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E VALORES PRÓPRIOS – Capítulo 5 120 2) Calcular os valores próprios e os vetores próprios da transformação linear f representada pela matriz A = Solução I) A equação característica de A é det (A - I) = (1) isto é, (7 - ) - (-2) + 0 = 0 (7 - ) [(6 - ) (5 - ) – 4] + 2 [-2 (5 - ) + 0] + 0 = 0 (7 - ) (6 - ) (5 - ) – 4 (7 - ) – 4 (5 - ) = 0 (7 - ) (6 - ) (5 - ) – 28 + 4 - 20 + 4 = 0 (7 - ) (6 - ) (5 - ) – 48 + 8 = 0 (7 - ) (6 - ) (5 - ) – 8 (6 - ) = 0 (6 - ) [(7 - ) (5 - ) – 8] = 0 (6 - ) (35 – 7 - 5 + 2 – 8) = 0 (6 - ) ( 2 - 12 + 27) = 0 (6 - ) ( - 3) ( - 9) = 0 As raízes dessa equção são 1 = 3, 2 = 6 e 3 = 9 e, por conseguinte, são os valores próprios de f, ou da matriz A. A equação (1) pode ser resolvida, de modo geral, pelo processo apresentado na solução do problema 2, item A. 19.1, Apêndice. II) O sistema homogêneo de equações lineares que permite a determinação dos vetores próprios associados é (A - I) v = 0. Considerando v = o sistema fica (2) i) Substituindo em (2) por 3, obtém-se o sistema VETORES PRÓPRIOS E VALORES PRÓPRIOS – Capítulo 5 121 isto é Esse sistema admite uma infinidade de soluções próprias: y = z = 2x e, portanto, os vetores v1 = (x, 2x, 2x) = x (1, 2, 2), x 0, são os vetores próprios associados ao valor próprio 1 = 3. ii) Substituindo em (2) por 6, obtém-se o sistema isto é Esse sistema admite uma infinidade de soluções próprias: y = -x e z = x. Portanto, os vetores v3 = ou v3 = x (2, -2, 1), x 0, são os vetores próprios associados ao valor próprio 3 = 9. 3) Determinar os valores próprios e os vetores próprios da matriz A = Solução I) A equação característica de A é det (A - I) = Isto é, (-16 - ) (8 – ) + 160 = 0 –128 + 16 – 8 + 2 + 160 = 0 2 + 8 + 32 = 0, Equação do 2º grau cujas raízes são = -4 4 i, isto é, 1 = 4 + 4i e 2 = 4 – 4 i, e, por conseguinte, a matriz A não possui valores próprios nem vetores próprios. VETORES PRÓPRIOS E VALORES PRÓPRIOS – Capítulo 5 122 Se na definição de valor próprio de um operador linear f se admitisse qualquer, real ou complexo, se poderia dizer que a matriz A possui valores próprios complexos e, em conseqüência, vetores próprios de componentes complexas. Neste texto se consideram, apenas, valores próprios reais. 5.3 – PROPRIEDADES DOS VALORES PRÓPRIOS E DOS VETORES PRÓPRIOS I) Se é um valor próprio de um operador linear f : V V, o conjunto S de todos os vetores v V, inclusive o vetor v = 0, tais que f (v) = v, é um subespaço vetorial de V (S = {v / f (v) = v}). De fato, se v1 e v2 S : f (v1 + v2) = f (v1) + f (v2) = v1 + v2 = (v1 + v2), e, portanto, (v1 + v2) S . Analogamente, verifica-se que v S para todo IR. O subespaço S é denominado subespaço associado ao valor próprio . No problema 1, por exemplo, viu-se que ao valor próprio = 6 correspondem os vetores próprios do tipo v = x (5,2). Assim o subespaço associado a = 6 é. S6 = {x (5, 2) / x IR} = [(5, 2)] que representa uma reta que passa pela origem do sistema x Ou (Fig. 5.3). II) Matrizes semelhantes têm o mesmo polinômio característico e, por isso, os mesmos valores próprios. De fato, sejam f : V V um operador linear e A e B bases de V. Tendo em vista que a relação entre matrizes semelhantes é TB = Q -1 TA Q, VETORES PRÓPRIOS E VALORES PRÓPRIOS – Capítulo 5 123 Conforme foi visto em 4.3, vem: det (TB – I) = det (Q -1 TA Q – I) = det (Q -1 TA Q - Q -1 I Q) = det (Q -1 (TA - I) Q) = det Q -1 x det (TA - I) x det Q = det Q -1 x det Q x det (TA - I) = det (Q -1 Q) x det (TA - I) = det I x det (TA - I) = det (TA - I) 5.4 – DIAGONALIZAÇÃO DE OPERADORES Sabe-se que, dado um operador linear f : V V, a cada base B de V corresponde uma matriz TB que representa f na base B. Prestende-se obter uma base do espaço vetorial V de modo que a matriz de f, nessa base, seja a mais simples possível. A seguir se verá que essa matriz é uma matriz diagonal. 5.4.1 – Propriedades I) Vetores próprios associados a valores próprios distintos de um operador linear f : V V são linearmente independentes. A demonstração será feita para o caso de f : IR 2 IR 2 em que 1 e 2 são distintos. Sejam f (v1) = 1 v1 e f (v2) = 2 v2, com 1 2 e considere-se a igualdade a1 v1 + a2 v2 = 0 (1) Pela linearidade de f, tem-se: a1f (v1) + a2 f (v2) = 0 ou a1 1 v1 + a2 2 v2 = 0 (2) Multiplicando ambos os membros da igualdade (1) por 1, vem a1 1v1 + a2 1v2 = 0 (3) Subtraindo (3) de (2), tem-se VETORES PRÓPRIOS E VALORES PRÓPRIOS – Capítulo 5 124 a2 ( 2 - 1) v2 = 0, mas, 2 - 1 0 e v2 0, logo, a2 = 0. Substituindo a2 por seu valor em (1) e tendo em vista que v1 0, tem-se a1 = 0 Portanto, o conjunto {v1, v2} é LI, pois (1) só admite a solução trivial a1 = a2 = 0 II) Se f : V V é um operador linear, dim V = n e f possui n valores próprios distintos, o conjunto {v1, v2 ..., vn}, formado pelos correspondentes vetores próprios, é uma base de V. Esta propriedade é conseqüência imediata da propriedade anterior. Exemplo Dado o operador linear f : IR 2 IR 2 , f (x, y) = (-3x – 5y, 2y), os valores próprios de f são 1 = 2 e 2 = -3 (a cargo do leitor). Calculando os vetores próprios, obtém-se: a) Para 1 = 2, os vetores v1 = (1, -1), x 0; b) Para 2 = -3, os vetores v2 = x (1, 0), x 0. Tendo em vista que 1 2, o conjunto {(1, -1), (1, 0)} é uma base IR 2 . III) Se um operador linear f : IR 3 IR 3 admite valores próprios 1, 2 e 3 distintos, associados av1, v2 e v3, respectivamente, a propriedade II) assegura que o conjunto P = {v1, v2, v3} é uma base do IR 3 . Tendo em vista que f (v1) + 1 v1 + 0 v2 + 0 v3 f (v2) = 0 v1 + 2v2 + 0 v3 3 f (v3) = 0 v1 + 0v2 + 3v3, o operador f é representado na base P dos vetores próprios pela matriz diagonal VETORES PRÓPRIOS E VALORES PRÓPRIOS – Capítulo 5 125 cujos elementos da diagonal principal são os valores próprios de f. A matriz diagonal D é a mais simples representante do operador linear f. 5.4.2 – Matriz Diagonalizável Sendo A a matriz canônica do operador f, as matrizes A e D são semelhantes por representarem o mesmo operador em bases diferentes. Logo, a relação entre matrizes semelhantes (ver item 4.3) permite escrever D Q -1 A Q (1) sendo Q a matriz de mudança de base de P para a matriz canônica C = { e1 = (1,0,0), e2 = (0, 1, 0), e3 = (0, 0,1) }. Tendo em vista que Q = C -1 P = I -1 P = P, a igualdade (1) escreve-se: D = P -1 A P, (2) sendo P a matriz cujas colunas são os vetores próprios do operador f (P está designando tanto a base dos vetores próprios de f quanto a matriz ora descrita; no contexto, identifica-se quando se trata de uma ou de outra). A igualdade (2) dá motivo à definição a seguir: A matriz quadrada A é diagonizável se existe uma matriz inversível P tal que P -1 A P seja matriz diagonal. Diz-se, nesse caso, que a matriz P diagonaliza A ou que P é a matriz diagonalizadora. A definição