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Revista Embalagem Marca 079 Marco 2006

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www.embalagemmarca.com.br
Veículo ideal para amostragem
esta edição até o 
final do ano, a cada 
mês os leitores rece-
berão EMBALAGEMMARCA 
acondicionada em enve-
lopes que, mais uma vez, 
materializam duas carac-
terísticas que contribuíram 
para sua consagração como 
melhor revista do setor no 
Brasil: inovação e criativi-
dade. Nesta oportunidade, 
serão apresentados quatro 
diferentes modelos de enve-
lopes, cada um dos quais 
será veiculado duas vezes, 
de forma alternada. 
Esta ação integrada visa 
evidenciar qualidades de 
materiais e serviços cuja 
convergência resultou num 
produto final com excelên-
cia de desempenho e perfei-
ta adequação para variadas 
alternativas de acondicio-
namento. Ao falarmos de 
integração queremos dizer 
ter sido fundamental para o 
êxito do trabalho a parceria 
de empresas que participa-
ram com o melhor de seus 
portfólios. São elas: Polo 
Films (filme de BOPP), 
Aquiléia (pré-impressão), 
Dann Group (tintas), Henkel 
(adesivos) e Arco Convert 
(impressão em rotogravura, 
com seis cores – quadri-
cromia, branco e prata). A 
criação dos envelopes ficou 
a cargo da agência de design 
Recriar.
Ao abrigar iniciativas deste 
gênero, EMBALAGEMMARCA 
procura sempre ir além dos 
meros objetivos comerciais. 
A rigor, ao mesmo tempo 
que ajuda a integrar par-
ceiros, com tais ações se 
transforma num veículo de 
amostragem de materiais, 
insumos e serviços. Na 
verdade, o meio revista é 
o único que permite fazer 
com eficácia esse tipo de 
ação. O que surpreende é 
que, antes do lançamento 
de EMBALAGEMMARCA, no 
Brasil essa era uma práti-
ca inexistente no segmento 
editorial dirigido à cadeia de 
embalagem. 
Até abril.
Esta ação integrada
visa evidenciar
qualidades de
materiais e serviços
que resultaram
num produto final
com perfeita
adequação
para variadas
alternativas de
acondicionamento
Wilson Palhares
D
Entrevista: Fábio Mestriner
e Lincoln Seragini
Presidente da Abre e um 
dos maiores especialistas 
em marcas criam curso na 
ESPM com o objetivo de criar 
gestores de embalagem
Rotulagem
Indústrias nacionais serão obriga-
das a informar nível de gordura 
trans nos rótulos de alimentos
Ponto-de-venda
Tecnologia européia desenvolve 
displays dobráveis, capazes de 
reduzir custos com montagem
Tecnologia
Kit de amostragem destaca 
frasco de cosmético com tampa 
que exala odor do produto
Limpeza Doméstica
Unilever lança Omo com toque 
de Comfort em embalagem que 
destaca as duas marcas líderes
Fechamentos
Tampa de borracha revestida 
com flúor propicia segurança
a medicamentos injetáveis
Plásticas
Garrafas de PET sem painéis 
de dilatação prometem agregar 
valor ao envase a quente de 
chás, sucos e isotônicos
Plásticas
Em vias de completar um ano 
no mercado, garrafa de PP de 
alta transparência faz sucesso
Etiquetas inteligentes:
Marcelo Pedroso
Gerente da IBM Business 
Consulting detalha pesquisa 
sobre RFID no Brasil
Conversão
Investimento em letterform 
design pode aliviar custos de 
impressão de embalagens
10
nº 79 • março 2006
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br
Reportagem
Flávio Palhares
flavio@embalagemmarca.com.br
Guilherme Kamio
guma@embalagemmarca.com.br
Leandro Haberli Silva
leandro@embalagemmarca.com.br
Livia Deorsola
redacao@embalagemmarca.com.br
Departamento de Arte
Carlos Gustavo Curado (Diretor de Arte)
arte@embalagemmarca.com.br
José Hiroshi Taniguti (Assistente)
Administração
Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
Eunice Fruet (Diretora Financeira)
Departamento Comercial
comercial@embalagemmarca.com.br
Karin Trojan
Wagner Ferreira
Circulação e Assinaturas
Marcella de Freitas Monteiro
Raquel V. Pereira
assinaturas@embalagemmarca.com.br
Assinatura anual: R$ 99,00
Público-Alvo
EM BA LA GEM MAR CA é di ri gi da a pro fis sio nais 
que ocu pam car gos de di re ção, ge rên cia 
e su per vi são em em pre sas integrantes da 
ca deia de em ba la gem. São profissionais 
envolvidos com o desenvolvimento de 
embalagens e com poder de decisão colo-
cados principalmente nas indústrias de bens 
de consumo, tais como alimentos, bebidas, 
cosméticos e medicamentos.
Filiada ao
Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466
EMBALAGEMMARCA é uma publicação 
mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo 
Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
Filiada à
www.embalagemmarca.com.br
O con teú do edi to rial de EM BA LA GEM MAR CA é 
res guar da do por di rei tos au to rais. Não é per-
mi ti da a re pro du ção de ma té rias edi to riais 
pu bli ca das nes ta re vis ta sem au to ri za ção 
da Blo co de Co mu ni ca ção Ltda. Opi niões 
ex pres sas em ma té rias as si na das não re fle-
tem ne ces sa ria men te a opi nião da re vis ta.
3 Editorial
 A essência da edição do mês, nas palavras do editor
58 Almanaque
 Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens
28
54 Conversão e Impressão
 Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens
32 Panorama
 Movimentação no mundo das embalagens e das marcas
5 Espaço Aberto
 Opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores
56
6 Display
 Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens
46
25
Índice de Anunciantes
Relação das empresas 
que veiculam peças 
publicitárias nesta edição
29
26
Reportagem de capa:
Molhos prontos
Molhos para saladas ainda 
podem investir em embalagens 
diferenciadas. Molhos de 
mesa começam a fazê-lo
18
27
36
50
42
MARGARINAS E SABONETES
Nossos cumprimentos pela repor-
tagem sobre embalagens para sabo-
netes, destacando a preferência pelo 
cartucho de papel cartão. Causou-nos 
surpresa, entretanto, o fato de não 
terem sido explorados outros aspec-
tos e diferenciais competitivos do 
material, como a otimização da área 
impressa, o empilhamento melhor no 
ponto-de-venda e a eficácia supe-
rior na proteção do produto, tanto na 
armazenagem quanto no transporte. 
Ademais, as embalagens de papel car-
tão são produzidas, em sua maioria, 
com elevado grau de matéria-prima 
reciclada (aparas), que reforçam a res-
ponsabilidade social e ambiental das 
empresas produtoras e usuárias.
Finalmente, a matéria omite que a 
marca líder desenvolveu sua produ-
ção de cartuchos no Brasil com papel 
cartão Ripasa, e com ele continua até 
os dias de hoje. A Ripasa foi pioneira 
no desenvolvimento de embalagens 
para sabonetes. Instalou em sua planta 
industrial uma extrusora para aplicação 
de PEBD em elevadas temperaturas, a 
qual constitui a mais eficiente barreira 
a umidade e vapor para este tipo de 
embalagem, impedindo a proliferação 
de fungos e alterações na qualidade do 
produto e da embalagem final.
Sergio Canela
Gerente de Marketing e Vendas
Fernanda Hassad
Analista de Produto e Mercado
Ripasa S.A. Celulose e Papel
São Paulo, SP
N. da R.: Por razões de espaço, a 
carta acima foi editada. Pode ser lida 
na íntegra em nosso site, na seção 
Espaço Aberto.
 Parabéns pela qualidade das maté-
rias e pelo layout da edição de feverei-
ro de EMBALAGEMMARCA. (nº 78). As 
reportagens sobre margarinas e sabo-
netes ficaram muito boas. Aproveito 
para lembrar que a Santher é grande 
fornecedora do papel para os “selos” 
utilizados no inte-
rior das embala-
gens de margari-
nas. Trata-se de 
um papel especial 
com determina-
das barreiras, 
que é convertido 
por outra empresa. Uma das marcas 
que o utiliza é a Qualy, da Sadia. 
Fabiana C. Della Piazza
Marketing 
Santher Specialty Papers
São Paulo, SP
 Gostaria de parabenizá-los pela 
matéria sobre o mercado de mar-
garina divulgada na edição de 
EMBALAGEMMARCA nº 78 (fevereiro 
de 2006). Faço um reparoquanto 
ao meu nome, nela mencionado, que 
aparece grafado errado. No mais, a 
matéria ficou muito boa.
Antonio Carlos S. Junior
Gerente Comercial
Poly-Vac S/A
São Paulo, SP
utilizados no inte-
rior das embala-
gens de margari-
nas. Trata-se de 
um papel especial 
por outra empresa. Uma das marcas 
6 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
Cresce linha de limpeza do Grupo Bertin
O Grupo Bertin, um dos maio-
res produtores de carnes do 
Brasil, investe, desta vez, na 
engorda de outra catego-
ria. Sua divisão de higiene 
e limpeza lança a linha de 
detergentes líquidos Lavarte 
em três versões – maçã, 
limão e neutro. O produto é 
acondicionado em frascos 
de 500 mililitros, produzidos 
internamente pela própria 
empresa em polietileno de 
alta densidade. A elabo-
ração do design ficou a 
cargo da agência Labcom, 
de Ribeirão Preto (SP), que 
optou por rótulos do tipo 
magazine, impressos em qua-
tro cores pela Teciclo e pela 
Ibagraf em papel couchê. 
Hikari lança salgadinho de trigo
A Hikari, que acaba de completar 
quarenta anos de atuação no seg-
mento de farináceos e especiarias, 
ingressa no mercado de snacks com 
o lançamento da linha de salgadi-
nhos de trigo prontos para consumo. 
“Optamos por esta nova linha para 
acompanhar uma tendência de mer-
cado cada vez mais voltada para 
produtos prontos e em embalagens 
práticas”, informa Luiz Kurita, diretor 
comercial da Hikari. A linha de salga-
dinhos Hikari é composta por quatro 
opções de sabores: Queijo, Salsa e 
Cebola, Churrasco e Pizza. Produzidos 
com farinha de trigo, os snacks são 
acondicionados em embalagens 
individuais de 60g de BOPP coextru-
dado, fornecidas pela Itaprint, que 
também criou o design. O vidro como
cartão postal
A fim de gerar impacto nas gôn-
dolas das seções de maionese, 
ao mesmo tempo explorando 
o apelo da reutilização de 
embalagens, a Bunge lançou 
uma edição limitada de sua 
marca Primor em potes de vidro 
decorados com serigrafia em 
duas cores. A série, denominada 
Postais do Brasil, destaca através 
da decoração das embalagens, 
concebida pela Pande, algumas 
imagens de cartões postais bra-
sileiros, como a Ópera de Arame 
de Curitiba, o Elevador Lacerda 
de Salvador e o Museu de Arte 
de São Paulo (MASP). Os potes 
são da Owens-Illinois do Brasil.
A Rezende, empresa mineira 
adquirida há sete anos pela Sadia, 
modernizou o visual de toda sua
linha de alimentos congelados, 
composta por mais de 100 itens. 
Sob o slogan “Casa gostosa tem 
esse sabor”, a maior reformula-
ção empreendida pela marca em 
44 anos de atividade privilegiou 
a adoção de cores mais vivas. A 
opção foi por padronizar os invó-
lucros, que passam a apresentar 
grafismos em branco e azul. A 
aposta da Team Créatif, agência 
francesa responsável pelo projeto, 
também inclui a logomarca, cujo 
símbolo passa 
a ser uma casa impressa sobre 
fundo azul e detalhes em amarelo, 
em substituição ao antigo painel 
cinza e vermelho. Outra novidade 
é a inclusão de receitas nas emba-
lagens, demanda identificada em 
pesquisas com consumidores. Os 
materiais dos recipientes variam 
entre embalagens flexíveis de polie-
tileno de baixa densidade forneci-
das pela Maxiplast e pela Incoplast, 
termoformados da Unipac e car-
tuchos de papel cartão impressos 
pela Brasilgráfica e Gráfica Estrela.
A Kory´s Produtos Alimentícios está 
abastecendo o mercado de food 
service com a nova sobremesa gela-
Mangas dentro e fora das taças
da Mister Mousse, feita à base de 
sorvete cremoso de manga. O pro-
jeto gráfico foi abraçado pela RNA 
Design, agência de Campinas (SP) 
que remodelou os antigos 
copos termoformados com 
impressão serigráfica. Agora a 
sobremesa é acondicionada em 
taças de polipropileno de 120 
mililitros fornecidas pela Sonoco 
For-Plas, com rótulo termoen-
colhível impresso em seis cores 
pela Italpack. Os selos metálicos 
que vedam as taças são forneci-
dos pela Emplal. 
Cores vivas e padronizadas
8 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
Kaiser Gold com 
praça ampliada
Comercializada desde 
1995 na região Sul, a 
cerveja premium Kaiser 
Gold agora chega a São 
Paulo e a toda região 
Sudeste. Segundo a 
Kaiser, o lançamento 
atende a pedidos de 
consumidores, que 
aumentaram devido aos 
resultados de um teste 
cego feito por jorna-
listas, que conside-
rou a Gold a melhor 
cerveja premium 
do país. O produto 
chega à nova praça 
nas versões garrafa 
de 600 mililitros e 
long neck de 355 
mililitros, ambas 
da Owens-Illinois 
do Brasil, decora-
das com rótulos da 
Dixie Toga. A con-
cepção gráfica dos 
rótulos é da agên-
cia Giovanni, FCB.
Visuais deixam fins claros
Chamex Colors, Chamex Toner Líquido 
e Chamex Super, três versões de papéis 
para escritório da International Paper, 
estão com apresentações renovadas. 
Desenhadas pela Portal Publicidade, as 
embalagens agora estampam ícones que 
ressaltam a finalidade do produto. No 
Chamex Toner, por exemplo, gotículas 
de tinta sobre folhas 
de papel comunicam 
a eficiência do produ-
to em aplicações com 
toner. 
Detentora do licencia-
mento da marca HP para 
papéis, a International 
Paper também renovou 
o layout dos envoltórios 
dessa linha, composta pelas 
variantes Office e Laserjet. Eles 
agora seguem o mais recente padrão 
visual adotado mundialmente pela 
empresa de tecnologia. “As especifi-
cações estão com fonte maior, o que 
facilita a leitura e a diferenciação 
entre os produtos”, explica Antonio 
Gimenez, diretor de marketing da IP. 
As embalagens de Chamex e HP são 
produzidas em papel laminado com 
BOPP pela Teruel (Papéis Amália).
Chopp, vinho e suco de uva de uma só vez
Na onda dos mix de bebidas 
com frutas, a Worldbev, produ-
tora das cervejas e refrigerantes 
Lecker há quarenta anos, lança 
Draft&Wine, mistura de chopp, 
vinho e suco de uva. O inusita-
do coquetel é distribuído em 
todo o Brasil em latas de aço da 
Cia. Metalic Nordeste, também 
responsável pela impressão dos 
rótulos, em off-set seis cores. 
O design foi elaborado pelo 
departamento de marketing 
da Worldbev. 
Bola de PET, a jogada da
Coca-Cola de olho na Copa
Maná para as promoções, a Copa do 
Mundo já começa a inspirar criativas 
edições limitadas de embalagens. 
Uma delas vem da Coca-Cola: uma 
garrafa inovadora, cujos contornos 
explicitam a ligação com o megae-
vento esportivo que acontecerá na 
Alemanha a partir de junho. Propalada 
como “Coca-Cola oficial da torcida”, 
a Copabola Coca-Cola consiste numa 
embalagem de PET de 400 mililitros 
com aparência de bola de futebol. 
“É uma embalagem com o formato 
da paixão nacional”, diz Mônica 
Horcades, diretora de 
marketing da Coca-Cola 
Brasil.
A garrafa esférica de Coca-Cola é 
um projeto mundial, sendo o Brasil 
um dos primeiros países a receber 
a novidade. Ela será comercializa-
da em supermercados, mercearias, 
padarias e bares das principais capi-
tais do país, numa ação que compre-
enderá 40 milhões de unidades até o 
fim do mês de junho. 
O desenvolvimento da Copabola 
brasileira partiu de um modelo do 
México, e reuniu esforços de pro-
fissionais da Coca-Cola Brasil e da 
Amcor PET Packaging. A pro-
dução da garrafa divide-
se entre a Amcor e a 
Engepack.
10 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
Meta: criar gestores 
de embalagem
entrevista >>> Fábio Mestriner e Lincoln Seragini
em designer, nem engenheiro. Um novo 
curso de especialização da ESPM (Escola 
Superior de Propaganda e Marketing) será 
lançado em São Paulo, em maio próximo, 
com a proposta de formar profissionais com 
know-how em gestão estratégica de embalagem. Classificada 
como pioneira no Brasil por seus criadores, a idéia visa melho-
rar a qualidade dos departamentos de gestão de embalagem 
das empresas usuárias. “Os poucos profissionais que atuam 
nessaárea não têm formação específica”, diz Lincoln Seragini, 
diretor da agência Seragini Farné, um dos maiores especialis-
tas em formação de marcas e ligado ao ensino de embalagem 
há quase trinta anos. Seu parceiro na criação do novo curso, 
Fábio Mestriner, é presidente da Abre (Associação Brasileira 
de Embalagem), diretor da Packing Design e Inteligência de 
Embalagem e foi um dos responsáveis pelo lançamento, quase 
dez anos atrás, do curso de design de embalagem da ESPM, 
hoje referência no assunto.
Denominado Curso Avançado de Administração de 
Embalagem, o programa tem carga horária de 360 horas/aula 
e duração de aproximadamente quinze meses. É destinado a 
profissionais que já atuam na cadeia de embalagem, e pretende 
preencher uma lacuna no setor. “Existem cursos de graduação 
e pós-graduação ligados a embalagem”, diz Mestriner, “mas 
nenhum tem a proposta de formar profissionais que saibam 
lidar com comunicação, marketing, design, gestão, enfim, 
todos os aspectos do gerenciamento de embalagens.”
Por ocasião do lançamento do curso, EMBALAGEMMARCA 
entrevistou os dois profissionais para saber das perspectivas 
dessa carreira no mercado brasileiro de embalagem. Mais que 
aspectos ligados ao novo programa de ensino, a conversa ren-
deu uma análise crítica de Mestriner e Seragini do papel dos 
profissionais que decidem sobre embalagem no Brasil. 
Qual o perfil do profissional que atua na área de gestão de 
embalagem no Brasil?
LINCOLN SERAGINI – Existe uma defasagem entre a 
importância da embalagem para as empresas, para a economia 
e para a sociedade e a qualidade da gestão da embalagem. 
Essa é uma das áreas mais atrasadas. Poucas 
empresas têm a função de gerente de embalagem 
no Brasil. Elas não só ganham mais dinheiro, 
como controlam melhor seus custos e aumentam 
o poder de competição da embalagem, man-
tendo-se atualizadas e aproveitando-se dessa 
complexa cadeia. 
Qual a formação desse profissional?
LS – Quem trabalha nessa área de gestão não 
tem formação específica. É um profissional 
híbrido. É um engenheiro de alimentos, um 
designer. Ele não tem uma formação especia-
lizada. A infra-estrutura da indústria de emba-
lagem é muito boa. Mas nosso ponto fraco é 
a gestão. Nem todas as empresas entenderam 
D
IV
U
LG
A
Ç
Ã
O
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Embalagem, o programa tem carga horária de 360 horas/aula Essa é uma das áreas mais atrasadas. Poucas 
empresas têm a função de gerente de embalagem 
no Brasil. Elas não só ganham mais dinheiro, 
como controlam melhor seus custos e aumentam 
o poder de competição da embalagem, man-
tendo-se atualizadas e aproveitando-se dessa 
complexa cadeia. 
Qual a formação desse profissional?
LS
tem formação específica. É um profissional 
híbrido. É um engenheiro de alimentos, um 
designer. Ele não tem uma formação especia-
lizada. A infra-estrutura da indústria de emba-
lagem é muito boa. Mas nosso ponto fraco é 
a gestão. Nem todas as empresas entenderam 
D
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Duas das maiores referências brasileiras em embalagens, o designer e presidente 
da Abre Fábio Mestriner e o consultor e designer Lincoln Seragini, explicam porque 
decidiram criar um novo curso de gestão estratégica de embalagem com o aval da ESPM
12 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
sos de embalagem precisam fazer essa interface com a área 
técnica. A embalagem funciona como ferramenta de marke-
ting e veículo de comunicação. Portanto, os novos gestores 
da embalagem vão ter que ser capazes de propor programas 
de utilização intensiva da embalagem como tal. No futuro só 
existirão embalagens com alguma ação promocional. 
Vocês estão pensando em criar um profis-
sional que não existe. Mas a função 
também não existe. Não seria necessá-
rio primeiro convencer as empresas da 
necessidade desse profissional? 
FM – De fato estamos fazendo algo 
revolucionário, a exemplo do que ocor-
reu quando a Bauhaus, na Alemanha, 
nos anos 20, criou sua escola de design 
para formar um novo profissional, o 
designer. Até então esse profissional 
não existia. Nem o conhecimento para 
formá-lo. Mas a necessidade desse pro-
fissional já existia. No nosso caso, a 
necessidade é gritante. Só que não existe 
a disciplina, tampouco a metodologia. 
Um dos objetivos do curso é formar a 
metodologia de gestão. A ESPM tem 
um exemplo bem sucedido nesse sen-
tido que é o curso de design, prestes 
a completar dez anos. Nesse curso foi 
desenvolvida e sistematizada a metodo-
logia do design de embalagem, que está 
publicada nos livros que escrevi, hoje 
adotados por mais de trinta universidades 
no Brasil. O precursor disso é o Lincoln, 
que está ligado à ESPM desde 1975. 
Nosso objetivo é fazer a mesma coisa 
com a gestão estratégica da embalagem: 
desenvolver uma metodologia para sub-
sidiar o trabalho desses profissionais e, 
ao mesmo tempo, abrir espaço para que 
eles atuem nas empresas. Esse curso é apoiado por um con-
junto de indústrias de embalagem: Owens-Illinois do Brasil, 
Suzano Petroquímica, Rigesa, Novelprint, Gegraf e Canguru 
Embalagens. 
Como funcionam hoje os departamentos de embalagem das 
empresas usuárias?
LS – Ao mesmo tempo que não existe esse modelo de gestão, 
muitas empresas têm a gerência de embalagem. Qual a dife-
rença? Geralmente, essas gerências são parciais, elas não têm 
domínio nem influência geral na decisão. O problema é que 
esse profissional não foi treinado para isso. Ele gerencia parte 
daquele tripé. O Brasil está atrasado nesse sentido. O design 
e a inovação são temas principais hoje. As grandes empresas 
o papel que a embalagem desempenha no seu negócio. Além 
de componente obrigatório do custo, ela influencia na venda. 
A evolução da embalagem está muito mais na conveniência e 
no impacto de prateleira, na estética. Na hierarquia da embala-
gem, primeiro estão os novos tipos de embalagem, que levam 
séculos para ser inventados. Depois vêm os materiais, também 
muito raros de serem renovados. Depois vem o processo. No 
quarto degrau já entram a estética e a 
comunicação. E o último é a conveni-
ência. Nos últimos anos, o design tem 
sido mais importante do que a tecno-
logia. Do ponto de vista de gerencia-
mento, a embalagem é órfã dentro 
das empresas. Não tem quem mande. 
Mesmo quem manda não tem pleno 
domínio. Só responde pela parte téc-
nica, mercadológica ou econômica. 
Não há um profissional que cuide 
da gestão dessas três áreas. Com 
isso, a empresa tira pouco proveito 
dessa equação. A embalagem é um 
componente do custo, mas nem 
sempre está claro quem define o 
nível de custo. O marketing apenas 
diz que o preço de venda do produto 
não pode passar de X. A embalagem 
influencia também na lucratividade. A 
questão é a seguinte: quem gerencia 
isso? Historicamente, o especialista 
de embalagem não tem influência na 
decisão final. Trata-se de uma lacuna. 
O gerente de embalagem é um mero 
executor. Esperamos que o curso seja 
capaz de preencher esse vazio, for-
mando profissionais especializados 
em gestão de embalagem. Mais de 
70% de todos os produtos comerciali-
zados no mundo têm embalagem. Se 
a empresa entender a contribuição da 
embalagem, para o bem e para o mal, ela vai buscar esse tipo 
de profissional.
Cursos como os oferecidos pela Escola de Engenharia Mauá, 
ou pela Anhembi Morumbi, para ficar em exemplos de São 
Paulo, não vinham preenchendo essa lacuna?
FÁBIO MESTRINER – Os outros cursos existentes não 
têm esse perfil, eles são mais voltados a técnicas. O curso da 
Mauá é de pós-graduação em engenharia de embalagem. Ele 
tem um módulo de design, mas é um curso técnico. Já o da 
Anhembi Morumbi é um curso de design. O conceito por trás 
do curso da ESPM é marketing, comunicação e administração. 
Buscamos reunir essas três especializações. Trouxemos ainda 
um módulo de tecnologia. As pessoas que vão gerir os proces-
entrevista>>> Fábio Mestriner e Lincoln Seragini
Vocês estão pensando em criar um profis-
sional que não existe. Mas a função 
também não existe. Não seria necessá-
rio primeiro convencer as empresas da 
necessidade desse profissional? 
FM
revolucionário, a exemplo do que ocor-
reu quando a Bauhaus, na Alemanha, 
nos anos 20, criou sua escola de design 
para formar um novo profissional, o 
designer. Até então esse profissional 
não existia. Nem o conhecimento para 
formá-lo. Mas a necessidade desse pro-
fissional já existia. No nosso caso, a 
necessidade é gritante. Só que não existe 
a disciplina, tampouco a metodologia. 
Um dos objetivos do curso é formar a 
muito raros de serem renovados. Depois vem o processo. No 
quarto degrau já entram a estética e a 
comunicação. E o último é a conveni-
ência. Nos últimos anos, o design tem 
sido mais importante do que a tecno-
logia. Do ponto de vista de gerencia-
mento, a embalagem é órfã dentro 
das empresas. Não tem quem mande. 
Mesmo quem manda não tem pleno 
domínio. Só responde pela parte téc-
nica, mercadológica ou econômica. 
Não há um profissional que cuide 
da gestão dessas três áreas. Com 
isso, a empresa tira pouco proveito 
dessa equação. A embalagem é um 
nível de custo. O marketing apenas 
“Nosso objetivo é desen-
volver uma metodologia 
para subsidiar o trabalho 
dos profissionais e, ao 
mesmo tempo, abrir 
espaço para que eles 
atuem nas empresas” 
Fábio Mestriner
14 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
de consumo do mundo estão implantando vice-presidências 
de design. A inovação do produto em si mesmo está se esgo-
tando. Mais do que recipiente, a embalagem é esse fator de 
diferenciação. Não é aceitável que, dentro desse contexto, no 
Brasil não se dê a devida importância estratégica para a gestão 
de embalagem. 
FM – A maioria das gerências de embalagem existentes nas 
empresas atua apenas no nível ope-
racional. 
Esse modelo de formação que vocês 
querem implantar já existe lá fora?
LS – Sim, já existe mestrado em ges-
tão de embalagem há muitos anos 
lá fora. Mas muitos dos avanços 
recentes estão ligados às escolas 
de design. Nesse curso haverá uma 
disciplina chamada design mana-
gement. Embalagem é um serviço 
ou uma indústria? Quem lidera as 
definições de embalagem? Qual a 
embalagem ideal para um produto 
ou uma empresa? Quem responde 
essa pergunta? Não é mais o marke-
ting. O design vai liderar o processo 
não só de concepção, mas de resolu-
ção de problemas. O designer é o pro-
fissional mais completo que existe. O 
engenheiro, por melhor que seja, é 
uni-direcionado para atividades pro-
dutivas, de qualidade. O marketing e 
o financeiro também são específicos. 
O profissional mais completo é o 
designer, no sentido de que ele é um 
integrador. 
FM – Apesar dessa colocação, não 
queremos causar rivalidade entre 
designers e engenheiros. Mas é ine-
gável que o designer está presente 
na relação de todos os componentes, isto é, o fabricante, a 
indústria usuária, o canal de distribuição e o consumidor. Ele é 
o elemento integrador. Por isso há oito anos existe um comitê 
de design na Abre cujo objetivo é promover a integração do 
setor com a indústria de embalagem. Há cinqüenta agências 
participando atualmente. No lado das indústrias, essa idéia de 
integração também não é nova. Prova disso é que o curso da 
ESPM terá um convênio com a Abre, através de seu comitê 
de educação. Esse tipo de parceria existe desde a gestão do 
Sérgio Haberfeld (ex-presidente da Abre). A indústria está pre-
ocupada em desenvolver o ensino de embalagem no Brasil. Os 
associados da Abre terão descontos nesse curso. A abre apóia 
não apenas esse curso, mas também os da Mauá, da FAAP, 
da Anhembi Morumbi, do IED (Istituto Europeo di Design) 
entrevista >>> Fábio Mestriner e Lincoln Seragini
e de outras entidades que promovem o ensino de embalagem 
no Brasil. 
LS – Vale lembrar também que o designer é o intérprete, 
mas ele não é treinado na tecnologia. Como ele pode pro-
jetar algo se não domina os limites e as tecnologias? Além 
da ferramenta técnica, é preciso ter a liderança da gestão, 
para não apenas otimizar o projeto, mas vender 
a decisão para a alta gestão. É um 
profissional precioso. As experiências 
de gerência de embalagem no Brasil 
são poucas, e merecem ser citadas. Eis 
alguns nomes de empresas: Procter & 
Gamble, Johnson & Johnson, Natura, 
O Boticário, Nestlé e Sadia. Estas já 
perceberam a importância da embala-
gem. Montaram uma equipe inteira que 
cuida da estrutura da embalagem, do 
custo, da fabricação e da especificação. 
Esses departamentos têm poderes deci-
sórios?
LS – Nem sempre. Até porque não se 
decide a respeito de uma embalagem 
com base apenas em informações sobre 
a estrutura de seu material. É preciso 
aprovar o conceito global da embalagem 
e otimizá-lo. O defeito que vejo na gestão 
atual é a falta de um profissional dentro 
dessas empresas com influência na tota-
lidade. Mesmo nas grandes empresas, 
não é o gerente de embalagem que define 
o design. Ao contrário. Ele vai ver se dá 
para fabricar, se o equipamento é bom, se 
rotula, se é possível manusear, transportar 
etc. Essa é a equação central do problema. 
A última geração é formada por profissio-
nais que lideram o todo, que dizem para a 
empresa o que a embalagem deveria ter. 
A carga horária do curso é de 360 horas/aula. Isso é suficiente 
para formar um profissional desses?
FM – Sim, desde que ele já tenha experiência e pré-requisitos. 
É preciso já ter formação universitária, ou, se não tiver, que ao 
menos já tenha trabalhado com embalagem. Os alunos serão 
selecionados. 
LS – Importante também é que esse profissional anseie, que 
queira ser gerente. Ele vai ser treinado para assumir liderança. 
Se isso não acontecer, não ofereceremos ao mercado o bene-
fício de estar treinando pessoas especiais. A função só será 
consagrada se a indústria entender e apoiar. Qualquer função 
precisa de apoio da alta direção. Faz falta no Brasil uma etapa 
preparatória para estudantes de administração e engenharia, 
empresas atua apenas no nível ope-
Esse modelo de formação que vocês 
querem implantar já existe lá fora?
 – Sim, já existe mestrado em ges-
tão de embalagem há muitos anos 
lá fora. Mas muitos dos avanços 
recentes estão ligados às escolas 
de design. Nesse curso haverá uma 
disciplina chamada design mana-
gement. Embalagem é um serviço 
ou uma indústria? Quem lidera as 
definições de embalagem? Qual a 
embalagem ideal para um produto 
essa pergunta? Não é mais o marke-
para não apenas otimizar o projeto, mas vender 
a decisão para a alta gestão. É um 
profissional precioso. As experiências 
de gerência de embalagem no Brasil 
são poucas, e merecem ser citadas. Eis 
alguns nomes de empresas: Procter & 
Gamble, Johnson & Johnson, Natura, 
O Boticário, Nestlé e Sadia. Estas já 
perceberam a importância da embala-
gem. Montaram uma equipe inteira que 
cuida da estrutura da embalagem, do 
custo, da fabricação e da especificação. 
Esses departamentos têm poderes deci-
sórios?
LS
decide a respeito de uma embalagem 
“O designer é o intérprete, 
mas ele não é treinado na 
tecnologia. Além da 
ferramenta técnica, é 
preciso ter liderança da 
gestão, para não apenas 
otimizar o projeto” 
Lincoln Seragini
16 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
Esse profissional tem a missão de ser completo. Qual o conhe-
cimento que ele teria dos diferentes materiais e processos 
industriais de produção?
LS – Para gerenciar um processo não é preciso ser especialis-
ta. A missão de um gerente é coordenar trabalhos de terceiros. 
Entender do maior para o menor. Dominar os fundamentos de 
compatibilidade química dos materiais, e também as regras 
econômicas. Antigamente as próprias indústrias usuárias 
tinham que fazer testes, pesquisaspara desenvolver novas 
idéias de embalagem. Isso está passando para os fornecedo-
res, que, para evoluir, também tiveram de aprender 
design, tomar a iniciativa de ofere-
cer idéias novas. A pressão de preço 
aumentou a busca por diferenciais. Aí 
os fornecedores passaram a oferecer ser-
viços. Mais uma razão para ter dentro da 
empresa usuária a figura do gestor.
FM – Teremos um módulo de tecnolo-
gia. A idéia é que o profissional não tenha 
conhecimentos profundos em todos os 
aspectos da embalagem, como tampa, 
rótulos, sistemas de transporte, mas saiba 
interagir com a indústria, obtendo o máxi-
mo que ela pode oferecer. Ele precisa ser 
capaz de desenvolver uma interlocução 
qualificada, inclusive com o engenheiro 
de embalagem, que não será substituído 
nem dispensado. 
Como surgiu a idéia do curso?
FM – Trabalho na ESPM há treze anos. 
Buscamos há certo tempo trazer para o 
Brasil um curso internacional de gestão 
estratégica do design. Esse projeto não 
saiu, mas continuamos trabalhando na 
idéia. Aí partimos para esse modelo.
Tem crescido o número de empresas 
que se propõem a prestar consultoria 
de embalagem. Esse é um mercado potencial para os futuros 
alunos?
LS – Sim. E é muito bom que isso ocorra, pois abre campo 
de trabalho. As agências não devem enxergar os consultores 
como uma ameaça. Há espaço para todos, e só assim o merca-
do de embalagem será capaz de evoluir e crescer ainda mais 
no Brasil. 
entrevista >>> Fábio Mestriner e Lincoln Seragini
por exemplo, entenderem a importância da embalagem no 
negócio. Historicamente a embalagem é vista como um custo, 
um mal necessário. A cultura das empresas valoriza o produ-
to. Pensa-se: “O produto eu faço, a embalagem eu compro 
de terceiros.” Ora, por que as grandes empresas não têm uma 
embalagem exclusiva, patenteada? Nenhuma empresa grande 
parte desse princípio. Latinhas de cerveja são todas iguais. 
Mas as empresas patenteiam o design gráfico. No lado estru-
tural, existe o eterno exemplo da garrafa da Coca-Cola...
FM – É verdade, a própria Nestlé 
patenteou a lata do Leite Moça.
LS – Há exemplos, mas são poucos. 
Cito outro. O Marlboro, quando nas-
ceu, patenteou a caixinha flip top. 
Ninguém pôde comprar. Hoje todo 
mundo usa, mas a exclusividade 
durou dez anos. Por causa disso, só 
disso, a marca ganhou a liderança 
mundial. Esse futuro gerente que 
nós queremos formar precisa ser 
subsidiado com ferramentas e argu-
mentos para conseguir alcançar a 
liderança. Não é um passe de mágica, 
é um processo. O mais importante é 
vender a idéia. Sem escola não nasce 
a função.
FM – Um médico consegue fazer uma 
cirurgia porque aprendeu os procedi-
mentos médicos. Daí a importância 
da metodologia sistematizada. Esse 
profissional novo não vai decidir tudo 
sozinho. Ele deve atuar junto com o 
pensamento estratégico da empresa. 
A dificuldade hoje é atuar no nível de 
decisão estratégica. É de se esperar 
que as decisões vão melhorar. É preci-
so ter poder de veto. Um dos módulos 
do curso é o design management, que 
será de responsabilidade de Ellen Kiss, que fez mestrado em 
design management na Inglaterra. O Lincoln falará sobre ino-
vação, tema em que é referência no mercado. Eu falarei sobre 
metodologia e fundamentos de design, além de uma disciplina 
nova, inteligência de embalagem. É uma metodologia em que 
são utilizadas ferramentas estratégicas para estabelecer um 
programa de embalagem na empresa. A idéia é que os alunos 
saibam montar e operacionalizar um programa de inteligência 
de embalagem na empresa. O design é uma dessas ferramen-
tas. O marketing e a comunicação, outra. Nesse campo, a 
ESPM tem um primeiríssimo time de professores. Buscamos 
formar pessoas que, além do conhecimento técnico das ferra-
mentas, tenham instrumentos de compreensão do consumidor, 
do varejo, do marketing e da comunicação. 
res, que, para evoluir, também tiveram de aprender 
design, tomar a iniciativa de ofere-
cer idéias novas. A pressão de preço 
aumentou a busca por diferenciais. Aí 
os fornecedores passaram a oferecer ser-
viços. Mais uma razão para ter dentro da 
empresa usuária a figura do gestor.
FM
gia. A idéia é que o profissional não tenha 
conhecimentos profundos em todos os 
aspectos da embalagem, como tampa, 
rótulos, sistemas de transporte, mas saiba 
interagir com a indústria, obtendo o máxi-
mo que ela pode oferecer. Ele precisa ser 
 – É verdade, a própria Nestlé 
 – Há exemplos, mas são poucos. 
Cito outro. O Marlboro, quando nas-
ceu, patenteou a caixinha flip top. 
Ninguém pôde comprar. Hoje todo 
mundo usa, mas a exclusividade 
durou dez anos. Por causa disso, só 
disso, a marca ganhou a liderança 
mundial. Esse futuro gerente que 
nós queremos formar precisa ser 
subsidiado com ferramentas e argu-
liderança. Não é um passe de mágica, 
“Esse futuro gerente que 
nós queremos formar 
precisa ser subsidiado 
de ferramentas e argu-
mentos para alcançar 
a liderança. Sem escola 
não nasce a função” 
Lincoln Seragini
Serviço:
Início das aulas: 3/5/2006
Carga Horária: 360 horas/aula
Duração: 15 meses
Mais informações: (11) 5081-8225 ou candidato@espn.com.br
reportagem de capa >>> molhos
Consolidado no país após oito anos, mercado de molhos prontos para 
saladas vive prenúncio de maiores investimentos em apresentação
Por Guilherme Kamio
Mais tempero à frente?
março 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 19
Mais tempero à frente?
efrigerante, margarina, sabão em 
pó. Produtos como esses, hoje tri-
viais na cesta de compras do brasi-
leiro, foram trazidos ao país pelas 
multinacionais e rapidamente se tornaram hits 
de consumo. Os molhos para saladas pare-
cem seguir essa carreira. Ano após ano, desde 
sua estréia nas gôndolas nacionais, cerca de 
oito anos atrás, essas misturas condimentadas 
ganham popularidade. Entre 2002 e 2004, por 
exemplo, o faturamento desse mercado saltou 
de 334 milhões de reais para 460 milhões 
de reais, aponta a mais recente leitura 
divulgada pela AC Nielsen. A verda-
de é que os salad dressings, como os 
molhos para saladas são conhecidos 
nos Estados Unidos, onde fazem tre-
mendo sucesso, atraem progressiva-
mente a atenção do ramo alimentício 
– e também do setor de embalagens.
pó. Produtos como esses, hoje tri-
multinacionais e rapidamente se tornaram hits 
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20 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
bém conta a favor do frasco de PET na área de 
molhos, somado ao seu custo atraente, “o fato 
de que nos últimos anos o setor de embalagens 
tem aperfeiçoado a construção de embalagens 
do material com notável squeezability” – a 
capacidade de o frasco dispensar o conteúdo ao 
ser apertado. 
Mesmo sem precisar romper com esses 
quesitos, porém, ainda nota-se hesitação em 
partir para projetos de embalagens exclusivas. 
Belizário, da Olveplast, situa que os formatos 
standard respondem pela grande maioria dos 
frascos escoados pela empresa às marcas de 
molhos para saladas. (A propósito, para dar 
conta de um salto na demanda pelos frascos 
para molhos, a Olveplast investiu meses atrás 
em ampliação do ferramental, agregando um 
novo molde ao seu parque). No entanto, o exe-
cutivo confirma já notar sinais de preocupação 
de alguns clientes em obter embalagens identi-
ficadas com suas marcas. 
Inovação em gotas
Um deles é a Castelo Alimentos, que ban-
cou o projeto de frascos para molhos com 
formato gotejado, sem ombros. Projeto que 
também denota uma preocupação em fugir da 
estandardização de embalagens de dressings 
é o dos frascos dos molhos Kenko, da Sakura 
Alimentos, que igualmente apresentam um per-
fil de gota. “Muitas vezes não vale se limitar a 
seguir as embalagens do líder”, comenta Salles, 
da Amcor PET Packaging, com propriedade 
Produtora dasembalagens dos molhos da 
Masterfoods (Uncle Ben’s), a PremiumPlastic 
é uma das fornecedoras atentas ao fenôme-
no. “A busca de conveniência na alimentação 
faz a categoria decolar”, avalia Gian Piero 
Bortone, gerente de vendas da transformadora. 
“O produto também vem sendo beneficiado 
pelo crescimento do mercado de consumidores 
single”, lembra Carlos Belizário Júnior, gerente 
industrial da Olveplast, de onde saem os frascos 
dos molhos de produtores como Cargill (Liza e 
Purilev), Castelo Alimentos e GL Laboratories. 
Consolidadas no Brasil, as gôndolas de molhos 
agora aguardam aquilo que é inevitável em 
qualquer segmento de largo consumo com 
ascendente disputa entre marcas: apresentações 
diferenciadas de produto.
Sucede que os molhos para saladas do 
mercado interno ainda utilizam embalagens 
bastante similares, dominadas pelo binômio 
frasco transparente de PET e tampa flip-top. De 
acordo com os fornecedores, trata-se de uma 
solução “redonda” para o produto, aclamada 
nos países de onde a mania dos dressings foi 
importada. Como o produto tem alto apelo 
visual, com condimentos coloridos dispersados 
em seu interior, e não é afetado violentamen-
te pelos raios ultravioleta, diferentemente de 
molhos como ketchup e mostarda, a embalagem 
transparente faz todo sentido. Segundo Rodolfo 
Salles, gerente de desenvolvimento e engenha-
ria da Amcor PET Packaging do Brasil, tam-
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APOSTA – PremiumPlastic 
acaba de inaugurar nova 
fábrica de olho na clientela 
em salad dressings
ASCENSÃO – Clientela 
da Olveplast cresce na 
área de molhos; frasco 
da Castelo (à dir. na foto) 
aposta no perfil de gota
22 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
(áreas de pega) diferentes”. Belizário, 
da Olveplast, propõe frascos com geo-
metrias alternativas, “porém sempre 
com respeito à ergonomia, fator cru-
cial para esse tipo de embalagem”. 
Uma amostra de como há espaço 
para se lançar embalagens inovadoras 
para molhos no Brasil é dada por um 
lançamento internacional. O produto 
em questão é um chutney da marca Sharwood’s, 
da fabricante inglesa Centura Foods. Seu frasco 
de PET de 322 mililitros, produzido pela RPC, 
grande fabricante européia de embalagens rígi-
das, tem orientação invertida. A tampa flip-top 
fica na base e o rótulo é aplicado seguindo a 
disposição de cabeça para baixo. “Queríamos 
algo insinuante, que apelasse ao consumidor 
de molhos, e conseguimos”, comenta Helen 
Williams, gerente da marca Sharwood’s. O 
certo é que, conforme o setor nacional de 
embalagens deixa claro, existem condições para 
inovar na apresentação de molhos para sala-
das. Elas estão à mesa. Caberá aos fabricantes 
decidir se valerá a pena dar maior tempero às 
prateleiras do produto.
Amcor PET Packaging
(11) 4589-8000
www.amcor.com
Olveplast
(11) 4191-8222
www.olveplast.com.br
PremiumPlastic
(11) 4655-1051
www.premiumplastic.net
RPC
www.rpc-group.com
Sart/Dreamaker
(11) 3887-4133
www.sart.com.br
(áreas de pega) diferentes”. Belizário, 
da Olveplast, propõe frascos com geo-
metrias alternativas, “porém sempre 
com respeito à ergonomia, fator cru-
cial para esse tipo de embalagem”. 
para se lançar embalagens inovadoras 
para molhos no Brasil é dada por um 
lançamento internacional. O produto 
em questão é um chutney da marca Sharwood’s, 
– a empresa fabrica os frascos da Sakura e os 
da poderosa família de molhos Hellmann’s, da 
Unilever, pioneira e líder do segmento no país. 
A Hellmann’s seria uma capitã natural de 
inovações em embalagem na área de molhos. 
Convém lembrar que a Unilever não titubeou 
em migrar as maioneses da mesma marca dos 
potes de vidro para o PET há cerca de dois 
anos. Só que a marca líder somente atualizou os 
shapes de seus frascos uma vez em oito anos. A 
prioridade tem sido os upgrades nos visuais dos 
rótulos, sendo que o último deles, no ano pas-
sado, ficou a cargo da agência Sart/Dreamaker. 
“A lógica de quem está na dianteira parece ser 
a de não mexer em time que está ganhando”, 
pondera um especialista em embalagens que 
pede para não ser identificado.
Do balcão da PremiumPlastic, que acaba de 
inaugurar uma nova fábrica com GMP próprio 
para o atendimento da indústria alimentícia, 
em Arujá (SP), o gerente de vendas Gian Piero 
Bortone informa que estão em curso “alguns 
projetos de frascos personalizados para esse 
segmento”. Atualmente, a empresa produz fras-
cos exclusivos somente para os dressings da 
Masterfoods. “Estamos dispostos a estudar for-
matos diferenciados para esse tipo de embala-
gem”, diz Bortone. Segundo ele, o crescimento 
do mercado implicará em desenvolvimentos de 
novos tamanhos de frascos, tanto menores – de 
olho nas pessoas que moram sozinhas – quanto 
maiores – para famílias com quatro ou mais 
integrantes.
Outros profis-
sionais até sugerem 
mudanças mais radi-
cais. “Impressões 
em serigrafia, como 
ocorre em frascos de 
xampus e cosméticos, 
poderiam ser inte-
ressantes para dife-
renciação de linhas 
de molhos”, sugere 
Salles, da Amcor PET 
Packaging. “Outras 
possibilidades são 
o uso de engravings 
(relevos) nas paredes 
da embalagem, conci-
liado com os rótulos, 
e projetos de grips 
TENDÊNCIA – Lá fora, chutney 
inova com base invertida
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DIANTEIRA – Amcor PET Packaging 
produz os frascos da líder Hellmann’s 
e da Sakura/Kenko (no destaque), 
uma das marcas que apostam na 
fuga dos frascos standard
24 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
lássicos dos balcões de pada-
ria e das mesas de bares, 
restaurantes e lares brasileiros, 
os molhos de mesa – pimenta, 
molho inglês, molho de alho – começam 
a atender a um clamor de boa parte de 
seus entusiastas: a substituição das tampas 
de rosca por mecanismos flip-top. Para o 
consumidor, a tampa basculante significa 
conveniência. É prática, não se perde e 
dispensa o uso da faca ou de outro ins-
trumento pontiagudo para o corte do 
batoque plástico que tradicionalmente 
conjuga-se à tampa de rosca. Em vez 
do batoque, as tampas flip-top que 
vêm sendo utilizadas pelos molhos de 
mesa utilizam um bico dosador, que 
controla o fluxo do produto. 
Uma das mais recentes adeptas 
das tampas flip-top nessa área é a 
Fuchs do Brasil, produtora dos molhos 
Jimmi. As peças são importadas de 
fornecedores alemães cujos nomes a 
empresa não revela. Segundo a Fuchs, a troca 
das tampas elevou as vendas, embora a empre-
sa também se esquive de detalhar números. “A 
flip-top permite a abertura dos frascos apenas 
com o polegar, enquanto a tampa de rosca 
requer o uso das duas mãos para abertura e 
fechamento”, lembra a gerente de marketing 
da companhia, Ana Lúcia Schledorn. “A pra-
ticidade é incomparável”. Clássico da Jimmi, 
o molho inglês foi o escolhido para estrear 
o novo fechamento. O sucesso trasladou a 
solução ao shoyu e aos molhos de alho e de 
pimenta, todos cativos dos frascos de vidro da 
Owens-Illinois do Brasil.
Conforme situa Luiz Adolfo Basqueira, 
diretor comercial da Jaguar Plásticos, umas 
das poucas empresas a fornecer tampas flip-
top para frascos de 150 mililitros no país, 
os dosadores possuem diâmetro calculado de 
acordo com a espessura do líquido, para que 
ele seja servido na medida exata. As medidas 
do orifício também levam em consideração o 
equilíbrio dimensional do frasco, de modo a 
reportagem de capa >>> molhos prontos
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Molhos de mesa investem em apelo prático com tampas flip-top
Fator polegar em alta
evitar que sobras do molho escorram quan-
do a embalagem volta à posição vertical, 
explica Ricardo Rodrigues, representante 
comercial do grupo. As tampas injetadas 
da Jaguar foram elaboradas paraa aplica-
ção em frascos de PET, mas podem ser 
usadas em recipientes de vidro, desde que 
a terminação do gargalo tenha as mesmas 
dimensões. 
A segurança também é um quesito 
avaliado pelos usuários na hora de 
levar adiante a substituição das tam-
pas de rosca pelas flip-top. Ocorre 
que alguns modelos destas últimas já 
incorporam um lacre protetor. Tome-se 
como exemplo a Sakura, cujas tampas 
flip-top recém-adotadas para a linha 
Kenko de molhos de mesa envasados 
em frascos de PET apresentam 
um anel rígido de segurança ao 
redor do fechamento. Os den-
tes que unem o lacre ao corpo 
da tampa são destacados no 
momento da abertura.
A substituição das tampas dos 
molhos Kenko foi realizada há cerca 
de um ano e baseou-se em extenso 
programa de pesquisas mercado-
lógicas e de desenvolvimento 
técnico, segundo afirma Henry 
Nakaya, gerente de marketing 
da companhia. “O resultado”, 
afirma o executivo, “foi a apro-
vação total por parte do consu-
midor, que informou sentir-se 
mais seguro. Isso se refletiu 
no aumento das vendas acima 
das expectativas da empresa”. 
Nakaya, no entanto, também 
mostra-se refratário a revelar 
dados de desempenho merca-
dológico e a identidade do forne-
cedor das flip-tops da Sakura. É um indício de 
como as tampas acionadas pelo polegar vêm 
sendo encaradas como ferramenta estratégica 
para aumentar vendas na categoria.
EM VOGA – Mais práticas 
que as de rosca, tampas 
flip-top começam a 
ser estrategicamente 
adotadas por marcas 
como Jimmi (à dir.) 
e Kenko (acima)
Jaguar Plásticos
(19) 3867-2831
www.jaguar.ind.br
Owens-Illinois do Brasil
(11) 6542-8000 
www.oidobrasil.com.br
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rotulagem >>> alimentos
Nível de gordura trans de alimentos deverá ser 
informado nas embalagens a partir de agosto
Para transmitir
uem avisa é a Anvisa, a autoridade máxima em 
vigilância sanitária no Brasil. A partir de agosto 
as embalagens das indústrias alimentícias terão 
de exibir a quantidade presente em seus produtos 
de gordura trans – ou ácido graxo transverso, substância que 
aumenta o nível do chamado colesterol ruim no organismo. A 
nova regra foi escrita pela Anvisa em conjunto com os órgãos 
competentes dos demais países do Mercosul, a fim de padro-
nizar a apresentação dos alimentos e facilitar seu trânsito no 
bloco geopolítico sul-americano.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que 
a gordura trans não ultrapasse 1% do consumo calórico diário. 
Essa informação, porém, dificilmente constará das tabelas 
nutricionais a serem adotadas pelos alimentos brasileiros. 
“Não podemos recomendar o consumo mínimo de uma coisa 
ruim como a gordura trans”, declarou a gerente de produtos 
especiais da Anvisa, Antonia Maria de Aquino, ao diário O 
Estado de S. Paulo. Segundo ela, diversas indústrias já ava-
liam seus produtos, para modificar embalagens e adaptar-se às 
novas regras da Anvisa. 
Ações de reforço do caráter informativo das embalagens 
têm gerado barulho mundo afora. O McDonald’s, por exemplo, 
já encampa uma política mundial de estampar informações 
nutricionais minuciosas em suas embalagens. Lançados em 
fevereiro, no início da vigésima edição dos Jogos Olímpicos de 
Inverno, em Turim, na Itália, os novos recipientes chegarão às 
20 000 unidades da rede até o fim de 2006. Um artigo recente 
da revista The Economist ventila que, com decisões desse tipo, 
empresas como o McDonald’s não apenas visam polir suas 
imagens, mas também garantir um “álibi” para possíveis que-
relas futuras com consumidores que alegarem prejuízos à saúde 
causados pela ingestão de seus gordurosos quitutes.
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CUIDADO – Novas embalagens do McDonald’s, com dados nutricionais, 
são apresentadas pelo presidente mundial da empresa, Mike Roberts, em 
Turim. Rigor informativo das embalagens também recrudesce no Brasil
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Anvisa: (61) 3448-1000 • www.anvisa.gov.br
oas novas para o merchandising 
em ponto-de-venda chegam do 
exterior, através de cartas. São 
os displays dobráveis e de fácil 
montagem Lamà, patenteados pela empresa 
francesa Marin’s. A grande cartada des-
ses expositores: desmontados, eles adqui-
rem tamanho reduzido, sendo guardados 
em envelopes. Assim, toda a sua logística, 
incluída aí a realocação em grandes espaços, 
como supermercados e megastores, é prática 
e simples. Segundo a fabricante, os displays 
Lamà reduzem de 20% a 30% os custos com 
transporte, além de garantirem economia 
em manuseio, armazenagem e montagem 
no PDV.
Quem recentemente aderiu aos displays 
Lamà foi a Colgate brasileira, para apre-
sentar sua linha infantil de escovas dentais. 
Literalmente de olho no crescimento do seu 
público-alvo, a Colgate optou por um mode-
lo de papelão com mais de 2 metros que traz, 
em uma das laterais, uma régua de 1,5 metro. 
Com ela, as crianças podem medir sua altura 
a cada ida ao supermercado. A estrutura é 
composta por 24 gancheiras, com capacida-
de para cinco escovas cada uma.
Os displays Lamà também estão atu-
almente espalhados por 1 350 agências do 
Unibanco, em projetos com janelas transpa-
rentes de PVC e dimensões de 1,90 metro 
de altura e 65 centímetros de largura. É 
esse formato, de acordo com José Cosme 
Fernandes, diretor da filial brasileira da 
Marin’s, o de maior saída no país. 
O executivo situa que os displays 
Lamà são impressos em até seis 
cores, em equipamentos da própria 
fornecedora, e contemplam uma 
série de modelos. Além das com 
gancheiras, existem versões com 
vitrine, prateleiras e mesas para 
degustação. Para este ano, está 
previsto o lançamento de novos 
displays com função de outdoor 
e versões de quatro faces.
marcas >>> ponto-de-venda
B
Agilidade e redução de custos são trunfos de novos displays dobráveis
Do envelope à exposição
26 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
GIGANTE – Colgate opta 
por modelo de display 
com 2 metros para 
apresentar sua linha 
de escovas infantis. A 
estrutura vem com uma 
régua para medir o 
tamanho dos pequenos 
consumidores 
Marin´s
(11) 4148-3008
www.marins.net
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tecnologia >>> higiene e beleza
Projeto mostra potencial das embalagens que 
exalam fragrância do cosmético acondicionado
Ao faro fino
aior sinestesia, ou seja, 
combinação de experi-
ências sensoriais, é algo 
que as indústrias de bens 
de largo consumo, principalmente 
de cosméticos, cada vez mais procu-
ram trabalhar em suas embalagens. A 
essas empresas, a química americana 
Eastman propõe uma interessante solu-
ção: recipientes produzidos com plás-
ticos de alto valor agregado contendo 
aromas encapsulados, que se dispersam 
no ambiente.
Um exemplo prático dessa possibili-
dade está sendo exibido num programa 
de amostragem da empresa, nomeado 
Material Difference. Nele, um pote de 
espessas paredes transparentes, mol-
dado por injeção e sopro com Glass 
Polymer, um grupo de termoplásticos 
que emulam propriedades visuais e 
táteis do vidro, acondiciona um creme 
com fragrâncias de chocolate, baunilha 
e laranja batizado com a marca fictícia 
Chocolatine. A tampa do pote emprega 
uma resina natural aromatizada (acetato 
de celulose), produzida com uma tec-
nologia de encapsulação que lhe con-
fere a mesma fragrância do produto 
M
Eastman
(11) 4506-1000
www.eastman.com.br.
DOCE – Tampas exalam 
odor de chocolate, o 
mesmo do conteúdo
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acondicionado. Além de atrair o olfato, 
o odor exalado, o mesmo do produto, 
desestimula violações da embalagem no 
ponto-de-venda. 
Segundo a Eastman, o Chocolatine 
demonstra como a sinergia de diferentes 
competências pode criar produtos ino-
vadores. O projeto só conseguiutomar 
forma graças a uma parceria entre a quí-
mica e a casa espanhola de fragrâncias 
Eurofragrance, a fabricante sul-coreana 
de embalagens para cosméticos EJ Pack 
e a americana Rotuba, produtora da 
linha Auracell de cápsulas de aroma. 
Conforme a Eastman sublinha, a amos-
tra “ilustra o potencial da encapsulação 
e a qualidade do Glass Polymer na pro-
dução de recipientes com paredes gros-
sas e geometria complexa. Informações 
sobre o programa de amostragem 
Material Difference podem ser aces-
sadas no Eastman Innovation Lab, um 
site criado pela química americana para 
estimular inovações em design (www.
innovationlab.eastman.com).
EJ Pack
www.ejpack.com
Rotuba
www.rotuba.com
28 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
a tentativa de jogar água fria sobre 
os concorrentes de um mercado 
aquecido, cujo faturamento foi de 
2,8 bilhões de reais em 2005, 
a Unilever decidiu apostar em um produto 
inovador unindo duas marcas líderes – Omo 
e Confort – em um mesmo detergente em 
pó. O crossover faz todo sentido. Segundo 
uma pesquisa realizada pela empresa, 56% 
das consumidoras de Omo também usam o 
amaciante Comfort. Outro fator embasa boas 
perspectivas para o produto: a combinação 
do sabão em pó Surf, de apelo popular, com 
o amaciante Fofo, lançada cerca de um ano 
atrás, é um sucesso. Já responde por 25% das 
vendas da marca Surf e alcançou cinco pontos 
de market share. 
Para a apresentação do novo Omo, foi 
necessária uma solução em embalagem que 
destacasse os dois componentes, porém 
dando mais ênfase ao sabão em pó, estrela 
principal da parceria. Os cartuchos de papel 
cartão “horizontalizados” da Dixie Toga, 
já utilizados em outros itens da linha Omo 
desde meados de 2005, foram os escolhidos. 
A caixinha bojuda, mais baixa e de maior 
comprimento lateral e maior profundida-
de, recebe impressão em rotogravura cinco 
cores com a marca Omo sublinhada pela 
palavra Confort em curvas “costuradas”, que 
buscam aludir à maciez. Um verniz especial 
na embalagem barra a umidade, evitando o 
endurecimento do pó. 
A novidade contraria a onda de estratégias 
de promoção do tipo “dois em um”. Andréa 
Salgueiro, diretora de marketing de higiene 
e limpeza da Unilever, explica que o intuito 
é incentivar a combinação das poderosas 
marcas na lavagem de roupas, tornando o 
casamento um sinônimo de máxima eficácia. 
Prova disso – e de que a multinacional não 
quer ver arrefecidas as vendas do amaciante –, 
paralelamente, a Unilever lança nova edição de 
Comfort, justamente com a mesma fragrância 
do detergente em pó (Aloe Vera) e uma peque-
marcas >>> limpeza doméstica
N
Cruzamento de Omo e Comfort é a nova tática da Unilever para 
se perpetuar na liderança em limpeza de roupas
Para amaciar a concorrência
na tarja na embalagem com a frase “recomen-
dado por Omo”. As garrafas de polietileno 
de alta densidade (PEAD), fornecidas pela 
Sinimplast, ganharam rótulos auto-adesivos 
impressos pela Prodesmaq em off-set cinco 
cores mais a aplicação de verniz UV. Assim 
como a combinação de Omo e Comfort, a nova 
embalagem do amaciante também foi desenha-
da pela Rex Design, que optou por repetir as 
linhas costuradas e os grafismos em forma de 
coração onde aparece o termo Aloe Vera. 
Foram investidos 15 milhões de reais no 
projeto do novo Omo, cuja divulgação segui-
rá a campanha “Porque se sujar faz bem”. 
Em busca de manter a liderança de mercado 
de 40,4%, segundo o instituto AC Nielsen, 
o novo item da marca irá disputar faixas de 
preço de cinco a seis reais, próximas ao emer-
gente concorrente Assim, da Assolan. 
Dixie Toga
(11) 6982-9497
www.dixietoga.com.br
Prodesmaq
(19) 3876-9300
www.prodesmaq.com.br 
Rex Design
(11) 3862-5121
www.rexnet.com.br
Sinimplast
(11) 3683-0137
www.sinimplast.com.br
DUPLA LIDERANÇA – Novo Omo com toque de Confort 
se vale de 56% das consumidoras que compartilham a 
preferência entre o sabão em pó e o amaciante
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março 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 29
em sempre as embalagens primárias 
são consideradas parte integrante 
dos medicamentos, e isso pode oca-
sionar sérios problemas. Veja-se o 
caso das tampas de borracha, largamente utili-
zadas nas embalagens de fármacos injetáveis. 
Reações químicas indesejáveis entre esses pro-
dutos e a fórmula do medicamento, vedação 
imprecisa e a fragmentação da borracha, liberan-
do partículas no produto, são exemplos de riscos 
aos quais as drogas ficam expostas quando 
estudos de sua compatibilidade com as tampas 
pecam em rigor. Só que nem sempre é possível 
estabelecer níveis de segurança nessa interação. 
Atenta a isso, a americana West Pharmaceutical 
Services, importante fornecedora de embalagens 
para a indústria farmacêutica, disponibiliza aos 
fechamentos >>> medicamentos
N
Tampa de borracha com flúor garante 
segurança de medicamentos injetáveis
Risco zero
FLÚOR – Tampas da West 
possuem revestimento 
fluoretado: segurança 
para fármacos injetáveis
seus clientes uma linha de tampas especiais.
Com a marca FluroTec, essas tampas de 
borracha possuem um filme de revestimento 
fluoretizado. “Esse revestimento proporciona 
uma barreira, evitando reações entre tampa e 
conteúdo que produzem os chamados extraíveis 
orgânicos e inorgânicos, substâncias indesejá-
veis para a droga, e minimiza a interação entre 
a droga e a tampa, mantendo a integridade do 
medicamento”, explica Vanessa Marks, analista 
de marketing da subsidiária brasileira da West. A 
West, através do seu Departamento de Suporte 
Técnico, avalia a necessidade ou não do uso dos 
revestimentos, bem como a melhor formulação 
de borracha para cada fármaco, levando em 
conta a fórmula do produto, seu processo de 
embalagem e sua forma de aplicação.
West Pharmaceutical Services
(11) 4055-6060
www.westpharma.com
DIVUL
GAÇÃ
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32 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
Ano pode ser melhor para o vidroGrande assédioEm fevereiro a Marca Brasil comple-
tou um ano registrando 1 045 pedidos 
de uso. Criada por órgãos governa-
mentais para identificar o turismo 
brasileiro no exterior, a marca pas-
sou a ser adotada em embalagens de 
produtos de exportação de empresas 
como Matte Leão, Nestlé e Carrefour. 
Promoções na Imaje
Marcio Caillaux assumiu a gerência 
operacional da fabricante de codifica-
doras Imaje Brasil. O profissional atua 
na área comercial da empresa desde 
1999. Por sua vez, Cláudia Pereira, 
responsável pela área de marketing 
da Imaje, assume também a gerência 
de marketing da América Latina.
Sacolas verdes em voga
Numa iniciativa apoiada pela prefeitu-
ra do Rio de Janeiro, a rede de super-
mercados Mundial começou a utilizar 
sacolas produzidas com plástico oxi-
biodegradável (de degradação acele-
rada). Outra ação com sacolas desse 
tipo foi encampada pelo Bradesco 
em praias espalhadas pelo Brasil. As 
duas embalagens têm a tecnologia 
D2W, da inglesa Symphony, licencia-
da no país pela RES Brasil. Já passam 
de sessenta os transformadores aptos 
a trabalhar com a tecnologia. 
Tudo sobre PVC na web
Com o objetivo de oferecer maior 
interatividade e mais informações 
técnicas e ambientais, o Instituto do 
PVC lançou o seu Portal do PVC na 
internet (www.portaldopvc.com.br). 
O portal é dotado de diferentes fer-
ramentas operacionais, de modo a 
facilitar a busca de informações pelos 
interessados. 
Risco nos carrinhos
Uma pesquisa realizada pelo Comitê 
de Proteção ao Consumidor da Coréia 
do Sul mostrou que carrinhos de 
supermercado são os objetos mais 
contaminados por bactérias entre os 
itens freqüentemente usados no dia-
a-dia. Em seguida vieram os mouses 
de cibercafés, as alças de ônibus e as 
maçanetas de banheiros públicos.
O segmento de embalagens res-
pondeu por 31,1% do faturamento 
das produtoras de vidroem 2005 
– ou 1,168 bilhão de reais –, conso-
lidando-se como principal negócio 
do setor. Tais dados constam do 
mais novo Anuário da Abividro 
– Associação Técnica Brasileira 
das Indústrias Automáticas do 
Vidro, que acaba de ser lançado. 
No capítulo sobre embalagens, 
o volume destaca cases aborda-
dos numa recente reportagem de 
EMBALAGEMMARCA (nº 75, novembro 
de 2005), como os novos potes 
das conservas Olé e do creme 
Nutella e as garrafas da cerve-
ja Bohemia Confraria e do rum 
Montilla. O presidente da entidade, 
Jean-Pierre Floris, visualiza um 
crescimento de 3% a 4% em 2006 
para o setor vidreiro. “A Copa do 
Mundo deve aquecer os negócios 
para os fabricantes de embalagens 
e de equipamentos para televisores”, 
aposta o executivo.
0800 7720 207 • www.abividro.org.br0800 7720 207 • www.abividro.org.br
Sigdopack quer ampliar a presença
Mais um sintoma do bom momen-
to para os filmes de polipropileno 
biorientado (BOPP) na América 
do Sul. A holding chilena Sigdo 
Koppers anunciou que sua sub-
sidiária Sigdopack irá construir 
uma nova planta desse material na 
Argentina, próxima a Buenos Aires. 
Com isso, a Sigdopack irá dobrar 
sua capacidade, hoje de 31 500 
toneladas anuais, baseada na pro-
dução de sua matriz de Santiago. 
O investimento na nova fábrica 
será de cerca de 50 milhões de 
dólares. Importados por algumas 
convertedoras nacionais, os filmes 
de BOPP da Sigdopack são utili-
zados por aqui principalmente no 
segmento de salgadinhos. 
www.sigdopack.cl
“Como já era previsto, nossa indústria não 
viveu uma situação confortável diante da série 
de dificuldades enfrentadas durante o ano de 
2005. Situação muito diferente de 2004, ano 
que foi excelente para o setor”
De Eli Kattan, presidente da Afipol – Associação Brasileira dos Produtores de Fibras 
Poliolefínicas. O setor faturou cerca de 700 milhões de reais em 2005. As produções de 
sacaria para açúcar, fertilizantes e rações caíram respectivamente, em unidades, 20%, 
21,7% e 13,4% comparadas às de 2004. Somente a sacaria para grãos, que representa 
apenas 4% do volume total da produção do setor, se destacou, registrando alta de 37,7%. 
Kattan estima que o setor irá crescer de 3% a 5% em volume em 2006.
34 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
Marcas fortes também influem em insumos. 
Quase cinco meses após ter adquirido o 
controle da Polibrasil, criando a Suzano 
Petroquímica, o Grupo Suzano anuncia que irá 
utilizar a marca PP-Polibrasil em seus negó-
cios. “O objetivo da ação é reforçar a comu-
nicação com os clientes, resgatando o antigo 
nome da companhia que durante décadas 
foi referência no mercado de polipropileno no 
Brasil e na América Latina”, explica o diretor-
superintendente da Suzano Petroquímica, José 
Ricardo Roriz Coelho. A companhia detém 
cerca de 45% de participação no mercado 
nacional de polipropileno e 500 clientes locais.
Retomada da referência
Papel cartão conquista Moscou
Maior cervejaria russa, a Baltika 
tornou-se cliente da Klabin. A 
indústria brasileira fornece as 
novas multipacks de papel cartão 
que a engarrafadora utiliza para 
comercializar quatro unidades de 
garrafas long neck. O leste europeu 
é uma região promissora para os 
negócios da Klabin. Lá, o conceito 
de multipack cartonada ainda é 
novo, assim como o formato long 
neck de garrafas de vidro (na foto 
ao lado). A mesma multipack da 
Baltika também é exportada para 
outros países europeus e para os 
Estados Unidos. 
Basf propõe espumas avançadas
Em vez das espumas de polies-
tireno expandido (EPS), que 
ela ajudou a difundir há quase 
cinqüenta anos com a célebre 
marca Isopor, a Basf agora quer 
popularizar uma outra solução 
para a produção de embala-
gens de transporte e proteção. 
Trata-se da Neopolen P, linha de 
espumas de polipropileno expan-
dido (EPP) que acaba de ganhar 
cinco novas variantes. Segundo 
a gigante química alemã, o 
material deriva em peças mais 
robustas e com melhor desem-
penho na absorção de choques 
que o EPS. Uma possibilida-
de de aplicação dos novos 
materiais, sugere a Basf, é a 
produção de embalagens de 
despacho para refeições com 
diferentes cores, identificando 
pratos frios e quentes. Enquanto 
aguardam utilizações em massa 
como embalagem, os novos 
grades do Neopolen P já come-
çam a ser utilizados na criação 
de brinquedos. É o caso de um 
conjunto de tijolos encaixáveis 
da alemã DVHV (veja a imagem 
abaixo).
www.basf.de/neopolen
Papel cartão conquista Moscou
garrafas long neck. O leste europeu 
negócios da Klabin. Lá, o conceito 
Olhos atentos a um 
mercado em expansão
A julgar pelos números divulgados pela 
Associação Brasileira da Indústria de Higiene 
Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), 
não é difícil descobrir para que ramo a indús-
tria de embalagens deve mirar seus esforços 
em 2006 se não quiser perder um bonde 
certeiro. Segundo a associação, 109 novas 
empresas foram criadas em 2005, todas 
devidamente autorizadas e regulamentadas 
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
– Anvisa. Esse número significou um aumento 
de 8,7% em relação ao ano anterior. Um dos 
destaques do crescimento é o Estado da 
Bahia, que viu sua indústria cosmética aumen-
tar em dezesseis empresas de 2003 até final 
de 2005. Para este ano, o cenário continua 
promissor. Segundo o presidente da Abihpec, 
João Carlos Basílio da Silva, os próximos obje-
tivos são combater a informalidade sanitária e 
garantir o tratamento adequado às pequenas 
e médias empresas do setor. “Por serem ágeis 
e dinâmicas, elas conseguem identificar nichos 
especiais, lançar produtos diferenciados e abrir 
novos mercados”, afirma ele.
www.abihpec.org.br
36 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
esquise-se, nas divisões de marke-
ting das indústrias de bebidas, a 
reputação das garrafas de PET 
para o envase a quente de chás, 
sucos e isotônicos. Seguramente pedras voarão 
sobre os chamados painéis de dilatação dessas 
embalagens. É compreensível. Tais painéis, 
esqueletos frisados ou estriados projetados nas 
paredes das garrafas, são vistos por muitos que 
cuidam da imagem dos produtos como um mal 
necessário. Ocorre que, se por um lado eles 
acomodam o vácuo formado quando o líquido 
acondicionado resfria e se contrai, evitando 
deformações da garrafa, por outro eles com-
plicam a rotulagem, embargam a ergonomia e 
cerceiam a liberdade de design da embalagem. 
Boas novas para os apedrejadores: garrafas de 
PET desprovidas dos painéis laterais começam 
a se difundir no exterior, e algumas delas já 
podem ser adquiridas aqui.
plásticas >>> bebidas
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Garrafas para envase a quente com paredes lisas, sem painéis de dilatação, 
prometem polir a imagem do PET nas gôndolas de sucos, chás e similares
Um novo trunfo na lisura
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Uma dessas garrafas libertas dos painéis, ou 
panel-less, na definição em inglês, é a PowerFlex, 
da Amcor PET Packaging, lançada em meados 
do ano passado. Em vez dos arcabouços laterais, 
é a sua base que absorve a distorção ocasionada 
pelo vácuo. Como um diafragma, a base con-
verge para o interior da garrafa à medida que o 
líquido resfria, ganhando o formato de um cone 
invertido. As primeiras utilizações da nova garra-
fa aconteceram nos Estados Unidos, no segundo 
semestre de 2005, com uma família de chás 
prontos da Tradewinds Tea e com águas com 
sabores da marca Trinity Springs.
Rodolfo Salles, gerente de desenvolvimento 
e engenharia da subsidiária brasileira da Amcor 
PET Packaging, situa que um trabalho de apre-
sentação da PowerFlex ao setor nacional de 
bebidas já se encontra em curso. “A atenção 
despertada por essa embalagem é enorme”, relata 
o executivo. De acordo com ele, a PowerFlex 
PIONEIROS – Chás prontos Tradewinds estão 
entre os primeiros clientes da garrafasem 
painéis PowerFlex, da Amcor PET Packaging
38 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
pode rodar nas mesmas linhas de envase a quen-
te das garrafas contendo painéis, e também nas 
linhas de enchimento para vidro, com mínima ou 
nenhuma alteração de configurações.
Atividade é da base
Sob o nome comercial ATP (sigla para Active 
Transverse Panel, ou “Painel Transverso Ativo”, 
numa tradução livre do inglês), outra garrafa de 
PET para hot-fill sem painéis laterais é destacada 
pela americana Graham Packaging. A empresa 
brande o pioneirismo na área, tendo lançado ofi-
cialmente sua embalagem em agosto de 2004, e 
também vantagens de custo em relação à concor-
rência. “Nossas garrafas ATP são as mais leves 
do mercado”, afirma John Denner, diretor de 
serviços globais de desenvolvimento da matriz 
da Graham Packaging. Conforme ele explica, a 
ATP funciona a partir de mecânica similar à da 
PowerFlex, cabendo à base da garrafa o papel 
ativo na absorção do vácuo. Por ora, a principal 
usuária da ATP é a produtora americana de chás 
prontos Honest Tea.
Com uma operação brasileira hoje mais 
focada na produção de embalagens para óleos 
automotivos, alimentos, defensivos agrícolas e 
cosméticos, a Graham se aquece para investir 
sobre as bebidas nacionais cativas do enchi-
mento a quente. “Queremos expandir negó-
cios entre os engarrafadores brasileiros e nossa 
garrafa ATP está à disposição deles”, contou a 
EMBALAGEMMARCA o americano Paul Young, 
vice-presidente de negócios em PET da Graham 
Packaging. “De início, as embalagens poderão 
ser fornecidas via importações. Com massa críti-
ca, nossa planta brasileira passaria a fabricá-las.”
Inicialmente, as proponentes das garrafas 
sem painéis miram as linhas de chás, sucos e 
outras bebidas apelativas à saúde posicionadas 
em faixas premium. No raciocínio do americano 
David Andison, vice-presidente de estratégias 
de mercado da Amcor PET Packaging, “mui-
tas marcas adotaram só vidro por não terem 
encontrado uma solução em PET que conjugasse 
envase a quente com nobreza estética”. Para ele, 
as garrafas panel-less irão virar esse jogo. Nesse 
ponto, John Denner, da Graham Packaging, 
lembra que as paredes lisas das novas garrafas 
de PET permitem decorações com rótulos auto-
adesivos ou termoencolhíveis sem riscos dos 
enrugamentos associados aos painéis. “Ademais, 
o PET abate custos de frete e é inquebrável, 
podendo sofrer grandes empilhamentos e explo-
rar canais em que o vidro encontra restrições, 
como casas noturnas.”
DISPONIBILIDADE 
Também sem 
painéis de 
dilatação, 
garrafas ATP 
da Graham 
Packaging, como 
as dos chás 
americanos 
Honest Tea, já 
estão ao alcance 
das indústrias 
nacionais
FONTE – PowerFlex
também foi adotada 
para águas com sabor 
da Trinity Springs
Amcor PET Packaging
(11) 4589-3000
www.amcor.com
Graham Packaging
(11) 3901-7900
www.grahampackaging.com
CONGRAF
CONGRAF
42 >>> EmbalagemMarca >>> março 2006
Braskem
(11) 3443-9999
www.braskem.com.br
Milliken
(11) 3043-7170
www.clearpp.com
Packpet
(11) 4198-7750
www.packpet.com.br
Sidel
(11) 3783-8800
www.sidel.com
m vias de completar seu primeiro aniversá-
rio, a garrafa de polipropileno (PP) de alta 
transparência produzida pela Packpet, pioneira 
mundial na sua fabricação em escala pelo 
processo de injeção, estiramento e sopro – conhecido pela 
sigla em inglês ISBM – engatou marcha rápida no mer-
cado de bebidas. Conforme situa Vitor Garcia, diretor da 
transformadora, a nova embalagem de PP já atende a mais 
de quinze clientes nos ramos de refrescos, bebidas mistas 
e repositores energéticos. “Assim como outros segmentos, 
esse mercado também tem necessidade de embalagens 
transparentes em resposta à demanda do consumidor”, 
pondera o dirigente.
Desenvolvida com investimentos de um tripé com-
pletado pela petroquímica Braskem e pela fabricante 
de aditivos químicos Milliken, e com a participação da 
produtora de máquinas Sidel, a garrafa veio bem a calhar 
para o quadro brasileiro, em que a maior parte das peque-
nas e médias engarrafadoras de refrescos, alicerçada em 
produção de menor escala, tinha dificuldade de diferen-
ciação com custo competitivo. “A garrafa transparente de 
PP permite que essas marcas aumentem sua percepção de 
valor, e isso é notado pelo consumidor”, defende Garcia. 
“Ademais”, ele frisa, “no processo de produção ISBM o 
gargalo é injetado, permitindo um tamponamento perfeito, 
sem vazamentos e sem necessidade de uso de selos de 
vedação, refletindo de um lado redução de custos e de 
outro maior confiabilidade perante o consumidor”.
Para aplicações mais sofisticadas, a embalagem de PP 
suporta envase a quente, a temperaturas de até 95º C, desde 
que o design seja adequado, com a utilização de painéis de 
dilatação (veja reportagem na pág. 36). Adorado por ameri-
canos e europeus, o envase a quente de bebidas em embala-
gens plásticas, principalmente garrafas de PET, ainda possui 
uma base usuária seleta no Brasil. “Em relação ao PET a 
nossa garrafa só perde em propriedades de barreira a gases, 
porém permite uma redução significativa de peso graças 
à superior resistência do PP à alta temperatura”, explica 
Garcia, sem perder de vista o potencial do envase a quente 
no aquecido mercado nacional de bebidas, cada vez mais 
favorável a produtos apelativos à vida saudável.
plásticas >>> sucos e chás
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Em um ano, garrafa de PP de alta transparência conquista produtores 
pequenos e médios de refrescos ao aliar vantagens de custo e de imagem
Rápida popularidade
FORÇA - 
GuaraPower é 
uma das mais 
de quinze 
bebidas que 
adotaram a 
garrafa de PP 
da Packpet
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lobalizar, mas com um olhar regio-
nal. Esse desafio permanente para 
as multinacionais acaba de inspi-
rar uma solução apaziguadora da 
Coca-Cola. Para promover a nacionalização da 
sua grife mundial Minute Maid, um bastião da 
categoria de sucos prontos para beber, com 59 
anos, a gigante americana decidiu mesclá-la à 
brasileiríssima Sucos Mais, que ela adquirira 
em agosto do ano passado, criando assim a 
linha Minute Maid Mais. A nova marca come-
çou a aportar no varejo em fevereiro.
De acordo com Sandor Hagen, diretor de 
novos produtos da Coca-Cola Brasil, a inclusão 
dos sucos Mais sob o chapéu da Minute Maid 
irá alinhar ainda mais o portfólio brasileiro 
da companhia ao seu padrão internacional, 
permitindo maior sinergia com outros países e 
economia de escala em promoções e marketing. 
“Ao mesmo tempo, a marca Mais, um caso de 
sucesso no Brasil, continuará na memória dos 
consumidores”, afirma o executivo. A princí-
pio, a Minute Maid Mais preservará o mix de 
embalagens dos Sucos Mais, composto por 
caixinhas Tetra Brik Aseptic de 200 mililitros 
e de 1 litro da Tetra Pak, latinhas de alumínio 
marcas >>> sucos prontos
Tutelando linha Mais, Minute Maid, referência mundial em sucos, chega ao Brasil
Uma grife global à Mais
 D
IV
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LG
A
Ç
Ã
O
Ana Couto Branding & Design
(21) 3205-9970
www.anacouto.com
Owens-Illinois do Brasil
(11) 6542-8000
www.oidobrasil.com.br
Rexam
(21) 3231-3300
www.rexamcan.com.br
Tetra Pak
(11) 5501-3200
www.tetrapak.com.br
CARTÃO DE VISITA 
Caixinha Tetra Brik 
Aseptic é um dos 
suportes da Minute Maid 
Mais. Latinha e garrafa 
de vidro são os outros
G
de 355 mililitros da Rexam e garrafa de vidro 
one way de 250 mililitros da Owens-Illinois do 
Brasil. “As embalagens, porém, agora apresen-
tam um visual mais moderno, graças ao novo 
grafismo”, defende Hagen, aludindo ao trabalho 
de design coordenado pelo escritório Ana Couto 
Branding & Design.
A chegada da Minute Maid passa recibo do 
desejo da Coca-Cola de faturar mais no mer-
cado de bebidas não-carbonatadas

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