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AULA 10 ESCLEROSE MÚLTIPLA final

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ESCLEROSE MÚLTIPLA
Prof. Ana Paula R. S. Zaconeta
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS....
não é uma doença mental.... 
não é contagiosa.....
não é suscetível de prevenção e não tem cura.....
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Conceito
É uma doença crônica, desmielinizante do sistema nervoso central, geralmente incapacitante. 
É uma doença imprevisível que varia grandemente de um indivíduo para outro em termos de apresentação clínica e gravidade dos sintomas apresentados.
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É uma doença que compromete a bainha de mielina do SNC, especialmente na substancia branca.
A bainha de mielina serve como isolante aumentando a velocidade de condução das fibras nervosas.
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ESCLEROSE MÚLTIPLA
O comprometimento da bainha de mielina torna a transmissão neural mais lenta e faz com que os nervos se fadiguem rapidamente. 
As áreas desmielinizadas eventualmente são preenchidas com astrócitos fibrosos e sofrem um processo chamado de gliose, que é à proliferação de tecido neuroglial dentro do SNC resultando em cicatrizes que são as placas escleróticas.
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Esclerose Múltipla
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ESCLEROSE MÚLTIPLA
Epidemiologia
300.000 portadores nos EUA
Segundo a ABEM existem 1000 portadores no Brasil.
É diagnosticada entre os 20-40 anos
85% ocorre entre os 15-50 anos
Predomínio em mulheres (2;1)
Rara em negros e comum entre brancos 
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ESCLEROSE MÚLTIPLA
Etiologia
Desconhecida
Autoimune: produzir anticorpos para matar um virus, mas este acaba atacando a bainha de mielina.
Vírus:uma infecção viral pode desencadear uma resposta autoimune.
Fatores genéticos:pelos casos que aparecem na família
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Curso da doença
Surto: aparece novos sintomas neurológicos ou piora os existentes por um tempo superior a 24 hs.
Remissão: tem a melhora dos sintomas com estabilização do quadro por pelo menos 5 dias.
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Identificam-se 3 cursos da EM
Curso remitente ou Clássica: onde os sintomas e sinais neurológicos são transitórios, sendo imprevisível o momento e a caracteristica do próximo surto. É mais comum.
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Curso Progressivo: onde os sintomas e sinais neurologicos instalados se intensificam, sem remissão. Os déficits podem aumentar a gravidade e novos sintomas ocorrem com a progressão lenta da doença. 
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Mista: é a combinação dos dois primeiros. Começa com o clássico, mas torna-se progressivo com remissões limitadas.
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Clássica
Progressiva
 Mista
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Formas Clínicas
Curso remitente/recorrente: adulto jovem, sinais e sintomas transitórios, sendo imprevisíveis o momento e a característica do próximo surto.
Curso Progressivo: após os 40 anos,sinais e sintomas neurológicos instalados se intensificam sem remissão, sendo o quadro neurológico mais sistematizado, geralmente com comprometimento motor.
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Manifestações Clínicas
Devido a grande variabilidade da localização anatômica, e da seqüência de tempo em que elas surgem, as manifestações clínicas da EM variam de um indivíduo para outro.
Os sintomas podem surgir rapidamente em poucas horas ou em dias/semanas.
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Comprometimento Sensorial:
Parestesias: sensação de formigamento, não apresenta dor.
Distúrbio na percepção de posição.
Dor (80%):
Disestesias: sensação de queimação, apresenta dor.
Hiperpatia>: hipersensibilidade a um estímulo mínimo
Neuralgia do trigemeo
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Comprometimento Visual:
Neurite óptica: inflamação do n. óptico
Escotoma: mancha escura no centro do campo visual
Nistagmo
Diplopia
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Comprometimentos Motores:
Fraqueza muscular
Espasticidade (90%)
Pode causar: dor, contraturas, posturas anormais
Fadiga
Sintomas cerebelares:
Ataxia
Dismetria
Disdiadococinesia
Tremor intencional
Desequilibrio
Vertigem
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Disartria
Fala escandida
Disfagia
Disfunção Cognitiva e Comportamental:
Déficit de memória, concentração e aprendizado.
Depressão
Síndrome de desregulação emocional
Disturbios afetivos bipolares
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Disfunção Vesical e Intestinal:
Incontinência urinária
Urgência urinária
Noctúria
Infecção urinária
Constipação
Disfunção sexual:
Secura vaginal e perda da libido
Impotência, dificuldade de ejacular e perda da libido
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ESCLEROSE MÚLTIPLA
Sensibilidade ao calor
“ O calor provoca freqüentemente uma piora passageira dos sintomas.”
“O aumento da temperatura corpórea da ordem de 9,5ºC pode estimular os sintomas do surto” 
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A multiplicidade de sinais e sintomas neurológicos deve ser observada à luz de duas possibilidades: 
Podem decorrer de múltiplas placas no SNC
Uma única placa situada estrategicamente.
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Prognóstico
A regra dos 5 anos (Kurtzke) é razoavelmente confiável: pacientes sem disfunção motora ou cerebelar maior após 5 anos provavelmente continuarão bem com 15 anos da doença.
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ESCLEROSE MÚLTIPLA
DIAGNÓSTICO
É necessário que haja história de pelo menos 02 crises com evidências de pelo menos duas lesões distintas. 
Exames Complementares:
Ressonância Magnética
Potencial Evocado
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Tratamento
Abordar o tratamento sobre 3 aspectos:
Tratamento do surto: a duração e gravidade, atuando na inflamação e no edema da bainha de mielina Corticoesteróides.
Prevenção de novos surtos: drogas imunomoduladoras.
Tratamento da progressão da doença: beta-interferon (infecção viral) e imunossupressores.
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TRATAMENTO NA EM
TRATAMENTO DE APOIO PARA ALIVIAR OS SINTOMAS:
Espasticidade = diazepan / toxina botulínica
Dor = carbamazepina, analgésicos
Complicações urinárias = antibióticos
Complicações instestinais = laxantes
Problemas Psicológicos = antidepressivos
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TRATAMENTO NA EM
ORIENTAÇÕES GERAIS
O paciente deve ser informado do diagnóstico para aceitá-lo. 
O pcte deve ser reavaliado em intervalos curtos para aconselhamento e apoio e, depois em intervalos regulares para se monitorar as possíveis complicações e avaliar a evolução.
Deve ser informado sobre sociedades de EM que fornece grupos de apoio.
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TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
O sucesso do tratamento não deve ser determinado pelo fato de o paciente melhorar ou não a sua atual deficiência, e sim favorecer ao paciente que ele atinja o melhor nível de atividade, relevante para seu modo de vida em cada estágio da doença.
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TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
	“A abordagem fisioterapêutica deve ser centrada no paciente, sendo que é ele quem assume um papel participativo atuante no tratamento. Isso inclui consulta-lo para a tomada de decisões e estabelecimento de metas conjuntas.”
 (CASH, 2000)
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TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
OBJETIVOS
Aumento da habilidade para realizar AVD´S
Redução do risco de comprometimentos secundários e surtos
Manutenção da integridade articular e mobilidade
Aumento da força muscular e resistência à fadiga
Melhora do controle postural
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Melhora da função motora
Diminuição da dor
Melhora da marcha, da locomoção e do equilíbrio
Melhora da capacidade aeróbica e resistência física
Incentivar o aprendizado de habilidade motoras
 Minimizar anormalidade do tônus muscular
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INTERVENÇÕES
Cuidados com a pele:
Pele mantida limpa e seca
Ser inspecionada regularmente
Roupas confortáveis
Mudar de posição
Colchões especiais 
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Dor:
Alongamento
Exercícios regulares
Massagem
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Espasticidade:
Tratamento Bobath
Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva
Crioterapia
Não fazer se o paciente estiver com alteração da sensibilidade
Alongamento
Deve ser feito lentamente para obter a amplitude desejada (30-60seg) permitindo que o musculo se ajuste à nova posição.
Músculos adutores de quadril, flexores plantares, isquiotibiais e flexores de quadril principalmente para cadeirantes.
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Fadiga:
Aprender novas maneiras de realizar uma tarefa de modo a conservar energia. Ex: fazer compras com um carrinho motorizado. 
Evitar aquecimento excessivo
O enfoque e a intensidade da terapia precisarão ser reajustados de acordo com as habilidades e necessidades específicas do paciente nomomento.
Realizar exercícios de intensidade baixa a moderada
Exercícios pela manhã
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Paresia:
Fortalecimento muscular: tentar manter a força nos músculos não afetados para compensar a perda de força em outros grupos musculares.
PNF
Exercicios resistidos progressivos e exercícios com carga
*Cuidado com a fadiga!!!
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Ataxia:
Promover a estabilidade postural
Conseguir controle estático em diversas posturas antigravitárias diferentes de sustentação de peso
Transição de movimentos funcionais
PNF
Promover equilíbrio
Variar a superfície
Variar os impulsos somatosensoriais
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Exercícios de Frenkel
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Hidroterapia
Controle postural estático e dinâmico
Melhora a força
Diminui a fatigabilidade muscular 
Aumenta a resistência cardiopulmonar
Temperatura no máx. até 28 graus.
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Treinamento funcional
Manter a independência
Melhorar o estado funcional
Utilizar dispositivos adaptativos:
Identificar quando um dispositivo é indicado
Assistir o paciente na aceitação e aprendizado de como usar o dispositivo antes que ocorra uma deterioração significante da função.
Carrinhos motorizados
Cadeira de rodas convencional (não é o ideal) e motorizada (mais caras)
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Dificuldades com a fala e com a alimentação:
Melhorar a posição sentada, o controle de cabeça e a coordenação oro-motora
Treinamento Cognitivo:
Utilizar agenda para lembrar das tarefas
Utilizar alarme para lebrar dos remédios, assim como um porta-remédios com horários anotados
Marcação do ambiente
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Questões Psicossociais
Viver com EM requer não apenas a aceitação inicial, mas também uma tremenda flexibilidade para lidar com essa falta de previsão sobre o futuro.
Os pacientes lidam com múltiplas perdas: perda das relações interpessoais, estado profissional, independência e habilidades para realizar as AVD´S, ficando assim dependentes de outras pessoas.
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Os profissionais devem ser sensíveis, acolhedores e positivos com respeito aos seus pacientes e conscientizá-los de que o tratamento pode ser benéfico.
Os profissionais devem ajudar o paciente e a família a compreender a doença, a importância das modificações no estilo de vida e da reabilitação
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FIM!!

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