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Direito Processual Civil - Introdução

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DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
16 de Fevereiro de 2016 
Edmilson 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
Bibliografias 
 - Fredie Didier - Curso de Direito Processual Civil Vol. 1 - 2016; 
1 - Introdução 
 1.1 - Conceito de Processo (Demonstração) 
 a) Primeiro Conceito (À Luz da Teoria da Norma) 
 Processo é um método ou instrumento de produção da norma jurídica; 
 Ex: 
 - Processo Jurisdicional: É o que nós iremos ver; 
 - Processo Administrativo: Iremos ver com outro professor; 
 - Processo Legislativo: Faz parte da matéria de D. Constitucional; 
 b) Segundo Conceito (À Luz da Teoria dos Fatos Jurídicos) 
Processo é uma espécie de Ato Jurídico; É um Ato Jurídico Complexo (É um 
ato final composto por vários outros atos anteriores); 
 * Obs.: Esse segundo conceito faz com que o processo seja sinônimo de 
 procedimento; 
 * Obs.: Procedimento é o modo de fazer os processos (“modus faciendi”); 
 * Obs.: Nesse conceito, aplica-se a teoria da Escada Pontiana; 
 c) Terceiro Conceito (À Luz da Teoria dos Fatos Jurídicos) 
Processo é uma relação jurídica mantida entre os sujeitos processuais 
(Partes , Juiz, Perito, etc); 1
 * RESUMO PARA PROVA 
 Processo é uma relação jurídica mantida entre os sujeitos processuais; O 
 processo é composto por vários atos processuais; Procedimento (ou Rito) é 
 o caminho que os atos processuais seguirão (“Modus Faciendi”); 
 Requerente e Requerida.1
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �1
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 d) Autos 
 São os documentos que compõe o processo; 
 1.2 - Relação entre Processo Jurisdicional e o Direito Material 2
 Direito Material é a afirmação de uma situação jurídica que precisa da proteção/ 
 tutela jurisdicional; 
* Obs.: Antigamente, o Direito Material era mais importante que o Direito 
Processual (O Direito Processual não tinha autonomia e importância); 
* Obs.: Atualmente o Direito Processual ganhou autonomia e importância; Todavia, 
muitos Juízes começaram a valorizar mais a forma/instrumento (o Direito 
Processual), de maneira a, em muitos casos, extinguir processos por pequenas 
falhas processuais; 
* Obs.: O ideal é adotar a teoria circular entre os planos material e formal; Tal teoria 
ensina que, embora autônomos, ambos os planos (Plano Material e Formal/
Processual) dependem um do outro, conforme ensinamento do professor 
Francesco Carnelutti; 
* Obs.: Por isso o Prof. Cândido Rangel Dinamarco criou lições sobre o princípio da 
instrumentalidade do processo, segundo qual o processo deve sempre ser um 
instrumento; Não é um fim em si mesmo; 
* Obs.: Por isso o Prof. José Roberto dos Santos Bedaque (Desembargador do TJ/
SP) criou lições sobre o princípio da instrumentalidade substancial do processo, 
segundo qual o processo deve ser simples, sem burocracias e sem formalismos 
exacerbados, para que sua finalidade (Tutelar o Direito Material) seja alcançada, de 
modo que a Nulidade Processual só deve ser declarada a título de exceção e em 
último caso; Tal Prof. ensina que, se o ato viciado atingiu sua finalidade, nenhuma 
nulidade deve ser declarada, de acordo com o Art. 277 e 283, Parágrafo Único do 
Novo CPC. 
 1.3 - Neoprocessualismo (Fredie Didier) 
 Ou Formalismo Valorativo (Carlos Alberto Alvaro) 
Segundo essas correntes, o processo deve ser efetivo, ético, cooperativo e 
instrumental; 
 * Obs.: Nós veremos somente o processo jurisdicional cível; 
 Teoria Circular entre os Planos.2
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 1.4 - Princípios mais importantes do Processo Cível 
 a) Princípio do Devido Processo Legal 
É o princípio segundo qual ninguém poderá perder bens ou liberdade sem 
oportunização de um processo com garantias; 
- Dimensão Formal: Essa dimensão impõe a observância das garantias 
processuais; 
- Dimensão Material: Essa dimensão impõe a observância do princípio da 
proporcionalidade/razoabilidade; 
 - Previsão: Art. 5º, LIV da CF; 
 b) Princípio do Contraditório 
É o princípio que impõe a bilateralidade, onde todas as partes devem ser 
informadas sobre o processo; Para que possa expressar-se; 
 - Previsão: Art. 5º, LV da CF; 
 c) Princípio da Ampla Defesa 
O Juiz deve oportunizar as partes a ter amplo acesso ao direito probatório; 
Direito de se defender integralmente; 
 - Previsão: Art. 5º, LV da CF; 
 d) Princípio da Duração Razoável do Processo 
 O processo deve durar um tempo necessário e razoável; 
 - Previsão: Art. 5º, LXXVIII da CF; 
 e) Princípio Dispositivo / Adversarial 
É o princípio segundo qual grande parte da atividade processual é 
desenvolvida por iniciativa das partes, salvo algumas exceções como o 
impulso oficial que compete ao Juiz; Por isso, um processo judicial somente 
é iniciado por iniciativa da parte, sem instauração de ofício pelo Juiz, salvo a 
rara exceção do inventário; 
 * Obs.: Aqui, o protagonismo é da partes para se preservar a imparcialidade 
 do Juiz; 
 
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 f) Princípio Inquisitivo / Inquisitorial 
É o princípio segundo qual o Juiz tem amplos poderes de iniciativa: 
Protagonismo é do Juiz; 
 Qual dos dois últimos princípios foi adotado pelo Brasil ? 
1C: O Brasil adotou o princípio ou modelo dispositivo (Art. 2º do CPC 2015) 
salvo algumas exceções, como por exemplo, no campo probatório, 
conforme Art. 370 do CPC 2015; - MAJORITÁRIA - 
 2C: Entende que é difícil dar uma conclusão pois vai depender do tema; 
3C: O Brasil adotou o chamado princípio ou modelo cooperativo, conforme 
Art. 6º do CPC 2015 e doutrina de Fredie Didier; Todos os sujeitos 
processuais devem cooperar; 
______________________________________________________________________________ 
2 - Conceitos Básicos 
 2.1 - Distinção 
 a) Obrigação 
É um vínculo por meio do qual o devedor tem de externar uma prestação 
em favor do credor sob pena de configuração de um ilícito, sujeito a uma 
sanção jurídica; 
 * Obs.: A obrigação é um dos instrumentos de proteção do interesse alheio; 
 * Obs.: A obrigação esta no campo obrigacional; 
 * Obs.: Exemplos de Obrigação: 
 - Pagar Quantia; 
 - Dar; 
 - Fazer; 
 - Não Fazer; 
 b) Dever 
É um vínculo por meio do qual a pessoa ou ente deve observar comandos 
do ordenamento jurídico, sob pena de configuração de um ilícito, sujeito a 
uma sanção jurídica; 
* Obs.: O dever não esta só no campo das obrigações; 
* Obs.: O dever é mais amplo que a obrigação; 
* Obs.: O dever também protege interesse alheio; 
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* Obs.: O dever pode ser legal ou obrigacional; 
 Legal 
 Dever 
(Gênero) Obrigacional 
Ex.: 
 -> Dar; 
 -> Fazer; 
 -> Não Fazer; 
 c) Ônus 
É uma faculdade para obtenção de uma vantagem; Aqui, não há uma 
imposição e não há um dever; 
* Obs.: O não cumprimento do ônus gera apenas a perda da vantagem, e 
não um ilícito com sanção; 
* Obs.: Serve para tutelar interesse próprio; 
Ex: 
 -> Ônus da Prova; 
 -> Ônus de Resposta; 
 -> Etc… 
2.2 - Conceitos Relacionados com os Sujeitos Processuais (São aqueles que atuam 
no processo, tais como Partes, Juiz, Perito, Testemunhas, Auxiliares da Justiça, etc.) 
2.2.1 - Conceito de Parte (Autor e Réu) 
Parte é aquele que participa do processo na posição própria de 
parcialidade; * Parte é o sujeito processual parcial do contraditório ; 3
a) Formas para que alguém se torne parte 
 - Com o ato de processar (Autor); 
 - Com o ato de ser processado (Réu); 
 - Com o ato de intervir em processo já existente alheio; 
2.2.2 - Conceito de Legitimação para Agir (Conceito de Legitimidade Ad 
Causam) 
 Utilizar este
conceito na prova.3
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É a relação existente entre sujeito processual e a situação jurídica que ele 
afirma; É a pertinência subjetiva da ação, conforme Prof. Alfredo Buzaid; 
* Obs.: Ela é sempre aferida à Luz do Direito Material; 
* Obs.: Direito Material é um conjunto de normas jurídicas que disciplinam 
as pessoas, os bens e os fatos jurídicos; 
* Obs.: Direito Processual é um conjunto de normas jurídicas que 
instrumentalizam a aplicação do Direito Material; 
* Obs.: A legitimidade “ad causam” pode ser ativa ou passiva; 
* Obs.: A legitimidade “ad causam”: não é mais condição da ação , mas sim 4
pressuposto processual, de acordo com o CPC 2015; 
a) Sistematização 
 - Regra 
Legitimidade Ordinária: É a pertinência subjetiva da ação 
daquele que defende em juízo (em nome próprio) interesse 
próprio, nos termos do Art. 18, Primeira parte, CPC 2015; 
Assim, em regra, é proibido defender em nome próprio 
interesse alheio; Ex: A filha, portanto, não tem legitimidade 
“ad causam” para defender em nome próprio interesse do 
pai; 
 - Exceção 
Legi t imidade Extraordinár ia/Anômala/Subst i tu ição 
Processual: E a pertinência subjetiva da ação que autoriza 
que um sujeito de direito defenda em nome próprio interesse 
alheio, apenas quando a lei autorizar (Art. 18, Segunda 
Parte, CPC 2015); Ex: O MP ajuíza Ação Coletiva em favor 
da sociedade ou de um grupo dela; 
* Obs.: Em regra, a fonte da legitimação extraordinária é a 
lei, mas, excepcionalmente, sua fonte será um negócio 
jurídico (Art. 190 do CPC 2015); 
b) Diferenciação 
* Substituição Processual: Não impõe troca de sujeitos processuais; 
Ocorre mais no polo ativo do processo; 
 O Instituto Condição da Ação foi abolido pelo CPC 2015.4
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* Sucessão Processual: Impõe a troca de sujeitos processuais por 
um motivo legal ou legitimo; Ocorrem em ambos os polos 
processuais; Ex: O réu morreu e foi sucedido/troca! ! do pelo 77
espólio , que passará a figurar no polo passivo representado por 5
seus sucessores; 
* Obs.: A Sucessão Processual pode derivar da morte (Art. 110 do 
CPC 2015), da incorporação da pessoa jurídica ou da voluntariedade 
das partes (Art. 109 do CPC 2015); 
c) Diferenciação 
* Representação Processual: É o instituto de suprimento da 
incapacidade processual da parte do processo; O representante 
processual NÃO É PARTE; Ex: Um filho incapaz ajuíza uma 
determinada ação; Nesse caso, o pai dele poderá figurar como seu 
representante processual; 
2.2.3 - Conceito de Capacidade Processual (Conceito de Capacidade de Estar 
em Juízo) 
É a aptidão para praticar atos processais sozinho, sem qualquer 
representante processual, nos termos da lei; 
* Obs.: A capacidade processual deve ser verificada à luz da lei; 
a) Sistematização 
- Regra 
A regra é que a lei confere capacidade processual para 
todos; 
- Exceção 
A lei, em algumas situações, não confere capacidade 
processual, de modo a exigir que o sujeito processual 
pratique atos processuais apenas por meio de um 
representante processual; Hipóteses ou situações em que a 
lei não confere capacidade processual: 
i) Hipótese de incapacidade processual da pessoa 
física em razão de incapacidade civil; (Art. 70 do 
CPC 2015): 
 Conjunto de Bens;5
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �7
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- O Absolutamente incapaz precisará que seu 
Representante Civi l seja seu representante 
processual; O Relativamente incapaz precisará que 
seu Assistente Civil seja seu representante 
processual; 
* Obs.: Se o incapaz não tiver representante civil ou 
assistente civil, o Juiz deverá nomear-lhe um 
representante processual, chamado de curador 
especial, nos termos do Art. 72, I, do CPC 2015; 
* Obs.: Nos termos do Art. 72, II, do CPC 2015, o Juiz 
deverá nomear representante processual ao réu 
preso revel , bem como ao réu revel citado por edital 6
ou por hora certa enquanto não constituído defensor 
ou advogado; É que, na situação de réu preso revel 
ou de réu citado ficticiamente, a sua capacidade 
processual estará fragilizada, o que recomenda a 
nomeação do curador especial; 
i i ) Hipótese de incapacidade puramente 
processual (Entes Despersonalizados): 
- Art. 75, V, do CPC 2015, que trata da massa falida, 
que é um ente despersonalizado; A massa falida não 
tem capacidade processual, de modo que o Juiz deve 
nomear-lhe um administrador judicial; 
- Art. 75, VI, do CPC 2015, trata da herança jacente /7
vacante, que é um ente despersonalizado; Tal ente 
despersonalizado não tem capacidade processual, de 
modo que o Juiz deve nomear-lhe um representante 
processual chamado de curador; 
- Art. 75, VII, do CPC 2015, trata do espólio , que é 8
um ente despersonalizado; Tal ente despersonalizado 
não tem capacidade processual, de modo que o Juiz 
 Quando o réu, após citado, não da resposta à citação;6
 Herança sem sucessores ou herdeiros; Quando o falecido não tem sucessores ou herdeiros; 7
Após um período de tempo, se comprovado a inexistência destes, tal herança irá ao Estado ou 
Município a depender do caso.
 Conjunto de bens da pessoa que faleceu, que tem sucessores;8
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �8
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deve nomear-lhe um representante processual 
chamado inventariante; 
- Art. 75, IX, do CPC 2015, trata da sociedade ou 
associação sem personalidade jurídica, que por lei, é 
considerada um ente despersonalizado; Tal ente 
despersonalizado não tem capacidade processual, de 
modo que o Juiz deve nomear-lhe um representante 
processual, que será a pessoa física que administra 
seus bens; 
- Art. 75, XI, do CPC 2015, trata do condomínio, que é 
um ente despersonalizado; Tal ente despersonalizado 
não tem capacidade processual, de modo que o Juiz 
deve nomear-lhe um representante processual 
chamado de Administrador ou Síndico; 
* Obs.: As pessoas jurídicas NÃO SÃO incapazes, 
mas sim capazes, de maneira que não precisam de 
representante processual; Todavia, por praticidade, as 
pessoas jurídicas precisam ser PRESENTADAS por 
seus respectivos representantes legais, que serão 
uma pessoa física; Tal representante legal não 
funcionará como representante processual, pois as 
pessoas jurídicas são capazes e tem capacidade 
processual; 
* Obs.: Casos em que a PJ será presentada: Art. 75, 
I, II, III, IV, VIII, X do CPC 2015; 
b) Consequência da Falta de Capacidade Processual 
- Regra 
A capacidade processual é um requisito de validade dos atos 
processuais, nos termos do Art. 76 do CPC 2015; Eventual 
ato processual praticado por um sujeito processual sem seu 
representante processual é sanável; 
- Exceção 
Se o sujeito processual, que atuou sem representante 
processual é intimado pelo Juiz para suprir o vicio e não 
supre, as consequências são as seguintes: 
- Se autor em um processo simples, a consequência 
será a extinção do processo; Aqui, a capacidade 
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processual é entendida como um pressuposto 
processual; 
- Se autor em um processo ou Litisconsórcio , a 9
consequência será a exclusão do sujeito processual 
autor do processo; 
- Se réu, a consequência será a decretação da 
revelia; 
- Se terceiro, a consequência será a exclusão dele do 
processo; 
c) Capacidade Processual das Pessoas Casadas (Art. 73 e 74 do CPC 
2015) 
Nenhum cônjuge tem o poder de pleitear como autor direitos reais 
imobiliários quando casado nos regimes da comunhão universal, da 
comunhão parcial e da participação final dos aquestos, salvo quando 
o outro cônjuge autorizar ou quando o Juiz suprir tal autorização, nos 
termos do Art. 1647, II, CC e Art. 73 do CPC
2015; 
* Obs.: O Art. 1647, II, CC e o Art. 73 do CPC 2015 restringem a 
capacidade processual das pessoas casadas, com fim de proteger o 
patrimônio familiar; Tais dispositivos impõe um Litisconsórcio ativo 
facultativo, e não necessário ou obrigatório, pois ninguém pode ser 
obrigado a demandar em juízo; No Brasil, não existe Litisconsórcio 
Ativo necessário, mas existe o Litisconsórcio Passivo necessário; 
* Obs.: O cônjuge autor da ação tem as seguintes possibilidades: 
- Formar Litisconsórcio ativo com outro cônjuge caso ele 
concorde (Litisconsórcio Ativo Facultativo); 
- Ajuizar a Ação sozinho com consentimento do outro; 
- Ajuizar sozinho com o Suprimento Judicial Prévio; 
* Obs.: Formas de provar o consentimento do outro cônjuge (A lei 
não previu): 
- Assinatura na Petição Inicial (Art. 220 do CC); 
- Assinatura na Procuração Outorgada ao Advogado; 
- Documento Exclusivo; 
* Obs.: Controle da Capacidade Processual dos Cônjuges: O Juiz, 
se perceber durante o processo a falta de consentimento, não terá o 
 Existência de duas ou mais pessoas no polo ativo (Réu ou Autor);9
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poder de anular o processo, mas apenas o poder de determinar a 
notificação do cônjuge preterido, para que exerça seu ônus de 
consentir ou não, sob pena de seu silêncio importar consentimento 
tácito (Art. 111 do CC); 
* Obs.: O cônjuge preterido tem o direito de: 
- Juntar documento de não consentimento; 
- Juntar documento de consentimento; 
- Ingressar no processo e pedir anulação dos atos 
processuais até então praticados; 
- Ajuizar ação rescisória (Art. 966, V, CPC 2015); 
- Ajuizar “querela nullitatis” (Art. 525, §1º, I, CPC 2015); 10
* Obs.: Art. 1648 do CC e Art. 74 do CPC 2015: Eventual pedido de 
Suprimento Judicial da Outorga de Consentimento é proponível por 
um cônjuge contra o outro antes do ajuizamento da ação desejada 
em primeiro lugar; O Procedimento de tramitação de tal pedido de 
Suprimento Judicial seguirá o procedimento “de jurisdição 
voluntária”, previsto nos Art. 719 a 725 do CPC 2015; 
* Obs.: Ler o Art. 73, §1º, CPC 2015: Tal dispositivo elenca as 
hipóteses de Litisconsórcio Passivo Necessário; 
* Obs.: Ler o Art. 73, §2º, CPC 2015: Tal dispositivo determina que o 
mesmo raciocínio conjugal visto antes, aplica-se ao caso de 
composse e ao caso de ato violador da posse praticado por ambos; 11
* Obs.: Ler o Art. 73, §3º, CPC 2015: Todo o estudado acima (a 
cerca do casamento) se aplica a casais que constituem União 
Estável; 
__________________________________ ATENÇÃO___________________________________ 
Quando se tratar de Direito Real Imobiliário, como exemplo a PROPRIEDADE, o Litisconsórcio no 
polo passivo será SEMPRE necessário; 
Quando se tratar de POSSE, o Litisconsórcio no polo passivo poderá ser facultativo ou 
necessário, a depender da hipótese; 
______________________________________________________________________________ 
 Impugnação de atos processuais com vícios gravíssimos; Ex. Vício de Citação.10
 Quando o casal possui JUNTO a posse;11
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d) Observações Finais 
- Em algumas situações, a incapacidade processual deve ser 
suprida já dentro do processo por designação pelo Juiz de um 
curador especial (um representante processual nomeado para 
aquele processo “ad hoc” ); 12
- A nomeação vai ocorrer a requerimento ou de ofício; 
- Curador Especial não é parte; A parte é o representado; 
- Em regra, a Defensoria Pública será nomeada onde houver; 
- O Curador Especial supre a Incapacidade PROCESSUAL, para 
aquele processo, e não eventual incapacidade civil; 
- O Curador Especial deve ser nomeado independente da 
intervenção do MP (Art. 178, CPC 2015); 
- Nomeia-se Curador Especial para pessoas jurídicas em alguns 
casos; 
- O Curador Especial tem a finalidade de equilibrar o direito de ação 
com o direito de defesa; 
- Não nomeado o Curador Especial, os atos processuais praticados 
até então serão anulados pelo Juiz quando houver a necessidade de 
sua nomeação; 
- O Curador Especial tem funções defensivas; Todavia, a 
Jurisprudência admite que o Curador Especial impetre Mandado de 
Segurança; E opor Embargos à Execução (Súmula 196 do STJ); Por 
isso, como curador tem função defensiva, não pode opor 
Reconvenção e nem Pedido Contraposto; 
- O Curador Especial não pode dispor do Direito Material discutido, 
razão pela qual não pode Transigir, Renunciar ou Reconhecer a 
Procedência do Pedido; 
- Transação é o acordo entre as partes; 
- O Curador Especial não tem o ônus de Impugnação Específica e 
pode apresentar contestação genérica ou por Negativa Geral, pois 
ele não tem contato com a parte (Art. 341 do CPC 2015); 
- O réu revel citado fictamente gera uma situação especial: Se o réu, 
nesse caso não apresenta resposta haverá sua revelia, mas sem 
aplicação do efeito material da revelia, que é a presunção de 
 Para o Ato;12
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veracidade dos fatos alegados na petição inicial, conforme lição do 
Professor José Carlos Barbosa Moreira; 
- Se o réu revel souber do caso e comparecer nos autos com outro 
postulador, pegará o feito no estado em que se encontra e o Curador 
Especial deixará de funcionar naquele processo; 
- Se a revelia decorrer de citação ficta inválida, o réu terá direito à 
vida da Ação Rescisória ou à via da “Querela Nullitatis” (Art. 525, 
§1º, I e 535, I do CPC 2015), já que o Curador Especial não supre o 
vício que existiu; 
2.2.4 - Conceito de Capacidade Judiciária ou Personalidade Judiciária 
É a aptidão para ser parte em um dos polos do processo, conforme a Lei; 
* Obs.: Todos os entes personalizados (pessoas físicas e pessoas jurídicas) 
têm Personalidade Judiciária; 
* Obs.: Em regra, os entes despersonalizados não têm capacidade ou 
personalidade judiciária, a exemplo do sapo cururu, do macaco, do diabo, 
de Deus e etc.; Excepcionalmente, o ente despersonalizado terá 
capacidade judiciária, quando a lei assim o prever, como no caso espólio, 
massa falida, do nascituro , etc.; 13
* Obs.: Em regra, os órgãos, por serem entes despersonalizados não têm 
capacidade judiciária; Excepcionalmente, o órgão será dotado de 
capacidade judiciária provisória e poderá ajuizar a ação com fim de exercer 
suas prerrogativas institucionais constitucionais (STJ REsp n.649.824/RN); 
2.2.5 - Capacidade Postulatória 
É a aptidão técnica para pedir e responder em juízo; 
a) Sistematização 
 - Regra 
 Necessidade de capacidade postulatória. 
- Exceção 
Desnecessidade de capacidade postulatória (como, por 
exemplo, indicação de bem à penhora); 
 Pela Teoria Natalista.13
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b) Sistematização 
- Regra 
Somente os profissionais do Direito, com autorização legal, 
têm capacidade postulatória, como, por exemplo, advogados, 
Defensoria Pública, Ministério Público, Procuradorias, etc.; 
Ou seja, as pessoas comuns não têm capacidade 
postulatória; 
- Exceção 
Excepcionalmente as pessoas comuns terão capacidade 
postulatória quando a lei assim o autorizar, como nos 
seguintes casos: 
* Causas cujo valor seja inferior a 20 salários mínimos 
nos Juizados Especiais Cíveis; 
* Causas Trabalhistas; 
* HC; 
* Pedido de Medida Protetiva de Urgência em favor 
da mulher (Só para iniciar o processo); 
* Ações de Alimentos (Só para iniciar o processo); 
* Etc.. 
c) Sistematização 
- Regra 
Em regra, o ordenamento jurídico prevê o dever de 
apresentar procuração (Art. 104, CPC 2015); 
- Exceção 
Em algumas situações, a lei dispensa a apresentação da 
procuração, como no caso dos Advogados Públicos (Lei nº 
9.469/1997)
e como no caso dos Defensores Públicos (Lei 
Complementar nº 80/1990); 
d) Sistematização 
- Regra 
A procuração deve ser apresentada por escrito (por meio de 
instrumento público ou particular), nos termos do Art. 105 do 
CPC 2015; 
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- Exceção 
Excepcionalmente os poderes postulatórios poderão ser 
concedidos pelo cliente ao postulador em audiência 
oralmente, caso em que o Juiz constará na ata tal 
procedimento; 
e) Sistematização 
A procuração pode ser referente a poderes gerais para o foro 
(Procuração “ad judicia”); 
A procuração também pode ser referente a poderes especiais (Ex: 
Procuração para Disposição de Direitos Materiais, como Transação, 
Renúncia, etc…); 
* Obs.: Ler os Art. 111 e 112, CPC 2015; 
f) Consequências da Falta de Capacidade Postulatória 
- Regra 
Em regra, a capacidade postulatória é um requisito de 
validade de cada ato processual (Art. 4º, Estatuto da OAB 
menciona que a consequência será a nulidade absoluta do 
ato processual); Mas, a Jurisprudência e a doutrina 
majoritárias admitem que o vício pode ser sanado, conforme 
Art. 76, CPC 2015; 
- Exceção 
Se o sujeito processual é intimado e não supre o vício, as 
consequências serão as seguintes: 
- Se tal sujeito for o autor, a consequência será a extinção do 
processo sem resolução do mérito , caso em que a 14
capacidade postulatória será entendida como um 
pressuposto processual; 
- Se tal sujeito for o réu, a consequência será a decretação 
da revelia do réu, caso em que a capacidade postulatória 
será requisito de validade processual; Mas, para muitos, uma 
mera consequência; 
 Sem avaliar o Direito Material.14
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- Se tal sujeito for um terceiro, a consequência será sua 
exclusão, caso em que a capacidade postulatória será 
entendida como um requisito de validade dos atos 
processuais em relação ao terceiro; 
g) Qual a consequência do ato processual praticado por advogado 
sem procuração ? 
1ª CORRENTE: Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda e Fredie 
Didier ensinam que a consequência será a ineficácia do ato 
processual quanto ao suposto outorgante da procuração; * Obs.: 
Assim, tal vicio é passível de ser sanado por meio de ratificação, nos 
termos do Art. 662 do CC; * Obs.: É preciso entender, no caso, que 
a capacidade postulatória existe, mas quem tem essa capacidade 
postulatória não providenciou a juntada da respectiva procuração 
nos autos do processo; * Obs.: Ler o Art. 104, §1º, CPC 2015; 
2ª CORRENTE: Alguns doutrinadores ensinam que a consequência 
será a nulidade absoluta do ato processual praticado sem 
procuração; 
3ª CORRENTE: Alguns doutrinadores ensinam que a consequência 
será a inexistência do ato processual (Súmula 115 do STJ); 
______________________________________________________________________________ 
3 - “Pressupostos Processuais” 
3.1 - Teórico Oskar Bülow 
3.2 - Conceito 
São elementos necessários para que o processo exista e seja conforme; 
3.3 - Sistematização 
 “Pressupostos Processuais” (Em Sentido Amplo): 
- Pressupostos Processuais em Sentido Estrito (São elementos 
indispensáveis para a existência do processo, sem os quais o 
processo não existe); essa espécie esta no plano da Existência; Ex: 
Órgão Jurisdicional; 
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �16
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
- Requisitos de Validade (São elementos indispensáveis à validade 
do procedimento, sem os quais o procedimento, embora existente, 
será inválido); essa espécie esta no plano da Validade; 
3.4 - Observação 
 Existem pressupostos processuais em sentido estrito do processo (sem os quais o 
processo não existe); MAS existem pressupostos processuais em sentido estrito 
em relação a um determinado ato processual individualizadamente (exemplo: um 
pressuposto processual em sentido estrito em relação à sentença é a prolação por 
um Juiz Legal, de modo que uma sentença proferida por um Juiz Ilegal/
Inconstitucional é considerada uma não-sentença); na hipótese de falta de 
pressuposto processual em sentido estrito, a parte interessada terá o ônus de 
provocar a declaração da inexistência processual(do processo ou de um 
determinado ato processual) dentro dos próprios autos se possível; se não for 
possível dentro dos próprios autos, a parte interessada terá o ônus de provocar via 
ação rescisória (se no prazo decadencial) ou via “querela nullitatis” (se perdido o 
prazo da ação rescisória). 
3.5 - Observação 
 Existem requisitos de validade do procedimento como um todo (sem os quais o 
procedimento como um todo é inválido, pois a apreciação do mérito estará 
comprometida e não poderá ocorrer); MAS existem requisitos de validade de um 
determinado ato processual individualizadamente (exemplo: um requisito de 
validade da intimação é a observância da lei, de modo que a intimação ilegal é 
passível de invalidação); verificada a falta de um requisito de validade, a parte 
interessada terá o ônus de provocar a invalidação de todo o procedimento ou 
daquele ato processual viciado dentro dos próprios autos e, para tanto, terá o ônus 
de demonstrar a gravidade do vício e a existência de prejuízo (o Juiz só invalidará 
em último caso); se não verificada a falta de requisito de validade dentro dos 
próprios autos pela via adequada, somente caberão ação rescisória e “querela 
nullitatis” quando a lei assim o prever especificamente; 
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �17
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
3.6 - Classificação do Professor Fredie Didier quanto aos “Pressupostos 
Processuais em Sentido Amplo (Desenho)” 
3.7 - Explicação sobre cada item de classificação de Fredie Didier 
* Itens Subjetivos: Estão relacionados com os sujeitos processuais; 
* Itens Objetivos: Relacionados com outros aspectos processuais; 
* Item Intrínseco: Relacionado com o interior do processo; 
* Item Extrínseco: Relacionado com fatos estranhos ao processo; 
* Item Positivo: Deve estar presente no processo; 
* Item Negativo: Não deve estar no processo; deve ser inexistente; 
* Órgão Jurisdicional: A existência do processo jurisdicional depende da 
existência de um órgão jurisdicional; 
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �18
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
* Parte ou Capacidade/Personalidade Judiciária: A existência do processo 
depende da existência de um ente com capacidade/personalidade judiciária; tal 
tema ja foi visto; 
* Existência de Demanda: A existência do processo jurisdicional depende da 
existência da demanda; demanda é o ato de pedir em juízo, de modo a instaurar o 
processo jurisdicional (Art. 312 do CPC 2015); a demanda é materializada na 
petição inicial; a regra é uma demanda com réu (Se a demanda for apresentada 
sem réu em tal caso, o Juiz deve determinar a emenda da petição inicial em um 
prazo legal, sob pena de indeferimento liminar da petição inicial); 
excepcionalmente, é possível demanda sem réu, a exemplo a ação de inventário; a 
demanda abrange petição inicial com pedido e causa de pedir; caso a petição 
inicial não aponte causa de pedir e/ou pedido, o Juiz deve determinar a emenda da 
petição inicial em prazo legal, sob pena de indeferimento liminar da petição inicial 
por inépcia, nos termos do Art. 330, Inciso I, §1º, Inciso I, do CPC 2015; 
* Juiz Competente e Imparcial (Competência e Imparcialidade): 
- O Juiz tem jurisdição em todo território nacional, conforme Art. 46 do CPC 2015, 
MAS o exercício desta jurisdição esta limitado na Lei; jurisdição é o poder/dever de 
dizer o direito; competência é o limite dentro do qual o Juiz exerce Jurisdição; 
- As partes têm o direito ao Juiz Natural da causa (direito esse fundamental), nos 
termos do Princípio do Juízo Natural; juízo natural é aquele que preenche dois
requisitos: 
• Requisito Objetivo: Existência de Competência (Juiz Competente); veda-se 
o Tribunal de Exceção; 
• Requisito Subjetivo: Existência de Imparcialidade (Juiz Imparcial); 
- Imparcialidade é o tratamento objetivo (com critérios objetivos) conferido pelo Juiz 
sem qualquer interesse direto ou indireto na causa; 
- Impartialidade é um tratamento ou condição do órgão jurisdicional como um 
terceiro; 
- A violação da competência gera Incompetência absoluta ou relativa; 
- A violação da imparcialidade gera parcialidade por suspeição ou 15
impedimento , cujas causas estão previstas entre os Art. 144 a 148 do CPC 2015; 16
 Critérios Subjetivos.15
 Critérios Objetivos.16
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �19
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
- Sistematização (Quando a incompetência é percebida nos próprios autos em 
tempo hábil): A incompetência, nesse caso, NÃO gerará a extinção do processo; a 
regra é: se incompetência absoluta (haverá remessa dos autos ao Juiz competente) 
e se incompetência relativa não arguida (haverá prorrogação); quando relativa e 
arguida, o Juiz analisará e remeterá os autos ao Juiz competente, com a 
observação de que o Juiz não deverá dela conhecer de ofício (Súmula 33 do STJ); 
excepcionalmente, a incompetência gerará a extinção do processo, conforme Art. 
51, inciso III da Lei n. 9.099/1995, que é a Lei dos Juizados Especiais, por exemplo. 
- Se a incompetência não for percebida nos próprios autos em tempo hábil, a 
consequência será: Se incompetência absoluta (caberá ação rescisória, nos termos 
do Art. 966, inciso II, do CPC 2015) e se incompetência relativa (haverá 
prorrogação sem problemas); 
- Sistematização(hipótese de parcialidade por suspeição e impedimento percebida 
nos próprios autos e em tempo hábil): nesse caso, a parcialidade do Juiz por 
suspeição ou impedimento nunca gerará extinção do processo; uma vez verificada 
a parcialidade nos próprios autos em tempo hábil, basta a remessa dos autos ao 
Juiz Substituto Legal, com decretação da nulidade absoluta de eventuais atos 
processuais praticados pelo Juiz parcial, durante o tempo de sua parcialidade, 
conforme Art. 146, §§1º a 7º, do CPC 2015; 
- Se essa parcialidade do Juiz for por suspeição e não for percebida nos próprios 
autos em tempo hábil, nenhuma medida caberá, nem ação rescisória (pois o Art. 
966 do CPC 2015 não previu rescisória nesse caso); 
- Se a parcialidade do Juiz for por impedimento e não foi percebida nos próprios 
autos em tempo hábil, caberá ação rescisória conforme Art. 966, inciso II do CPC 
2015; 
 - Capacidade Processual 
* Partes com: - Capacidade Postulatória 
 - Legitimidade “ad causam” 
- Obs.: Todo esse tema ja foi estudado antes; 
* Respeito ao Formalismo Processual (para alguns, respeito à Formalidade 
Processual): 
- É a imposição da formalidade legal imprimida ao processo jurisdicional; é o dever 
de respeito às “regras do jogo”; 
- Esse requisito de validade objetivo intrínseco (exigível dentro do processo) não 
significa um formalismo exacerbado, pois tal requisito, ao exigir respeito às “regras 
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �20
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
do jogo”, visa à atingir a finalidade principal do processo, que é tutelar o direito 
material; 
- Exemplos de formalidade processual como requisito de validade: 
• Petição Inicial Apta; 
• Comunicações Processuais (Citação e Intimação) Regulares; 
• Procedimento Correto; 
• Observância do Contraditório; 
• Etc.; 
- Se o Juiz perceber o desrespeito a esse requisito de validade (dentro dos próprios 
autos e em tempo hábil): O Juiz determinará a regularização do vício no prazo que 
assinar , sob pena de: 
• Se for o autor, sob pena de Prolação de Sentença de Indeferimento 
Liminar da Petição Inicial ou de Sentença de Extinção do Processo sem 
Resolução do Mérito; 
• Se for o réu, sob pena de Revelia (se possível à luz do caso concreto); 
• Se for terceiro, sob pena de sua Exclusão do processo; 
- Obs.: No caso visto, quando o Juiz percebe o vício dentro dos próprios autos e 
em tempo hábil, o Juiz, além de determinar a regularização do processo pela parte 
envolvida, tem o poder de Decretar a Nulidade Absoluta ou Relativa como exceção 
(situação excepcional); 
- Obs.: Se o Juiz não perceber o desrespeito a esse requisito de validade dentro 
dos próprios autos e em tempo hábil, não caberá, em regra, qualquer medida; mas, 
excepcionalmente, a lei poderá prever o cabimento de Ação Rescisória (se o vício 
for rescisório) ou o cabimento “querela nullitatis” (se vício transrescisório) como no 
caso da citação irregular em que o réu não veio aos autos; 
* Interesse de Agir: 
- É um requisito processual apurado no caso concreto e deve estar preenchido sob 
pena de o Juiz proferir Sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial (Art. 
330, inciso III, CPC 2015) ou Sentença de Extinção do Processo sem Resolução do 
Mérito (Art. 485, inciso VI, CPC 2015); 
- Interesse processual é um interesse secundário consistente na utilidade e na 
necessidade da tutela jurisdicional a um interesse substancial/primário; 
- Interesse de agir é a utilidade e a necessidade em se obter a tutela jurisdicional; 
- O interesse de agir divide-se nas seguintes espécies: 
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �21
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
• Interesse-Utilidade: é a possibilidade de o processo jurisdicional gerar um 
proveito ao requerente; 
• Interesse-Necessidade: é a exigência de que aquele proveito só possa ser 
atingido por meio do processo jurisdicional; 
- Obs.: Ambas as espécies devem estar presentes; 
- Obs.: A exigência de interesse-necessidade não viola o Princípio da 
Inafastabilidade da Jurisdição; somente haverá violação desse princípio quando: o 
proveito só puder ser obtido em juízo no processo e o acesso ao órgão jurisdicional 
for negado; 
- Obs.: Interesse-adequação: o Professor Candido Rangel Dinamarco ensina que 
existe também o interesse adequação; para ele, o interesse-adequação deve estar 
presente também, sob pena de o Juiz proferir Sentença de Indeferimento Liminar 
da Petição Inicial ou Sentença de Extinção do Processo sem Resolução de Mérito; 
para ele, o demandante tem o ônus de ajuizar a via adequada ou o procedimento 
adequado (via eleita adequada); para ele, por exemplo, o demandante que deveria 
ajuizar Ação Ordinária, mas impetrou Mandado de Segurança, deve ter os autos do 
processo arquivados sem resolução do mérito (Indeferimento Liminar da Petição 
Inicial ou Extinção do Processo sem Resolução de Mérito), pois utilizou a via eleita 
inadequada; obs.: A Jurisprudência majoritária segue o entendimento de 
Dinamarco; toda via, o Professor José Carlos Barbosa Moreira entende diferente, 
pois, para ele, o Juiz só deve proferir sentença de Indeferimento Liminar da Petição 
Inicial ou sentença de Extinção do Processo sem Resolução de Mérito SE o 
demandante não promover, quando instado , a correção do procedimento à luz do 17
Art. 283 e do Art. 321 do CPC 2015. 
- Exemplo de Interesse-Utilidade: Na ação de cobrança, o credor verá que o 
processo poderá ser proveitoso; 
- Exemplo de Interesse-Necessidade: Na ação de cobrança, o credor, que não 
conseguiu receber extrajudicialmente, verá que o processo é sua única esperança; 
- Exemplo de Ausência de Interesse-Necessidade: Enquanto o beneficiário de 
um benefício previdenciário ou assistencial não fizer requerimento administrativo no 
INSS, não terá, em regra, interesse-necessidade, conforme entendimento do STF; 
- Perda / Falta Superveniente do Interesse de Agir (Perda do Objeto): É a perda 
do interesse de agir dentro do processo; ex.: Na ação em que se exige uma 
prestação de fazer, não fazer, dar ou pagar quantia, haverá perda do objeto do 
processo se o réu obrigado cumpre a obrigação antes da citação, o
que gerará 
sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial por perda do objeto; Obs.: Se 
o obrigado cumpre sua obrigação após a citação, não haverá perda do objeto, mas 
 Provocado.17
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �22
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
sim sentença de Extinção do Processo com Resolução de Mérito ante o 
reconhecimento da procedência do pedido pelo réu(Art. 487, III, alínea “a”, CPC 
2015); 
- Obs.: Ações necessárias: São as demandas em que se afirma um direito que só é 
passível de realização em juízo; nesse caso, o fator utilidade/necessidade é 
presumido absolutamente “in re ipsa”; ex.: Ação de Interdição, Ação Declaratória de 
Nulidade Absoluta, Ação Anulatória, Ação de Falência, Ação Rescisória, etc.; 
- Obs.: Fredie Didier ensina que a análise inicial do interesse de agir (no 
recebimento da petição inicial), antes de citar o réu, deve ser realizada à luz da 
“Teoria da Asserção” ou da “Teoria da Prospettazione” (“in statu assertionis”), de 
acordo com as afirmações do demandante, que devem ser admitidas 
hipoteticamente como verdadeiras, sem qualquer apuração ou produção de provas; 
a apuração da verdade e a produção de prova ocorrem em fase posterior do 
processo; 
* Requisitos Processuais Objetivos Extrínsecos Negativos 
- São fatos que não devem estar presentes para que o procedimento seja admitido 
validamente; 
- O processo deve ser extinto por sentença de Indeferimento Liminar da Petição 
Inicial ou por sentença de Extinção do Processo sem Resolução do Mérito quando 
um requisito processual negativo estiver presente, salvo se a causa de extinção 
desaparecer (como no caso em que o processo primeiro, que gerava a 
litispendência do processo posterior, for extinto sem exame de mérito; nesse 18
caso, o processo posterior não precisa necessariamente ser extinto sem exame de 
mérito pela litispendência); 
- Primeiro Requisito Processual Negativo (Perempção): Art. 485, inciso V, CPC 
2015; é a situação jurídica em que o autor dá causa a 3 (três) extinções do 
processo por abandono do processo (abandono previsto no Art. 485, inciso III, do 
CPC 2015); verificada a perempção total, o Juiz proferirá sentença de 
Indeferimento Liminar da Petição Inicial ou sentença de Extinção do 4º Processo 
sem Resolução do Mérito (Art. 485, inciso V, e Art. 486, §3º do CPC 2015); obs.: O 
direito material não perime, tanto que passível de alegação em defesa; obs.: Não 
caberá reconvenção também; obs.: A perempção é uma sanção ao autor que 
abusou do direito de demandar (Abuso de Direito de Demandar); 
- Segundo Requisito Processual Negativo (Litispendência): Art. 485, inciso V, 
CPC 2015; é a reprodução de uma outra demanda já em curso sem decisão 
definitiva (Art. 337, §3º, CPC 2015); verificada a litispendência total, o Juiz proferirá 
 Reprodução de um Processo em Curso;18
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �23
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial ou sentença de Extinção do 
Processo Reproduzido sem Resolução de Mérito (Art. 485, V, CPC 2015); uma 
demanda é igual a outra quando possui mesmas partes, mesma causa de pedir e 
mesmo pedido (Tríplice Identidade); obs.: Nas causas coletivas, uma demanda é 
igual a outra quando houver identidade de pedido e de causa de agir (não se exige 
aqui a tríplice identidade); 
- Terceiro Requisito Processual Negativo (Coisa Julgada): Art. 485, inciso V, 
CPC 2015; é a reprodução de uma outra demanda ja decidida definitivamente, 
conforme Art. 337, §4º, CPC 2015; Verificada a coisa julgada total, o Juiz proferirá 
sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial ou sentença de Extinção do 
Processo sem Resolução de Mérito (Art. 485, V, CPC 2015); uma demanda é igual 
a outra quando possui mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido 
(Tríplice Identidade); obs.: Nas causas coletivas, uma demanda é igual a outra 
quando houver identidade de pedido e de causa de pedir (aqui, não se exige a 
Tríplice Identidade), o tema da coisa julgada será estudado em outro semestre; 
- Quarto Requisito Processual Negativo (Convenção de Arbitragem): Art. 485, 
inciso VII, CPC 2015; é um negócio jurídico em que as partes acordam que o 
julgamento sobre seu litígio será realizado por um árbitro (Terceiro Particular); 
verificada a existência de convenção de arbitragem por alegação do réu, o Juiz 
proferirá sentença de Extinção do Processo sem Resolução de Mérito (Art. 485, 
inciso VII, CPC 2015); obs.: O Juiz não deve conhecer dessa matéria de ofício (Art. 
337, §5º e Art. 485, §3º do CPC 2015); essa matéria será aprofundada na aula de 
arbitragem; 
- A coisa julgada e a perempção são irremediáveis, de modo que o processo 
viciado será encerrado precocemente; 
- A litispendência e a convenção de arbitragem podem ser superadas a depender o 
caso; ex.: Invalidação da Convenção de Arbitragem; ex.: Extinção sem Exame de 
Mérito do 1º Processo na Hipótese de Litispendência; 
- Obs.: Perempção Parcial, Litispendência Parcial e Coisa Julgada Parcial: O juízo 
competente proferirá decisão de admissibilidade parcial do novo processo, isto é, 
decisão de inadmissibilidade de parte do processo, quanto à parcela de 
perempção, de litispendência e de coisa julgada, de modo que não haverá 
encerramento total do processo posterior; 
* Observações Finais sobre os “Pressupostos Processuais” 
- Legitimidade “ad causam” e Interesse de Agir são requisitos processuais de 
acordo com o CPC 2015, e não mais condições da ação; 
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �24
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
- A impossibilidade jurídica do pedido é questão meritória e desafia sentença de 
Improcedência Liminar do Pedido; não é mais condição da ação; 
- A relação jurídica processual é dinâmica; por isso, um sujeito processual pode 
assumir mais de uma posição jurídico-processual; ex.: o autor da demanda passa à 
condição de réu no caso de reconvenção; obs.: a analise dos “pressupostos 
processuais” não deve ignorar essa realidade; 
- Nem toda falta de “pressuposto processual” leva a um juízo de inadmissibilidade 
do processo; ex.: incompetência absoluta: que, em regra, gera a remessa dos 
autos ao Juiz competente; 
- A falta de alguns “pressupostos processuais” leva a um juízo de inadmissibilidade 
do processo: 
• Se o réu não foi citado: Sentença de Indeferimento Liminar da Petição 
Inicial (Artigos 330 e 331 do CPC 2015); obs.: Se não houver previsão 
específica, o indeferimento liminar da petição inicial será baseado no Art. 
485, incisos IV a VII, do CPC 2015 (Por analogia); 
• Se o réu foi citado: Sentença de Extinção do Processo sem Resolução do 
Mérito (Art. 485, incisos IV a VII do CPC 2015); obs.: O inciso IV é uma 
cláusula geral; 
- Em ambos os casos, na hipótese de indeferimento liminar da petição inicial ou na 
hipótese de extinção do processo sem resolução do mérito, o Juiz não examinará o 
mérito da causa e a sentença fará coisa julgada formal ; 19
- Nem toda falta de “pressuposto processual” é passível de conhecimento de ofício 
(sem provocação) pelo Juiz; ex.: 
• Incompetência Relativa (Art. 64, §1º, e Art. 337, §5º, do CPC 2015); e 
Súmula N. 33 do STJ; 
• Existência de Convenção de Arbitragem (Art. 337, §5º, do CPC 2015); 
• Falta de Autorização do Cônjuge para propositura de Ação Real Imobiliária 
(Art. 1.650 do CC); 
- Nem toda falta de “pressuposto processual” é passível de conhecimento em 
qualquer tempo e grau de jurisdição pelo órgão jurisdicional; em regra, a falta de 
pressuposto processual é passível de conhecimento em qualquer tempo e em 
qualquer grau de jurisdição; excepcionalmente, a falta de um “pressuposto 
processual” não será passível de conhecimento em qualquer tempo ou grau de 
jurisdição, a exemplo da incompetência relativa; 
- Nem toda falta de “pressuposto processual” é defeito incorrigível; Sistematização:
Indiscutibilidade da questão naqueles autos.19
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DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
• Muitos vícios aceitam correção dentro dos próprios autos; se não houver 
correção, o processo será inadmitido precocemente; obs.: É importante 
mencionar a relevância do Princípio da Primazia da Decisão de Mérito (O 
encerramento do processo sem decisão de mérito é exceção); 
• Excepcionalmente muitos vícios não aceitam correção; nesse caso, o 
encerramento precoce de processo, será imediato; aqui, o Juiz nem 
concederá prazo algum, pois tais vícios não são passíveis de regularização; 
ex.: Coisa Julgada; 
- Nem toda falta de “pressuposto processual” impede decisão de mérito; mesmo 
diante de um defeito processual, o Juiz tem o poder-dever de não o levar em 
consideração, se o processo puder ser resolvido no mérito em favor daquele que se 
beneficiaria com a decisão de inadmissibilidade, conforme Art. 488 do CPC 2015, 
que é um reflexo do Princípio da Primazia da Decisão de Mérito. ex.: Petição Inicial 
é Inepta, mas o pedido é improcedente e passível de Sentença de Improcedência 
Liminar do Pedido à luz do Art. 332, do CPC 2015; 
______________________________________________________________________________ 
4 - TEORIA DA AÇÃO 
 4.1 - Acepções da Palavra “Ação” 
 a) “Ação” como Direito de Ação: O direito de ação é o direito fundamental de 
acessar o órgão jurisdicional, e de exigir a tutela jurisdicional (Proteção 
Jurisdicional); é o direito de ir a juízo (Direito Potestativo, conforme Giuseppe 
Chiovenda); obs.: É um direito público, subjetivo, abstrato e autônomo, que não se 
confunde com o direito material discutido, ou seja, o direito material deduzido em 
juízo (“res in judicium deducta”); 
b) “Ação” como Ato Jurídico: É a Ação exercida; é o direito de ação exercido; é o ir 
a juízo; é o fato gerador do processo; nessa acepção, ação é o ato jurídico (de ir a 
juízo) já concretizado; é a demanda; obs.: A ação concreta (chamada de demanda 
ou causa) é materializada pela petição inicial; obs.: É a concretização do direito de 
acionar ou do direito de processar; obs.: A ação, instrumentalizada pela petição 
inicial, é o primeiro ato do procedimento; 
4.2 - Elementos da Ação (a petição inicial deve informar cada elemento, sob pena de 
ser considerada inepta): parte, causa de pedir e pedidos. 
a) Partes: É o sujeito processual que deve integrar o contraditório; as partes são 
autor (que está no polo ativo do processo) e réu (que está no polo passivo do 
processo); obs.: Espécies: parte material (é a parte do litígio ou situação jurídica 
material) e a parte processual (da relação jurídica processual); obs.: Em regra, a 
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parte processual é a parte material, excepcionalmente, não será, como no caso da 
substituição processual; 
b) Causa de Pedir: É o motivo de ir a juízo, é a exposição do fato e do fundamento 
jurídico, na forma do Art. 319, inciso III, do CPC 2015; sobre esse ponto, algumas 
observações são necessárias: 
- Obs.: Fundamento Jurídico não se confunde com Fundamento Legal; 
- Obs.: Exemplo de exposição da causa de pedir: João foi vítima de 
acidente de trânsito em razão de conduta lesiva de outrem e, por isso, tem o 
direito de ser reparado; 
- Obs.: O CPC 2015 adotou, na esteira do CPC 1973 (Já revogado), a 
teoria da Substanciação ou da Substancialização da causa de pedir; 
segundo tal teoria, a petição inicial deve indicar o fato jurídico em sentido 
amplo e os fundamentos jurídicos, ou seja, deve indicar o fato constitutivo 
do direito do peticionante, a referida teoria, ao ser adotada afastou a Teoria 
da Individualização que não foi adotada (a Teoria da Individualização só 
exige a indicação dos fundamentos jurídicos); o que irá importar no tema da 
conexão; 
- Obs.: A teoria da substanciação prega a existência das seguintes causas 
de pedir: 
• Causa de Pedir Remota / Fática: É a descrição do fato jurídico em 
sentido amplo; 
• Causa de Pedir Próxima / Jurídica: É o direito postulado; é o 
fundamento jurídico; 
- Obs.: Outra classificação da causa de pedir: 
• Causa de Pedir Ativa: É o fato constitutivo do direito; ex.: Contrato 
de Empréstimo; 
• Causa de Pedir Passiva: É o fato que impulsiona a ida a juízo; ex.: 
O não pagamento do empréstimo; 
- Obs.: Em regra, em razão do Princípio da Provocabilidade e em razão da 
característica da Inércia da Jurisdição, o órgão jurisdicional está limitado ao 
fato alegado; mas o órgão jurisdicional é livre para fundamentar de acordo 
com o Princípio do Livre Convencimento Motivado, de modo que tem o 
poder de se basear em outra norma jurídica, que não naquela indicada pela 
parte; 
c) Pedido: É a providência postulada ao órgão jurisdicional; o pedido tem duas 
espécies: 
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �27
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- Pedido Imediato: É o pedido de concessão da tutela jurisdicional; tutela 
jurisdicional é a proteção jurisdicional; tal pedido é direcionado ao órgão 
jurisdicional ao Estado-juiz; 
- Pedido Mediato: É o bem da vida postulado; o bem da vida é o resultado 
prático pretendido; ex.: Pedido de Despejo; 
- Obs.: Em regra, o Juiz está limitado ao pedido Mediato à luz do Princípio 
da Correlação Lógica ou Congruência Lógica entre Pedido e Decisão 
(Princípio da Adstrição); eventual decisão, que viole tal princípio, será 
considerada: 
• “Extra Petita”: Decisão fora do pedido; em caso de rescisão, é feito 
nulo a decisão e proferida outra; 
• “Ultra Petita”: Decisão além do pedido; em caso de rescisão, é 
decotado o excedente; 
• “Citra/Infra Petita”: Decisão aquém do pedido; o recurso cabível 
aqui é o Embargos de Declaração e analisado pelo próprio Juiz que 
prolatou a sentença; 
- Obs.: Sobre o tema ler os Artigos 141 e 492 do CPC 2015; 
- Obs.: O pedido deve ser certo, quanto à existência (Art. 322 do CPC 
2015), deve ser determinado (Art. 324 do CPC), deve ser claro (Art. 330, 
§1º, II do CPC 2015) e deve ser coerente (Art. 330, §1º, IV do CPC 2015); 
ainda, em regra, o pedido deve ser expresso, de modo que o pedido 
implícito está, em regra, proibido, sob pena de inépcia; 
- Obs.: Em regra, o pedido deve ser determinado (delimitado quanto à 
qualidade e quanto à quantidade); excepcionalmente, o pedido genérico 
(indeterminado ou não determinado) é admitido à luz do Art. 324 do CPC 
2015; tal pedido genérico será não determinado em relação ao “quantum 
debeatur”, nunca em relação ao “an debeatur”; 
- Obs.: Admite-se a cumulação de pedidos, na forma do Art. 328 do CPC 
2015; 
4.3 - Obs.: O estudo da Tríade Processual é importante na matéria de direito processual 
civil: Jurisdição, Ação e Processo; 
4.4 - Obs.: As condições da ação já não existem com o CPC 2015: Legitimidade “ad 
causam”, Interesse de Agir e Possibilidade Jurídica do Pedido; 
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �28
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
4.5 - Classificações Básicas da Ações (Essas classificações podem ser mescladas 
entre si como regra; mas há exceções) 
* Classificações quanto à relação jurídica material discutida em juízo: 
- Ações Reais: São aquelas que discutem Direito Real ; ex.: Ação 20
Reivindicatória de Bem Móvel ou Imóvel; 
- Ações Pessoais: São aquelas que discutem Direito Pessoal ; ex.: Ação de 21
Cobrança de Contrato; 
- Ações Possessórias: São aquelas que discutem posse, que, para a 
maioria, não é Direito Real; ex.: Interditos Possessórios, que se dividem em: 
Ação de Reintegração de Posse, Ação de Manutenção de Posse e Interdito 
Proibitório; obs.: o tratamento das ações possessórias é semelhante ao 
tratamento das ações reais; 
* Classificações quanto ao pedido mediato: 
- Ações Mobiliárias: São aquelas cujo o objeto é um bem móvel; 
- Ações Imobiliárias: São aquelas cujo o objeto é
um bem imóvel; 
- Obs.: Nem toda ação imobiliária é real; por exemplo, a ação de despejo é 
pessoal e é imobiliário; 
- Obs.: Nem toda ação mobiliária é pessoal; por exemplo, a ação 
reivindicatória de um carro é real e mobiliária; 
* Classificações quanto ao tipo de tutela jurisdicional postulada: 
- Ações de Conhecimento: São aquelas que buscam a certificação de um 
direito; elas geram um processo de conhecimento; ex.: Ação de Cobrança; 
- Ações de Execução: São aquelas que buscam a efetivação de um direito 
já certificado em um título, quando preenchidos os requisitos legais; em 
algumas situações, geram um processo de execução; ex.: Ação de 
Execução de Título Executivo Extrajudicial (por exemplo, execução de um 
cheque não prescrito); 
- Ações Cautelares: É aquela que busca assegurar o resultado útil de outra 
medida judicial; ela gera um processo cautelar (todavia, atualmente a 
medida cautelar onde ser concedida incidentalmente no processo de 
conhecimento e no processo de execução); ex.: Medida Cautelar de 
Arresto; 
 Exemplo: Direito de Propriedade. Art. 1.225 do CC;20
 Exemplo: Direito de Crédito.21
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �29
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
- Obs.: Essa classificação tem perdido sua relevância, pois as ações 
judiciais e os processos judiciais são, cada vez mais, sincréticos, pois, em 
um só processo, como regra, haverá a possibilidade de aplicação das 3 
(três) tutelas: tutela de conhecimento, tutela executiva e tutela cautelar; 
* Classificação das Ações de Conhecimento 
- Ação Condenatória: É a ação de conhecimento que busca obter a 
certificação de um direito a uma prestação (a ser cumprida por outrem no 
mundo físico) de fazer, não fazer ou de dar coisa em dinheiro (ou em coisa 
diferente); ex.: Ação de Obrigação de Fazer; obs.: A Execução (tutela 
executiva), embora seja diferente de Ação de Conhecimento, também busca 
tutelar um direito prestacional; obs.: É possível execução no bojo da Ação 
de Conhecimento Condenatória; 
- Ação Constitutiva: É a ação de conhecimento que busca obter a 
certificação de um direito potestativo (no mundo jurídico); ex.: Ação 
Anulatória de um negócio jurídico, para tutelar o direito potestativo da parte 
autora à invalidação do negócio jurídico; ex.: Ação de Resolução do 
negócio jurídico; obs.: A própria sentença satisfaz o direito potestativo de 
modo que não é possível execução no bojo do processo de conhecimento 
constitutivo; 
- Obs.: As Ações de Conhecimento Constitutivas têm duas espécies: 
• Constitutivas Positivas: Busca uma certificação de um direito 
potestativo, com consequente formação de uma relação jurídica; ex.: 
Ação de Interdição; 
• Constitutivas Negativas: Buscam certificar um direito potestativo 
com consequente extinção de uma relação jurídica; ex.: Ação 
Anulatória de Contrato; 
- Obs.: A Ação de Conhecimento Constitutiva pode ser híbrida (constitutiva 
positiva e constitutiva negativa) ex.: Ação de Investigação de Paternidade 
cumulada com Retificação de Registro Civil; 
- Ação Meramente Declaratória (AMD): É a ação de conhecimento que 
busca a certificação da existência, da inexistência ou do modo de ser de 
uma situação jurídica, conforme Art. 19, inciso I e Art. 20 do CPC 2015, e 
conforme Súmula 181 do STJ; obs.: Essa ação não busca a concretização 
de um direito prestacional ou potestativo; obs.: Tal pedido não se sujeita a 
qualquer prazo, de modo que a ação meramente declaratória é considerada 
“imprescritível”; 
- Obs.: Espécies de Ações Meramente Declaratórias: 
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �30
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
• AMD Positiva: Pretende a Declaração da Existência de uma 
situação jurídica; ex.: Ação Declaratória de União Estável; 
• AMD Negativa: Pretende a Declaração da Inexistência de 
uma situação jurídica; ex.: Ação Declaratória de Inexistência 
de uma relação jurídica tributária; 
- Obs.: Em regra, não se admite AMD de um fato (não se admite 
AMD para declarar que um fato ocorreu ou não; só se admite AMD 
para declarar que uma situação jurídica surgiu ou não de um fato); 
excepcionalmente, cabe AMD de um fato, desde que a lei tenha 
previsto essa possibilidade (por exemplo, é admissível AMD da 
autenticidade de um documento ou não, como no caso da AMD da 
inexistência de um negócio jurídico, em que será possível a 
realização de uma perícia para se apurar a autenticidade ou não da 
assinatura de um documento); 
- Obs.: Há uma tendência de se conferir executividade à sentença 
meramente declaratória, como no caso do jornalista Vladimir Herzog, 
o que se percebe do Art. 515, inciso I, do CPC 2015 e do REsp n. 
588202 PR; porém, o Professor José Roberto dos Santos Bedaque 
discorda; 
- Obs.: Há quem acrescente mais duas espécies de ações de 
conhecimento; 
- Ação Executiva em Sentido Amplo ou “latu sensu”: É aquela ação de 
conhecimento que busca a certificação de um direito a uma prestação (a ser 
cumprida por outrem no mundo físico) de fazer, não fazer ou dar coisa (dar 
coisa em dinheiro ou dar coisa diferente de dinheiro), bem como a sua 
efetivação, no mesmo processo mediante meios coercitivos diretos (de sub-
rogação), em que a colaboração do executado será prescindível; o Estado-
juiz substituirá a vontade do executado ou de terceiro, com o fim de 
satisfazer/efetivar o direito do exequente nos próprios autos; a execução 
será direta mediante desapossamento, expropriação, etc.; ex.: Ação de 
Reintegração de Posse; 
- Ação Mandamental: É a ação de conhecimento que busca a certificação 
de um direito a uma prestação (a ser cumprida no mundo físico por outrem) 
de fazer, não fazer ou dar coisa (dar coisa em dinheiro ou diferente de 
dinheiro), bem como sua efetivação no mesmo processo mediante meios 
coercitivos indiretos, em que a colaboração do executado será 
imprescindível; os meios coercitivos indiretos têm o objetivo de compelir o 
devedor a cumprir a ordem judicial; o Estado-juiz vai efetivar, mas com a 
colaboração do devedor; a execução será indireta, sem substituir a conduta 
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �31
DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
do devedor; os meios coercitivos indiretos geram temor (por exemplo, 
Prisão Civil, multa, etc.) ou geram incentivo (por exemplo: Isenção de 
Custas Processuais e Honorários Advocatícios, etc.); nesse último caso, os 
meios coercitivos indiretos, que geram incentivo são chamados de sanções 
premiares; ex.: Mandado de Segurança; 
- Obs.: Sobre a última classificação quanto às ações de conhecimento, 
seguem algumas ponderações: 
• Uma corrente clássica adota a classificação ternária das ações de 
conhecimento: Ações Condenatórias, Ações Constitutivas e Ações 
Meramente Declaratórias; 
• Uma corrente moderna adota a classificação ternária das ações de 
conhecimento, com a seguinte novidade: as Ações Condenatórias 
são divididas em duas sub-espécies, que são as Ações Executivas 
em Sentido Amplo e as Ações Mandamentais, consoante 
entendimento do Professor Fredie Didier; 
• Uma corrente moderna adota a classificação quaternária: Ações 
Executivas em Sentido Amplo, Ações Mandamentais, Ações 
Constitutivas e Ações Meramente Declaratórias; a Professora Ada 
Pellegrini Grinover ensina que as recentes reformas eliminaram as 
antigas Ações Condenatórias; 
• Uma corrente (de Pontes de Miranda) adota a classificação 
quinária das ações de conhecimento (ações condenatórias, ações 
executivas em sentido amplo, ações mandamentais, ações 
constitutivas e ações meramente declaratórias); essa corrente 
defende que as ações condenatórias versariam apenas sobre: 
obrigação de pagar quantia em dinheiro, que as ações executivas 
em sentido amplo versariam sobre obrigação de dar coisa distinta de 
dinheiro e que as ações mandamentais versariam sobre obrigação 
de fazer ou não fazer, o que foi defendido pelo Professor Carlos
Alberto Alvaro de Oliveira; todavia, Fredie Didier ensina diferente de 
forma crítica, como já visto acima; para Fredie Didier a solução de 
Carlos Alberto Alvaro de Oliveira incide em erro, pois, por exemplo, a 
ação de execução de alimentos (que versa sobre obrigação de 
pagar quantia) é possível também sob pena de prisão civil, o que, 
em tese, estaria dentro do conceito de açanã mandamental; 
4.6 - Ações Dúplices 
A palavra ação “dúplice” tem duas acepções: 
NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �32
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* Acepção Processual: Ação dúplice é sinônimo de pedido contraposto; 
pedido contraposto é uma demanda proposta pelo réu (dentro da 
contestação) contra o autor, nas hipóteses admitidas em lei, como, por 
exemplo, na hipótese do procedimento sumário e na hipótese do 
procedimento sumaríssimo no Juizado Especial Cível; nesse aspecto, a 
ação é chamada de “dúplice”, em razão da possibilidade de o réu formular 
demanda contra o autor dentro da contestação (pedido contraposto é 
diferente de reconvenção); obs.: Essa acepção não é muito técnica; 
* Acepção Material: Ação dúplice é aquela em que, sob o prisma material, 
ambas as partes assumem a posição de autor e réu ao mesmo tempo e no 
mesmo polo; por isso, a simples defesa do réu processual é o exercício de 
uma pretensão ou um contra-ataque; obs.: A ação dúplice na acepção 
material só existirá a depender do direito material discutido; ex.: Ação 
Declaratória; Ação de Reintegração de Posse (para alguns); obs.: Nesse 
caso, o réu não precisa formular pedido contraposto ou reconvenção; 
4.7 - Cumulação de Ações 
A cumulação objetiva ou a cumulação subjetiva são admitidas em lei. 
______________________________________________________________________________ 
5 - ATOS PROCESSUAIS (Art. 188 a 275 do CPC 2015) 
- Conceito de Processo: É a relação jurídica processual mantida entre os sujeitos 
processuais; 
- Conceito de Procedimento: É o “modus faciendi” dos atos processuais; ou seja, é o 
caminho que os atos processuais seguirão; 
- Conceito de Ato Processual: Humberto Theodoro Junior ensina que ato processual é toda 
conduta humana apta a produzir efeitos dentro do processo e/ou em razão do processo; 
- Conceito de Citação: É o ato processual comunicatório que tem o objetivo de comunicar a 
existência do processo ao réu e de comunicar que ele tem o direito/ônus de apresentar 
resposta no prazo legal; obs.: É dirigida apenas ao réu, de modo que é diferente da 
palavra intimação; espécies de citação: pessoal, hora certa, edital; 
- Conceito de Intimação: É o ato processual comunicatório que tem o objetivo de 
comunicar eventual decisão (em sentido amplo) a qualquer dos sujeitos processuais, para 
que façam ou deixem de fazer algo; 
- Atos das Partes: Analisar os Artigos 200 a 202 do CPC 2015; 
- Atos do Juiz: Analisar os Artigos 203 a 205 do CPC 2015; 
- Lugar dos Atos Processuais: Analisar os Artigos 217; 
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DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP
- Tempo dos Atos Processuais: Analisar os Artigos 212 a 216 e os Artigos 218 a 235 do 
CPC 2015; 
______________________________________________________________________________ 
6 - FORMAÇÃO / SUSPENSÃO / EXTINÇÃO DO PROCESSO 
6.1 - Formação 
O processo nasce com a propositura da ação mediante o protocolo da Petição 
Inicial; o processo já existe desde o protocolo da petição inicial, conforme Art. 312 
do CPC 2015; os requisitos da petição inicial estão previstos no Art. 319 do CPC 
2015; ler os Artigos 319 a 321 do CPC 2015; obs.: Se houver irregularidade na 
petição inicial o juiz deve determinar a aplicação os institutos da emenda da petição 
inicial ou da completação da petição inicial sob pena de indeferimento da peça 
inicial, conforme Art. 321 do CPC 2015; Hipóteses de Indeferimento: Artigos 330 a 
331 do CPC 2015; obs.: Hipóteses de Improcedência Liminar do Pedido Inicial (Art. 
332 do CPC 2015); 
6.2 - Suspensão do Processo (Art. 313 a 315 do CPC 2015); 
6.3 - Extinção do Processo (Art. 316 e 485 a 488 do CPC 2015); 
______________________________________________________________________________ 
7 - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO
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