Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Psicopatologia I Avaliação do Paciente Profª Nilzângela Medeiros Avaliação do Paciente A avaliação é um procedimento no qual o clínico fornece uma avaliação formal do funcionamento cognitivo, da personalidade e psicossocial de um indivíduo. Em psicopatologia, a avaliação do paciente é feita principalmente por meio de entrevista. Avaliação do Paciente A e n t r e v i s t a , juntamente com a observação cuidadosa do paciente, é o p r i n c i p a l i n s t r u m e n t o d e conhecimento da psicopatologia. Avaliação do Paciente A entrevista realizada com técnica permite que o profissional possa obter informações valiosas para o diagnóstico clínico Planejamento terapêutico e Intervenção Avaliação . A Entrevista A Entrevista A entrevista inicial é considerada um momento crucial no diagnóstico e no tratamento em saúde mental. A Entrevista: tipos Entrevista não estruturada: Consiste em uma série de perguntas abertas em relação ao sintomas do cliente, seu estado de saúde, história familiar e de vida e as razões para procurar ajuda. A Entrevista: tipos Entrevista estruturada: F o r n e c e p e r g u n t a s padronizadas que são formuladas da mesma t o d o s o s f o r m a p a r a clientes. A Entrevista A h a b i l i d a d e d o e n t r e v i s t a d o r s e r e v e l a p e l a s p e r g u n t a s q u e formula, por aquelas que evita formular e p e l a d e c i s ã o d e quando e como falar ou apenas calar. A Entrevista É também um atributo essencial do entrevistador a capacidade de estabelecer uma relação ao mesmo tempo empática e tecnicamente útil do ponto de vista humano. Acolher o paciente em seu sofrimento Escuta ativa (ouvir o cliente realmente) A Entrevista Relação empática A Entrevista A atuação do entrevistador depende de alguns fatores: Do paciente Do contexto institucional Dos objetivos da entrevista Das habilidades do entrevistador A Entrevista Deve-se, sempre que possível, evitar: Comportamentos rígidos e estereotipados Atitude excessivamente neutra ou fria Reações exageradamente emotivas A Entrevista Deve-se, sempre que possível, evitar: Comentários valorativos (emissão de julgamentos de valor) Reações emocionais intensas de pena e de compaixão Responder com hostilidade ou agressão A Entrevista Deve-se, sempre que possível, evitar: Entrevistas excessivamente prolixas Fazer muitas anotações durante a entrevista A Entrevista Alguns obstáculos: Falta de tempo dos profissionais, excesso de trabalho, estresse e físicas de atendimento condições precárias. Importante a qualidade da atenção que o profissional consegue oferecer. A Entrevista A e n t r e v i s t a i n i c i a l é considerada um momento crucial no diagnóstico e no tr atamento em saúde mental. Em geral, pacientes ficam sob controle de “a primeira impressão é a que fica!”. A Entrevista: regras de ouro o r g a n i z a d o s : de forma mais P a c i e n t e s entrevistados aberta; Pacie nte s de sorg anizados: forma mais entrevistados de estruturada; Pacientes mais tímidos, ansiosos: come pela "o mingau quente se beirada" A Entrevista Importante notar e descrever os aspectos globais do paciente (ex.: Postura corporal, indumentária, etc.) É conveniente que o profissional se apresente logo no início, além de ressaltar: Sigilo e Discrição Colaboração mútua A Entrevista A atitude e n t r e v i s t a d o r isso básica do é d e não uma atitude escuta, mas significa passiva. O entrevistador deve ser habilidoso para lidar com silêncios e com a relutância (simulação e dissimulação). A Entrevista Dissimulação: Ato de esconder ou negar voluntariamente a presença de sinais e sintomas psicopatológicos. Simulação: Tentativa do paciente de criar, apresentar, voluntariamente, sintoma, sinal ou vivência que de fato não tem. A Entrevista É necessária também habilidade para lidar com a ausência de crítica do paciente: apesar de apresentar sintomas graves que comprometem suas vidas, pacientes não os reconhece como tal. do Insight: consciência da de nomear ou renomear os adesão aos tratamentos Componentes doença, modo sintomas e propostos. A Entrevista O e n t r e v i s t a d o r interessa- se pelos sintomas tanto como pela vivência subjetiva d o p a c i e n t e e m relação aos sintomas (funcionalidade), pela cronologia e pelos d a d o s p e s s o a i s e familiares. A Entrevista Deve-se está atento: Relação Perspectiva longitudinal com eventos passados; Relação Perspectiva transversal com o momento atual. A Entrevista Dados que podem ser apreendidos: e Identificação Queixa e história da queixa Antecedentes psíquicos pessoais História de vida do paciente Avaliação das interações familiares sociais do pacientes A Entrevista Dados que podem ser apreendidos: Educação e história profissional Situação social atual Uso de droga/álcool e medicamentos atuais Observações comportamentais A Entrevista • Em algumas situações, é importante a informação de terceiros (familiares, amigos, etc.). A Entrevista Ao final, deve-se elaborar um relato por escrito organizado e coerente. Uso de termos técnicos com bom senso. Relato detalhado do que for considerado essencial. Evitar a interpretação precoce de dados. Um pouco de arte... ESCUTATÓRIA RUBEM ALVES O Exame Psíquico Exame Psíquico Investigação das funções psíquicas. A atividade mental é dividida em funções psíquicas com propósitos estritamente didáticos c o m u n i c a ç ã o e n t r e e p a r a f a c i l i t a r a profissionais. Não existem funções psíquicas isoladas. É sempre a pessoa em sua totalidade que adoece. Exame Psíquico A v i d a p s í q u i c a n ã o compartimentalizada e nem p o d e s e r dissociada do contexto sócio-cultural do indivíduo. F u n ç õ e s P s í q u i c a s : A p a r ê n c i a e Comportamento, Consciência, Atenção, Orientação, Memória, Sensopercepção, Pensamento, Afetividade, Juízo, Crítica e Pragmatismo. Exame Psíquico: Aparência Física e Comportamento O primeiro contato com o paciente costuma ser de natureza visual. Podem ser úteis informações sobre: Aparência física; Movimentação (inibição, agitação, inquietação, agressividade, imobilidade); – Maneira de se vestir ( colorido das roupas, maquiagem, adereços) verbais (expressão facial, postura – Expressões não corporal). Exame Psíquico: Consciência da realidade em Tomada de conhecimento um dado momento. O termo que descreve o quanto o paciente está acordado, alerta ou vigilante, em suma, o quanto está apto a manter contato com o mundo ao seu redor. Dentro do exame psíquico, o exame do nível de consciência precede o das demais funções. Imagem retirada da aula do Profº Marcelo Ribeiro – UNIFESP Exame Psíquico: Consciência Alteração da consciência Delirium: estado de rebaixamento da consciência em que o indivíduo ainda é capaz de interagir, mas alterações de diversas funções psíquicas podem ser observadas Desorientação tempor oespacial, d i f i c u l d a d e d e c o n c e n t r a ç ã o , perplexidade, agitação ou lentificação psicomotora, discurso ilógico e confuso, alucinações. Exame Psíquico: Atenção Refere-se à capacidade de focalizar, c o l e t a r, a r m a z e n a r e p r o c e s s a r a s p e c t o s d o infor ma ç õ e s s o b r e ambiente. Voluntária: é a capacidade de, por vontade própria, escolher um ponto de interesse e mantê-lo em foco pelo tempo desejado. Espontânea: que descreve o fato de determinados estímulos atraírem a atenção, independentemente de nossa vontade. Imagem retirada da aula do Profº Marcelo Ribeiro – UNIFESPc Exame Psíquico: Atenção Hipoprosexia: diminuição da atenção ou enfraquecimento da atenção. H i p e r p r o s e x i a : a u m e n t o quantitativo da atenção. Exame Psíquico: Atenção Perguntar ao paciente e à pessoa que o acompanha: Tem dificuldade para se concentrar? Distrai-se com facilidade? Consegue terminar tarefas? Perde coisas necessárias para a realização de tarefas? Prova de repetição de dígitos: Pedir ao paciente que repita uma série de dígitos pronunciados em voz alta, de forma pausada. Exame Psíquico: Orientação Capacidade de situar-se quanto a si mesmo e quanto ao ambiente. Divide- se em: Orientação autopsíquica: capacidade de situar-se quanto a si mesmo; reconhece dados de identificação e sabe quem é. paciente reconhece – Orientação alopsíquica: dados fora do eu. Orientação espacial refere-se a capacidade de o sujeito identificar em que local está. Orientação temporal refere-se à sua capacidade de saber em que ano, mês e dia da semana se encontra ou mesmo avaliar a hora aproximada (hora do almoço, etc.). Exame Psíquico: Orientação Exame Psíquico: Orientação Orientação temporal: Que dia é hoje? Qual o dia do mês? Em que mês estamos? Orientação espacial: Onde estamos? Como se chama a cidade que estamos? Em qual bairro estamos? Orientação autopsíquica: Quem é você? O que faz? Quem são seus pais? Exame Psíquico: Sensopercepção Refere-se à função dos diferentes órgãos dos sentidos: visão, audição, gustação, olfato e tato. de estímulo é A percepção na ausência chamada de alucinação. Apesar da ausência de estímulos, a alucinação é experimentada como uma percepção real que o indivíduo não pode remover por vontade própria. Exame Psíquico: Pensamento O p e n s a m e n t o é c l a s s i c a m e n t e analisado em relação a sua forma e seu conteúdo. O conceito do pensamento refere-se de forma à estrutura q u a l o s intrínseca pela m e n t a i s s ã o expressos c o n t e ú d o s (velocidade e encadeamento das ideias). Exame Psíquico: Pensamento Aceleração do pensamento: Pressão de discurso: idéias encadeando-se e rápida, sendo difícil sendo expressas de forma interromper o paciente. Arborização do pensamento: o paciente perde, com frequência, o objetivo final de seu discurso. Fuga de idéias, em que a objetividade é perdida e a compreensibilidade fica seriamente prejudicada. Exame Psíquico: Pensamento Lentificação do pensamento: As idéias surgem e são expressas de forma lenta. O discurso também fica lentificado e, em casos graves, a entrevista pode ser bastante prejudicada. Exame Psíquico: Pensamento Roubo do pensamento: Experiência de que os pensamentos são retirados da mente ou que são enxertados pensamentos que não são seus. Irradiação do pensamento: A experiência referida é a de que o pensamento deixa os limites do eu e pode ser captado por outras pessoas. Desagregação ou descarrilhamento do pensamento: Observa-se uma quebra completa das relações de sentido no discurso, tornando-se, assim, incompreensível. Exame Psíquico: Pensamento A análise do conteúdo do pensamento leva em conta o significado das ideias expressas pelo paciente. aten çã o à partir do Deve- se ter especial compreensibilidade a r e f e r e n c i a l d e s u a p r ó p r i a personalidade e história de vida. Exame Psíquico: Pensamento Principais religiosos, conteúdos: persecutórios, sexualidade, de grandeza, ruína/culpa. Uma das alterações mais características do conteúdo do pensamento é o delírio, definido como uma série de ideias e crenças falsas acerca da realidade. Exame Psíquico: Pensamento Delírio S ã o i n c o m p r e e n s í v e i s p a r a o examinador, fora do contexto cultural ou social do paciente. São incorrigíveis pela argumentação. Exame Psíquico: Juízo e Crítica Juízoé a capacidadedejulgar os eventos ao redor, valorizando-os de forma adequada. Crítica refere-se à capacidade do indivíduo de julgar o próprio estado. Exame Psíquico: Memória Memória refere-se à capacidade de reter informações acerca das experiências vividas e evocá-las quando necessário. Especial atenção à memória explícita, que se refere à capacidade factuais de reter que por controle informações biográficas e possam ser recuperadas voluntário. Exame Psíquico: Afetividade Avalia-se a natureza do contato afetivo que o paciente é capaz de manter com o examinador (envolve humor, emoções e sentimentos). Embotamento afetivo: descreve a situação em que o indivíduo é incapaz de sentir emoções com a intensidade apropriada ao estímulo. oscilação muito rápida dos Labilidade afetiva: estados do humor. Exame Psíquico: Afetividade A n e d o n i a : R e f e r e - s e à incapacidade d e s e n t i r p r a z e r e m q u a l q u e r atividade. Exame Psíquico: Pragmatismo Pragmatismo é a capacidade do indivíduo de realizar atividades práticas, como cuidar da aparência, higiene e alimentação. Um pragmatismo adequado depende essencialmente de uma volição ou vontade de atos/ preservada para a realização comportamentos. Referências: • ABREU, C.N.de. Síndromes Psiquiátricas: diagnóstico e entrevista para profissionais de saúde mental. Porto Alegre: Artmed, 2007. • DALGALARRONDO, P . Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artemed, 2000. .
Compartilhar