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Documentos odonto legais

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DOCUMENTOS ODONTOLEGAIS
 Prof. Ms. Daniel Bragança
Definição
 Documento - do latim, documentum 
 - derivado de docere = “ensinar, demonstrar”. 
 
 Qualquer meio, sobretudo gráfico, que comprove a existência de um fato, a exatidão ou a verdade de uma afirmação etc. 
 No meio jurídico, documentos são freqüentemente sinônimos de atos, cartas ou escritos que carregam um valor probatório. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/ acessado 20.02.11
Definição
“Qualquer base de conhecimento, fixada materialmente e disposta de maneira que se possa utilizar para consulta, estudo, prova, etc...” 
Dicionário Aurélio - Século XXI
TIPOS E MODELOS DE DOCUMENTOS ODONTOLEGAIS
Conceito e finalidade
 Compreende o conjunto das declarações, orais ou escritas, firmadas por Cirurgião dentista (CD), no exercício da profissão, para servir como prova, que podem ser utilizadas com finalidade jurídica. 
 
Vanrell (2002)
Classificação
Quanto à sua procedência: Oficial
 Oficioso
Quanto à sua finalidade: Administrativo
 Judicial
Quanto ao seu conteúdo: Verdadeiro
 Falso
Vanrell (2002)
 Oficial
É aquele oriundo de uma repartição ou dependência oficial
(CS, IML), ou de um profissional que no momento de expedi-lo esteja em uso e gozo de cargo ou função pública. 
 Oficioso
É todo documento promanado de CD, em consultório particular ou em qualquer local ou instituição, desde que não esteja submetido ao vínculo do cargo ou função pública. 
 Procedência
 Administrativo
É o documento produzido por CD, e que se destina a ser apresentado perante qualquer pessoa, empresa, instituição ou repartição, mesmo que dependa direta ou indiretamente do Poder Judiciário, mas desde que venha a ser entranhado em processo judicial. 
 Judicial
É qualquer documento da lavra de CD que se destina a ser utilizado nos autos de processo judicial.
 Finalidade
Verdadeiro
Documento emitido por CD cujo texto é a mera expressão da verdade, isto é, contém dados técnicos de fatos que realmente foram constatados no paciente.
 Falso
É todo documento cujo conteúdo difere da realidade ou não é a expressão da verdade. Seu autor está sujeito às penas que a lei impõe para tanto. 
 Conteúdo
Reconhecem-se seis tipos de Documentos Odontolegais, a saber:
 Notificação Compulsória
 Atestado
 Relatório
 Parecer
 Depoimento Oral
 Consulta
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA
É um documento que relata fatos, de índole odontológica ou não, observados ou constatados no exercício da profissão, e que, por força de lei, o CD tem obrigação de comunicar. 
Vanrell (2002)
Inclui a comunicação, por escrito, à autoridade competente de:
acidentes de trabalho (acidentes-tipo) e acidentes de percurso (de trajeto ou “in itinere” )
doenças profissionais (tecnopatias) e doenças do trabalho (mesopatias)
moléstias infecto-contagiosas de notificação compulsória
crimes de ação pública
morte encefálica comprovada, em estabelecimento de saúde.
Acidentes de trabalho (acidentes-tipo) e acidentes de percurso (de trajeto ou “in itinere” )
Notificações de acidentes de trabalho:
 CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho);
 encaminhamento da 1ª via à Agencia local do Instituto Previdenciário (INSS). 
 
 
 Moléstias infecto-contagiosas de 
 notificação compulsória
	
Portaria 993 de 04/09/2000 (Ministério da Saúde).	
Art. 1.º Para os efeitos da aplicação da Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, e de sua regulamentação, constituem objeto de notificação compulsória, em todo o território nacional, as doenças e os agravos a seguir relacionados:
Cólera
Coqueluche
Dengue
Difteria
Doenças de Chagas (casos agudos)
Doenças Meningocócica e outras Meningites
Febre Amarela
Febre Tifóide
Hanseníase
Hantaviroses
Hepatite B
Hepatite C
Infecção pelo HIV em gestantes e crianças expostas ao risco de transmissão vertical
Leishmaniose Visceral
Leptospirose
Malária (em área não endêmica)
Meningite por
 Haemophilus influenzae
Peste
Poliomielite 
Paralisia Flácida Aguda
Raiva Humana
Rubéola
Síndrome da Rubéola Congênita
Sarampo
Sífilis Congênita
AIDS
Tétano
Tuberculose 
 Moléstias infecto-contagiosas de 
 notificação compulsória
	
Portaria 993 de 04/09/2000 (Ministério da Saúde). 
 Crimes de ação pública
 Maus-tratos 
Define-se o abuso ou maus-tratos pela existência
de um sujeito em condições superiores (idade,
força, posição social ou econômica, inteligência,
autoridade) que comete um dano físico, psicológico ou sexual, contrariamente à vontade da vítima ou por consentimento obtido a partir de indução ou sedução enganosa.
Deslandes (1994)
 Crimes de ação pública
Maus-tratos 
CP, art. 66 (Omissão de Comunicação de Crime) 
Art. 66 - Deixar de comunicar à autoridade competente:
I - crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício de função pública, desde que a não dependa ação penal de representação;
II - crime de ação pública, de que teve conhecimento no exercício da medicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente a procedimento criminal.
Pena - multa.
 Crimes de ação pública
 Maus-tratos ou agressões à criança
 Notificações: 
Conselho Tutelar da Infância, Adolescência e Juventude da região respectiva. Na ausência deste, ao Ministério Público (Promotoria ou Juizado da Infância, Adolescência e Juventude) ou Autoridade Policial (Delegacia da Polícia).
 Crimes de ação pública
 Maus-tratos ou agressões à mulher 
 Notificações:
 Autoridade Policial (Delegacia de Defesa da Mulher ou Delegacia da Polícia local ).
 Crimes de ação pública
 Maus-tratos ou agressões ao idoso
Notificações: 
 Quaisquer dos seguintes órgãos:
        I – autoridade policial;
        II – Ministério Público;
        III – Conselho Municipal do Idoso;
        IV – Conselho Estadual do Idoso;
        V – Conselho Nacional do Idoso.
Para que cumpra suas finalidades legais, e a fim de que o CD tenha sua responsabilidade resguardada, a notificação odontológica deverá conter os seguintes dados :
Dr. NONONO NONONONO
Cirurgião‑Dentista ‑ CRO‑SP nº 00001
Rua dos Cocos nº 00 - Piracicaba - SP
Sr. Diretor do Centro de Saúde I:
NOTIFICO a Vª Sª , para fins sanitários que, no dia de hoje, a partir das 14:00 horas, consultei o paciente VOVO VOVOVOVO, RG nº 000.000-X, domiciliado na Rua das Amoreiras nº 999, bairro dos Frutais, desta cidade, quem apresenta manifestações clínicas de C.I.D.-10 nº B05 (sarampo).
	 Piracicaba, 05 de maio de 2009
 Assinatura do CD
 Carimbo
Vanrell (2002)
ATESTADOS ODONTOLÓGICOS
É uma declaração particular sucinta em que se afirma a veracidade de certo fato odontológico e as conseqüências deste que implicam em providências administrativas, judiciárias ou oficiosas, relacionadas com o cliente. 
DEFINIÇÃO
Vanrell, 2002.
O atestado Odontológico é a simples descrição de um fato Odontológico e suas conseqüências. 
DEFINIÇÃO
Daruge, E; Daruge Júnior, E; Hebling, E, 2003.
Art. 6º Compete ao Cirurgião-dentista:
III- Atestar, no setor de sua atividade profissional, estados mórbidos e outros, inclusive para justificação de faltas ao emprego.
LEI 5081/66
Inciso incluído pela lei 6.215 de 30/06/75
ELEMENTOS CONSTITUINTES (8)
 a identificação do paciente: nome, R.G. e endereço;
 a finalidade para a qual foi expedido;
 horário e a data que o paciente foi atendido;
 Conseqüência do tratamento (se for recomendado repouso, indicá-lo em horas); 
 Quando houver necessidade de revelação do diagnóstico ou da intervenção praticada, utilizar a C.I.D-10 (o paciente deverá assinar a rodapé do atestado anuindo com a publicidade do diagnóstico);
 local e data da expedição;
 assinatura do CD responsável;
 carimbo esclarecedor do CD, com nome e número do CRO, mesmo quando for utilizado o impresso do receituário. 
A inclusão do tratamento realizado no atestado, sem a anuência do paciente é quebra de sigilo profissional, infração ética prevista no C.E.O. No Art. 9 §1º. 
MUITA ATENÇÃO !!!
Dr. NONONO NONONONO
Cirurgião‑Dentista ‑ CRO‑SP nº 00001
Rua dos Cocos nº 01 - Piracicaba - SP
ATESTADO
ATESTO, para fins escolares (trabalhistas ou desportivos) que, no dia de hoje, o paciente Sr. VOVOVO VOVOVOVO, RG nº 00.000.000-X, domiciliado na Rua das Amoreiras nº 9999, bairro dos Frutais, desta cidade, esteve sob meus cuidados profissionais em virtude de C.I.D.-10 nº K04.8 (cisto periapical), tendo sido submetido a procedimento cirúrgico, das 14:00 às 16:00 horas, sendo-lhe recomendado repouso por 48 (quarenta e oito) horas, além da medicação prescrita. 
Piracicaba, 05 de março de 2008
			Assinatura do CD
				 
 Carimbo
De acordo:
 Assinatura do paciente
Vanrell, 2002.
Daruge et al , 2003.
“A elaboração do atestado Odontológico em duas vias assegura ao CD o resguardo legal do ônus da prova”. 
Daruge, E; Daruge Júnior, E; Hebling, E, 2003
A emissão de atestado odontológico falso avilta a classe e infringe normas do C.E.O. (Art. 22)
Vanrell,2002
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO
FALSIDADE DE ATESTADO MÉDICO:
Art. 302 – Dar o médico*, no exercício da sua profissão, atestado falso.
Pena: detenção, de 01 mês a 01 ano.
Parágrafo único: Se o crime é cometido com fim de lucro, aplica-se também multa.
* Crime próprio quanto ao sujeito
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO
FALSIDADE IDEOLÓGICA:
Art. 299 – Omitir, em documento público ou particular, declaração que devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar verdade sobre fato juridicamente relevante.
Pena: Reclusão, de 01 a 05 anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de 01 a 03 anos, e multa, se o documento é particular.
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO
Destaca três modalidades de
 conduta do autor do delito:
Omitir (Dados obrigatorios)
2) Inserir (Dados não verdadeiros)
3) Fazer Inserir (Não se enquadra ao prof.)
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO
Ainda sobre o Art. 299
Se funcionário público: 
Paragrafo único: O funcionário público que cometer este crime prevalecendo-se do cargo, têm sua pena aumentada de sexta parte. 
CÓDIGO PENAL BRASILEIRO
Paragrafo único: Obtendo qualquer vantagem de forma indevida, será enquadrado no art. 317 do CP (CORRUPÇÃO PASSIVA). 
Pena: 1 a 8 anos de reclusão e multa. 
Ainda sobre o Art. 299
Se funcionário público: 
RELATÓRIO
OU
LAUDO
É um documento que relata para a Autoridade Requisitante fatos ocorridos, constatados pelo perito, minucioso, redigido formalmente e que deve contribuir para o esclarecimento de um ou mais fatos de ordem odontológica. 
 Vanrell (2002)
É a descrição minuciosa de um fato médico ou odontológico, requisitado por autoridade competente.
 Tourdes, 1999
Do Laudo devem constar, necessariamente, as seguintes partes:
I. Preâmbulo 
II. Histórico ou Comemorativo 
III. Descrição ("visum et repertum")
IV. Discussão 
V. Conclusão 
VI. Respostas aos Quesitos
ao local, 
à data e hora da perícia, 
à autoridade requisitante (Juiz, Delegado de Polícia, Comandante Militar e Presidente de Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI), 
aos peritos designados, 
à identificação da pessoa a ser periciada, 
ao exame a ser realizado e 
os quesitos a serem respondidos.
 É a introdução, que se refere:
(do latim, preambulare = antes de andar, caminhar) 
I. Preâmbulo
Relato sucinto, ainda que completo, do fato justificador do pedido de perícia.
II. Histórico ou Comemorativo
Parte que contém o relato minucioso, eventualmente acompanhado de diagramas, fotografias demonstrativas, com todos os detalhes, todos os achados objetivos e subjetivos dos exames realizados.
(“visum et repertum” = visto e registrado) 
III. Descrição
É o debate, a confrontação de hipóteses, a análise das controvérsias possíveis de cada caso, que os peritos devem esmiuçar para encerrar a perícia.
IV. Discussão
É(São) a(s) ilação(ções) ou dedução(ções) tirada(s) com a análise dos dados descritos e discutidos, isto é, trata-se da posição final.
V. Conclusão
V. CONCLUSÃO
 Do exposto, concluímos que a vítima sofreu lesões corporais de natureza grave, com incapacidade para as funções habituais por mais de trinta (30) dias.
São as que permitem a formação de juízos de valor, ora pelas partes, ora pelo Magistrado. 
VI. Resposta aos Quesitos
Pode se apresentar de diversas formas…
A mais freqüente é a ...
Falsa Perícia
Conseqüências de uma falsa perícia
Art. 342, CP
...Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade, como testemunha, perito, tradutor ou intérprete em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral...
 Pena – Reclusão de 1 a 3 anos, e multa
PARECER
Via de regra, a consulta é endereçada a um profissional que tenha competência especial sobre o assunto, quem dará a sua opinião pessoal sobre a matéria, sendo este parecer juntado nos autos do processo judicial. 
O valor e credibilidade do Parecer dependerá do prestígio, bom conceito, renome científico e moral usufruído por aquele que o emite (parecerista). 
Trata-se de documento particular, unilateral, que não exige compromisso legal do parecerista, donde que nunca se possa enquadrar como falsa perícia. 
 O parecer não tem forma fixa, seguindo aproximadamente, a mesma seqüência do laudo, com estas partes: 
I. Preâmbulo
II. Exposição de Motivos 
III. Discussão
IV. Conclusão 
V. Respostas aos Quesitos
DEPOIMENTO ORAL
É uma informação prestada, de viva voz, “coram judice”, pelo perito, perante a autoridade policial ou judiciária, que o registra por termo, em assentada (papel escrito ou arquivo digital).
Vanrell (2002)
Tecnicamente, não é um documento 
(por não ser escrito).
Só a partir de então, torna-se um documento.
CONSULTA
Opinião de um profissional diretamente a alguma autoridade judicial e/ou policial.
ENCAMINHAMENTO PARA OUTRO ESPECIALISTA.
	 Encaminhamento (para Cirurgião BMF)
	Encaminho o paciente Identificação para que sejam extraídos os elementos dentais 18, 28, 38 e 48 para realizar (dar prosseguimento a) tratamento ortodôntico.
	
	Atenciosamente,
	
	Data
	
	CD. Dr. José Luiz da Silva
	CRO-SP 5536
	 Recibo do paciente 
	
	Eu, identificação do paciente, recebi do cirurgião-dentista Dr. JOSÉ LUIZ DA SILVA, um encaminhamento que deverá ser entregue às mãos de um especialista em Periodontia num prazo máximo de 15 dias. O documento em questão está inserido em um envelope lacrado e somente o profissional acima citado deverá abri-lo, visando garantir o sigilo do seu conteúdo.
	DATA 
	
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