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Vladimir Correia conceito classificacao 1

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Conceito e Classificação das Constituições 
1. Conceito: é o ramo do direito que tem por objeto o estudo das normas fundamentais e 
supremas de um Estado. Outrossim, é considerado um direito público, que serve para 
organizar e limitar o poder do Estado. 
 
1.2. Conceito Sociológico (Lassale): é a soma dos fatores reais de poder, ou seja, é um 
fenômeno social, real e efetivo, existe no mundo do ser. Não está no mundo das ideias. 
Assim, deve-se diferenciar a Constituição Real da Constituição da Folha de Papel, a escrita, 
pois a primeira é a que existe realmente, em razão de ser o reflexo atual da sociedade, em 
detrimento da Constituição de Papel, a qual não representa de forma efetiva a sociedade. 
 
1.3. Conceito Político (Carl Schimitt): é um ato, uma decisão política fundamental. A 
Constituição é um fruto da vontade da decisão do povo, do titular do poder constitucional. 
Para ser constituição não basta ser somente a manifestação da vontade, este deve vincular 
o conteúdo de valores mais importantes do Estado. Schimitt é responsável pela 
diferenciação da Constituição no sentido material (decisão, manifestação da decisão do 
povo, em relação ao conteúdo, de matéria fundamental no Estado: estrutura e 
organização do Estado, limitação do Poder e os direitos e garantias fundamentais) da 
Constituição no sentido formal (decisão que não trata de matéria fundamental, essencial 
do Estado. Em razão disso, não são efetivamente de constituição, são somente leis 
constitucionais). 
 
1.4. Conceito Jurídico (Hans Kelsen): é uma norma jurídica,um dever ser. É dividido em 2 
espécies: 
 
I. Sentido jurídico-positivo: o direito é um fenômeno e deve ser analisado de 
maneira apartada das demais ciências. É estruturado por uma pirâmide 
hierarquizada, no ato que se fundamenta na lei que, por sua vez, se fundamenta 
na Constituição, a qual se apresenta no ápice da pirâmide, fundamentando a 
validade do ordenamento jurídico de forma expressa. 
 
II. Sentido lógico-jurídico: a Constituição é a norma fundamental hipotética que 
fundamenta tudo. Não é posta, e sim pressuposta. É uma ideia, que serve de 
limitação a algo que está além da norma jurídica expressa. 
 
2. Classificação das Constituições: 
 
2.1. Quanto à origem: 
 
· Promulgadas (democráticas ou populares): são frutos de uma assembleia 
constituinte, criadas através dos representantes do povo. São 
constituições que refletem a vontade da sociedade. No Brasil ocorreram 
em: 1891 – 1ª Constituição da Era Republicana, 1934 – 1ª Constituição 
Social, 1946 – Processo de Redemocratização e 1988 – Constituição 
Cidadã. 
 
· Outorgadas: são impostas de forma unilateral pelo governante, o qual 
impõe a sua vontade perante o povo. São carentes de legitimidade e 
efetividade. No Brasil ocorreram em: 1924 - Constituição do Império, 
1937 - Constituição Polaca, 1967 e 1969 – Ditadura Militar. 
 
 
 
 
 
 
· Cesaristas: são criadas pelo governo, mas que passaram pelo crivo 
popular. A sua legitimidade é questionável. Exemplo: Plebiscitos 
Napoleônicos (França) e Plebiscitos de Pinochet (Chile). 
 
· Pactuadas: são decorrentes de um pacto entre grupos dominantes. 
Exemplo: Carta Magna Inglesa de 1915 (Pacto do Rei João Sem Terra). 
 
2.2. Quanto à forma: 
 
· Escritas (instrumentais ou codificadas): é um código composto por um 
texto único e solene. 
 
· Não escrita (consuetudinária costumeira): é formada por textos 
esparsos, que compõem o arcabouço constitucional. Exemplo: 
Constituição Inglesa. 
 
2.3. Quanto ao modo de elaboração: 
 
· Dogmáticas: é aquela elaborada em um momento único, específico. 
Refletem um determinado momento histórico. 
 
· Históricas: são frutos da evolução histórica de um povo, através de um 
processo lento e contínuo, que será responsável pela característica atual 
do Estado. Exemplo: Constituição da Inglaterra. 
 
2.4. Quanto ao conteúdo: 
 
· Formal: importa apenas a forma, ou seja, o processo de elaboração, não 
importando o conteúdo vinculado a determinada regra; importa tão 
somente o seu processo solene de integração a Constituição. Exemplo: 
art. 242, § 2º (trata sobre o colégio Dom Pedro II). 
 
· Material: importa o conteúdo veiculado a determinada regra, podendo 
ser lei ordinária, um decreto, um pacto ou costume, sendo considerado 
constitucional. Exemplo: Constituição Inglesa. 
 
2.5. Quanto à alterabilidade: 
 
· Rígidas: são aquelas que, para serem alteradas necessitam de um 
processo mais solene, dificultoso que o processo legislativo ordinário. 
Exemplo: CF/88, art. 60 - emenda constitucional. 
 
· Flexíveis: nesse caso, qualquer lei altera a Constituição. Não há um 
processo diferenciado para alteração. Exemplo: Constituição Inglesa. 
Portanto, não há hierarquia entre as leis e a Constituição. 
 
· Semi-rígidas ou semi-flexíveis: um parte é rígida e a outra parte pode ser 
alterada mediante lei. Exemplo: Constituição de 1824: normas 
constitucionais por procedimento ordinário. Na rígida há uma relação de 
hierarquia da Constituição, em relação às leis ordinárias. 
 
 
 
 
 
 
 
2.6. Quanto à extensão: 
 
· Constituições Analíticas (prolixas ou volumosas): são constituições 
grandes, que descrevem as minúcias de suas normas. Exemplo: CF/88. 
 
· Constituições Sintéticas (concisas ou reduzidas): são constituições 
pequenas, que tratam apenas das questões principais. Exemplo: 
Constituição Americana. 
 
2.7. Quanto ao critério ontológico: analisa se determinada Constituição se enquadra 
na realidade. Tece três classificações: 
 
I. Normativas: são aquelas que disciplinam o poder e submetem 
efetivamente os agentes políticos à disciplina desse poder, ou seja, 
correspondem a esse poder. Ex.: Constituição Federal de 1988. 
 
II. Constituições Nominais: são aqueles que disciplinam o poder, mas não 
conseguem submeter os agentes políticos ao seu comando. 
 
III. Constituições Semânticas: não tentam disciplinar o poder, servindo 
apenas para legitimar a atuação dos detentores do poder. 
 
3. Elementos da Constituição: 
 
· Orgânicos: são normas que traçam a estrutura e organização do Estado. 
 
· Limitativos: são compostos por normas que limitam o poder e resguardam os 
direitos. Exemplo: artigos 5º e 150 da CF/88. 
 
· Sócio-ideológicos: traçam as metas a serem cumpridas, apontando a ideologia da 
sociedade, revelando o estado de bem-estar social (art. 3º da CF/88). 
 
· Formais de Aplicabilidade: normas que servem para facilitar a interpretação e 
aplicação da Constituição. Exemplo: art. 5º, § 1º da CF/88. 
 
· Estabilização: visam a solucionar crises que coloquem em risco a própria 
Constituição, o Estado e suas instituições democráticas (art. 102, I, a, F/88). 
 
4. Estrutura da Constituição: 
 
I. Preâmbulo: é a introdução da Constituição Federal, veiculando os valores que vão reger o 
Estado. Vide ADI 2076: Não tem natureza jurídica. 
 
II. Dispositivo: é o texto articulado (art. 1º ao art. 250 da CF/88). 
 
III. Atos das Disposições Constitucionais Transitórias: regula a transição entre as 
constituições no tempo, em determinadas situações. 
 
 
 
 
 
 
5. Poder Constituinte: é o poder de criar uma nova constituição, rompendo com a ordem 
anterior. Elabora uma nova disciplina constitucional para aquele Estado. Ao longo do 
tempo, esse poder passou de mão em mão. Antigamente, estava na mão dos poderosos. 
Na sequência, estava na mão de Deus, e os reis eram os seus delegatários, os quais o 
utilizavam de maneira arbitrária. Por conseguinte, a partir do século XVI, surge o 
antropocentrismo, fundado na ideia que o homem era o centro de tudo. A dignidade se 
impõe como um bem a ser alcançado. Assim, o Estado surge como uma necessidade de ser 
garantir uma convivência de maneira harmônica. Para tanto, cada homem abriumão de 
parcela de sua soberania ao Estado, decorrendo desse fato a sua soberania. O poder que o 
Estado tem de impor a sua vontade vem do povo, que delegou aos governantes a 
administração do Estado. O povo é o único e verdadeiro titular do poder constituinte. 
 
5.1. Espécies de Poder Constituinte: 
I. Poder Constituinte Originário: é o poder de criar um novo ordenamento jurídico, 
encerrando a ordem anterior. Decorre de situações específicas como: surgimento 
de um novo Estado, derrota na guerra, de uma Revolução e mediante uma 
transição lenta e pacífica. 
 
II. Poder Constituinte Originário Histórico: é a primeira constituição de um Estado. 
 
III. Poder Constituinte Originário Revolucionário: criam novas constituições,após a 
constituição original. 
 
5.1.2. Características do Poder Originário: 
 
· Inaugural: cria um novo ordenamento jurídico; 
· Permanente: não se exaure nunca. No máximo, ocorre a sua latência. 
· Soberano (autônomo, autodeterminação), ilimitado (pode fazer o que quiser, em 
razão de ser o poder criador) e incondicionado (manifestação livre). 
 
5.1.3. Natureza do Poder Originário: 
 
· Jusnaturalismo: prega o direito como fenômeno natural, que surge 
espontaneamente. Não é criado pelo homem, o qual tem o livre arbítrio. O Direito é 
preexistente ao homem. O poder constitucional deve-se fundamentar no direito natural. 
Ao elaborar uma constituição, o poder constituinte deve ser limitado pelo direito material. 
 
· Positivismo: pregava uma nova visão, a ciência a cima de tudo, conformar-se com 
aquilo que é comprovado. Só considera o direito expresso, positivado. O mérito do 
Positivismo é promover a segurança jurídica, a certeza (posição do STF e doutrina 
dominante). 
 
· Pós Positivismo: fundamenta o neoconstitucionalismo, que tem guarida na 
Alemanha, pós 2ª Guerra Mundial. Objetivavam dar um valor axiológico ao Direito, 
carregando os valores éticos e filosóficos. Considera que além do Ordenamento posto, 
deve haver valores, que estão acima do direito positivado, qual seja o direito 
suprapositivo. 
 
 
 
 
 
Otto Backof cria a Teoria das Normas Constitucionais Inconstitucionais. É a norma 
elaborada pelo constituinte que viola o poder suprapositivo. Essa tese não é adotada pelo 
Brasil. 
 
5.2. Poder Constituinte Derivado: tem natureza secundária é criado pelo poder constituinte 
originário. Não passa de uma competência criada pelo poder constituinte originário. Esse 
poder é limitado e condicionado, obedecendo a certos limites e condições. 
 
a. Poder Constituinte Derivado Reformador: é o poder para alterar formalmente o 
texto da constituição. Manifesta-se mediante as Emendas Constitucionais (art. 60, 
CF/88). 
 
Seus limites são: 
 
· Circunstanciais: em determinadas situações, não poderá haver alterações na 
Constituição: durante o Estado de Sítio, Estado de Defesa e Intervenção 
Federal. 
 
· Formais: relaciona-se com a elaboração da Emenda Constitucional, que tem 
como legitimados para sua iniciativa: presidente da república, pelo menos 1/3 
dos deputados ou senadores e ou mais da metade das assembleias legislativas 
dos Estados, deliberando por maioria simples. Uma vez aprovada pelo 
Congresso Nacional, a Emenda é promulgada e publicada pela Mesa da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de 
ordem. A Emenda Constitucional não passa pelo veto ou sanção do 
presidente da república, caso contrário ao que ocorre com as legislações 
ordinárias. 
 
· Materiais: relaciona-se com matérias que não podem ser abolidas, mediante 
Emenda Constitucional. Apresentam-se da seguinte forma: 
 
I. Expressas: cláusulas pétreas (art. 60, § 4º da CF/88): forma federativa; 
voto direto, secreto e periódico; separação dos poderes; os direitos e 
garantias fundamentais. Obs.: A Emenda Constitucional pode alterar 
essas matérias, o que não pode é aboli-las. 
 
II. Implícitas: a Emenda Constitucional não pode alterar a titularidade do 
poder constituinte originário. Do mesmo modo, não pode alterar a 
titularidade do poder constituinte derivado. Ainda, apresenta-se a 
vedação à dupla revisão, que seria o desvio da vontade do constituinte 
originário. 
 
b. Poder Constituinte Derivado Revisor (art. 3º do ADCT): a alteração surge a partir de 
critérios mais brandos. Ocorre de forma mais genérica, com o fito de adequar o novo 
texto constitucional à realidade social. Um turno em cada casa e voto da maioria 
absoluta para aprovar as emendas de revisão, as quais ocorreram em 1994 e não pode 
haver novamente. 
 
c. Poder Constituinte Derivado Decorrente (art. 25 do CF/88): poder dos Estados-
membros em elaborar as suas constituições estaduais, as quais devem se submeter a 
determinados limites e condições impostos pelo constituinte originário. São três 
espécies de princípios constitucionais que limitam esse poder constituinte derivado 
decorrente: 
 
 
 
 
 
I. Princípios Constitucionais Estabelecidos: são previstos na CF/88, de forma 
expressa e implícita; 
 
II. Princípios Constitucionais Extensíveis: são aqueles que traçam a estrutura e a 
organização do Estado, que se estendem aos Estados-membros, em razão do 
Princípio da Simetria, que prevê a observação obrigatória do modelo federal 
da forma simétrica, paralela, pelos demais entes federativos (estados e 
municípios); 
 
III. Princípios Constitucionais Sensíveis (taxativamente previstos no art. 34, VII, 
CF/88): uma vez violados, permitem a intervenção federal do Estado, 
mediante a representação (ADI interventiva) procedida pelo Procurador Geral 
da República – PGR perante o STF, que requisitará ao Presidente da República 
(ato vinculado) para que decrete a presente intervenção. 
São eles: 
· Forma federativa, sistema representativo, regime democrático. 
· Autonomia municipal; 
· Prestação de contas; 
· Direitos humanos; 
· Repasse ao município do montante exigido para o ensino e saúde. 
 
5.3. Poder Constituinte Difuso: não é exercido por órgão ou legitimado específico. É um poder 
difundido por toda a sociedade, que consiste na alteração informal da constituição, 
mediante uma intervenção evolutiva, de acordo com o desenvolvimento da sociedade 
(mutação constitucional).

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