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Processo penal

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Aula 02
Direito Processual Penal p/ TJ-PE (Técnico Jud - Áreas Judiciária e Administrativa) -
Com videoaulas
Professor: Renan Araujo
00022532404 - alberto fonsêca santiago
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AULA 02: ATOS E PRAZOS PROCESSUAIS (FORMA, 
TEMPO, LUGAR E MEIOS DE COMUNICAÇÃO DOS ATOS). 
NULIDADES. SENTENÇA PENAL (MODALIDADES, 
EFEITOS, ETC.). EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. 
SUMÁRIO!
1. ATOS PROCESSUAIS .................................................................................... 3 
1.1. Introdução ............................................................................................... 3 
1.2. Forma dos atos processuais. Nulidades .................................................... 3 
1.3. Tempo dos atos processuais e prazos processuais ................................... 7 
1.4. Lugar dos atos processuais ...................................................................... 9 
2. COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS .................................................. 10 
2.1. Citações ................................................................................................. 10 
2.1.1. Conceito ................................................................................................ 10 
2.1.2. Citação pessoal ...................................................................................... 10 
2.1.3. Citação ficta: por hora certa e por edital .................................................... 13 
2.2. Intimações ............................................................................................. 15 
3. ATOS JURISDICIONAIS NO PROCESSO PENAL ........................................... 16 
4. SENTENÇA ................................................................................................. 17 
4.1. Requisitos formais ................................................................................. 17 
4.2. Sentença penal absolutória .................................................................... 20 
4.2.1. Efeitos da Sentença Penal Absolutória ....................................................... 21 
4.3. Sentença penal condenatória ................................................................. 22 
4.3.1. Efeitos da sentença penal condenatória ..................................................... 24 
4.3.2. Efeitos genéricos .................................................................................... 26 
4.3.3. Efeitos específicos .................................................................................. 27 
4.4. Princípio da correlação e princípio da consubstanciação ........................ 30 
4.4.1. Emendatio libelli ..................................................................................... 31 
4.4.2. Mutatio libelli ......................................................................................... 31 
4.5. Publicação e intimação da sentença ....................................................... 33 
5. PUNIBILIDADE E SUA EXTINÇÃO .............................................................. 35 
5.1. Introdução ............................................................................................. 35 
5.2. Causas de extinção da punibilidade diversas da prescrição .................... 36 
5.3. Prescrição .............................................................................................. 39 
5.3.1. Prescrição da pretensão punitiva .............................................................. 39 
5.3.2. Prescrição da pretensão executória ........................................................... 45 
5.3.3. Disposições importantes sobre a prescrição ................................................ 47 
00022532404
00022532404 - alberto fonsêca santiago
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6. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 48 
7. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 67 
8. GABARITO ............................................................................................... 103 
 
!
Olá, meu povo! 
 
Estudando muito? 
 
Hoje vamos estudar os atos e prazos processuais (para 
podermos entender as NULIDADES), bem como as formas de 
comunicação dos atos processuais. 
 
Veremos, ainda, a sentença penal e as formas de extinção da 
punibilidade. 
 
Bons estudos! 
Prof. Renan Araujo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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00022532404 - alberto fonsêca santiago
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1.! ATOS PROCESSUAIS 
 
1.1.! Introdução 
Sabemos que o processo não é estático, ou seja, é dinâmico, de 
forma que é necessário que haja algum meio através do qual as partes e 
o Juiz impulsionem o processo. Isso se dá através da prática de ATOS 
PROCESSUAIS. 
Os atos processuais podem ser: 
 
 
Os segundos (atos do Juiz) são chamados, ainda, de ATOS 
JURISDICIONAIS, pois através dos atos do Juiz o Estado exerce a 
Jurisdição. 
 
1.2.! Forma dos atos processuais. Nulidades 
Os atos processuais, em regra, não possuem forma definida. No 
entanto, quando a lei expressamente determinar a prática do ato 
processual mediante uma determinada forma, ela deve ser cumprida, sob 
pena de nulidade. 
Uma forma que está expressamente prevista no CPP para TODOS os 
atos processuais é a PUBLICIDADE. Todos os atos processuais devem 
ser públicos, nos termos do art. 792 do CPP: 
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, 
públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos 
escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e 
hora certos, ou previamente designados. 
§ 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder 
resultar escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem, 
o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento 
da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a 
portas fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar presentes. 
 
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Percebam que essa publicidade pode ser restringida, em alguns 
casos, conforme preconiza o §1° do art. 792. Esse dispositivo, embora 
anterior à CRFB/88, instrumentaliza o disposto no art. 93, IX da nossa 
Carta Maior: 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar 
a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à 
intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à 
informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Outro requisito para a realização de determinados atos é o 
recolhimento das custas (valores pagos ao Judiciário em razão da 
prestação do serviço Jurisdicional). Porém, caso o acusado seja pobre, 
estará dispensado do recolhimento das custas. Nos termos do CPP: 
Art. 806. Salvo o caso do art. 32, nas ações intentadas mediante queixa, 
nenhum ato ou diligência se realizará, sem que seja depositada em cartório a 
importância das custas. 
§ 1o Igualmente, nenhum ato requerido no interesse da defesa será 
realizado, sem o prévio pagamento das custas, salvo se o acusado for pobre. 
§ 2o A falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei, ou 
marcados pelo juiz, importará renúncia à diligência requerida ou deserção do 
recurso interposto. 
§ 3o A falta de qualquer prova ou diligência que deixe de realizar-se em 
virtude do não-pagamento de custas não implicará a nulidade do processo, se 
a prova de pobreza do acusado só posteriormente foi feita. 
 
O CPP prevê, ainda, diversas outras regrinhas de menor 
importância.1 
Porém, em alguns casos, mesmo diante do descumprimento da 
forma estabelecida em lei, alguns atos processuais podem não ter sua 
nulidade decretada. Isso ocorrerá quando, mesmo diante da 
inobservância da forma, o ato atingir sua finalidade sem causar 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
1 Art. 793. Nas audiências e nas sessões, os advogados, as partes, os escrivães e os 
espectadores poderão estar sentados. Todos, porém, se levantarão quando se dirigirem 
aos juízes ou quando estes se levantarem para qualquer ato do processo. 
Parágrafo único. Nos atos da instrução criminal, perante os juízes singulares, os 
advogados poderão requerer sentados. 
Art. 794. A polícia das audiências e das sessões compete aos respectivos juízes ou ao 
presidente do tribunal, câmara, ou turma, que poderão determinar o que for conveniente 
à manutenção da ordem. Para tal fim, requisitarão força pública, que ficará 
exclusivamente à sua disposição. 
Art. 795. Os espectadores das audiências ou das sessões não poderão manifestar-se. 
Parágrafo único. O juiz ou o presidente fará retirar da sala os desobedientes, que, em 
caso de resistência, serão presos e autuados. 
Art. 796. Os atos de instrução ou julgamento prosseguirão com a assistência do 
defensor, se o réu se portar inconvenientemente. 
00022532404
00022532404 - alberto fonsêca santiago
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prejuízo às partes. Trata-se do princípio do “prejuízo”, ou do “pas 
de nullité sans grief” (Não há nulidade sem prejuízo).2 
Vejamos: 
Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar 
prejuízo para a acusação ou para a defesa. 
 
Assim, percebam que não basta que o ato tenha sido praticado com 
inobservância da forma prescrita em lei para que seja declarado nulo. É 
necessário que dessa inobservância de forma tenha derivado 
algum prejuízo às partes.3 
Mas tem ainda um outro requisito: a própria parte que deu causa à 
nulidade não pode invocá-la, ainda que lhe tenha causado prejuízo4. 
Trata-se do princípio do “venire contra factum proprium”: 
Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, 
ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só 
à parte contrária interesse. 
 
A nulidade por inobservância da forma pode ocorrer nos seguintes 
casos: 
Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
(...) 
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: 
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de 
contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante; 
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o 
disposto no Art. 167; 
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, 
e de curador ao menor de 21 anos; 
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele 
intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime 
de ação pública; 
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando 
presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa; 
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol 
de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri; 
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, 
quando a lei não permitir o julgamento à revelia; 
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos 
termos estabelecidos pela lei; 
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
6
!NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 12.º edição. 
Ed. Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 769 
7
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Γ
!NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 770 
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j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua 
incomunicabilidade; 
k) os quesitos e as respectivas respostas; 
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; 
m) a sentença; 
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; 
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de 
sentenças e despachos de que caiba recurso; 
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal 
para o julgamento; 
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do 
ato. 
Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos 
quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas. (Incluído 
pela Lei nº 263, de 23.2.1948) 
 
A ocorrência de algum destes vícios de forma gera a nulidade do ato. 
Contudo, vocês devem lembrar-se sempre da regra: não há nulidade sem 
prejuízo. 
Entretanto, aí fica a dica: vocês devem marcar como “CORRETA” a 
alternativa que citar algum destes incisos como causa de nulidade, 
mesmo sem fazer a ressalva de que haja necessidade de prejuízo, pois 
deve-se estar atento à LITERALIDADE DA LEI. Só se deve marcar o 
item como errado se houver expressa menção à necessidade de prejuízo. 
Pode ocorrer, em determinados casos, de mesmo não tendo sido 
adotada a forma legal e, mesmo tendo havido prejuízo, a nulidade não 
ser declarada. Isso ocorrerá sempre que se tratar de nulidade relativa, 
e esta não for arguida no prazo correto. Vejamos: 
Art. 572. As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, 
e IV, considerar-se-ão sanadas: 
I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no 
artigo anterior; 
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim; 
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos. 
 
Vamos esmiuçar este artigo: 
Consideram-se sanadas, caso não arguidas no prazo correto, as 
seguintes nulidades: 
•! A intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação da 
intentada pela parte ofendida, quando se tratarde crime de ação 
pública (ação penal privada subsidiária da pública); 
•! Os prazos concedidos à acusação e à defesa; 
•! A intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do 
Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; 
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00022532404 - alberto fonsêca santiago
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•! A intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, 
nos termos estabelecidos pela lei; 
 
Nestes casos, estas nulidades só geraram a anulação do ato se: 
!! A parte não tiver aceitado, ainda que tacitamente, os seus 
efeitos. 
!! O ato, praticado por outra forma, NÃO tiver alcançado sua 
finalidade. 
!! Tiverem sido arguidas no prazo oportuno. 
 
CUIDADO! Sobre a nulidade decorrente de inobservância da 
competência por prevenção, o STF editou o verbete de súmula nº 
706, no sentido de se tratar de nulidade RELATIVA: 
Súmula 706 
É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por 
prevenção. 
 
Caso não tenha sido sanada a nulidade, os atos serão renovados 
ou retificados. Por fim, temos o princípio da CAUSALIDADE, segundo 
o qual a nulidade de um ato importa, ainda, na nulidade de todos os atos 
que dele DIRETAMENTE dependam ou sejam conseqüência5. O Juiz, ao 
declarar a nulidade, deve determinar a quais atos ela se estende: 
Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos 
anteriores, serão renovados ou retificados. 
§ 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele 
diretamente dependam ou sejam conseqüência. 
§ 2o O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende. 
 
1.3.! Tempo dos atos processuais e prazos processuais 
Os atos processuais se praticam, em regra, EM QUALQUER DIA, 
segundo o CPP. Entretanto, as sessões de JULGAMENTO somente 
podem ocorrer em dias úteis (não podem ser marcadas para domingo 
ou feriado). Porém, caso tenham se iniciado em dia útil, e não tenham 
terminado, prosseguirão mesmo que adentrem em dias não-úteis (isso é 
muito comum em julgamentos do Júri, que às vezes duram 03, 04 dias). 
Vejamos: 
Art. 797. Excetuadas as sessões de julgamento, que não serão marcadas 
para domingo ou dia feriado, os demais atos do processo poderão ser 
praticados em período de férias, em domingos e dias feriados. Todavia, os 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
5 Trata-se, aqui, do que se chama de NULIDADE DERIVADA. NUCCI, Guilherme de 
Souza. Op. Cit., p. 771 
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julgamentos iniciados em dia útil não se interromperão pela superveniência 
de feriado ou domingo. 
Os prazos processuais são contínuos (ou seja, se contam 
diretamente, sem diferenciação entre dias úteis e não-úteis), e não se 
interrompem em férias, domingos e feriados: 
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e 
peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia feriado. 
A referência às “férias” se faz em relação às antigas férias coletivas, 
hoje abolidas. Atualmente há o recesso forense, mas, na prática, todos os 
prazos são SUSPENSOS neste período. 
 ATENÇÃO! Essa é a parte mais importante deste tema! A 
contagem dos prazos processuais penais se dá EXCLUINDO-SE O DIA 
DO COMEÇO E INCLUINDO-SE O DIA DO VENCIMENTO. Vejamos: 
Art. 798 (...) 
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do 
vencimento. 
EXEMPLO: Se José recebeu citação para apresentar resposta à acusação 
em 10.01.12, uma quarta-feira. Seu prazo começará a correr no dia 
11.01.12, no dia seguinte ao da realização do ato (excluiu-se o dia do 
começo). 
Porém, se o dia 10.01.12 fosse uma sexta-feira, o prazo só começaria a 
correr na segunda-feira, dia 13.01.12, pois embora os prazos não se 
INTERROMPAM em domingos e feriados, eles NÃO SE INICIAM 
NESTAS DATAS. 
 
Caso o prazo se encerre em dia que não possua expediente forense, 
será prorrogado até o dia útil seguinte: 
Art. 798 (...) 
§ 3o O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á 
prorrogado até o dia útil imediato. 
 CUIDADO! Isto só ocorre com os chamados PRAZOS PROCESSUAIS. 
Os prazos que, embora presentes no CPP, sejam considerados prazos 
MATERIAIS (referentes ao próprio Direito Material em si, o que às vezes 
é difícil de diferenciar) são computados de maneira diversa, incluindo-se 
o dia do começo e excluindo-se o do vencimento.6 
 
Mas quando os prazos começam a correr? A partir do momento 
em que a parte tomar ciência da decisão que determina a prática do ato. 
Esse momento da ciência pode se dar através: 
•! De intimação. 
•! De audiência na qual a parte seja cientificada do ato. 
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!NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 931 
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•! Do dia em que a parte manifestar ciência do ato nos 
autos. 
 
O Juiz também possui prazo para a prática dos atos processuais que 
lhe caibam (embora na prática...). Esses prazos, que começam a correr 
da data da conclusão dos autos ao gabinete do Juiz, são: 
Art. 800. Os juízes singulares darão seus despachos e decisões dentro dos 
prazos seguintes, quando outros não estiverem estabelecidos: 
I - de dez dias, se a decisão for definitiva, ou interlocutória mista; 
II - de cinco dias, se for interlocutória simples; 
III - de um dia, se se tratar de despacho de expediente. 
§ 1o Os prazos para o juiz contar-se-ão do termo de conclusão. 
Entretanto, em qualquer caso, podem os Juízes, declarando motivo 
justo, excederem estes prazos, em até o dobro (art. 800, §3° do CPP). 
Porém, o descumprimento dos prazos pelo Juiz, diferentemente do 
que ocorre com os atos da parte, não acarretam a impossibilidade de sua 
prática posteriormente, pois não existe “preclusão pro judicato”. 
Assim, o ato poderá (e deverá) ser praticado posteriormente, ainda que 
depois do prazo. Caso o Juiz exceda os prazos, poderá ser penalizado pelo 
Tribunal: 
Art. 801. Findos os respectivos prazos, os juízes e os órgãos do Ministério 
Público, responsáveis pelo retardamento, perderão tantos dias de 
vencimentos quantos forem os excedidos. Na contagem do tempo de serviço, 
para o efeito de promoção e aposentadoria, a perda será do dobro dos dias 
excedidos. 
 
1.4.! Lugar dos atos processuais 
Os atos processuais são praticados, em regra, na sede do Juízo: 
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, 
públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais, com assistência dos 
escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e 
hora certos, ou previamente designados. 
 
No entanto, nada impede que sejam realizados em outros locais, a 
critério do Juiz: 
Art. 792 (...) 
§ 2o As audiências, as sessões e os atos processuais, em caso de 
necessidade, poderão realizar-se na residência do juiz, ou em outra casa por 
ele especialmentedesignada. 
É muito comum, por exemplo, a oitiva de testemunhas em local 
diverso da sede do Juízo, nos casos em que esta possua prerrogativa 
de ser ouvida no local que indicar. Vejamos: 
Art. 221. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores e 
deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e 
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos 
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Municípios, os deputados às Assembléias Legislativas Estaduais, os membros 
do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, 
dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal Marítimo serão 
inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz. 
(Redação dada pela Lei nº 3.653, de 4.11.1959) 
 
Também não serão realizados na sede do Juízo os atos que devam 
ser praticados em outra comarca, país ou perante o Juiz singular, caso 
esteja tramitando o processo no Tribunal. 
Nesse caso será expedida carta para cumprimento do ato, 
podendo se tratar de carta precatória (a ser cumprida em outra comarca), 
rogatória (em outro país) ou de ordem (por Juiz subordinado). 
 
2.! COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 
 
2.1.! Citações 
 
2.1.1.! Conceito 
A citação é o ato pelo qual se chama o réu para participar do 
processo que em face dele foi movido.7 Trata-se da materialização 
suprema do princípio do contraditório e da ampla defesa. O processo só 
completa sua formação com a efetivação da citação (art. 363 do CPC) 
2.1.2.! Citação pessoal 
A citação, em regra, se faz mediante MANDADO DE CITAÇÃO, que 
é um documento expedido pelo Juiz da causa, dando ciência ao réu do 
processo existente contra ele, e abrindo prazo para que se manifeste. Nos 
termos do art. 351 do CPP: 
Art. 351. A citação inicial far-se-á por mandado, quando o réu estiver no 
território sujeito à jurisdição do juiz que a houver ordenado. 
 
O MANDADO DE CITAÇÃO deverá conter algumas informações 
básicas, que são necessárias para que o réu seja perfeitamente 
cientificado da natureza do processo contra ele movido, bem como deverá 
cumprir algumas formalidades. Nos termos do art. 352 do CPP: 
Art. 352. O mandado de citação indicará: 
I - o nome do juiz; 
II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; 
III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; 
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!PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 16º edição. Ed. Atlas. São Paulo, 2012, p. 
601 
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IV - a residência do réu, se for conhecida; 
V - o fim para que é feita a citação; 
VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; 
VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. 
 
Perceba, caro aluno, que é necessário que o citando (o acusado) 
resida em local sob a Jurisdição do Juiz que está julgando a causa. Caso 
ele resida em outro lugar, o mandado deverá ser cumprido mediante 
carta precatória.8 Vejamos: 
Art. 353. Quando o réu estiver fora do território da jurisdição do juiz 
processante, será citado mediante precatória. 
 
A Carta precatória, à semelhança do Mandado de Citação, também 
deverá preencher alguns requisitos: 
Art. 354. A precatória indicará: 
I - o juiz deprecado e o juiz deprecante; 
II - a sede da jurisdição de um e de outro; 
III - o fim para que é feita a citação, com todas as especificações; 
IV - o juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer. 
Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente 
de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por 
mandado do juiz deprecado. 
§ 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de 
outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da 
diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação. 
 
Vejam que, expedida a precatória, se o Juízo deprecado (o que 
recebeu a carta) verificar que o réu não reside na sua localidade, ELE 
NÃO DEVE DEVOLVER OS AUTOS AO JUIZ DEPRECANTE (o que 
enviou a carta), mas deve REMETER A CARTA PRECATÓRIA AO JUÍZO 
DO LOCAL ONDE O RÉU RESIDE. Assim: 
 
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!PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 602/603 
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A precatória, no caso de urgência, pode ser expedida por via 
telegráfica (Hoje quase não se aplica esta regra). 
Sendo cumprido o mandado diretamente no Juízo processante ou no 
Juízo que recebeu a precatória, em qualquer caso, é indispensável que o 
oficial de justiça proceda ao disposto no art. 357 do CPP: 
Art. 357. São requisitos da citação por mandado: 
I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual 
se mencionarão dia e hora da citação; 
II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação 
ou recusa. 
 
A citação do militar deve ser feita por intermédio do respectivo 
chefe do serviço9, nos termos do art. 358 do CPP. Se se tratar de 
funcionário público, será citado pessoalmente, mas o dia e hora 
designados para que compareça em Juízo deverão ser comunicados 
(mediante notificação) ao seu chefe (art. 359 do CPP). O réu preso, 
entretanto, será citado PESSOALMENTE, por força do art. 360 do CPP. 
 
ATENÇÃO! O comparecimento espontâneo do acusado sana eventual 
nulidade ou falta da citação, desde que não tenha havido prejuízo para a 
defesa, nos termos do art. 570 do CPP e do entendimento consolidado do 
STJ.10 
 
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PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 608 
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2.1.3.! Citação ficta: por hora certa e por edital 
Pode ocorrer, no entanto, de o réu não ser encontrado para ser 
citado. Quando o réu é citado pessoalmente, diz-se que há CITAÇÃO 
REAL. No entanto, caso ele não seja encontrado, será procedida à sua 
CITAÇÃO FICTA. A citação ficta pode ser POR HORA CERTA ou POR 
EDITAL. 
A CITAÇÃO POR HORA CERTA ocorrerá sempre que, a despeito de 
residir no local, o réu estiver “fugindo” do oficial de Justiça, ou seja, se 
escondendo para não ser citado e procrastinar o processo, nos termos do 
art. 362 do CPP: 
Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de 
justiçacertificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na 
forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 
1973 - Código de Processo Civil. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
A citação por hora certa segue a regulamentação prevista para a 
citação no processo civil. 
Entretanto, pode ocorrer de o réu não estar se escondendo, mas 
simplesmente NÃO RESIDIR NO LOCAL, E NÃO SER CONHECIDO SEU 
PARADEIRO. Neste caso, será procedida à citação ficta, na modalidade 
CITAÇÃO POR EDITAL. Nos termos do art. 361 e 363, §1° do CPP: 
Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 
15 (quinze) dias. 
(...) 
§ 1o Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. 
(Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
O edital de citação é um documento, com informações similares às 
do mandado de citação, e é afixado na SEDE DO JUÍZO PROCESSANTE, 
pelo período fixado na Lei (no caso, 15 dias). Vejamos: 
Art. 365. O edital de citação indicará: 
I - o nome do juiz que a determinar; 
II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, 
bem como sua residência e profissão, se constarem do processo; 
III - o fim para que é feita a citação; 
IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; 
V - o prazo, que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se 
houver, ou da sua afixação. 
Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o 
juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser 
certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar 
do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a 
data da publicação. 
 
ATENÇÃO! Com relação à citação por edital, temos duas regrinhas 
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jurisprudenciais muito importantes, materializadas nos verbetes de 
súmula nº 351 e 366 do STF: 
SÚMULA 351 
É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL DE RÉU PRESO NA MESMA UNIDADE DA 
FEDERAÇÃO EM QUE O JUIZ EXERCE A SUA JURISDIÇÃO. 
 
Súmula 366 
NÃO É NULA A CITAÇÃO POR EDITAL QUE INDICA O DISPOSITIVO DA LEI 
PENAL, EMBORA NÃO TRANSCREVA A DENÚNCIA OU QUEIXA, OU NÃO 
RESUMA OS FATOS EM QUE SE BASEIA. 
 
Contudo, em relação à súmula 351, firmou-se o entendimento no sentido 
de que se o réu está preso em local conhecido nos autos do processo, 
ainda que em unidade da federação diversa daquela em que corre o 
processo, a citação por edital não pode ser realizada: 
(...) 02. É ilegal a citação por edital de réu que, conquanto não 
estivesse preso em estabelecimento penal da unidade da federação - 
o que afasta a aplicação da Súmula 351 do Supremo Tribunal Federal 
("é nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da 
federação em que o juiz exerce a sua jurisdição") -, tinha o 
paradeiro informado no processo. 
(...) 
(HC 256.981/MG, Rel. Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/SC), QUINTA TURMA, julgado em 06/11/2014, DJe 
12/11/2014) 
Resumidamente: 
1 – Réu preso em estabelecimento prisional na mesma UF – Não 
pode haver citação por edital. 
2 – Réu preso em estabelecimento prisional em UF diversa da do 
Juízo em que tramita o processo – Pode ser citado por edital, 
DESDE QUE não se saiba seu paradeiro. Se o Juízo conhece o local 
em que se encontra preso o acusado, deverá ser citado pessoalmente, 
por carta precatória.11 
 
Mas e se o acusado citado por hora certa ou por edital 
(CITAÇÕES FICTAS) não comparecer para se defender? As 
consequências são distintas. Se citado por hora certa, lhe será 
nomeado defensor dativo (art. 362, § único do CPP). Caso seja citado 
por edital e não apareça para se defender, o processo ficará suspenso, 
suspendendo-se, também, o curso do prazo prescricional (art. 366 
do CPP), podendo ser realizadas diligências urgentes para evitar 
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!PACELLI, Eugênio. Op. cit., p 610 
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perecimento de prova, por exemplo, e, ainda, SER DECRETADA SUA 
PRISÃO PREVENTIVA.12 
Caso o acusado, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, 
deixar de comparecer a ele sem motivo justo, ou mudar de residência 
sem comunicar ao Juízo, o processo seguirá sem que seja intimado dos 
atos processuais seguintes (norma muito criticada pela Doutrina). 
Por fim, caso o acusado esteja no estrangeiro, sabendo-se seu 
endereço13, será citado mediante CARTA ROGATÓRIA, suspendendo-se 
o curso do prazo prescricional até seu cumprimento, art. 368 do CPP. 
Vejamos o quadro esquemático: 
 
 
 
 
2.2.! Intimações 
Diferentemente da citação, que é o ato único mediante o qual o réu é 
integrado ao processo, as intimações são várias durante o processo, 
e ocorrerão sempre que for necessário dar ciência a alguém da 
prática de um ato processual.14 
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12 Este procedimento NÃO se aplica aos processos por crime de LAVAGEM DE 
CAPITAIS. 
13 Importante esta ressalva, pois se o acusado está no estrangeiro, mas NÃO SE SABE 
AO CERTO o seu endereço, deverá ser citado por edital. PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 
609 
14 Boa parte da Doutrina (Ver, por todos, Guilherme Nucci) entende que não há diferença 
entre os termos NOTIFICAÇÃO e INTIMAÇÃO. Para estes autores, o próprio CPP não faz 
uma distinção clara, de forma que poderiam ser consideradas como sinônimos. Aqueles 
que sustentam que há diferença afirmam que a intimação se dá para mera ciência de 
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Nos termos do art. 370 do CPP: 
Art. 370. Nas intimações dos acusados, das testemunhas e demais pessoas 
que devam tomar conhecimento de qualquer ato, será observado, no que for 
aplicável, o disposto no Capítulo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.271, 
de 17.4.1996) 
 
O §1° dispõe que a intimação do defensor do acusado, do advogado 
do querelante e do assistente será feita mediante publicação no órgão 
oficial (Diária oficial), fazendo-se menção ao nome do acusado. Ressalvo 
a vocês que se o acusado estiver sendo defendido pela Defensoria 
Pública, a intimação deverá ser feita, necessariamente, mediante entrega 
dos autos com vista, nos termos do que dispõe a LC 80/94 (Lei Orgânica 
Nacional da Defensoria Pública). 
Caso não haja órgão de publicação oficial (quase raro atualmente), a 
intimação será feita por mandado, por via postal com aviso de 
recebimento OU OUTRO MEIO IDÔNEO. Perceba, caro aluno, portanto, 
que nada impede que sejam utilizadas outras formas de INTIMAÇÃO. 
Não podem ser usadas, entretanto, outras formas de CITAÇÃO. Somente 
aquelas! 
Nos casos de sujeitos processuais que sejam intimados pessoalmente 
(caso da Defensoria Pública, do defensor nomeado e do MP, por 
exemplo), a intimação pessoal DISPENSA A NECESSIDADE DE 
PUBLICAÇÃO NO ÓRGÃOOFICIAL, nos termos do art. 370, §3° do 
CPP: 
§ 3o A intimação pessoal, feita pelo escrivão, dispensará a aplicação a que 
alude o § 1o. (Incluído pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
 
 
3.! ATOS JURISDICIONAIS NO PROCESSO PENAL 
Os atos jurisdicionais podem ser classificados em dois grandes 
grupos: 
!! Despachos de mero expediente – Aqueles que não possuem 
carga decisória, servindo apenas para impulsionar o processo; 
!! Decisões ou sentenças em sentido amplo – Possuem carga 
decisória e se destinam a resolver alguma questão incidental 
no processo ou o próprio mérito da ação penal. 
 
O primeiro grupo não traz grandes dificuldades. O problema reside 
mesmo é no segundo grupo, no qual existem várias subdivisões, de forma 
que devemos conhecer cada uma das espécies, pois o conhecimento da 
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algo, enquanto a notificação se dá para convocar alguém a fazer algo. Contudo, como 
dito, o CPP não faz essa distinção. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 600 
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natureza de uma decisão influencia em diversos aspectos, dentre eles, na 
caracterização do RECURSO CABÍVEL. 
A Doutrina possui inúmeras classificações (cada autor cria uma, para 
vender livro ☺). Entretanto, podemos sintetizá-las da seguinte forma: 
 
 
Vamos, adiante, adentrar um pouco mais no estudo das 
SENTENÇAS. 
 
4.! SENTENÇA 
 
4.1.! Requisitos formais 
Os requisitos formais das sentenças definitivas estão previstos no 
art. 381 do CPP. Vejamos: 
Art. 381. A sentença conterá: 
I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias 
para identificá-las; 
II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; 
III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; 
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; 
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00022532404 - alberto fonsêca santiago
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V - o dispositivo; 
VI - a data e a assinatura do juiz. 
 
A ausência de qualquer destes elementos torna viciada a sentença, 
sendo passível de anulação. Vamos ver um pouco sobre cada um deles: 
(i) Relatório – O relatório compreende os incisos I e II do art. 381 do 
CPP. Consiste, grosso modo, num resumo do que foi o processo até 
então; 
(ii) Fundamentação – A fundamentação é o segundo requisito, e está 
previsto nos incisos III e IV do art. 381. A fundamentação é mais que 
obrigatória, pois permite às partes (e a todos, pois o processo é público) 
saberem os motivos que levaram o Juiz a tomar esta ou aquela decisão. A 
ausência de fundamentação, inclusive, atenta contra o contraditório e a 
ampla defesa, pois dificulta a vida da parte prejudicada quando esta for 
recorrer, pois como irá fundamentar seu recurso se não souber o que 
fundamentou a decisão? A fundamentação é tão importante que está 
prevista, inclusive, na Constituição. Vejamos o que diz o art. 93, IX da 
Constituição: 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e 
fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei 
limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus 
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito 
à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à 
informação; Ζ.)(∋Ρ=>!(∋(∋!9)8∋!0Θ)&(∋!/>&<Π%ΠΜ?%>&∋8!&[!ΓΩΟ!()!6ΦΦΓ∴ 
A única sentença que é proferida sem motivação é aquela 
proferida nos julgamentos do Tribunal do Júri, eis que os Jurados 
não são obrigados a fundamentar suas decisões, pois julgam de acordo 
com sua íntima convicção. 
Isso não quer dizer que o Juiz deva, na sentença, abordar cada um dos 
argumentos trazidos pelas partes. Significa apenas que ele deve 
fundamentar claramente no que ele se baseou para tomar aquela decisão. 
Existe uma forma de fundamentação que a Jurisprudência vem aceitando, 
chamada “motivação ad relationem”, que é aquela na qual um órgão 
do Judiciário se remete à decisão proferida por outro para fundamentar a 
sua. Explico: Imaginem que o MP, inconformado com a sentença, apela. 
No Tribunal, o órgão colegiado que vai julgar o processo, ao proferir o 
acórdão, ao invés de gastar páginas e mais páginas fundamentando o 
acórdão (sentença proferida pelos Tribunais), apenas faz remição aos 
fundamentos da sentença, caso a mantenha. Isso é muito comum e 
aceito na Jurisprudência. 
(iii) Dispositivo – É a parte da sentença na qual o Juiz expressa sua 
decisão, condenando ou absolvendo o réu com base na fundamentação 
anteriormente exposta. Este requisito está previsto no inciso V do art. 
381. É a parte da sentença em que há, propriamente, A DECISÃO. 
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00022532404 - alberto fonsêca santiago
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(iv) Autenticação – É a parte da sentença consistente na data e 
assinatura do Juiz (previsto no inciso VI do art. 381 do CPP). Para a 
Doutrina e Jurisprudência majoritária, a ausência de ASSINATURA 
torna a sentença inexistente. Há entendimentos em contrário, no 
sentido de que seria MERA IRREGULARIDADE, podendo o Juiz, 
posteriormente, colocar sua assinatura. A regra de que o Juiz deve 
rubricar todas as folhas da sentença constitui mera irregularidade, caso 
não observada, nos termos do entendimento do STJ. Esta regrinha está 
prevista no art. 388 do CPP: 
Art. 388. A sentença poderá ser datilografada e neste caso o juiz a rubricará 
em todas as folhas. 
 
Toda e qualquer sentença (condenatória ou absolutória) 
possui um efeito inexorável, que é o de colocar um ponto final no 
trâmite processual NAQUELA INSTÂNCIA. Assim, podemos dizer que 
um efeito de toda e qualquer sentença é o ESGOTAMENTO DA 
INSTÂNCIA. Quando Juiz profere uma sentença ele termina sua 
participação no processo, não podendo modificá-la, nem mesmo para 
sanar nulidade absoluta (que poderia ter sido declarada ex officio). 
Entretanto, pode ser que o Juiz tenha trocado uma palavra, a 
sentença tenha um erro de digitação...esses pequenos erros, que não são 
relacionados ao conteúdo, à ideia da sentença, são chamados de erros 
materiais, e podem ser sanados pelo Juiz. 
O Juiz poderá, ainda, modificar a sentença após sua prolação quando 
da apreciação do recurso de embargos de declaração (que é dirigido ao 
próprio Juiz prolator da sentença e não a um órgão superior). Vejamos: 
Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz 
que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, 
contradição ou omissão. 
ATENÇÃO! Vigora no processo penal o princípio da identidade física 
do Juiz, que significa, basicamente,que o Juiz que presidir a instrução 
deverá proferir a sentença. 
Contudo, existem algumas ressalvas a esta regra. Segundo o STJ15, 
algumas situações afastam a obrigatoriedade de que o Juiz que presidiu a 
instrução esteja obrigado a proferir sentença, devendo ser relativizada a 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
15 Informativo 483 do STJ: 
“Assim, diante da ausência de outras normas específicas que regulamentem o 
mencionado dispositivo legal, o STJ entende dever ser admitida a mitigação do 
aludido princípio nos casos de convocação, licença, promoção, aposentadoria 
ou afastamento por qualquer motivo que impeça o juiz que presidiu a instrução 
a sentenciar o feito, por aplicação analógica, devidamente autorizada pelo art. 3º do 
CPP, da regra contida no art. 132 do CPC. Ao prosseguir o julgamento, a Turma 
concedeu a ordem para anular a sentença proferida contra o paciente. HC 185.859-SP, 
Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 13/9/2011. “ 
!
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regra do art. 399, §2º do CPP. Isso ocorrerá nas hipóteses de Juiz: 
•! Promovido 
•! Licenciado 
•! Afastado 
•! Convocado 
•! Aposentado 
Regra da PLACA (P.L.A.C.A.)! 
Além disso, se o Juiz não mais integrar os quadros do Poder Judiciário 
(pediu exoneração, por exemplo), obviamente que a sentença não será 
proferida por ele. 
 
4.2.! Sentença penal absolutória 
É a sentença que julga improcedente a acusação, absolvendo o réu, 
por algum dos motivos do art. 386 do CPP. Vejamos: 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, 
desde que reconheça: 
I - estar provada a inexistência do fato; 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal; 
IV – estar provado que o réu não concorreu para a infração penal; (Redação 
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; (Redação 
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena 
(arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o do art. 28, todos do Código Penal), ou 
mesmo se houver fundada dúvida sobre sua existência; (Redação dada pela 
Lei nº 11.690, de 2008) 
VII – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei nº 
11.690, de 2008) 
 
No primeiro caso (estar provada a inexistência do fato), o Juiz 
entende ter ficado evidenciado que o fato não ocorreu. No segundo caso é 
diferente, o Juiz verifica que NÃO FICOU PROVADA A EXISTÊNCIA 
DO FATO, ou seja, ele não diz que o fato não ocorreu, diz apenas que 
não houve prova de sua existência, de forma que não se pode condenar o 
réu. 
No terceiro caso, o fato pode ter ou não ocorrido, isso não importa. O 
que importa é que, em abstrato, ainda que tivesse ocorrido, ELE SERIA 
ATÍPICO (não tem previsão legal como crime). No quarto caso, 
ficou CABALMENTE PROVADO que o réu não participou da infração 
penal, embora esta tenha ocorrido. No quinto caso, simplesmente não 
ficou provada a participação do réu na infração, ou seja, ele até pode ter 
participado, mas o acusador NÃO CONSEGUIU PROVAR ISTO. 
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00022532404 - alberto fonsêca santiago
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No sexto caso que leva à absolvição, o Juiz reconhece que o fato 
ocorreu, o réu dele participou, o fato é TÍPICO (está previsto como 
crime), mas está presente uma causa excludente de ilicitude ou 
culpabilidade, ou, ainda, o réu agiu mediante erro de tipo ou erro de 
proibição. 
No sétimo e último caso, temos uma fundamentação “residual” 
para a sentença absolutória, eis que será o réu absolvido SEMPRE QUE 
NÃO HOUVER PROVA SUFICIENTE PARA A SUA CONDENAÇÃO. 
Trata-se da materialização do princípio do in dubio pro reo. 
 
4.2.1.! Efeitos da Sentença Penal Absolutória 
Os efeitos da sentença penal condenatória podem ser principais ou 
secundários. 
Como efeito principal, temos a IMEDIATA COLOCAÇÃO do réu 
em liberdade, caso esteja preso. Esta previsão está contida no art. 
386, § único, I do CPP. Vejamos: 
Parágrafo único. Na sentença absolutória, o juiz: 
I - mandará, se for o caso, pôr o réu em liberdade; 
 
 CUIDADO! Este artigo deve ser analisado com muito cuidado. Porque 
motivos o réu poderia estar preso quando proferida a sentença 
penal? Ora, ele só poderia estar preso provisoriamente (prisão 
preventiva). Ora, o simples fato de sobrevir sentença absolutória 
(recorrível) não faz com que desapareçam os requisitos que 
autorizam a prisão preventiva, de forma que o réu preso só será 
colocado em liberdade se o Juiz entender que o fim do processo em 
primeiro grau extingue o requisito que autorizava sua prisão (exemplo: 
réu foi preso para não coagir testemunhas, logo, já tendo sido estas 
ouvidas, não se justifica sua prisão). 
 
 
Existe a figura da sentença absolutória IMPRÓPRIA. 
A sentença que absolve o réu tem como conseqüência a ausência de 
reflexos penais negativos. A essa sentença (normal) se dá o nome de 
sentença absolutória própria. Pode ocorrer, no entanto, de o réu ser 
absolvido, mas lhe ser imposta medida de segurança, em razão de 
sua periculosidade. Essa medida de segurança é aplicada quando o réu é 
absolvido por ser inimputável à época do fato, em razão de doença 
mental ou desenvolvimento mental retardado ou incompleto. 
Havendo a absolvição do réu em razão de sua inimputabilidade, e sendo-
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00022532404 - alberto fonsêca santiago
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lhe aplicada medida de segurança, estaremos diante de uma sentença 
absolutória imprópria.16 
 
Os efeitos secundários, por sua vez, estão espalhados pelo CPP. 
Vejamos: 
•! Levantamento do sequestro incidente sobre bens do 
acusado – Está previsto no art. 131, III do CPP. 
•! Cancelamento da hipoteca legal e do arresto 
determinados sobre o patrimônio ilícito do acusado – 
Está previsto no art. 141 do CPP. 
•! Restituição integral da fiança eventualmente paga – 
Previsão contida no art. 337 do CPP. 
•! Impede a propositura de ação civil de indenização pelo 
fato (ação civil ex delicto) quando a absolvição: a) for 
fundada na presença de excludente de ilicitude; b) Ficar 
COMPROVADO que o réu NÃO CONCORREU PARA A 
PRÁTICA DO FATO ou que o FATO NÃO EXISTIU. 
 
 
4.3.! Sentença penal condenatória 
É a sentença que reconhece a responsabilidade do réu em 
decorrência da infração penal, condenando-o. Exige prova CABAL 
(irrefutável) de que o réu tenha participado do crime, pois na dúvida o 
réu deve ser absolvido (in dubio pro reo). 
O Juiz pode CONDENAR o réu mesmo que o MP, nos crimes de 
ação penal pública, requeira sua absolvição. Vejamos o que dispõe o 
art. 385 do CPP: 
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença 
condenatória, ainda que o Ministério Público tenha opinado pela absolvição, 
bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. 
Quando o Juiz profere uma sentença penal condenatória, ele deve,ao mesmo tempo: 
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: Ζ]%()!Χ)%!&[!ςςΕΙςΚΟ!()!6ΦΦϑ∴ 
I - mencionará as circunstâncias agravantes ou atenuantes definidas no 
Código Penal, e cuja existência reconhecer; 
II - mencionará as outras circunstâncias apuradas e tudo o mais que deva ser 
levado em conta na aplicação da pena, de acordo com o disposto nos arts. 59 
e 60 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; 
Ζ.)(∋Ρ=>!(∋(∋!9)8∋!Χ)%!&[!ςςΕΙςΚΟ!()!6ΦΦϑ∴Ε 
III - aplicará as penas de acordo com essas conclusões; Ζ.)(∋Ρ=>!(∋(∋!9)8∋!Χ)%!&[!
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!NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 616 
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IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, 
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; Ζ.)(∋Ρ=>!(∋(∋!9)8∋!Χ)%!&[!ςςΕΙςΚΟ!
()!6ΦΦϑ∴Ε 
V - atenderá, quanto à aplicação provisória de interdições de direitos e 
medidas de segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro; 
VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em 
resumo e designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1o, do 
Código Penal). 
Parágrafo único. O juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção 
ou, se for o caso, imposição de prisão preventiva ou de outra medida 
cautelar, sem prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser 
interposta. Ζ2&?8Μ≅(>!9)8∋!Χ)%!&[!ςςΕΙςΚΟ!()!6ΦΦϑ∴Ε 
 
Devo chamar a atenção de vocês para dois pontos: 
!! A lei 11.719/08 alterou a redação do inciso IV do art. 387, 
de forma que o Juiz, ao condenar o réu, fixará na sentença 
um VALOR MÍNIMO para a reparação do dano na esfera 
civil – Isso significa que a sentença condenatória PENAL 
pode ser EXECUTADA diretamente no Juízo Cível. Entretanto, 
ela só poderá ser executada no Juízo civil após o seu trânsito em 
julgado, pois antes disso ela não possui um dos requisitos do 
título executivo cível, que é a “CERTEZA”. Além disso, ela 
estipula um valor mínimo. Nada impede que a parte promova a 
ação de reparação no Juízo cível, visando à condenação do 
acusado a um valor maior. 
!! A lei 11.719/08 incluiu o § único ao art. 387, 
estabelecendo que quando o Juiz proferir sentença 
condenatória, deverá decidir acerca da prisão do réu – Ou 
seja, quando o Juiz profere sentença condenatória, o RÉU NÃO É 
AUTOMATICAMENTE PRESO. A prisão antes do trânsito em 
julgado é EXCEÇÃO, de forma que o Juiz, para decretar a prisão 
do réu, deve avaliar se estão presentes os requisitos que 
autorizam a decretação da prisão preventiva. Não há, portanto, 
um efeito automático da sentença condenatória consistente na 
prisão do réu. Ela será decretada somente se estiverem presentes 
os requisitos dos arts. 312 e 313 do CPP. 
 
O STJ, no entanto, entende que o Juiz somente poderá fixar este 
valor mínimo para a reparação do dano se houver pedido do 
interessado e se o fato for discutido no processo17, para possibilitar 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
17 Com relação a este ponto, existem muitas discussões doutrinárias. PACELLI, por 
exemplo, defende que não há necessidade de que haja pedido de fixação do valor 
mínimo a título de reparação dos danos, bastando que os danos tenham sido objeto de 
discussão no processo (PACELLI, Eugênio. Op. cit., p. 657/658). NUCCI, por sua vez, 
defende que o MP não poderia, de fato, pleitear a fixação de valor mínimo para 
reparação dos danos, pois não teria legitimidade para tal. Contudo, para o autor, a 
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que o réu se defenda deste ponto específico, em homenagem ao 
contraditório.18 
 
4.3.1.! Efeitos da sentença penal condenatória 
A sentença penal condenatória possui efeitos penais e 
extrapenais. 
Os efeitos penais são aqueles que produzem efeitos na esfera penal 
(óbvio, não?). Os efeitos penais podem ser primários ou 
secundários. 
O efeito penal primário é a PENA, ou seja, a imposição de 
pena criminal, eis que este é o objetivo básico e principal da 
condenação. 
Os efeitos penais podem ser, ainda, secundários. São efeitos penais 
secundários aqueles que, embora produzam efeitos na esfera jurídico-
PENAL do indivíduo condenado, esses efeitos refletem em OUTRA 
RELAÇÃO JURÍDICO-PENAL. 
EXEMPLO: Reincidência. A sentença penal condenatória possui como 
efeito penal SECUNDÁRIO, gerar reincidência (e todas as suas 
consequências) caso o condenado seja novamente condenado dentro de 
um prazo previsto em lei. Trata-se de um efeito que, sem dúvida, atinge 
a esfera penal do indivíduo, mas NÃO NO PROCESSO EM QUE FOI 
PROFERIDA A SENTENÇA, mas em outro processo. 
 
Outro efeito penal secundário é a inscrição do nome do réu no rol dos 
culpados (após o trânsito em julgado, sempre). 
Os efeitos extrapenais, por sua vez, são assim chamados por 
afetarem diversas outras áreas do Direito (civil, administrativo, etc.). Por 
sua vez, dividem-se em genéricos e específicos. 
Os efeitos genéricos são aqueles que incidem sobre toda e qualquer 
condenação, estando previstos no art. 91 do CP, sendo apenas dois: 
Obrigação de reparar o dano e confisco: 
Art. 91 - São efeitos da condenação: Ζ.)(∋Ρ=>!(∋(∋!9)8∋!Χ)%!&[!ΙΕ6ΦΚΟ!()!ςςΕΙΕςΚϑΓ∴ 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; Ζ.)(∋Ρ=>!
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!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
vítima deveria ser intimada para manifestar-se quanto a este ponto (NUCCI, Guilherme 
de Souza. Op. Cit., p. 617). 
18 (...) para que seja fixado na sentença o início da reparação civil, com base no 
art. 387, IV, do Código de Processo Penal, deve haver pedido expresso do 
ofendido ou do Ministério Público e ser possibilitado o contraditório ao réu, sob 
pena de violação do princípio da ampla defesa. 
(...) (AgRg no REsp 1383261/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, 
julgado em 17/10/2013, DJe 14/11/2013)!
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II - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro 
de boa-fé: Ζ.)(∋Ρ=>!(∋(∋!9)8∋!Χ)%!&[!ΙΕ6ΦΚΟ!()!ςςΕΙΕςΚϑΓ∴ 
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, 
alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; 
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito 
auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. 
§ 1º Poderá ser decretada a perda de bens ou valores equivalentes ao 
produto ou proveito do crime quando estes não forem encontrados ou quando 
se localizarem no exterior. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012) 
§ 2º Na hipótese do § 1o, as medidas assecuratórias previstas na legislação 
processual poderão abranger bens ou valores equivalentes do investigado ou 
acusadopara posterior decretação de perda. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 
2012) 
 
Os efeitos genéricos são automáticos, ou seja, independem de 
ser expressamente declarados pelo Juiz na sentença. 
EXEMPLO: Se o Juiz condena alguém por roubo, o dever de reparar o 
dano causado ocorrerá independentemente de constar na sentença esse 
efeito, pois é decorrência natural e automática da sentença. 
 
Já os efeitos específicos são aqueles que recaem apenas sobre 
condenações relativas a determinados crimes, e não a todos os 
crimes em geral. Estão previstos no art. 92 do CP, sendo: 
Art. 92 - São também efeitos da condenação:Ζ.)(∋Ρ=>! (∋(∋! 9)8∋! Χ)%! &[! ΙΕ6ΦΚΟ! ()!
ςςΕΙΕςΚϑΓ∴ 
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: Ζ.)(∋Ρ=>!(∋(∋!9)8∋!Χ)%!&[!
ΚΕ6ΗϑΟ!()!ς[ΕΓΕςΚΚΗ∴ 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para 
com a Administração Pública; Ζ2&?8Μ≅(>!9)8∋!Χ)%!&[!ΚΕ6ΗϑΟ!()!ς[ΕΓΕςΚΚΗ∴ 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 
(quatro) anos nos demais casos. Ζ2&?8Μ≅(>!9)8∋!Χ)%!&[!ΚΕ6ΗϑΟ!()!ς[ΕΓΕςΚΚΗ∴ 
II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos 
crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado 
ou curatelado; Ζ.)(∋Ρ=>!(∋(∋!9)8∋!Χ)%!&[!ΙΕ6ΦΚΟ!()!ςςΕΙΕςΚϑΓ∴ 
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a 
prática de crime doloso. Ζ.)(∋Ρ=>!(∋(∋!9)8∋!Χ)%!&[!ΙΕ6ΦΚΟ!()!ςςΕΙΕςΚϑΓ∴ 
Tais efeitos, por sua vez, NÃO SÃO AUTOMÁTICOS, devendo 
constar na sentença condenatória, sob pena de não ocorrerem. Isto está 
previsto no § único do art. 92 do CP: 
Parágrafo único - Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, 
devendo ser motivadamente declarados na sentença. Ζ.)(∋Ρ=>! (∋(∋! 9)8∋! Χ)%! &[!
ΙΕ6ΦΚΟ!()!ςςΕΙΕςΚϑΓ∴ 
Assim, resumidamente: 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
00022532404
00022532404 - alberto fonsêca santiago
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GERAIS ESPECÍFICOS 
•! Obrigação de reparar 
o dano 
•! Perda em favor da 
União dos 
instrumentos do 
crime (se seu porte 
for ilícito) e dos 
produtos ou proveitos 
do crime. 
•! São AUTOMÁTICOS 
•! Perda de cargo, função pública ou 
mandato eletivo (a) nos crimes 
praticados com abuso de poder ou 
violação de dever para com a 
Administração Pública – pena igual ou 
superior a 01 ano; b) Nos demais 
casos – pena superior a 04 anos. 
•! Incapacidade para o exercício do 
pátrio poder, tutela ou curatela, nos 
crimes dolosos, sujeitos à pena de 
reclusão, cometidos contra filho, 
tutelado ou curatelado. 
•! Inabilitação para dirigir veículo, 
quando utilizado como meio para a 
prática de crime doloso. 
•! Não são automáticos. 
 
4.3.2.! Efeitos genéricos 
Obrigação de reparar o dano 
Embora as esferas cível e criminal sejam independentes, a 
sentença criminal condenatória possui o condão de fazer coisa 
julgada na seara cível, tornando certa e indiscutível (naquela 
esfera) o dever de reparar o dano. Porém, o valor poderá ser discutido na 
esfera cível. 
A ocorrência de abolitio criminis ou anistia, embora seja fato que 
gere a rescisão da sentença condenatória, extinguindo-se a punibilidade, 
NÃO ALTERA OS REFLEXOS CIVIS DA CONDENAÇÃO. Nos termos do 
art. 2° do CP: 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de 
considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais 
da sentença condenatória. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
Essa obrigação de reparar o dano pode, inclusive, ser cobrada 
dos herdeiros do falecido19, até o limite do patrimônio a eles 
transferido, por força do art. 5°, XLV da Constituição. 
 
Confisco 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
19 Não confundir com a MULTA, que é PENA, e não pode ser cobrada dos herdeiros, nem 
mesmo se o falecido tiver deixado patrimônio. Com a morte do condenado, extingue-se 
a punibilidade da PENA de MULTA. 
00022532404
00022532404 - alberto fonsêca santiago
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O confisco é a perda de bens de natureza ilícita em favor da 
União. O confisco recai apenas sobre os instrumentos e sobre o produto 
do crime. 
O instrumento do crime (instrumenta sceleris) é aquilo de que se 
valeu o agente para praticar o delito. Só poderão ser confiscados se se 
tratarem de coisas cuja, fabricação, alienação, uso, porte ou detenção 
constitua fato ilícito. Assim, um carro utilizado para a prática de um 
homicídio doloso por atropelamento não pode ser confiscado, por ao ser 
objeto de natureza ilícita. Entretanto, uma arma de fogo sem registro, 
com a numeração raspada e cujo possuidor não possua autorização para 
tal, deverá ser objeto de confisco. 
O produto do crime (producta sceleris) é a vantagem direta 
auferida pelo infrator em decorrência da prática do crime. 
O proveito do crime, por sua vez, é a vantagem indireta obtida 
pelo agente através da especificação do produto do crime 
(transformação do ouro roubado em joia), da alienação do produto do 
crime (dinheiro decorrente da venda do produto do crime) ou preço do 
crime (crime encomendado, por exemplo). 
O confisco do produto ou do proveito do crime em prol da União 
possui natureza subsidiária, pois, em regra, o produto ou proveito crime 
será restituído à vítima, sendo efetuado em prol da União apenas no caso 
de ser desconhecida a vítima ou não ser reclamado seu valor. 
 
4.3.3.! Efeitos específicos 
Perda do cargo, função pública ou mandato eletivo 
Está previsto no art. 92, I do CP: 
Art. 92 - São também efeitos da condenação:(Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
I - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: (Redação dada pela 
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 
um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para 
com a Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 
(quatro) anos nos demais casos. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
Como já disse a vocês, estes não são efeitos automáticos, 
devendo estar expressos na sentença. 
EXEMPLO: se um funcionário público é condenado à pena privativa de 
liberdade de 03 anos, pelo crime de peculato, a perda do cargo público 
não decorre automaticamente da sentença condenatória, devendo o 
Juiz se manifestar expressamente neste sentido. 
 
00022532404
00022532404 - alberto fonsêca santiago
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Na primeira hipótese (alínea a), o agente comete o crime contra a 
administração pública, valendo-se da sua condição de funcionário público 
(crime funcional). Nesse caso, a perda de cargo, função pública ou 
mandato eletivo ocorrerá se for aplicada pena privativa de liberdade igual 
ou superior a um ano. 
Na segunda hipótese, trata-se de perda de cargo, função pública ou 
mandato eletivo em razão da práticade qualquer crime, desde que a 
pena privativa de liberdade por tempo superior a quatro anos. 
CUIDADO! A pena deve ser superior a quatro anos, e não DE QUATRO 
ANOS. 
 
Incapacidade para exercício do pátrio poder, tutela ou 
curatela 
Trata-se de mais um efeito específico da condenação, pois só 
poderá ocorrer na hipótese de prática de crime doloso sujeito à pena 
de reclusão, praticado contra filho, tutelado ou curatelado. 
Assim, além da necessidade de expressa previsão na sentença 
condenatória, outros três são os requisitos para a ocorrência desse efeito: 
 
! O crime deve ser doloso 
! Deve ser apenado com reclusão 
! Deve ter sido praticado contra filho, tutelado ou curatelado 
 
A sua aplicação, obviamente, não é obrigatória, pois, como vimos, 
trata-se de um efeito não-automático da condenação, devendo estar 
expressamente consignada na sentença a ocorrência deste efeito. 
A perda do pátrio poder, tutela ou curatela se dá de duas formas 
diferentes20: 
! Em relação à vítima do delito – Em caráter permanente 
(nunca mais o infrator poderá ter o pátrio poder em relação 
àquela pessoa). 
! Em relação a outros filhos, tutelados ou curatelados – 
Em caráter provisório. Ocorrendo a reabilitação, poderá o 
infrator restabelecer o pátrio poder, a tutela ou curatela em 
relação aos demais filhos, tutelados ou curatelados. 
 
EXEMPLO: Imagine um caso de estupro, no qual o pai estupra a filha 
menor de idade. Condenado, o pai perderá o poder familiar (pátrio 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
6Φ
!BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º 
edição. São Paulo, 2015, p. 852 
00022532404
00022532404 - alberto fonsêca santiago
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poder) em relação a todos os filhos. No entanto, se posteriormente ele se 
reabilitar, poderá recuperar o poder familiar em relação aos demais 
filhos, mas nunca mais poderá recuperar este poder em relação à vítima 
do crime. 
 
Inabilitação para dirigir veículo 
O art. 92, III do CP diz o seguinte: 
Art. 92 - São também efeitos da condenação:Ζ.)(∋Ρ=>! (∋(∋! 9)8∋! Χ)%! &[! ΙΕ6ΦΚΟ! ()!
ςςΕΙΕςΚϑΓ∴ 
(...) 
III - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a 
prática de crime doloso. Ζ.)(∋Ρ=>!(∋(∋!9)8∋!Χ)%!&[!ΙΕ6ΦΚΟ!()!ςςΕΙΕςΚϑΓ∴ 
Portanto, são dois os requisitos: 
! Trate-se de crime doloso; 
! O veículo tenha sido usado como meio para a prática do 
crime 
 
Por “meio” deve-se entender “meio direto”, aquele que produz 
efetivamente o resultado delituoso. 
EXEMPLO: Se Andressa mata Bruno, atropelando-o com seu Honda 
Civic, o veículo foi utilizado como meio do crime. No entanto, se 
Andressa pega seu Honda Civic e se dirige até a casa de Bruno, 
esperando-o chegar do trabalho e, quando o vê, o esfaqueia por trás, o 
veículo não foi utilizado como meio para a prática do crime, mas como 
meio de transporte. 
 
Temos, abaixo, um quadro esquemático para melhor compreensão 
do assunto. 
 
 
 
 
 
 
 
QUADRO ESQUEMÁTICO 
00022532404
00022532404 - alberto fonsêca santiago
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4.4.! Princípio da correlação e princípio da consubstanciação 
O princípio da correlação (ou da congruência)21 prega que a sentença 
deve se amoldar ao FATO descrito na denúncia ou queixa, não 
podendo o Juiz decidir fora dos limites que lhe foram colocados, pois isso 
importaria em violação a outro princípio, o PRINCÍPIO DA INÉRCIA. 
Assim, é vedado ao Juiz proferir sentença ultra, citra e extra-petita. 
O que seriam essas sentenças? Vejamos: 
•! Ultra-petita – É uma sentença na qual o Juiz vai além daquilo 
que lhe foi pedido, julgando mais do que fora pedido (ex.: 
Indivíduo é acusado por um estupro e o Juiz lhe condena, 
também, por um roubo, que não foi narrado na inicial 
acusatória). 
•! Extra-petita – É aquela na qual o Juiz julga fato diverso do 
que aquele que lhe foi posto (ex.: O indivíduo é acusado por 
estupro e o Juiz lhe condena por roubo, deixando de apreciar o 
pedido de condenação pelo estupro). 
•! Citra-petita – Aqui o Juiz não analisa, não julga todos os 
FATOS narrados na inicial acusatória, deixando de apreciar 
algum deles (ex.: O indivíduo é acusado por um estupro e por 
um homicídio. O Juiz lhe condena pelo estupro, ficando silente 
quanto ao crime de homicídio). 
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
6ς
! Também chamado de princípio da adstrição da sentença à acusação. NUCCI, 
Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 608 
EFEITOS DA 
CONDENAÇÃO 
PENAIS EXTRAPENAIS 
PRIMÁRIOS SECUNDÁRIOS GENÉRICOS 
(AUTOMÁTICOS) 
ESPECÍFICOS 
(NÃO-
AUTOMÁTICOS) 
00022532404
00022532404 - alberto fonsêca santiago
!∀#∃∀%&∋(#&)∃∗∗+,−∋(∃.,−∋/∋%01(∃∋234567∋
%8).∀)&∋0+!∀)∀9#∀&∋/∋9#∃,∗∋0+!∀)∀9#∀,∋∃∋,!:∀.∀∗%#,%∀;,∋
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(>=Ιϑ∋#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋/∋,ΚΜ≅∋43!
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(>=Ιϑ#<Φ≅Φ∋,>≅ΚΛ=∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!51!()!123!
 
O princípio da congruência retira seu fundamento de outro princípio, 
o princípio da CONSUBSTANCIAÇÃO, segundo o qual o acusado se 
defende dos FATOS QUE LHE SÃO IMPUTADOS, de forma que uma 
sentença que extrapole estes limites, além de violar o princípio da 
INÉRCIA, viola, ainda, os princípios do contraditório e da ampla defesa. 
Existem dois institutos de direito processual penal que buscam dar 
efetividade a estes princípios. São eles os institutos da emendatio e da 
mutatio libelli. 
 
 
4.4.1.! Emendatio libelli 
Este instituto está previsto no art. 383 do CPP, vejamos: 
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou 
queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em 
conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave. Ζ.)(∋Ρ=>!(∋(∋!9)8∋!Χ)%!&[!ςςΕΙςΚΟ!
()!6ΦΦϑ∴Ε 
Este instituto (emendatio libelli) possibilita ao Juiz alterar a 
“capitulação legal” do fato descrito na denúncia. 
EXEMPLO: Imaginem que o Promotor descreva o seguinte fato: “José, 
apontando uma arma para Maria, subtraiu-lhe seu relógio”. Este fato 
configura um ROUBO (art. 157 do CP). Agora imaginem que o Promotor 
qualifique, erradamente, este crime como crime de furto. A emendatio 
libelli permite que o Juiz altere a capitulação dada ao fato, sem que o 
modifique, mesmo que a nova capitulação preveja pena mais severa 
(como é o caso do exemplo). 
 
Pode ocorrer, no entanto, que ao realizar a emendatio libelli, o Juiz 
torne o fato uma infração de menor potencial ofensivo. Nesse caso, 
procederá o Juiz nos termos do art. 383, §1° do CPP: 
§ 1o Se, em conseqüência de definição jurídica diversa, houver possibilidade 
de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de 
acordo com o disposto na lei. Ζ2&?8Μ≅(>!9)8∋!Χ)%!&[!ςςΕΙςΚΟ!()!6ΦΦϑ∴Ε 
 
Da mesma forma, se o Juiz, em razão da alteração da capitulação do 
crime, verificar que houve alteração na competência para julgar o 
processo, deverá reconhecer sua incompetência e remeter os autos 
ao Juízo competente. Nos termos do art. 383, §2° do CPP: 
§ 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão 
encaminhados os autos. Ζ2&?8Μ≅(>!9)8∋!Χ)%!&[!ςςΕΙςΚΟ!()!6ΦΦϑ∴Ε 
 
4.4.2.! Mutatio libelli

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