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DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP 16 de Fevereiro de 2016 Edmilson DIREITO PROCESSUAL CIVIL Bibliografias - Fredie Didier - Curso de Direito Processual Civil Vol. 1 - 2016; 1 - Introdução 1.1 - Conceito de Processo (Demonstração) a) Primeiro Conceito (À Luz da Teoria da Norma) Processo é um método ou instrumento de produção da norma jurídica; Ex: - Processo Jurisdicional: É o que nós iremos ver; - Processo Administrativo: Iremos ver com outro professor; - Processo Legislativo: Faz parte da matéria de D. Constitucional; b) Segundo Conceito (À Luz da Teoria dos Fatos Jurídicos) Processo é uma espécie de Ato Jurídico; É um Ato Jurídico Complexo (É um ato final composto por vários outros atos anteriores); * Obs.: Esse segundo conceito faz com que o processo seja sinônimo de procedimento; * Obs.: Procedimento é o modo de fazer os processos (“modus faciendi”); * Obs.: Nesse conceito, aplica-se a teoria da Escada Pontiana; c) Terceiro Conceito (À Luz da Teoria dos Fatos Jurídicos) Processo é uma relação jurídica mantida entre os sujeitos processuais (Partes , Juiz, Perito, etc); 1 * RESUMO PARA PROVA Processo é uma relação jurídica mantida entre os sujeitos processuais; O processo é composto por vários atos processuais; Procedimento (ou Rito) é o caminho que os atos processuais seguirão (“Modus Faciendi”); Requerente e Requerida.1 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �1 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP d) Autos São os documentos que compõe o processo; 1.2 - Relação entre Processo Jurisdicional e o Direito Material 2 Direito Material é a afirmação de uma situação jurídica que precisa da proteção/ tutela jurisdicional; * Obs.: Antigamente, o Direito Material era mais importante que o Direito Processual (O Direito Processual não tinha autonomia e importância); * Obs.: Atualmente o Direito Processual ganhou autonomia e importância; Todavia, muitos Juízes começaram a valorizar mais a forma/instrumento (o Direito Processual), de maneira a, em muitos casos, extinguir processos por pequenas falhas processuais; * Obs.: O ideal é adotar a teoria circular entre os planos material e formal; Tal teoria ensina que, embora autônomos, ambos os planos (Plano Material e Formal/ Processual) dependem um do outro, conforme ensinamento do professor Francesco Carnelutti; * Obs.: Por isso o Prof. Cândido Rangel Dinamarco criou lições sobre o princípio da instrumentalidade do processo, segundo qual o processo deve sempre ser um instrumento; Não é um fim em si mesmo; * Obs.: Por isso o Prof. José Roberto dos Santos Bedaque (Desembargador do TJ/ SP) criou lições sobre o princípio da instrumentalidade substancial do processo, segundo qual o processo deve ser simples, sem burocracias e sem formalismos exacerbados, para que sua finalidade (Tutelar o Direito Material) seja alcançada, de modo que a Nulidade Processual só deve ser declarada a título de exceção e em último caso; Tal Prof. ensina que, se o ato viciado atingiu sua finalidade, nenhuma nulidade deve ser declarada, de acordo com o Art. 277 e 283, Parágrafo Único do Novo CPC. 1.3 - Neoprocessualismo (Fredie Didier) Ou Formalismo Valorativo (Carlos Alberto Alvaro) Segundo essas correntes, o processo deve ser efetivo, ético, cooperativo e instrumental; * Obs.: Nós veremos somente o processo jurisdicional cível; Teoria Circular entre os Planos.2 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �2 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP 1.4 - Princípios mais importantes do Processo Cível a) Princípio do Devido Processo Legal É o princípio segundo qual ninguém poderá perder bens ou liberdade sem oportunização de um processo com garantias; - Dimensão Formal: Essa dimensão impõe a observância das garantias processuais; - Dimensão Material: Essa dimensão impõe a observância do princípio da proporcionalidade/razoabilidade; - Previsão: Art. 5º, LIV da CF; b) Princípio do Contraditório É o princípio que impõe a bilateralidade, onde todas as partes devem ser informadas sobre o processo; Para que possa expressar-se; - Previsão: Art. 5º, LV da CF; c) Princípio da Ampla Defesa O Juiz deve oportunizar as partes a ter amplo acesso ao direito probatório; Direito de se defender integralmente; - Previsão: Art. 5º, LV da CF; d) Princípio da Duração Razoável do Processo O processo deve durar um tempo necessário e razoável; - Previsão: Art. 5º, LXXVIII da CF; e) Princípio Dispositivo / Adversarial É o princípio segundo qual grande parte da atividade processual é desenvolvida por iniciativa das partes, salvo algumas exceções como o impulso oficial que compete ao Juiz; Por isso, um processo judicial somente é iniciado por iniciativa da parte, sem instauração de ofício pelo Juiz, salvo a rara exceção do inventário; * Obs.: Aqui, o protagonismo é da partes para se preservar a imparcialidade do Juiz; NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �3 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP f) Princípio Inquisitivo / Inquisitorial É o princípio segundo qual o Juiz tem amplos poderes de iniciativa: Protagonismo é do Juiz; Qual dos dois últimos princípios foi adotado pelo Brasil ? 1C: O Brasil adotou o princípio ou modelo dispositivo (Art. 2º do CPC 2015) salvo algumas exceções, como por exemplo, no campo probatório, conforme Art. 370 do CPC 2015; - MAJORITÁRIA - 2C: Entende que é difícil dar uma conclusão pois vai depender do tema; 3C: O Brasil adotou o chamado princípio ou modelo cooperativo, conforme Art. 6º do CPC 2015 e doutrina de Fredie Didier; Todos os sujeitos processuais devem cooperar; ______________________________________________________________________________ 2 - Conceitos Básicos 2.1 - Distinção a) Obrigação É um vínculo por meio do qual o devedor tem de externar uma prestação em favor do credor sob pena de configuração de um ilícito, sujeito a uma sanção jurídica; * Obs.: A obrigação é um dos instrumentos de proteção do interesse alheio; * Obs.: A obrigação esta no campo obrigacional; * Obs.: Exemplos de Obrigação: - Pagar Quantia; - Dar; - Fazer; - Não Fazer; b) Dever É um vínculo por meio do qual a pessoa ou ente deve observar comandos do ordenamento jurídico, sob pena de configuração de um ilícito, sujeito a uma sanção jurídica; * Obs.: O dever não esta só no campo das obrigações; * Obs.: O dever é mais amplo que a obrigação; * Obs.: O dever também protege interesse alheio; NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �4 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP * Obs.: O dever pode ser legal ou obrigacional; Legal Dever (Gênero) Obrigacional Ex.: -> Dar; -> Fazer; -> Não Fazer; c) Ônus É uma faculdade para obtenção de uma vantagem; Aqui, não há uma imposição e não há um dever; * Obs.: O não cumprimento do ônus gera apenas a perda da vantagem, e não um ilícito com sanção; * Obs.: Serve para tutelar interesse próprio; Ex: -> Ônus da Prova; -> Ônus de Resposta; -> Etc… 2.2 - Conceitos Relacionados com os Sujeitos Processuais (São aqueles que atuam no processo, tais como Partes, Juiz, Perito, Testemunhas, Auxiliares da Justiça, etc.) 2.2.1 - Conceito de Parte (Autor e Réu) Parte é aquele que participa do processo na posição própria de parcialidade; * Parte é o sujeito processual parcial do contraditório ; 3 a) Formas para que alguém se torne parte - Com o ato de processar (Autor); - Com o ato de ser processado (Réu); - Com o ato de intervir em processo já existente alheio; 2.2.2 - Conceito de Legitimação para Agir (Conceito de Legitimidade Ad Causam) Utilizar este conceito na prova.3 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �5 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP É a relação existente entre sujeito processual e a situação jurídica que ele afirma; É a pertinência subjetiva da ação, conforme Prof. Alfredo Buzaid; * Obs.: Ela é sempre aferida à Luz do Direito Material; * Obs.: Direito Material é um conjunto de normas jurídicas que disciplinam as pessoas, os bens e os fatos jurídicos; * Obs.: Direito Processual é um conjunto de normas jurídicas que instrumentalizam a aplicação do Direito Material; * Obs.: A legitimidade “ad causam” pode ser ativa ou passiva; * Obs.: A legitimidade “ad causam”: não é mais condição da ação , mas sim 4 pressuposto processual, de acordo com o CPC 2015; a) Sistematização - Regra Legitimidade Ordinária: É a pertinência subjetiva da ação daquele que defende em juízo (em nome próprio) interesse próprio, nos termos do Art. 18, Primeira parte, CPC 2015; Assim, em regra, é proibido defender em nome próprio interesse alheio; Ex: A filha, portanto, não tem legitimidade “ad causam” para defender em nome próprio interesse do pai; - Exceção Legi t imidade Extraordinár ia/Anômala/Subst i tu ição Processual: E a pertinência subjetiva da ação que autoriza que um sujeito de direito defenda em nome próprio interesse alheio, apenas quando a lei autorizar (Art. 18, Segunda Parte, CPC 2015); Ex: O MP ajuíza Ação Coletiva em favor da sociedade ou de um grupo dela; * Obs.: Em regra, a fonte da legitimação extraordinária é a lei, mas, excepcionalmente, sua fonte será um negócio jurídico (Art. 190 do CPC 2015); b) Diferenciação * Substituição Processual: Não impõe troca de sujeitos processuais; Ocorre mais no polo ativo do processo; O Instituto Condição da Ação foi abolido pelo CPC 2015.4 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �6 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP * Sucessão Processual: Impõe a troca de sujeitos processuais por um motivo legal ou legitimo; Ocorrem em ambos os polos processuais; Ex: O réu morreu e foi sucedido/troca! ! do pelo 77 espólio , que passará a figurar no polo passivo representado por 5 seus sucessores; * Obs.: A Sucessão Processual pode derivar da morte (Art. 110 do CPC 2015), da incorporação da pessoa jurídica ou da voluntariedade das partes (Art. 109 do CPC 2015); c) Diferenciação * Representação Processual: É o instituto de suprimento da incapacidade processual da parte do processo; O representante processual NÃO É PARTE; Ex: Um filho incapaz ajuíza uma determinada ação; Nesse caso, o pai dele poderá figurar como seu representante processual; 2.2.3 - Conceito de Capacidade Processual (Conceito de Capacidade de Estar em Juízo) É a aptidão para praticar atos processais sozinho, sem qualquer representante processual, nos termos da lei; * Obs.: A capacidade processual deve ser verificada à luz da lei; a) Sistematização - Regra A regra é que a lei confere capacidade processual para todos; - Exceção A lei, em algumas situações, não confere capacidade processual, de modo a exigir que o sujeito processual pratique atos processuais apenas por meio de um representante processual; Hipóteses ou situações em que a lei não confere capacidade processual: i) Hipótese de incapacidade processual da pessoa física em razão de incapacidade civil; (Art. 70 do CPC 2015): Conjunto de Bens;5 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �7 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP - O Absolutamente incapaz precisará que seu Representante Civi l seja seu representante processual; O Relativamente incapaz precisará que seu Assistente Civil seja seu representante processual; * Obs.: Se o incapaz não tiver representante civil ou assistente civil, o Juiz deverá nomear-lhe um representante processual, chamado de curador especial, nos termos do Art. 72, I, do CPC 2015; * Obs.: Nos termos do Art. 72, II, do CPC 2015, o Juiz deverá nomear representante processual ao réu preso revel , bem como ao réu revel citado por edital 6 ou por hora certa enquanto não constituído defensor ou advogado; É que, na situação de réu preso revel ou de réu citado ficticiamente, a sua capacidade processual estará fragilizada, o que recomenda a nomeação do curador especial; i i ) Hipótese de incapacidade puramente processual (Entes Despersonalizados): - Art. 75, V, do CPC 2015, que trata da massa falida, que é um ente despersonalizado; A massa falida não tem capacidade processual, de modo que o Juiz deve nomear-lhe um administrador judicial; - Art. 75, VI, do CPC 2015, trata da herança jacente /7 vacante, que é um ente despersonalizado; Tal ente despersonalizado não tem capacidade processual, de modo que o Juiz deve nomear-lhe um representante processual chamado de curador; - Art. 75, VII, do CPC 2015, trata do espólio , que é 8 um ente despersonalizado; Tal ente despersonalizado não tem capacidade processual, de modo que o Juiz Quando o réu, após citado, não da resposta à citação;6 Herança sem sucessores ou herdeiros; Quando o falecido não tem sucessores ou herdeiros; 7 Após um período de tempo, se comprovado a inexistência destes, tal herança irá ao Estado ou Município a depender do caso. Conjunto de bens da pessoa que faleceu, que tem sucessores;8 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �8 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP deve nomear-lhe um representante processual chamado inventariante; - Art. 75, IX, do CPC 2015, trata da sociedade ou associação sem personalidade jurídica, que por lei, é considerada um ente despersonalizado; Tal ente despersonalizado não tem capacidade processual, de modo que o Juiz deve nomear-lhe um representante processual, que será a pessoa física que administra seus bens; - Art. 75, XI, do CPC 2015, trata do condomínio, que é um ente despersonalizado; Tal ente despersonalizado não tem capacidade processual, de modo que o Juiz deve nomear-lhe um representante processual chamado de Administrador ou Síndico; * Obs.: As pessoas jurídicas NÃO SÃO incapazes, mas sim capazes, de maneira que não precisam de representante processual; Todavia, por praticidade, as pessoas jurídicas precisam ser PRESENTADAS por seus respectivos representantes legais, que serão uma pessoa física; Tal representante legal não funcionará como representante processual, pois as pessoas jurídicas são capazes e tem capacidade processual; * Obs.: Casos em que a PJ será presentada: Art. 75, I, II, III, IV, VIII, X do CPC 2015; b) Consequência da Falta de Capacidade Processual - Regra A capacidade processual é um requisito de validade dos atos processuais, nos termos do Art. 76 do CPC 2015; Eventual ato processual praticado por um sujeito processual sem seu representante processual é sanável; - Exceção Se o sujeito processual, que atuou sem representante processual é intimado pelo Juiz para suprir o vicio e não supre, as consequências são as seguintes: - Se autor em um processo simples, a consequência será a extinção do processo; Aqui, a capacidade NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �9 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP processual é entendida como um pressuposto processual; - Se autor em um processo ou Litisconsórcio , a 9 consequência será a exclusão do sujeito processual autor do processo; - Se réu, a consequência será a decretação da revelia; - Se terceiro, a consequência será a exclusão dele do processo; c) Capacidade Processual das Pessoas Casadas (Art. 73 e 74 do CPC 2015) Nenhum cônjuge tem o poder de pleitear como autor direitos reais imobiliários quando casado nos regimes da comunhão universal, da comunhão parcial e da participação final dos aquestos, salvo quando o outro cônjuge autorizar ou quando o Juiz suprir tal autorização, nos termos do Art. 1647, II, CC e Art. 73 do CPC 2015; * Obs.: O Art. 1647, II, CC e o Art. 73 do CPC 2015 restringem a capacidade processual das pessoas casadas, com fim de proteger o patrimônio familiar; Tais dispositivos impõe um Litisconsórcio ativo facultativo, e não necessário ou obrigatório, pois ninguém pode ser obrigado a demandar em juízo; No Brasil, não existe Litisconsórcio Ativo necessário, mas existe o Litisconsórcio Passivo necessário; * Obs.: O cônjuge autor da ação tem as seguintes possibilidades: - Formar Litisconsórcio ativo com outro cônjuge caso ele concorde (Litisconsórcio Ativo Facultativo); - Ajuizar a Ação sozinho com consentimento do outro; - Ajuizar sozinho com o Suprimento Judicial Prévio; * Obs.: Formas de provar o consentimento do outro cônjuge (A lei não previu): - Assinatura na Petição Inicial (Art. 220 do CC); - Assinatura na Procuração Outorgada ao Advogado; - Documento Exclusivo; * Obs.: Controle da Capacidade Processual dos Cônjuges: O Juiz, se perceber durante o processo a falta de consentimento, não terá o Existência de duas ou mais pessoas no polo ativo (Réu ou Autor);9 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �10 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP poder de anular o processo, mas apenas o poder de determinar a notificação do cônjuge preterido, para que exerça seu ônus de consentir ou não, sob pena de seu silêncio importar consentimento tácito (Art. 111 do CC); * Obs.: O cônjuge preterido tem o direito de: - Juntar documento de não consentimento; - Juntar documento de consentimento; - Ingressar no processo e pedir anulação dos atos processuais até então praticados; - Ajuizar ação rescisória (Art. 966, V, CPC 2015); - Ajuizar “querela nullitatis” (Art. 525, §1º, I, CPC 2015); 10 * Obs.: Art. 1648 do CC e Art. 74 do CPC 2015: Eventual pedido de Suprimento Judicial da Outorga de Consentimento é proponível por um cônjuge contra o outro antes do ajuizamento da ação desejada em primeiro lugar; O Procedimento de tramitação de tal pedido de Suprimento Judicial seguirá o procedimento “de jurisdição voluntária”, previsto nos Art. 719 a 725 do CPC 2015; * Obs.: Ler o Art. 73, §1º, CPC 2015: Tal dispositivo elenca as hipóteses de Litisconsórcio Passivo Necessário; * Obs.: Ler o Art. 73, §2º, CPC 2015: Tal dispositivo determina que o mesmo raciocínio conjugal visto antes, aplica-se ao caso de composse e ao caso de ato violador da posse praticado por ambos; 11 * Obs.: Ler o Art. 73, §3º, CPC 2015: Todo o estudado acima (a cerca do casamento) se aplica a casais que constituem União Estável; __________________________________ ATENÇÃO___________________________________ Quando se tratar de Direito Real Imobiliário, como exemplo a PROPRIEDADE, o Litisconsórcio no polo passivo será SEMPRE necessário; Quando se tratar de POSSE, o Litisconsórcio no polo passivo poderá ser facultativo ou necessário, a depender da hipótese; ______________________________________________________________________________ Impugnação de atos processuais com vícios gravíssimos; Ex. Vício de Citação.10 Quando o casal possui JUNTO a posse;11 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �11 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP d) Observações Finais - Em algumas situações, a incapacidade processual deve ser suprida já dentro do processo por designação pelo Juiz de um curador especial (um representante processual nomeado para aquele processo “ad hoc” ); 12 - A nomeação vai ocorrer a requerimento ou de ofício; - Curador Especial não é parte; A parte é o representado; - Em regra, a Defensoria Pública será nomeada onde houver; - O Curador Especial supre a Incapacidade PROCESSUAL, para aquele processo, e não eventual incapacidade civil; - O Curador Especial deve ser nomeado independente da intervenção do MP (Art. 178, CPC 2015); - Nomeia-se Curador Especial para pessoas jurídicas em alguns casos; - O Curador Especial tem a finalidade de equilibrar o direito de ação com o direito de defesa; - Não nomeado o Curador Especial, os atos processuais praticados até então serão anulados pelo Juiz quando houver a necessidade de sua nomeação; - O Curador Especial tem funções defensivas; Todavia, a Jurisprudência admite que o Curador Especial impetre Mandado de Segurança; E opor Embargos à Execução (Súmula 196 do STJ); Por isso, como curador tem função defensiva, não pode opor Reconvenção e nem Pedido Contraposto; - O Curador Especial não pode dispor do Direito Material discutido, razão pela qual não pode Transigir, Renunciar ou Reconhecer a Procedência do Pedido; - Transação é o acordo entre as partes; - O Curador Especial não tem o ônus de Impugnação Específica e pode apresentar contestação genérica ou por Negativa Geral, pois ele não tem contato com a parte (Art. 341 do CPC 2015); - O réu revel citado fictamente gera uma situação especial: Se o réu, nesse caso não apresenta resposta haverá sua revelia, mas sem aplicação do efeito material da revelia, que é a presunção de Para o Ato;12 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �12 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP veracidade dos fatos alegados na petição inicial, conforme lição do Professor José Carlos Barbosa Moreira; - Se o réu revel souber do caso e comparecer nos autos com outro postulador, pegará o feito no estado em que se encontra e o Curador Especial deixará de funcionar naquele processo; - Se a revelia decorrer de citação ficta inválida, o réu terá direito à vida da Ação Rescisória ou à via da “Querela Nullitatis” (Art. 525, §1º, I e 535, I do CPC 2015), já que o Curador Especial não supre o vício que existiu; 2.2.4 - Conceito de Capacidade Judiciária ou Personalidade Judiciária É a aptidão para ser parte em um dos polos do processo, conforme a Lei; * Obs.: Todos os entes personalizados (pessoas físicas e pessoas jurídicas) têm Personalidade Judiciária; * Obs.: Em regra, os entes despersonalizados não têm capacidade ou personalidade judiciária, a exemplo do sapo cururu, do macaco, do diabo, de Deus e etc.; Excepcionalmente, o ente despersonalizado terá capacidade judiciária, quando a lei assim o prever, como no caso espólio, massa falida, do nascituro , etc.; 13 * Obs.: Em regra, os órgãos, por serem entes despersonalizados não têm capacidade judiciária; Excepcionalmente, o órgão será dotado de capacidade judiciária provisória e poderá ajuizar a ação com fim de exercer suas prerrogativas institucionais constitucionais (STJ REsp n.649.824/RN); 2.2.5 - Capacidade Postulatória É a aptidão técnica para pedir e responder em juízo; a) Sistematização - Regra Necessidade de capacidade postulatória. - Exceção Desnecessidade de capacidade postulatória (como, por exemplo, indicação de bem à penhora); Pela Teoria Natalista.13 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �13 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP b) Sistematização - Regra Somente os profissionais do Direito, com autorização legal, têm capacidade postulatória, como, por exemplo, advogados, Defensoria Pública, Ministério Público, Procuradorias, etc.; Ou seja, as pessoas comuns não têm capacidade postulatória; - Exceção Excepcionalmente as pessoas comuns terão capacidade postulatória quando a lei assim o autorizar, como nos seguintes casos: * Causas cujo valor seja inferior a 20 salários mínimos nos Juizados Especiais Cíveis; * Causas Trabalhistas; * HC; * Pedido de Medida Protetiva de Urgência em favor da mulher (Só para iniciar o processo); * Ações de Alimentos (Só para iniciar o processo); * Etc.. c) Sistematização - Regra Em regra, o ordenamento jurídico prevê o dever de apresentar procuração (Art. 104, CPC 2015); - Exceção Em algumas situações, a lei dispensa a apresentação da procuração, como no caso dos Advogados Públicos (Lei nº 9.469/1997) e como no caso dos Defensores Públicos (Lei Complementar nº 80/1990); d) Sistematização - Regra A procuração deve ser apresentada por escrito (por meio de instrumento público ou particular), nos termos do Art. 105 do CPC 2015; NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �14 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP - Exceção Excepcionalmente os poderes postulatórios poderão ser concedidos pelo cliente ao postulador em audiência oralmente, caso em que o Juiz constará na ata tal procedimento; e) Sistematização A procuração pode ser referente a poderes gerais para o foro (Procuração “ad judicia”); A procuração também pode ser referente a poderes especiais (Ex: Procuração para Disposição de Direitos Materiais, como Transação, Renúncia, etc…); * Obs.: Ler os Art. 111 e 112, CPC 2015; f) Consequências da Falta de Capacidade Postulatória - Regra Em regra, a capacidade postulatória é um requisito de validade de cada ato processual (Art. 4º, Estatuto da OAB menciona que a consequência será a nulidade absoluta do ato processual); Mas, a Jurisprudência e a doutrina majoritárias admitem que o vício pode ser sanado, conforme Art. 76, CPC 2015; - Exceção Se o sujeito processual é intimado e não supre o vício, as consequências serão as seguintes: - Se tal sujeito for o autor, a consequência será a extinção do processo sem resolução do mérito , caso em que a 14 capacidade postulatória será entendida como um pressuposto processual; - Se tal sujeito for o réu, a consequência será a decretação da revelia do réu, caso em que a capacidade postulatória será requisito de validade processual; Mas, para muitos, uma mera consequência; Sem avaliar o Direito Material.14 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �15 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP - Se tal sujeito for um terceiro, a consequência será sua exclusão, caso em que a capacidade postulatória será entendida como um requisito de validade dos atos processuais em relação ao terceiro; g) Qual a consequência do ato processual praticado por advogado sem procuração ? 1ª CORRENTE: Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda e Fredie Didier ensinam que a consequência será a ineficácia do ato processual quanto ao suposto outorgante da procuração; * Obs.: Assim, tal vicio é passível de ser sanado por meio de ratificação, nos termos do Art. 662 do CC; * Obs.: É preciso entender, no caso, que a capacidade postulatória existe, mas quem tem essa capacidade postulatória não providenciou a juntada da respectiva procuração nos autos do processo; * Obs.: Ler o Art. 104, §1º, CPC 2015; 2ª CORRENTE: Alguns doutrinadores ensinam que a consequência será a nulidade absoluta do ato processual praticado sem procuração; 3ª CORRENTE: Alguns doutrinadores ensinam que a consequência será a inexistência do ato processual (Súmula 115 do STJ); ______________________________________________________________________________ 3 - “Pressupostos Processuais” 3.1 - Teórico Oskar Bülow 3.2 - Conceito São elementos necessários para que o processo exista e seja conforme; 3.3 - Sistematização “Pressupostos Processuais” (Em Sentido Amplo): - Pressupostos Processuais em Sentido Estrito (São elementos indispensáveis para a existência do processo, sem os quais o processo não existe); essa espécie esta no plano da Existência; Ex: Órgão Jurisdicional; NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �16 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP - Requisitos de Validade (São elementos indispensáveis à validade do procedimento, sem os quais o procedimento, embora existente, será inválido); essa espécie esta no plano da Validade; 3.4 - Observação Existem pressupostos processuais em sentido estrito do processo (sem os quais o processo não existe); MAS existem pressupostos processuais em sentido estrito em relação a um determinado ato processual individualizadamente (exemplo: um pressuposto processual em sentido estrito em relação à sentença é a prolação por um Juiz Legal, de modo que uma sentença proferida por um Juiz Ilegal/ Inconstitucional é considerada uma não-sentença); na hipótese de falta de pressuposto processual em sentido estrito, a parte interessada terá o ônus de provocar a declaração da inexistência processual(do processo ou de um determinado ato processual) dentro dos próprios autos se possível; se não for possível dentro dos próprios autos, a parte interessada terá o ônus de provocar via ação rescisória (se no prazo decadencial) ou via “querela nullitatis” (se perdido o prazo da ação rescisória). 3.5 - Observação Existem requisitos de validade do procedimento como um todo (sem os quais o procedimento como um todo é inválido, pois a apreciação do mérito estará comprometida e não poderá ocorrer); MAS existem requisitos de validade de um determinado ato processual individualizadamente (exemplo: um requisito de validade da intimação é a observância da lei, de modo que a intimação ilegal é passível de invalidação); verificada a falta de um requisito de validade, a parte interessada terá o ônus de provocar a invalidação de todo o procedimento ou daquele ato processual viciado dentro dos próprios autos e, para tanto, terá o ônus de demonstrar a gravidade do vício e a existência de prejuízo (o Juiz só invalidará em último caso); se não verificada a falta de requisito de validade dentro dos próprios autos pela via adequada, somente caberão ação rescisória e “querela nullitatis” quando a lei assim o prever especificamente; NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �17 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP 3.6 - Classificação do Professor Fredie Didier quanto aos “Pressupostos Processuais em Sentido Amplo (Desenho)” 3.7 - Explicação sobre cada item de classificação de Fredie Didier * Itens Subjetivos: Estão relacionados com os sujeitos processuais; * Itens Objetivos: Relacionados com outros aspectos processuais; * Item Intrínseco: Relacionado com o interior do processo; * Item Extrínseco: Relacionado com fatos estranhos ao processo; * Item Positivo: Deve estar presente no processo; * Item Negativo: Não deve estar no processo; deve ser inexistente; * Órgão Jurisdicional: A existência do processo jurisdicional depende da existência de um órgão jurisdicional; NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �18 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP * Parte ou Capacidade/Personalidade Judiciária: A existência do processo depende da existência de um ente com capacidade/personalidade judiciária; tal tema ja foi visto; * Existência de Demanda: A existência do processo jurisdicional depende da existência da demanda; demanda é o ato de pedir em juízo, de modo a instaurar o processo jurisdicional (Art. 312 do CPC 2015); a demanda é materializada na petição inicial; a regra é uma demanda com réu (Se a demanda for apresentada sem réu em tal caso, o Juiz deve determinar a emenda da petição inicial em um prazo legal, sob pena de indeferimento liminar da petição inicial); excepcionalmente, é possível demanda sem réu, a exemplo a ação de inventário; a demanda abrange petição inicial com pedido e causa de pedir; caso a petição inicial não aponte causa de pedir e/ou pedido, o Juiz deve determinar a emenda da petição inicial em prazo legal, sob pena de indeferimento liminar da petição inicial por inépcia, nos termos do Art. 330, Inciso I, §1º, Inciso I, do CPC 2015; * Juiz Competente e Imparcial (Competência e Imparcialidade): - O Juiz tem jurisdição em todo território nacional, conforme Art. 46 do CPC 2015, MAS o exercício desta jurisdição esta limitado na Lei; jurisdição é o poder/dever de dizer o direito; competência é o limite dentro do qual o Juiz exerce Jurisdição; - As partes têm o direito ao Juiz Natural da causa (direito esse fundamental), nos termos do Princípio do Juízo Natural; juízo natural é aquele que preenche dois requisitos: • Requisito Objetivo: Existência de Competência (Juiz Competente); veda-se o Tribunal de Exceção; • Requisito Subjetivo: Existência de Imparcialidade (Juiz Imparcial); - Imparcialidade é o tratamento objetivo (com critérios objetivos) conferido pelo Juiz sem qualquer interesse direto ou indireto na causa; - Impartialidade é um tratamento ou condição do órgão jurisdicional como um terceiro; - A violação da competência gera Incompetência absoluta ou relativa; - A violação da imparcialidade gera parcialidade por suspeição ou 15 impedimento , cujas causas estão previstas entre os Art. 144 a 148 do CPC 2015; 16 Critérios Subjetivos.15 Critérios Objetivos.16 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �19 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP - Sistematização (Quando a incompetência é percebida nos próprios autos em tempo hábil): A incompetência, nesse caso, NÃO gerará a extinção do processo; a regra é: se incompetência absoluta (haverá remessa dos autos ao Juiz competente) e se incompetência relativa não arguida (haverá prorrogação); quando relativa e arguida, o Juiz analisará e remeterá os autos ao Juiz competente, com a observação de que o Juiz não deverá dela conhecer de ofício (Súmula 33 do STJ); excepcionalmente, a incompetência gerará a extinção do processo, conforme Art. 51, inciso III da Lei n. 9.099/1995, que é a Lei dos Juizados Especiais, por exemplo. - Se a incompetência não for percebida nos próprios autos em tempo hábil, a consequência será: Se incompetência absoluta (caberá ação rescisória, nos termos do Art. 966, inciso II, do CPC 2015) e se incompetência relativa (haverá prorrogação sem problemas); - Sistematização(hipótese de parcialidade por suspeição e impedimento percebida nos próprios autos e em tempo hábil): nesse caso, a parcialidade do Juiz por suspeição ou impedimento nunca gerará extinção do processo; uma vez verificada a parcialidade nos próprios autos em tempo hábil, basta a remessa dos autos ao Juiz Substituto Legal, com decretação da nulidade absoluta de eventuais atos processuais praticados pelo Juiz parcial, durante o tempo de sua parcialidade, conforme Art. 146, §§1º a 7º, do CPC 2015; - Se essa parcialidade do Juiz for por suspeição e não for percebida nos próprios autos em tempo hábil, nenhuma medida caberá, nem ação rescisória (pois o Art. 966 do CPC 2015 não previu rescisória nesse caso); - Se a parcialidade do Juiz for por impedimento e não foi percebida nos próprios autos em tempo hábil, caberá ação rescisória conforme Art. 966, inciso II do CPC 2015; - Capacidade Processual * Partes com: - Capacidade Postulatória - Legitimidade “ad causam” - Obs.: Todo esse tema ja foi estudado antes; * Respeito ao Formalismo Processual (para alguns, respeito à Formalidade Processual): - É a imposição da formalidade legal imprimida ao processo jurisdicional; é o dever de respeito às “regras do jogo”; - Esse requisito de validade objetivo intrínseco (exigível dentro do processo) não significa um formalismo exacerbado, pois tal requisito, ao exigir respeito às “regras NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �20 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP do jogo”, visa à atingir a finalidade principal do processo, que é tutelar o direito material; - Exemplos de formalidade processual como requisito de validade: • Petição Inicial Apta; • Comunicações Processuais (Citação e Intimação) Regulares; • Procedimento Correto; • Observância do Contraditório; • Etc.; - Se o Juiz perceber o desrespeito a esse requisito de validade (dentro dos próprios autos e em tempo hábil): O Juiz determinará a regularização do vício no prazo que assinar , sob pena de: • Se for o autor, sob pena de Prolação de Sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial ou de Sentença de Extinção do Processo sem Resolução do Mérito; • Se for o réu, sob pena de Revelia (se possível à luz do caso concreto); • Se for terceiro, sob pena de sua Exclusão do processo; - Obs.: No caso visto, quando o Juiz percebe o vício dentro dos próprios autos e em tempo hábil, o Juiz, além de determinar a regularização do processo pela parte envolvida, tem o poder de Decretar a Nulidade Absoluta ou Relativa como exceção (situação excepcional); - Obs.: Se o Juiz não perceber o desrespeito a esse requisito de validade dentro dos próprios autos e em tempo hábil, não caberá, em regra, qualquer medida; mas, excepcionalmente, a lei poderá prever o cabimento de Ação Rescisória (se o vício for rescisório) ou o cabimento “querela nullitatis” (se vício transrescisório) como no caso da citação irregular em que o réu não veio aos autos; * Interesse de Agir: - É um requisito processual apurado no caso concreto e deve estar preenchido sob pena de o Juiz proferir Sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial (Art. 330, inciso III, CPC 2015) ou Sentença de Extinção do Processo sem Resolução do Mérito (Art. 485, inciso VI, CPC 2015); - Interesse processual é um interesse secundário consistente na utilidade e na necessidade da tutela jurisdicional a um interesse substancial/primário; - Interesse de agir é a utilidade e a necessidade em se obter a tutela jurisdicional; - O interesse de agir divide-se nas seguintes espécies: NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �21 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP • Interesse-Utilidade: é a possibilidade de o processo jurisdicional gerar um proveito ao requerente; • Interesse-Necessidade: é a exigência de que aquele proveito só possa ser atingido por meio do processo jurisdicional; - Obs.: Ambas as espécies devem estar presentes; - Obs.: A exigência de interesse-necessidade não viola o Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição; somente haverá violação desse princípio quando: o proveito só puder ser obtido em juízo no processo e o acesso ao órgão jurisdicional for negado; - Obs.: Interesse-adequação: o Professor Candido Rangel Dinamarco ensina que existe também o interesse adequação; para ele, o interesse-adequação deve estar presente também, sob pena de o Juiz proferir Sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial ou Sentença de Extinção do Processo sem Resolução de Mérito; para ele, o demandante tem o ônus de ajuizar a via adequada ou o procedimento adequado (via eleita adequada); para ele, por exemplo, o demandante que deveria ajuizar Ação Ordinária, mas impetrou Mandado de Segurança, deve ter os autos do processo arquivados sem resolução do mérito (Indeferimento Liminar da Petição Inicial ou Extinção do Processo sem Resolução de Mérito), pois utilizou a via eleita inadequada; obs.: A Jurisprudência majoritária segue o entendimento de Dinamarco; toda via, o Professor José Carlos Barbosa Moreira entende diferente, pois, para ele, o Juiz só deve proferir sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial ou sentença de Extinção do Processo sem Resolução de Mérito SE o demandante não promover, quando instado , a correção do procedimento à luz do 17 Art. 283 e do Art. 321 do CPC 2015. - Exemplo de Interesse-Utilidade: Na ação de cobrança, o credor verá que o processo poderá ser proveitoso; - Exemplo de Interesse-Necessidade: Na ação de cobrança, o credor, que não conseguiu receber extrajudicialmente, verá que o processo é sua única esperança; - Exemplo de Ausência de Interesse-Necessidade: Enquanto o beneficiário de um benefício previdenciário ou assistencial não fizer requerimento administrativo no INSS, não terá, em regra, interesse-necessidade, conforme entendimento do STF; - Perda / Falta Superveniente do Interesse de Agir (Perda do Objeto): É a perda do interesse de agir dentro do processo; ex.: Na ação em que se exige uma prestação de fazer, não fazer, dar ou pagar quantia, haverá perda do objeto do processo se o réu obrigado cumpre a obrigação antes da citação, o que gerará sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial por perda do objeto; Obs.: Se o obrigado cumpre sua obrigação após a citação, não haverá perda do objeto, mas Provocado.17 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �22 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP sim sentença de Extinção do Processo com Resolução de Mérito ante o reconhecimento da procedência do pedido pelo réu(Art. 487, III, alínea “a”, CPC 2015); - Obs.: Ações necessárias: São as demandas em que se afirma um direito que só é passível de realização em juízo; nesse caso, o fator utilidade/necessidade é presumido absolutamente “in re ipsa”; ex.: Ação de Interdição, Ação Declaratória de Nulidade Absoluta, Ação Anulatória, Ação de Falência, Ação Rescisória, etc.; - Obs.: Fredie Didier ensina que a análise inicial do interesse de agir (no recebimento da petição inicial), antes de citar o réu, deve ser realizada à luz da “Teoria da Asserção” ou da “Teoria da Prospettazione” (“in statu assertionis”), de acordo com as afirmações do demandante, que devem ser admitidas hipoteticamente como verdadeiras, sem qualquer apuração ou produção de provas; a apuração da verdade e a produção de prova ocorrem em fase posterior do processo; * Requisitos Processuais Objetivos Extrínsecos Negativos - São fatos que não devem estar presentes para que o procedimento seja admitido validamente; - O processo deve ser extinto por sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial ou por sentença de Extinção do Processo sem Resolução do Mérito quando um requisito processual negativo estiver presente, salvo se a causa de extinção desaparecer (como no caso em que o processo primeiro, que gerava a litispendência do processo posterior, for extinto sem exame de mérito; nesse 18 caso, o processo posterior não precisa necessariamente ser extinto sem exame de mérito pela litispendência); - Primeiro Requisito Processual Negativo (Perempção): Art. 485, inciso V, CPC 2015; é a situação jurídica em que o autor dá causa a 3 (três) extinções do processo por abandono do processo (abandono previsto no Art. 485, inciso III, do CPC 2015); verificada a perempção total, o Juiz proferirá sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial ou sentença de Extinção do 4º Processo sem Resolução do Mérito (Art. 485, inciso V, e Art. 486, §3º do CPC 2015); obs.: O direito material não perime, tanto que passível de alegação em defesa; obs.: Não caberá reconvenção também; obs.: A perempção é uma sanção ao autor que abusou do direito de demandar (Abuso de Direito de Demandar); - Segundo Requisito Processual Negativo (Litispendência): Art. 485, inciso V, CPC 2015; é a reprodução de uma outra demanda já em curso sem decisão definitiva (Art. 337, §3º, CPC 2015); verificada a litispendência total, o Juiz proferirá Reprodução de um Processo em Curso;18 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �23 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial ou sentença de Extinção do Processo Reproduzido sem Resolução de Mérito (Art. 485, V, CPC 2015); uma demanda é igual a outra quando possui mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido (Tríplice Identidade); obs.: Nas causas coletivas, uma demanda é igual a outra quando houver identidade de pedido e de causa de agir (não se exige aqui a tríplice identidade); - Terceiro Requisito Processual Negativo (Coisa Julgada): Art. 485, inciso V, CPC 2015; é a reprodução de uma outra demanda ja decidida definitivamente, conforme Art. 337, §4º, CPC 2015; Verificada a coisa julgada total, o Juiz proferirá sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial ou sentença de Extinção do Processo sem Resolução de Mérito (Art. 485, V, CPC 2015); uma demanda é igual a outra quando possui mesmas partes, mesma causa de pedir e mesmo pedido (Tríplice Identidade); obs.: Nas causas coletivas, uma demanda é igual a outra quando houver identidade de pedido e de causa de pedir (aqui, não se exige a Tríplice Identidade), o tema da coisa julgada será estudado em outro semestre; - Quarto Requisito Processual Negativo (Convenção de Arbitragem): Art. 485, inciso VII, CPC 2015; é um negócio jurídico em que as partes acordam que o julgamento sobre seu litígio será realizado por um árbitro (Terceiro Particular); verificada a existência de convenção de arbitragem por alegação do réu, o Juiz proferirá sentença de Extinção do Processo sem Resolução de Mérito (Art. 485, inciso VII, CPC 2015); obs.: O Juiz não deve conhecer dessa matéria de ofício (Art. 337, §5º e Art. 485, §3º do CPC 2015); essa matéria será aprofundada na aula de arbitragem; - A coisa julgada e a perempção são irremediáveis, de modo que o processo viciado será encerrado precocemente; - A litispendência e a convenção de arbitragem podem ser superadas a depender o caso; ex.: Invalidação da Convenção de Arbitragem; ex.: Extinção sem Exame de Mérito do 1º Processo na Hipótese de Litispendência; - Obs.: Perempção Parcial, Litispendência Parcial e Coisa Julgada Parcial: O juízo competente proferirá decisão de admissibilidade parcial do novo processo, isto é, decisão de inadmissibilidade de parte do processo, quanto à parcela de perempção, de litispendência e de coisa julgada, de modo que não haverá encerramento total do processo posterior; * Observações Finais sobre os “Pressupostos Processuais” - Legitimidade “ad causam” e Interesse de Agir são requisitos processuais de acordo com o CPC 2015, e não mais condições da ação; NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �24 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP - A impossibilidade jurídica do pedido é questão meritória e desafia sentença de Improcedência Liminar do Pedido; não é mais condição da ação; - A relação jurídica processual é dinâmica; por isso, um sujeito processual pode assumir mais de uma posição jurídico-processual; ex.: o autor da demanda passa à condição de réu no caso de reconvenção; obs.: a analise dos “pressupostos processuais” não deve ignorar essa realidade; - Nem toda falta de “pressuposto processual” leva a um juízo de inadmissibilidade do processo; ex.: incompetência absoluta: que, em regra, gera a remessa dos autos ao Juiz competente; - A falta de alguns “pressupostos processuais” leva a um juízo de inadmissibilidade do processo: • Se o réu não foi citado: Sentença de Indeferimento Liminar da Petição Inicial (Artigos 330 e 331 do CPC 2015); obs.: Se não houver previsão específica, o indeferimento liminar da petição inicial será baseado no Art. 485, incisos IV a VII, do CPC 2015 (Por analogia); • Se o réu foi citado: Sentença de Extinção do Processo sem Resolução do Mérito (Art. 485, incisos IV a VII do CPC 2015); obs.: O inciso IV é uma cláusula geral; - Em ambos os casos, na hipótese de indeferimento liminar da petição inicial ou na hipótese de extinção do processo sem resolução do mérito, o Juiz não examinará o mérito da causa e a sentença fará coisa julgada formal ; 19 - Nem toda falta de “pressuposto processual” é passível de conhecimento de ofício (sem provocação) pelo Juiz; ex.: • Incompetência Relativa (Art. 64, §1º, e Art. 337, §5º, do CPC 2015); e Súmula N. 33 do STJ; • Existência de Convenção de Arbitragem (Art. 337, §5º, do CPC 2015); • Falta de Autorização do Cônjuge para propositura de Ação Real Imobiliária (Art. 1.650 do CC); - Nem toda falta de “pressuposto processual” é passível de conhecimento em qualquer tempo e grau de jurisdição pelo órgão jurisdicional; em regra, a falta de pressuposto processual é passível de conhecimento em qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição; excepcionalmente, a falta de um “pressuposto processual” não será passível de conhecimento em qualquer tempo ou grau de jurisdição, a exemplo da incompetência relativa; - Nem toda falta de “pressuposto processual” é defeito incorrigível; Sistematização: Indiscutibilidade da questão naqueles autos.19 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �25 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP • Muitos vícios aceitam correção dentro dos próprios autos; se não houver correção, o processo será inadmitido precocemente; obs.: É importante mencionar a relevância do Princípio da Primazia da Decisão de Mérito (O encerramento do processo sem decisão de mérito é exceção); • Excepcionalmente muitos vícios não aceitam correção; nesse caso, o encerramento precoce de processo, será imediato; aqui, o Juiz nem concederá prazo algum, pois tais vícios não são passíveis de regularização; ex.: Coisa Julgada; - Nem toda falta de “pressuposto processual” impede decisão de mérito; mesmo diante de um defeito processual, o Juiz tem o poder-dever de não o levar em consideração, se o processo puder ser resolvido no mérito em favor daquele que se beneficiaria com a decisão de inadmissibilidade, conforme Art. 488 do CPC 2015, que é um reflexo do Princípio da Primazia da Decisão de Mérito. ex.: Petição Inicial é Inepta, mas o pedido é improcedente e passível de Sentença de Improcedência Liminar do Pedido à luz do Art. 332, do CPC 2015; ______________________________________________________________________________ 4 - TEORIA DA AÇÃO 4.1 - Acepções da Palavra “Ação” a) “Ação” como Direito de Ação: O direito de ação é o direito fundamental de acessar o órgão jurisdicional, e de exigir a tutela jurisdicional (Proteção Jurisdicional); é o direito de ir a juízo (Direito Potestativo, conforme Giuseppe Chiovenda); obs.: É um direito público, subjetivo, abstrato e autônomo, que não se confunde com o direito material discutido, ou seja, o direito material deduzido em juízo (“res in judicium deducta”); b) “Ação” como Ato Jurídico: É a Ação exercida; é o direito de ação exercido; é o ir a juízo; é o fato gerador do processo; nessa acepção, ação é o ato jurídico (de ir a juízo) já concretizado; é a demanda; obs.: A ação concreta (chamada de demanda ou causa) é materializada pela petição inicial; obs.: É a concretização do direito de acionar ou do direito de processar; obs.: A ação, instrumentalizada pela petição inicial, é o primeiro ato do procedimento; 4.2 - Elementos da Ação (a petição inicial deve informar cada elemento, sob pena de ser considerada inepta): parte, causa de pedir e pedidos. a) Partes: É o sujeito processual que deve integrar o contraditório; as partes são autor (que está no polo ativo do processo) e réu (que está no polo passivo do processo); obs.: Espécies: parte material (é a parte do litígio ou situação jurídica material) e a parte processual (da relação jurídica processual); obs.: Em regra, a NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �26 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP parte processual é a parte material, excepcionalmente, não será, como no caso da substituição processual; b) Causa de Pedir: É o motivo de ir a juízo, é a exposição do fato e do fundamento jurídico, na forma do Art. 319, inciso III, do CPC 2015; sobre esse ponto, algumas observações são necessárias: - Obs.: Fundamento Jurídico não se confunde com Fundamento Legal; - Obs.: Exemplo de exposição da causa de pedir: João foi vítima de acidente de trânsito em razão de conduta lesiva de outrem e, por isso, tem o direito de ser reparado; - Obs.: O CPC 2015 adotou, na esteira do CPC 1973 (Já revogado), a teoria da Substanciação ou da Substancialização da causa de pedir; segundo tal teoria, a petição inicial deve indicar o fato jurídico em sentido amplo e os fundamentos jurídicos, ou seja, deve indicar o fato constitutivo do direito do peticionante, a referida teoria, ao ser adotada afastou a Teoria da Individualização que não foi adotada (a Teoria da Individualização só exige a indicação dos fundamentos jurídicos); o que irá importar no tema da conexão; - Obs.: A teoria da substanciação prega a existência das seguintes causas de pedir: • Causa de Pedir Remota / Fática: É a descrição do fato jurídico em sentido amplo; • Causa de Pedir Próxima / Jurídica: É o direito postulado; é o fundamento jurídico; - Obs.: Outra classificação da causa de pedir: • Causa de Pedir Ativa: É o fato constitutivo do direito; ex.: Contrato de Empréstimo; • Causa de Pedir Passiva: É o fato que impulsiona a ida a juízo; ex.: O não pagamento do empréstimo; - Obs.: Em regra, em razão do Princípio da Provocabilidade e em razão da característica da Inércia da Jurisdição, o órgão jurisdicional está limitado ao fato alegado; mas o órgão jurisdicional é livre para fundamentar de acordo com o Princípio do Livre Convencimento Motivado, de modo que tem o poder de se basear em outra norma jurídica, que não naquela indicada pela parte; c) Pedido: É a providência postulada ao órgão jurisdicional; o pedido tem duas espécies: NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �27 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP - Pedido Imediato: É o pedido de concessão da tutela jurisdicional; tutela jurisdicional é a proteção jurisdicional; tal pedido é direcionado ao órgão jurisdicional ao Estado-juiz; - Pedido Mediato: É o bem da vida postulado; o bem da vida é o resultado prático pretendido; ex.: Pedido de Despejo; - Obs.: Em regra, o Juiz está limitado ao pedido Mediato à luz do Princípio da Correlação Lógica ou Congruência Lógica entre Pedido e Decisão (Princípio da Adstrição); eventual decisão, que viole tal princípio, será considerada: • “Extra Petita”: Decisão fora do pedido; em caso de rescisão, é feito nulo a decisão e proferida outra; • “Ultra Petita”: Decisão além do pedido; em caso de rescisão, é decotado o excedente; • “Citra/Infra Petita”: Decisão aquém do pedido; o recurso cabível aqui é o Embargos de Declaração e analisado pelo próprio Juiz que prolatou a sentença; - Obs.: Sobre o tema ler os Artigos 141 e 492 do CPC 2015; - Obs.: O pedido deve ser certo, quanto à existência (Art. 322 do CPC 2015), deve ser determinado (Art. 324 do CPC), deve ser claro (Art. 330, §1º, II do CPC 2015) e deve ser coerente (Art. 330, §1º, IV do CPC 2015); ainda, em regra, o pedido deve ser expresso, de modo que o pedido implícito está, em regra, proibido, sob pena de inépcia; - Obs.: Em regra, o pedido deve ser determinado (delimitado quanto à qualidade e quanto à quantidade); excepcionalmente, o pedido genérico (indeterminado ou não determinado) é admitido à luz do Art. 324 do CPC 2015; tal pedido genérico será não determinado em relação ao “quantum debeatur”, nunca em relação ao “an debeatur”; - Obs.: Admite-se a cumulação de pedidos, na forma do Art. 328 do CPC 2015; 4.3 - Obs.: O estudo da Tríade Processual é importante na matéria de direito processual civil: Jurisdição, Ação e Processo; 4.4 - Obs.: As condições da ação já não existem com o CPC 2015: Legitimidade “ad causam”, Interesse de Agir e Possibilidade Jurídica do Pedido; NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �28 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP 4.5 - Classificações Básicas da Ações (Essas classificações podem ser mescladas entre si como regra; mas há exceções) * Classificações quanto à relação jurídica material discutida em juízo: - Ações Reais: São aquelas que discutem Direito Real ; ex.: Ação 20 Reivindicatória de Bem Móvel ou Imóvel; - Ações Pessoais: São aquelas que discutem Direito Pessoal ; ex.: Ação de 21 Cobrança de Contrato; - Ações Possessórias: São aquelas que discutem posse, que, para a maioria, não é Direito Real; ex.: Interditos Possessórios, que se dividem em: Ação de Reintegração de Posse, Ação de Manutenção de Posse e Interdito Proibitório; obs.: o tratamento das ações possessórias é semelhante ao tratamento das ações reais; * Classificações quanto ao pedido mediato: - Ações Mobiliárias: São aquelas cujo o objeto é um bem móvel; - Ações Imobiliárias: São aquelas cujo o objeto é um bem imóvel; - Obs.: Nem toda ação imobiliária é real; por exemplo, a ação de despejo é pessoal e é imobiliário; - Obs.: Nem toda ação mobiliária é pessoal; por exemplo, a ação reivindicatória de um carro é real e mobiliária; * Classificações quanto ao tipo de tutela jurisdicional postulada: - Ações de Conhecimento: São aquelas que buscam a certificação de um direito; elas geram um processo de conhecimento; ex.: Ação de Cobrança; - Ações de Execução: São aquelas que buscam a efetivação de um direito já certificado em um título, quando preenchidos os requisitos legais; em algumas situações, geram um processo de execução; ex.: Ação de Execução de Título Executivo Extrajudicial (por exemplo, execução de um cheque não prescrito); - Ações Cautelares: É aquela que busca assegurar o resultado útil de outra medida judicial; ela gera um processo cautelar (todavia, atualmente a medida cautelar onde ser concedida incidentalmente no processo de conhecimento e no processo de execução); ex.: Medida Cautelar de Arresto; Exemplo: Direito de Propriedade. Art. 1.225 do CC;20 Exemplo: Direito de Crédito.21 NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �29 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP - Obs.: Essa classificação tem perdido sua relevância, pois as ações judiciais e os processos judiciais são, cada vez mais, sincréticos, pois, em um só processo, como regra, haverá a possibilidade de aplicação das 3 (três) tutelas: tutela de conhecimento, tutela executiva e tutela cautelar; * Classificação das Ações de Conhecimento - Ação Condenatória: É a ação de conhecimento que busca obter a certificação de um direito a uma prestação (a ser cumprida por outrem no mundo físico) de fazer, não fazer ou de dar coisa em dinheiro (ou em coisa diferente); ex.: Ação de Obrigação de Fazer; obs.: A Execução (tutela executiva), embora seja diferente de Ação de Conhecimento, também busca tutelar um direito prestacional; obs.: É possível execução no bojo da Ação de Conhecimento Condenatória; - Ação Constitutiva: É a ação de conhecimento que busca obter a certificação de um direito potestativo (no mundo jurídico); ex.: Ação Anulatória de um negócio jurídico, para tutelar o direito potestativo da parte autora à invalidação do negócio jurídico; ex.: Ação de Resolução do negócio jurídico; obs.: A própria sentença satisfaz o direito potestativo de modo que não é possível execução no bojo do processo de conhecimento constitutivo; - Obs.: As Ações de Conhecimento Constitutivas têm duas espécies: • Constitutivas Positivas: Busca uma certificação de um direito potestativo, com consequente formação de uma relação jurídica; ex.: Ação de Interdição; • Constitutivas Negativas: Buscam certificar um direito potestativo com consequente extinção de uma relação jurídica; ex.: Ação Anulatória de Contrato; - Obs.: A Ação de Conhecimento Constitutiva pode ser híbrida (constitutiva positiva e constitutiva negativa) ex.: Ação de Investigação de Paternidade cumulada com Retificação de Registro Civil; - Ação Meramente Declaratória (AMD): É a ação de conhecimento que busca a certificação da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma situação jurídica, conforme Art. 19, inciso I e Art. 20 do CPC 2015, e conforme Súmula 181 do STJ; obs.: Essa ação não busca a concretização de um direito prestacional ou potestativo; obs.: Tal pedido não se sujeita a qualquer prazo, de modo que a ação meramente declaratória é considerada “imprescritível”; - Obs.: Espécies de Ações Meramente Declaratórias: NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �30 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP • AMD Positiva: Pretende a Declaração da Existência de uma situação jurídica; ex.: Ação Declaratória de União Estável; • AMD Negativa: Pretende a Declaração da Inexistência de uma situação jurídica; ex.: Ação Declaratória de Inexistência de uma relação jurídica tributária; - Obs.: Em regra, não se admite AMD de um fato (não se admite AMD para declarar que um fato ocorreu ou não; só se admite AMD para declarar que uma situação jurídica surgiu ou não de um fato); excepcionalmente, cabe AMD de um fato, desde que a lei tenha previsto essa possibilidade (por exemplo, é admissível AMD da autenticidade de um documento ou não, como no caso da AMD da inexistência de um negócio jurídico, em que será possível a realização de uma perícia para se apurar a autenticidade ou não da assinatura de um documento); - Obs.: Há uma tendência de se conferir executividade à sentença meramente declaratória, como no caso do jornalista Vladimir Herzog, o que se percebe do Art. 515, inciso I, do CPC 2015 e do REsp n. 588202 PR; porém, o Professor José Roberto dos Santos Bedaque discorda; - Obs.: Há quem acrescente mais duas espécies de ações de conhecimento; - Ação Executiva em Sentido Amplo ou “latu sensu”: É aquela ação de conhecimento que busca a certificação de um direito a uma prestação (a ser cumprida por outrem no mundo físico) de fazer, não fazer ou dar coisa (dar coisa em dinheiro ou dar coisa diferente de dinheiro), bem como a sua efetivação, no mesmo processo mediante meios coercitivos diretos (de sub- rogação), em que a colaboração do executado será prescindível; o Estado- juiz substituirá a vontade do executado ou de terceiro, com o fim de satisfazer/efetivar o direito do exequente nos próprios autos; a execução será direta mediante desapossamento, expropriação, etc.; ex.: Ação de Reintegração de Posse; - Ação Mandamental: É a ação de conhecimento que busca a certificação de um direito a uma prestação (a ser cumprida no mundo físico por outrem) de fazer, não fazer ou dar coisa (dar coisa em dinheiro ou diferente de dinheiro), bem como sua efetivação no mesmo processo mediante meios coercitivos indiretos, em que a colaboração do executado será imprescindível; os meios coercitivos indiretos têm o objetivo de compelir o devedor a cumprir a ordem judicial; o Estado-juiz vai efetivar, mas com a colaboração do devedor; a execução será indireta, sem substituir a conduta NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �31 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP do devedor; os meios coercitivos indiretos geram temor (por exemplo, Prisão Civil, multa, etc.) ou geram incentivo (por exemplo: Isenção de Custas Processuais e Honorários Advocatícios, etc.); nesse último caso, os meios coercitivos indiretos, que geram incentivo são chamados de sanções premiares; ex.: Mandado de Segurança; - Obs.: Sobre a última classificação quanto às ações de conhecimento, seguem algumas ponderações: • Uma corrente clássica adota a classificação ternária das ações de conhecimento: Ações Condenatórias, Ações Constitutivas e Ações Meramente Declaratórias; • Uma corrente moderna adota a classificação ternária das ações de conhecimento, com a seguinte novidade: as Ações Condenatórias são divididas em duas sub-espécies, que são as Ações Executivas em Sentido Amplo e as Ações Mandamentais, consoante entendimento do Professor Fredie Didier; • Uma corrente moderna adota a classificação quaternária: Ações Executivas em Sentido Amplo, Ações Mandamentais, Ações Constitutivas e Ações Meramente Declaratórias; a Professora Ada Pellegrini Grinover ensina que as recentes reformas eliminaram as antigas Ações Condenatórias; • Uma corrente (de Pontes de Miranda) adota a classificação quinária das ações de conhecimento (ações condenatórias, ações executivas em sentido amplo, ações mandamentais, ações constitutivas e ações meramente declaratórias); essa corrente defende que as ações condenatórias versariam apenas sobre: obrigação de pagar quantia em dinheiro, que as ações executivas em sentido amplo versariam sobre obrigação de dar coisa distinta de dinheiro e que as ações mandamentais versariam sobre obrigação de fazer ou não fazer, o que foi defendido pelo Professor Carlos Alberto Alvaro de Oliveira; todavia, Fredie Didier ensina diferente de forma crítica, como já visto acima; para Fredie Didier a solução de Carlos Alberto Alvaro de Oliveira incide em erro, pois, por exemplo, a ação de execução de alimentos (que versa sobre obrigação de pagar quantia) é possível também sob pena de prisão civil, o que, em tese, estaria dentro do conceito de açanã mandamental; 4.6 - Ações Dúplices A palavra ação “dúplice” tem duas acepções: NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �32 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP * Acepção Processual: Ação dúplice é sinônimo de pedido contraposto; pedido contraposto é uma demanda proposta pelo réu (dentro da contestação) contra o autor, nas hipóteses admitidas em lei, como, por exemplo, na hipótese do procedimento sumário e na hipótese do procedimento sumaríssimo no Juizado Especial Cível; nesse aspecto, a ação é chamada de “dúplice”, em razão da possibilidade de o réu formular demanda contra o autor dentro da contestação (pedido contraposto é diferente de reconvenção); obs.: Essa acepção não é muito técnica; * Acepção Material: Ação dúplice é aquela em que, sob o prisma material, ambas as partes assumem a posição de autor e réu ao mesmo tempo e no mesmo polo; por isso, a simples defesa do réu processual é o exercício de uma pretensão ou um contra-ataque; obs.: A ação dúplice na acepção material só existirá a depender do direito material discutido; ex.: Ação Declaratória; Ação de Reintegração de Posse (para alguns); obs.: Nesse caso, o réu não precisa formular pedido contraposto ou reconvenção; 4.7 - Cumulação de Ações A cumulação objetiva ou a cumulação subjetiva são admitidas em lei. ______________________________________________________________________________ 5 - ATOS PROCESSUAIS (Art. 188 a 275 do CPC 2015) - Conceito de Processo: É a relação jurídica processual mantida entre os sujeitos processuais; - Conceito de Procedimento: É o “modus faciendi” dos atos processuais; ou seja, é o caminho que os atos processuais seguirão; - Conceito de Ato Processual: Humberto Theodoro Junior ensina que ato processual é toda conduta humana apta a produzir efeitos dentro do processo e/ou em razão do processo; - Conceito de Citação: É o ato processual comunicatório que tem o objetivo de comunicar a existência do processo ao réu e de comunicar que ele tem o direito/ônus de apresentar resposta no prazo legal; obs.: É dirigida apenas ao réu, de modo que é diferente da palavra intimação; espécies de citação: pessoal, hora certa, edital; - Conceito de Intimação: É o ato processual comunicatório que tem o objetivo de comunicar eventual decisão (em sentido amplo) a qualquer dos sujeitos processuais, para que façam ou deixem de fazer algo; - Atos das Partes: Analisar os Artigos 200 a 202 do CPC 2015; - Atos do Juiz: Analisar os Artigos 203 a 205 do CPC 2015; - Lugar dos Atos Processuais: Analisar os Artigos 217; NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �33 DPC - DIREITO PROCESSUAL CIVIL - UNIESP - Tempo dos Atos Processuais: Analisar os Artigos 212 a 216 e os Artigos 218 a 235 do CPC 2015; ______________________________________________________________________________ 6 - FORMAÇÃO / SUSPENSÃO / EXTINÇÃO DO PROCESSO 6.1 - Formação O processo nasce com a propositura da ação mediante o protocolo da Petição Inicial; o processo já existe desde o protocolo da petição inicial, conforme Art. 312 do CPC 2015; os requisitos da petição inicial estão previstos no Art. 319 do CPC 2015; ler os Artigos 319 a 321 do CPC 2015; obs.: Se houver irregularidade na petição inicial o juiz deve determinar a aplicação os institutos da emenda da petição inicial ou da completação da petição inicial sob pena de indeferimento da peça inicial, conforme Art. 321 do CPC 2015; Hipóteses de Indeferimento: Artigos 330 a 331 do CPC 2015; obs.: Hipóteses de Improcedência Liminar do Pedido Inicial (Art. 332 do CPC 2015); 6.2 - Suspensão do Processo (Art. 313 a 315 do CPC 2015); 6.3 - Extinção do Processo (Art. 316 e 485 a 488 do CPC 2015); ______________________________________________________________________________ 7 - PROCEDIMENTO ORDINÁRIO NIKOLAS MASCULI POKRYWIECKI �34
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