Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Profa Cynthia Fernandes F Santos FISIOLOGIA HUMANA Funções da medula espinhal, cerebelo e núcleos da base. Funções da medula espinhal Funções da Medula espinhal Substância cinzenta da medula espinhal é a área integrativa para os reflexos espinhais. Funções da Medula espinhal Neurônios motores anteriores: São 50 a 100x maiores que os outros neurônios e estão localizados nos cornos anteriores da substância cinzenta medular. Dão origem às fibras nervosas que deixam a medula espinhal através das raízes ventrais e inervam diretamente as fibras musculares: • Neurônios motores α • Neurônios motores γ Funções da Medula espinhal Neurônios motores α: Dão origem às fibras nervosas motoras grandes do tipo A alfa (Aα) que inervam grandes fibras musculares. Neurônios motores γγγγ: Aproximadamente metade do tamanho e dão origem às fibras nervosas motoras menores do tipo A gama (Aγ) que inervam pequenas fibras musculares. Essas fibras constituem o centro do fuso muscular, que auxilia no controle do tônus muscular. Funções da Medula espinhal Interneurônios: • Presentes em todas as áreas da substância cinzenta medular. • Pequenos e altamente excitáveis, apresentam muitas interconexões e muitas fazem sinapses com neurônios motores anteriores. • São responsáveis pela maioria das funções integrativas da medula espinhal 2 Receptores sensoriais musculares • O controle adequado da função muscular requer não apenas a excitação do músculo pelos neurônios motores mas, a informação sensorial contínua. • Fusos musculares: distribuídos no ventre do músculo e enviam informações sobre comprimento ou mudança na velocidade do comprimento. • Órgão tendinosos de Golgi (OTG): localizados no tendões, transmitem informações sobre a tensão do tendão ou da velocidade da alteração da tensão no tendão. Funções da Medula espinhal Fuso muscular: • É constituído de fibras intrafusais e extrafusais; • Intrafusais: é uma fibra muscular esquelética pequena, com poucos ou nenhum filamento de actina e miosina em sua porção central (sem função contrátil). As porções que contraem são excitadas por fibras nervosas motoras γ (fibras eferentes γ) • Extrafusais: são excitadas por fibras nervosas motoras α (fibras eferentes α) Funções da Medula espinhal • O fuso muscular pode ser excitado por 2 maneiras: • Com aumento do comprimento do músculo ocorre o estiramento da região central; • Contração das regiões terminais das fibras intrafusais sem alteração no comprimento do músculo; • Receptores primários (anuloespiral): no centro da área receptora, uma fibra sensorial grande envolve a parte central de cada fibra intrafusal. Fibra do tipo Ia. Transmite informação em alta velocidade. • Receptores secundários: fibra sensorial menor, tipo II, inerva os lados da terminação primária Funções da Medula espinhal – reflexos medulares Reflexo de estiramento muscular: Manifestações mais simples da função do fuso muscular. Sempre que um músculo é rapidamente estirado, a excitação dos fusos causa a contração reflexa das fibras musculares esqueléticas grandes (extrafusais) do próprio músculo estirado e dos músculos sinergistas. Fibra sensitiva Ia (originando do fuso) É uma via monossináptica que permite que um sinal reflexo volte para o músculo no menor tempo possível! Funções da Medula espinhal – reflexos medulares Aplicações clínicas do reflexo de estiramento muscular: Reflexo patelar: batidas no tendão patelar � estiramento de quadríceps � reflexo se estiramento � extensão de joelho • Na maioria das vezes os neurônios motores γ são estimulados simultaneamente aos neurônios motores α, efeito chamado co-ativação; • A ativação das fibras intrafusais simultaneamente com as extrafusais são: 1) impedir a alteração do comprimento da região receptora durante uma contração muscular (impede que o reflexo se oponha ao movimento); 2) manter a função de amortecimento evitando que a porção receptora fique flácida ou superestirada. Função do fuso muscular na atividade motora 3 • OTG: receptor sensorial encapsulado que tem conectadas cerca de 10 a 15 fibras musculares; • É estimulado quando as fibras musculares conectadas são tensionadas pela contração ou estiramento do músculo Controle da tensão muscular - OTG A principal diferença entre a excitação do fuso muscular e o OTG é que: o fuso detecta o comprimento do músculo e as alterações deste, enquanto o OTG a tensão muscular refletida no tendão! • Informações transmitidas através de fibras nervosas tipo Ib, de condução rápida e grande diâmetro (um pouco menor que as fibras relacionadas ao fuso), daí segue 2 caminhos: 1) entra pelas raízes posteriores, fazem sinapse no corno dorsal e seguem para o cerebelo e córtex; 2) na medula espinhal fazem sinapse com neurônio inibitório, que promoverá a inibição do neurônio motor anterior (inibe o próprio músculo) Reflexo tendinoso de Golgi É um reflexo inibitório que previne o desenvolvimento de uma tensão excessiva! Reflexo flexor e reflexo de retirada Estímulos cutâneos causarão a contração de músculos flexores, com a retirada do membro do objeto � reflexo flexor Se a retirada não se restringir apenas à flexão para afastar-se do objeto (ex: estímulo doloroso na face interna co braço: resulta em flexão + abdução) � reflexo de retirada Funções da Medula espinhal – reflexos medulares Funções da Medula espinhal – reflexos medulares Reflexo extensor cruzado Após o estímulo provocar um reflexo flexor, o membro oposto começa a estender para afastar o corpo definitivamente do objeto que causa dor � reflexo extensor cruzado Reflexos autonômicos: Alteração de tônus vascular em resposta ao calor; transpiração; reflexos intestinais Funções da Medula espinhal – reflexos medulares Funções da Medula espinhal – reflexos medulares 4 Cerebelo e núcleos da base Contribuição do Cerebelo no controle motor Se divide em 3 lobos: anterior, posterior e flocolunodular. Contribuição do Cerebelo e núcleos da base no controle motor Cerebelo e núcleos da base: funcionam em associação com outros sistemas de controle motor ou seja, não podem controlar a função muscular por si só. Cerebelo: • Sua excitação não causa sensação ou movimento. • Sua remoção faz com que os movimentos corporais fiquem anormais (perda da coordenação motora). • Auxilia na seqüência das atividades motoras; monitora e faz ajustes nas atividades enquanto elas estão sendo executadas (para que aconteçam de acordo com o planejado pelo córtex motor). • Recebe informações das áreas de controle motor e informações sensoriais e então compara os movimentos reais com os planejados. Contribuição do Cerebelo no controle motor • Função típica: emitir sinais de “liga” para os músculos agonistas e “desliga” para os antagonistas no início de um movimento e o inverso ao final. • Início do movimento: sinal do córtex � vias não cerebelares do tronco cerebral e medula espinhal até o músculo. Ao mesmo tempo sinais paralelos chegam ao cerebelo e sinais excitatórios retornam ao córtex para sustentar o sinal desencadeado pelo córtex (o sinal de “ligar” torna-se ainda mais forte pois, é a soma de sinais corticais e cerebelares) • Aprendendo com os erros Contribuição do Cerebelo no controle motor Funções do cerebelo no controle motor. O SN usa o cerebelo para coordenar as funções do controle motor em 3 níveis: 1. Vestibulocerebelo: papel no equilíbrio (consiste nos lobos floculonodulares). Sua perda compromete o equilíbrio e correção antecipatória. 2. Espinocerebelo: coordenação de movimentos das partes distais das extremidades (consiste na maior parte do vérmis). Participa do “alcançar o alvo.” 3. Cerebrocerebelo: zonas laterais dos hemisférios cerebelares, recebe informações do córtex motor e do córtex somatosensorial (planejamento de movimentosseqüenciais e temporização de cada sucessão de movimento). Sua perda: falta de coordenação nos movimentos complexos. Anormalidades clínicas do cerebelo 1. Ataxia: movimentos sem coordenação (Ex: passar do alvo, movimento compensatório em direção oposta). 2. Tremor intencional: oscilação no movimento quando se aproxima do alvo. 3. Nistagmo cerebelar: tremor do globo ocular que ocorre quando se tenta fixar os olhos numa cena, num dos lados do campo visual. 5 Contribuição do núcleos da base no controle motor Gânglios da base Esses núcleos consistem em: núcleo caudado, putâmen, globo pálido, substância negra e núcleo subtalâmico. Controla padrões complexos de movimento (ex: escrita, cortar papel) Contribuição dos núcleos da base no controle motor Controle cognitivo de sequências motoras: Cognição significa os processos cerebrais envolvidos com o pensamento e a razão, usando tanto aferências sensoriais quanto informações já armazenadas na memória. Mudar temporização e graduar a intensidade dos movimentos: Anormalidades clínicas núcleos da base 1. Atetose: movimentos de contorção (lesão globo pálido). 2. Coréia: movimentos rápidos e abruptos de curta extensão (lesão putâmen). 3. Parkinson: rigidez na maior parte do corpo, dificuldade em iniciar o movimento (acinesia) e tremor involuntário (mesmo quando está em repouso) (lesões na substância negra). A dopamina é neurotransmissor inibitório e a destruição de neurônios dopaminérgicos possivelmente causaria sinais excitatórios para o sistema de controle motor. Córtex cerebral Controle cortical e do tronco cerebral na função motora Controle cortical e do tronco cerebral na função motora Córtex Motor: Inicia os movimentos voluntários. É dividido em 3 subáreas: 1) córtex motor primário; 2) área pré-motora; 3) área motora suplementar. 1) Córtex Motor Primário: Localiza-se anteriormente ao sulco central. Através de mapeamento por estimulação elétrica foi identificada regiões que se relacionam com determinadas áreas. Sua ativação excita um movimento específico e não um músculo específico. 6 Controle cortical e do tronco cerebral na função motora Áreas mapeadas por Penfield e Rasmussen Controle cortical e do tronco cerebral na função motora 2) Área pré-motora Sua ativação “causam” padrões mais complexos de movimento. Desenvolve inicialmente uma imagem motora do movimento total dos músculo a ser gerado. Ex: gerar um padrão de posição em uma articulação para que a extremidade possa estar orientada adequadamente para a execução de uma tarefa. Controle cortical e do tronco cerebral na função motora 3) Área motora suplementar Sua estimulação leva a movimentos bilaterais. EX; segurar algo com as duas mãos. As áreas funcionam em conjunto... Controle cortical e do tronco cerebral na função motora 1. Área de Broca e a fala: sua lesão impossibilita falar palavras inteiras (apenas vocais isoladas, sem coordenação ou palavras simples ocasionais) . 2. Campo de movimentos oculares voluntários: 3. Área para habilidades manuais 4. Área de rotação da cabeça: está associada aos movimentos voluntários oculares (cabeça em direção ao objeto) Áreas especializadas Controle cortical e do tronco cerebral na função motora Os sinais motores são transmitidos diretamente do córtex para a medula espinhal através do trato corticoespinhal (ou trato piramidal) e indiretamente por outras vias que envolvem os núcleos da base, cerebelo e vários núcleos do tronco cerebral. Ao sair do córtex parte das fibras cruzam para o lado oposto na parte inferior do bulbo e descem pelos tratos corticoespinhais laterais da medula indo terminar em interneurônios nas substância cinzenta da medula. Algumas fibras descem ipsilateralmente, formando os tratos corticoespinhais mediais da medula espinhal. Muitas (todas) cruzam para o lado oposto na região cervical ou torácica alta. Controle cortical e do tronco cerebral na função motora 7 Participação do tronco cerebral na função motora Papel do tronco cerebral na função motora O tronco cerebral é formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo. Contém núcleos motores e sensoriais. É diretamente responsável por algumas funções especiais: 1. Controle da respiração 2. Controle cardiovascular 3. Controle parcial da função gastrointestinal 4. Controle de alguns movimentos estereotipados (sugar, bocejar...) 5. Controle de movimentos oculares 6. Controle do equilíbrio 7. Passagem de sinais de comando Participação do tronco cerebral na função motora Córtex cerebral, funções intelectuais, aprendizado e memória Áreas associativas 1) Área associativa parieto-occipitotemporal: 1)Análise das coordenadas espaciais do corpo; 2)Área para compreensão da linguagem (área de Wernickie) 3)Área para o processamento inicial da linguagem visual (leitura); 4)Área para nomeação de objetos (nomes aprendidos pela audição e natureza física pela visão. 2) Área associativa pré-frontal: em associação com o córtex motor, planeja padrões complexos e seqüenciais de movimento. Córtex cerebral, funções intelectuais, aprendizado e memória 3) Área de Broca: Contém um circuito neuronal necessário para a formação da palavra (trabalha em associação com a área de Wernickie) 4) Área associativa límbica: relacionada ao comportamento, emoções e motivação. Lesões na área de Wernickie: a pessoa poderá ouvir perfeitamente, reconhecer diferentes palavras mas, será incapaz de agrupar essas palavras em um pensamento coerente. Será capaz de ler mas, incapaz de reconhecer o pensamento contido no texto. Córtex cerebral, funções intelectuais, aprendizado e memória Função interpretativa da região póstero-superior do lobo temporal – “Área de Wernickie” (área interpretativa geral) • As áreas associativas somática, visual e auditiva se reúnem na parte posterior do lobo temporal. • Esse local é altamente desenvolvido, particularmente no lado dominante do cérebro – lado esquerdo em quase todas as pessoas destras – e tem papel importante nas funções superiores, que chamamos inteligência. • Área interpretativa geral, área gnóstica, área do conhecimento, área associativa terciária, área de Wernickie. Córtex cerebral, funções intelectuais, aprendizado e memória Funções intelectuais das áreas associativas pré-frontais • Lobotomia pré-frontal: 1. Perda da capacidade de resolver problemas complexos; 2. Incapacidade de encaixar desenvolver tarefas seqüenciais para atingir objetivos complexos; 3. Incapacidade de aprender a fazer diversas tarefas paralelas ao mesmo tempo; 4. Redução do nível de agressividade e perda de ambição; 5. Respostas sociais inapropriadas, perda moral e da restrição ao sexo; 6. Incapacidade de acompanhar longas linhas de raciocínio 7. Variação de humor. 8 Córtex cerebral, funções intelectuais, aprendizado e memória Funções intelectuais das áreas associativas pré-frontais • Elaboração de pensamentos: aumento na profundidade e abstração dos diferentes pensamentos organizados à partir de múltiplas fontes de informação. • Capacidade de manter, simultaneamente, diversos fragmentos de informação seqüencialmente apresentados e levar ao resgate quando necessário � memória de trabalho; • Combinando fragmentos temporários de memória de trabalho é possível: 1) fazer prognósticos; 2) planejar o futuro; 3) retardar uma ação em resposta a sinais sensoriais que chegam de tal forma que a informação pode ser avaliada até decidir a melhor forma de resposta; 4) considerar as conseqüências de ações motoras antes de executar; 5) resolver problemas matemáticos, legais ou filosóficos; 6) correlacionar vias de informações no diagnóstico de doenças raras; 7) controlar atividades de acordo com leis morais Memória • Memória declarativa (ou explícita): fatos, conceitos, nomes... • Memória de procedimento (ou implícita): relativa às habilidades motoras• São armazenadas no cérebro pela mudança da sensibilidade básica da transmissão sináptica entre neurônios como resultado de uma atividade neural prévia. • As vias novas ou facilitadas são chamadas traços de memória. • Classificação das memórias: 1. Memória de curto prazo: segundos (no máximo minutos) 2. Memórias de prazo intermediário: dias a semanas 9e então, desaparecem) 3. Memória de longo prazo: uma vez armazenada, pode ser recordada até anos. Memória Memória • A capacidade de adquirir e reter uma informação depende de alterações plásticas no processo de transmissão sináptica. • Plasticidade inclui: mudanças na efetividade de uma terminação sináptica existente, por meio da modulação da quantidade de neurotransmissores; quantidade de terminais pré-sinápticos. Memória - plasticidade Comportamentos motivados e emoções • Fim do século 19 já era sabido que a expressão emocional não dependia do córtex cerebral; • 1937, James Papez, inspirado nos trabalhos de Canon e Bard, sugeriu que um circuito interligando o hipocampo, os corpos mamilares, os núcleos talâmicos anteriores e o giro do cíngulo formariam o substrato neural para a expressão e experiência emocional; • As hipóteses de Papez e Klüver e Bucy e outras observações clínicas levaram Paul MacLean (1952) a sugerir uma região conhecida por “sistema límbico” Expressão e experiência emocional Hipotálamo desempenha papel fundamental nos ajustes homeostáticos (endócrinas e autonômicas) e comportamentais relacionados com respostas vitais para manutenção da espécie Comportamentos motivados e emoções 1. Ingestão hídrica: 4 tipos de estímulo induzem a busca por água: 1) aumento da tonicidade do plasma; 2) hipovolemia; 3) estímulos orofaríngeos (ex: boca seca); 4) fatores congnitivos. 2. Comportamento alimentar; 3. Comportamento de defesa; 4. Comportamento reprodutor: diferenças entre machos e fêmeas Hipotálamo
Compartilhar