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LINDB CONCEITOS BÁSICOS

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Direito 
Internacional 
Privado – conceitos 
básicos 
Profa. Ms. CAROLINA FERNÁNDEZ FERNANDES 
 
Elementos de Estraneidade 
Esse dado estrangeiro – imóvel situado nos EUA – é o ELEMENTO DE 
ESTRANEIDADE que faz com que a compra e venda se vincule às ordens 
jurídicas dos dois países, gerando um problema de DIPr. 
Fato ANORMAL 
Fatos NORMAIS 
Elementos de Conexão 
• O que é um elemento de conexão? 
É o princípio que determina a aplicação do direito nacional e do 
direito estrangeiro. 
• Quais são os elementos de conexão? 
• lex domicilii – é a regra, estabelecendo a lei aplicável nos 
casos de proteção da personalidade, capacidade ou estado 
pessoal, relações de direito de família. Art. 7º/LINDB 
• lex rei sitae – serve para estabelecer a lei aplicável para 
tratar de questões referentes a posse e a propriedade de 
bens imóveis. Art. 8º/LINDB 
• Lex fori – para estabelecer a lei aplicável nos casos de 
constituição de pessoa jurídica de interesse coletivo e de 
constituição de obrigação jurídica. Art. 9º LINDB 
Conflito de leis - 
questionamentos 
• Qual a lei aplicável? 
 
• Qual a foro competente? 
 
Conflito de 1º grau: diz 
respeito aos conflitos que 
podem existir entre o 
Direito Civil de um Estado e 
o de outro Estado. 
Conflito de 2º grau: se 
refere aos conflitos entre 
as regras de solução 
(DIPR) de um Estado e as 
de outro Estado. 
Conflito de leis - 
questionamentos 
• Classificação dos Conflitos 
 
POSITIVO 
A e B de nacionalidade grega, celebram na Alemanha, casamento civil. À face do direito 
grego, o casamento de 2 gregos ortodoxos tinha de ser celebrado segundo o rito 
ortodoxo. Por seu turno, o direito alemão previa um único modo de celebração do 
casamento, o civil, do qual fazia depender a validade formal do casamento. 
NEGATIVO 
‘A’, cidadão inglês, solteiro e sem descendentes, faleceu intestado com último domicílio 
em Portugal e deixou bens imóveis em tal país. Perante um tribunal português coloca-se 
a questão de saber qual o destino dos bens imóveis deixados por ‘A’. A lei portuguesa 
determina que a lei inglesa é a aplicável, por ‘A’ ser cidadão inglês. Porém, no direito 
inglês, encontra-se uma norma que diz que conforme a Lei inglesa a apropriação de bens 
deixados vagos no seu território, não dispondo sobre bens no exterior. 
Há a concorrência de preceitos materiais, oriundos de 
leis diferentes para regular uma mesma situação. 
Nenhum preceito material oriundo de leis 
diferentes regula a mesma situação. 
Os Métodos de Solução do DIPR 
• Direito Uniforme: não há conflitos, visto que a lei 
aplicável é a mesma nos diferentes Estados. 
 
Ex: Lei Uniforme sobre a Venda de Bens Móveis Corpóreos 
(mercadorias), firmada em Haia em 1964. 
Annex. Art 2: Rules of private international law shall be excluded for the purposes of 
the application of the present Law, subject to any provision to the contrary in the said 
Law. 
 
• Direito Uniformizado: padroniza as regras 
disciplinadoras em certo ponto por meio de tratados 
e convenções, até onde haja o aceite dos países. 
 
 
 
O Métodos de Solução de DIPR 
Mercosul 
 
• Protocolo de Las Leñas (1992): Cumprimento de cartas 
rogatórias. 
• Protocolo de Buenos Aires (1994): Eleição de jurisdição 
contratual e aplicação do direito mais favorável de validade do 
acordo. 
• Protocolo de Ouro Preto (1994): Cumprimento às medidas 
cautelares decretadas por Juízes ou Tribunais de outros Estados 
Partes. 
• Protocolo de São Luís (1996): Responsabilidade civil por acidentes 
de trânsito. 
• Protocolo de Santa Maria (1996): Relações de consumo. 
 
 
 
O Métodos de Solução de 
DIPR 
União Européia 
 
Roma I – Resposabilidade Contratual 
Roma II - Resposabilidade Extracontratual 
Roma III – Divórcio e Separação Judicial 
Bruxelas I - Reconhecimento e Execução de Decisões em 
Matéria Civil, Comercial e Matrimonial 
Bruxelas II - Regulação do Poder Paternal em Relação a 
Filhos Comuns do Casal 
 
 
Os Métodos de Solução do DIPR 
• Direito Conflitual: coordena as fórmulas de direito interno para 
solução dos conflitos sociais envolvendo fatos anormais. 
 
DIREITO INTERNACIONAL -> DIREITO INTERNO 
 
Convenção Interamericana sobre Normas Gerais de Direito Internacional 
Privado, firmada no âmbito da OEA, em Montevidéu, no ano de 1979: 
Art. 1(2). A determinação da norma jurídica aplicável para reger situações 
vinculadas com o direito estrangeiro ficará sujeita ao disposto nesta 
Convenção e nas demais convenções internacionais assinadas, ou que 
venham a ser assinadas no futuro, em caráter bilateral ou multilateral, 
pelos Estados Partes. (2) Na falta de norma internacional, os Estados Partes 
aplicarão as regras de conflito do seu direito interno. 
Fontes de DIPR 
Limites à aplicação do Direito Estrangeiro 
• O direito estrangeiro indicado como lei aplicável pode 
ter EXCLUÍDA a sua aplicação caso esta represente: 
- Perigo 
- Séria perturbação da ordem jurídica da sociedade 
nacional do foro. 
 
 
“QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA” 
o conjunto de princípios incorporados implícita ou explicitamente na 
ordenação jurídica nacional, que, por serem considerados para 
sobrevivência do Estado e salvaguarda de seu caráter próprio, 
impedem a aplicação do direito estrangeiro. 
CR 5332 – STF - 1993 
1. Trata-se de CARTA ROGATÓRIA destinada à citação para resposta aos termos de AÇÃO 
DE COBRANÇA DE DÍVIDA decorrente da participação em jogo de azar, mantido por 
CASSINO, no Estado de Nova Jersey, Estados Unidos 
2. Concedido o Exequatur da América e insiste o citando na alegação de OFENSA À 
ORDEM PÚBLICA, considerada a natureza do débito. 
3. Tal como a homologação de sentença estrangeira, também a carta rogatória 
comporta a impugnação fundada na alegação de atentado à ordem pública (art. 
226, § 2º do Regimento Interno). 
4. Penso estar, no caso, configurada a razão dessa defesa. 
5. Assim entendo, menos pelo motivo de constituir obrigação meramente natural a 
dívida de jogo (art. 1.477 doCódigo Civil), do que por se tratar, caso concreto, como 
efetivamente se trata, de débito proveniente da exploração de jogo de azar, em lugar 
acessível ao público. Essa prática acha-se tipificada, como contravenção penal, pela 
lei brasileira (art. 50 do Decreto-lei nº3.688-41). 
6. Ante o exposto, dou provimento ao Agravo Regimental para reconsiderar a decisão de 
fls. 65 e indeferir o exequatur. Publique-se. Brasília, 26 de maio de 1993. Ministro 
OCTAVIO GALLOTTI, Presidente, 
Limites à aplicação do Direito Estrangeiro 
 
 “QUESTÃO PRÉVIA” 
É uma questão que deve ser resolvida preliminarmente, para 
que a questão principal possa ser solucionada. 
-EXEMPLO - 
Em caso de divórcio 
entre Alemão e 
Brasileira, a validade 
do casamento pode ser 
levantada como 
questão prévia 
Doutrina do DIPr do Foro: deve ser resolvida 
mediante o DIPr do Foro; 
 
Doutrina da lei aplicável a questão principal: 
deve ser resolvida mediante a aplicação do 
DIPr do país cujo direito foi indicado para 
decidir a questão principal; 
 
Doutrina do interesse do DIPr: leva em 
consideração os interesses do DIPr em cada 
caso concreto. 
Limites à aplicação do Direito Estrangeiro 
 
 
“QUESTÃO PRÉVIA” 
Convenção Interamericana sobre Normas Gerais de Direito Internacional 
Privado, firmada no âmbito da OEA, em Montevidéu, no ano de 1979: 
 
Art. 8. O juiz tem a liberdade necessária para decidir a questão 
prévia em conformidade com o DIPr do foro ou com o DIPr do 
ordenamento jurídico que rege a questão principal. 
Doutrina do DIPr do Foro: os atos perpetrados no exteriorsão considerados 
válidos no Brasil (LINDB). 
 
Doutrina da lei aplicável a questão principal: lex domicili, se for o Brasil 
(LINDB).

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