Buscar

PEÇA OAB - RESPOSTA À ACUSAÇÃO - MINHA VERSÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

ALUNO (A): NURRAYLA OUAD BRAQUAT 
UNICESUMAR 
MARINGÁ-PR 
ANÁLISE PEÇA PENAL – OAB 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 15ª VARA CRIMINAL DE PORTO ALEGRE, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
ANTONIO LOPES, brasileiro, estado civil, agente de polícia federal, portador do RG, inscrito no CPF/MF, natural de (...) , filho de, residente e domiciliado no endereço Rua Castro 170 apto 201, vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil sob número, com escritório profissional sito à rua, aonde habitualmente recebe intimações, apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fundamento nos artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal Brasileiro.
1 – DOS FATOS
O acusado foi denunciado pelo Ministério Público, como suspeito, nas penas elencadas nos artigos 239, parágrafo único, da Lei n. 8069/90 (ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente) e 317, § 1º, combinado com o artigo 69, ambos do Código Penal. Segundo a versão acusatória, o denunciado, mediante a expedição irregular de passaportes, teria auxiliado a co-denunciada, Maria Campos, no intento de enviar crianças e adolescentes ao exterior. A denúncia foi recebida pelo Doutor Juiz da 15ª Vara Criminal de Porto Alegre e o denunciado foi citado em 17 de outubro de 2011 para apresentação da presente peça processual.
2 - DOS FUNDAMENTOS
2.1 - Das Preliminares
2.1.1 – Da Incompetência da Justiça Estadual: violação dos artigos 5°, inciso LIII e 109, inciso V da Constituição da República.
Em razão da competência pertencer a Justiça Federal, de acordo com o artigo 109, inciso V da Constituição da República, o qual estipula que serão desta competência os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no Brasil, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, conforme ocorreu in casu, igualmente aos crimes praticados por funcionário público federal em razão do exercício da função, conforme súmula 254 do extinto Tribunal Federal de Recursos, dado as causas de transnacionalidade do crime tal como o interesse da União no processamento e julgamento da causa.
Diante disso e com base no princípio do Juiz Natural, elencado no artigo 5º, inciso LIII, da Constituição da República, requer-se a nulidade do processo, em fulcro no artigo 564, inciso I, do Código de Processo Penal, desde o início, uma vez que eventual denúncia deverá ser ofertada pela Procuradoria da República e não no âmbito do Ministério Público Estadual.
2.1.2. Nulidade da Interceptação Telefônica: artigo 5º da Lei 9296/96 e artigo 93, inciso IX da Constituição Brasileira.
Há que se observar a nulidade na interceptação telefônica feita pelo Delegado de Polícia, em virtude da falta de fundamentação da decisão, diante dos termos do artigo 5°, da Lei n°. 9.296/96 e artigo 93, IX, da Constituição da República.
Igualmente relacionado ainda a nulidade por vias da interceptação telefônica, a impossibilidade de se decretar a medida como primeira medida investigativa, entrando em contrassenso com o princípio da excepcionalidade, violando o artigo 2°, II, da Lei n° 9.296/96, onde exige-se como cabimento e requisito da medida, que a mesma seja efetuada apenas quando não houver outro meio cabível de prova a ser realizada anteriormente.
Acerca do que fora relatado, a interceptação configura-se como ilegal, não podendo ser utilizada no processo penal em questão. Sendo assim, postula-se a nulidade da interceptação tal como todos os atos que derivam dela.
2.1.3. Nulidade da Decisão que Deferiu a Busca e Apreensão
Conforme se infere dos autos, foi deferida medida de busca e apreensão na casa acusado. Ocorre que, ao deferir tal medida, o magistrado deixou de declinar os motivos que fundamentavam a busca e apreensão. O Código de Processo Penal disciplina a busca e apreensão do artigo 240 ao artigo 250.
Eis que se observa a busca e apreensão nula, genérica e sem fundamentação, com fulcro no artigo 93, IX, da Constituição da República.
2.1.4. Nulidade da Apreensão do Dinheiro: violação ao artigo 243, I do Código de Processo Penal.
Postula-se pelo reconhecimento da nulidade do ato de apreensão da quantia de 50.000 (cinquenta mil dólares) no apartamento do acusado. Isso por que, o magistrado determinou a busca e apreensão no endereço à rua Castro, número 170, apartamento 201, no qual resultou-se de forma frustrada a diligência. Consta dizer, que os policiais adentraram no apartamento 202, igualmente de propriedade do acusado, sem autorização judicial.
O artigo 243, inciso I, do Código de Processo Penal, determina que o mandado de busca e apreensão deve fazer referência ao local onde será feita a diligência. Contudo, ao realizar a busca os policiais apreenderam provas em locais não autorizados, motivos pelo qual a apreensão configura-se ilícita e deve ser desentranhada dos autos com base no artigo 157 do Código de Processo Penal e artigo 5°, inciso LVI da Constituição da República.
2.1.5. Inépcia da Denúncia
Eis que a conduta da inicial acusatória é genérica, na qual não descreve os elementares do tipo de corrupção passiva, assim como, não imputa fato determinado.
	Sendo essa condição violadora do artigo 8º, 2, ‘b’, do Decreto 678/92 (promulga a CADH), o qual prevê como garantia do acusado a comunicação prévia e pormenorizada da acusação formulada. Além disso, limita o exercício do direito de defesa, em desrespeito ao previsto no artigo 5º, LV, da Constituição da República. Por fim, há violação ao artigo 41, do Código de Processo Penal.
2.2.1. Da Falta de Justa Causa Para a Ação Penal em Relação ao Crime de Corrupção Passiva.
O crime apontado na peça acusatória, previsto no artigo 317, §1º, do Código Penal, configura por si só, como uma afirmação genérica, sendo considerada uma falta de justa causa por não haver prova suficiente de que o réu recebia vantagem indevida para a emissão de passaportes de forma irregular, havendo assim, a configuração do tipo penal do crime de corrupção passiva.
Igualmente, não houve nenhum passaporte apreendido ou periciado na fase de inquérito policial, o que gera um relatório incompleto da parte da autoridade policial, não podendo a ação ser proposta, por haver elementos insuficientes para a propositura da ação pelo Ministério Público.
Não tendo sido, o passaporte, objeto analisado durante a fase de investigação policial, não há que se falar em incriminar o acusado pela configuração do crime de corrupção passiva, por não haver prova de exaurimento do crime, nos termos do que prevê o §1º do artigo 317, do Código Penal, ou seja, que Antônio tenha efetivamente praticado ato infringindo dever funcional.
2.2. MÉRITO
2.2.1. Da absolvição sumária do acusado em relação ao crime previsto no artigo 239, parágrafo único da Lei 8069/90: artigo 397, inciso III do Código de Processo Penal.
No que tange ao crime previsto no artigo 239, parágrafo único, da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), não há qualquer indício da prática delituosa por parte de Antônio, eis que não há sequer referência de que ele tivesse ciência da intenção de Maria. 
Antônio não tinha ciência que estava colaborando para a prática do delito, supostamente, praticado por Maria, o que conclui uma atipicidade do tipo penal, pela ausência de dolo.
3. PEDIDOS
Ante o exposto, requer-se:
a. A declaração da incompetência da Justiça Estadual para apurar o feito com respaldo nos artigos 5º, inciso LIII e 109, inciso V da Constituição. 
b. O reconhecimento da nulidade da interceptação telefônica dada afronta ao artigo 5º da Lei 9296/96 e artigo 93, inciso IX da Constituição. 
c. O reconhecimento da ilegalidade da decisão que deferiu a busca e apreensão tendo em vista a violação ao artigo 243, inciso II do Código de Processo Penal e artigo 93, inciso IX da Constituição. 
d. O reconhecimento da ilicitude e o desentranhamento da prova apreendida em um dos apartamentos do acusado, eis ausente autorização para ingressar em tal local, com respaldo no artigo157 do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LVI da Constituição. 
e. A rejeição da denúncia com fundamento no artigo 395, inciso I do Código de Processo Penal, dada a precariedade da narrativa fática exposta pelo Ministério Público. 
f. A rejeição da denúncia com fundamento no artigo 395, inciso III do Código de Processo Penal, dada da falta de justa causa para o regular exercício da ação penal. g. A absolvição sumária do acusado em conformidade com o artigo 397, inciso III do Código de Processo Penal ante a atipicidade de sua conduta. h. Por fim, superadas as teses acima expostas, sejam as testemunhas abaixo intimadas para a fase probatória do presente processo penal. 
Maringá – Pr
30 de maio de 2016.
Advogado

Continue navegando