ou seja, o Direito seria um instrumento de dominação.
A Contribuição de Max Weber
Weber tinha paixão pela política, mas sempre deixou claro que não poderia haver uma relação entre o cientista - sociólogo - e o político. A separação entre ciência (o mundo do ser) e a política (o mundo do dever-ser), até mesmo na filosofia já encontrava suas críticas, seu ponto de partida era a análise dos atores (agentes) sociais e suas ações, privilegiando o papel das iniciativas individuais.
As ciências exatas partiriam da observação sensível, experimental, procurando obter dados mensuráveis e regularidades que conduzissem a leis de caráter matemático. Já as ciências humanas, por tratar dos fatos humanos, deveriam se valer de descrições qualitativas de tipos e formas fundamentais.
Weber desenvolveu um método que, para ele, a sociologia deveria seconstruir a partir da ação individual, concepção que ficou denominada de sociologia compreensiva, consiste em entender o sentido que as ações de um indivíduo contêm e não apenas o aspecto exterior dessas mesmas ações, captação de sentidos contidos nas ações humanas não poderia ser realizada por meio, exclusivamente, das metodologias das ciências naturais.
Ele não faz uma distinção extrema das ciências. Segundo ele, as considerações de que os fenômenos obedecem a uma regularidade causal envolve referência a um mesmo esquema lógico de prova, tanto nas ciências naturais quanto nas humanas. Porém, nesta última, haveria relações causais em termos de regras de probabilidades. Por isso, então, que seu método se vale da noção de tipos ideais. Tipos ideais são caricaturas do tipo individual, representam o exagero de características dos tipos individuais. São espécies de construção utópica com as variáveis mais sobressalentes de qualquer situação social, ou seja, uma construção hipotética para ver os aspectos mais preponderantes de um fenômeno social na sua totalidade.
Para Weber ação seria definida como conduta humana dotada de um significado subjetivo dado por quem a executa ou orienta essa ação. Quando essa orientação tem em vista a ação de outros agentes, como o público, a audiência, a família, etc., esta passa a ser definida como ação social.
Weber constrói tipos ideais de ação. São eles: 
a) racional;
 b) afetiva;
 c) tradicional;
Racional com relação aos fins, para atingir determinado objetivo previamente definido pelo agente, que se vale da adequação entre os instrumentos ou meios para obtenção desses objetivos, sendo estes avaliados segundo o seu ponto de vista.
Afetiva estaria relacionada aos afetos, ou desafetos, circunscritas, portanto, pertencentes a esfera dos sentimentos e não vinculadas aos fins, mas ao atendimento de desejos.
Tradicional, por sua vez, caracterizar-se-ia pela influencia no indivíduo dos costumes cristalizados em determinada sociedade.
Sustentam por condutas regulares ou constantes, o que caracteriza coletivamente tais condutas, uma conduta plural, reciprocamente orientada, dotada de conteúdos significativos que indicam certa probabilidade de que se agirá socialmente de certo modo, constituí o que Weber chama de relação social.
As relações sociais são fundamentais para a compreensão de uma análise sociológica nos moldes weberianos.
Weber não se vale do mesmo raciocínio de Karl Marx para análise do capitalismo. Weber, então, vê o capitalismo com uma forma de modernização e racionalização do mundo ocidental, em suma, seria a racionalização da vida prática. O capitalismo, portanto, seria a busca por um lucro permanente e renovado, meticulosamente calculado; o desenvolvimento de títulos negociáveis, representando a racionalização da especulação; e, ainda, uma constante corrida pela produtividade de uma empresa através do reinvestimento de seus lucros.
Pensamentos calvinistas fizeram com que Weber estabelecesse um modelo abstrato para analisar esse fenômeno social - capitalismo -, ou seja, um tipo ideal, que ele chamou de “espírito do capitalismo” e, assim, outros desdobramentos puderam ser identificados.
Além da análise capitalista e da influência da religião no seu desenvolvimento, a sociologia weberiana se preocupa com outra questão fundamental, qual seja, o estudo da persistência das relações sociais. Para Weber o que há entre um indivíduo e outro é uma luta, é conflito. A dominação é a base da compreensão social porque a sociedade é conflituosa, e por isso, provisória nos seus vínculos entre os indivíduos, o fundamento da organização social e verdadeiro problema sociológico encontra fundamento na dominação, na submissão de um grupo a um mandato. Isto é, quem domina quem.
Weber desenvolve suas reflexões sociológicas sobre o direito e constata que, há basicamente e historicamente três tipos de dominação. São elas: 
a) tradicional
 b) carismática 
c) legal/burocrática
A tradicional, se dá em virtude da crença na santidade das ordenações e dos poderes senhoriais há muito existentes
Na dominação carismática, dentre todas as formas de dominação é a mais frágil, pois depende do carisma do líder, da grande personalidade.
Dominação legal ou burocrática, que surge na Idade Moderna, nas sociedades capitalistas burguesas. Essa dominação se dá em virtude do estatuto.
O burocrata é um homem da forma, é o homem do procedimento, a dominação legal é sempre em virtude do estatuto, da lei.
A função do Estado, portanto, é a dominação. Sua definição seria a relação de dominação do homem pelo homem baseada no monopólio da violência.

Outros materiais

Outros materiais