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Anestesio e Técnicas Cirúrgicas Teórica – Medicação Pré Anestésica (Aula 2)

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Anestesio e Técnicas Cirúrgicas – Medicação Pré Anestésica (Aula 2)
MPA ( Indução Anestésica ( Manutenção Anestésica ( Recuperação
Garante a qualidade da anestesia
Antecede a Anestesia ( Prepara para Anestesia Local e Anestesia Geral
Ai injetável AD dissociativa
Objetivo
Ajudar a contenção do animal (menor estresse para palpar e examinar)
Analgesia preventiva
Relaxamento muscular
Menor requerimento anestésico (mínimo potencial de toxicidade)
Facilita indução e recuperação
Diminui atividade reflexa autonômica
“Ah não, não quero que o simpático seja ativado” – Dá um fármaco simpatolítico. O mesmo com o parassimpático. Parassimpatolítico.
Características da raça, idade e individuais do animal são fatores que ditam se usaremos ou não medicação pré anestésica.
Exemplo: Tiopental sem MPA: Injeta-se cerca de 25ml. Com MPA é necessário cerca de 12mL.
Existem 4 Grandes Grupos
Anticolinérgicos: Parassimpatolóticos que inibem o parassimpático, não são mais tão utilizados como MPA. Antigamente pegava-se xilazina que é extremamente simpatolítica (diminui muito a FC) e dava-se também atropina que é parassimpatolítica para inibir esse efeito de diminuir FC, combatia-se um problema com outro problema. Hoje em dia, se não pode-se diminuir tanto a FC, usa-se outro grupo de fármacos. Só usa-se anticolinérgicos em caso de emergência.
Tranquilizantes
Sedativos
Analgésicos
Os tranquilizantes e sedativos “fogem” do simpático e tentam mimetizar o parassimpático.
[Tabela de receptores nos slides. Ver/decorar principalmente a tabela de receptores adrenérgicos].
Tranquilizantes (Neurolépticos): O tranquilizante faz ver o estímulo ambiental e reagir de maneira mais calma, dependendo da intensidade do estímulo. O sedativo vai deixar o animal quase que away, em outra dimensão, reage ou não reage?
Fenotiazínicos: Acepromazina, Clorpromazina, Levopromazina
O mecanismo de ação é depressão do sistema reticular ativador que é o sistema de vigília. Além disso, tem diminui liberação de DOPA no sistema límbico, que é responsável pelas emoções, memória afetiva, sentimental. Deprime o SN simpático. Biotransformação hepática, excreção renal. (cuidado com pacientes hepatopatas e nefropatas). 
Causam tranquilidade mental e diminuem atividade locomotora. Leve relaxamento muscular. Não produzem analgesia, mas em contra partida, se der analgésico (principalmente opióide), potencializa o analgésico. Grande sedação e grande analgesia (neuroleptoanalgesia). Tem efeito anti-histamínico, hipotérmico, anti emético, anti arrítmico, evitar em animais epilépticos.
Hipotensão por vasodilatação (bloqueia alfa 1).
Aumenta limiar CO2. O CO2 se acumula e atua em quimiorreceptores no cérebro que desencadeiam resposta involuntária para que respire. 
Diminui Ht em até 30% e inibe agregação plaquetária devido ao ingurgitamento do baço que aprisiona as hemácias.
Potencializa efeitos depressores dos alfa-2, por isso é perigoso o uso concomitante.
Cuidado com cães puros pois potencializam defeitos genéticos. Braquicefálicos e boxers são mais sensíveis.
Causa prolapso peniano em equinos. Não tem problema, a não ser que solte o animal logo após o procedimento ainda com o prolapso, aumentando o risco de contaminação.
Sem efeito em suínos.
Doses excessivas podem causar efeitos extrapiramidais (excitação).
Dose até 30mg nos cavalos, 3mg nos cães. Não adianta dar mais do que isso. 
Existe diferença de efeito. Evita-se dar acepromazina intra venoso devido ao efeito de hipotensão. A via que praticamente sempre usa-se é a intra muscular para uma absorção mais lenta e efeitos adversos mais lentos.
Em cães, o início da sedação é cerca de 15-30 minutos depois e dura por até 4 horas.
Em equinos, o início da sedação é cerca de 5-15 minutos depois e dura cerca de 2 horas.
Efeito tranquilizante: Acrepromazina > Levomepromazina > Clorpromazina > Prometazina (muito mais anti histamínico que tranquilizante).
Os fenotiazínicos não tem antagonista, tem que esperar passar o efeito.
Butirofenomas: Droperidol, Azaperone – Azaperone é ótimo para suínos, por isso é bastante usado. Não tem analgesia, é anti emético. Em cães e gatos usa-se muito o droperidol que vem numa formulação junto com um opióide (fentanil). Se houver estímulo nos animais, não ocorre o efeito.
Sedativos:
Agonistas Alfa-2 – Xilazina, Detomidina, Medetomidina
Mecanismo de Ação: Redução da liberação de Nor central e periférica – simpatolítico (feedback negativo).
No sistema nervoso central tem-se uma sedação dose dependente. 
Efeito de analgesia visceral muito bom, usado para equino com cólica. Para dor somática, tem efeito analgésico moderado. 
Causa relaxamento muscular.
Causa vômito em gatos e em 10-20% dos cães.
No coração é onde tem o principal efeito adverso da xilazina, o que limita seu uso – Bradicardia reflexa devido à vasoconstrição. Isso causa redução do débito cardíaco de até 50%, o que é muito grave, podendo levar o animal a óbito. Além disso, esse bradicardia pode causar bloqueio átrio ventricular de segundo grau, não há despolarização do ventrículo. Evita-se cardiopatas e pacientes críticos. As principais causas de morte em anestesia estão relacionadas ao mal uso de xilazina.
Diminui o requerimento anestésico em cães e gatos em até 80%.
Diminui a motilidade gastro intestinal – cuidado com cães de raça grande principalmente.
Aumenta o débito urinário em bovinos, felinos e equinos. Evitar em animais obstruídos.
Causa hiperglicemia e hipoinsulinemia dose-dependente. Evitar em animais diabéticos.
Aumenta pressão intra uterina em bovinos. Evitar no terço final da gestação.
Onde usa-se a Xilazina?
Em pequenos animais saudáveis na MPA junto com anticolinérgicos.
Em equinos são usados no pré, trans e pós. Os equinos são muito resistentes à xilazina e os efeitos adversos são muito fracos. Usa-se pra conter, pra sedar, etc.
Não funciona em suínos.
Ruminantes são muito sensíveis. Óbito em doses acima do recomendado.
Pacientes com muita dor, muito estresse ou medo não apresentam efeito de sedação pois as catecolaminas circulantes estariam “bloqueando” os receptores.
Antagonistas: Tolazolina, Ioimbina, Atipamazol – O efeito de sedação cessa rapidamente.
Anticolinérgicos: Atropina - Atualmente são mais usados para emergência.
É um antagonista competitivo da acetil colina, parassimpaticolítico.
Diminui secreções.
Bradicardia inicial rápida seguida de taquicardia.
Broncodilatação
Midríase e ciclopegia
Aumento do pH gástrico
Diminuição da motilidade intestinal (timpanismo em bovinos, cólica em equinos).
Não aplica-se atropina em cavalos porque o efeito é longo e causa cólica.
Redução do tônus do esfíncter esofágico.
Quando usar?
Quando quero prevenir bradicardia, diminuir secreções ou para potencializar indutores pois causa sonolência.
Associados a opióides e alfa-2.
Contra indicações: taquicardia, cardiopatas, febre, equinos.
Coelhos, ratos e gatos possuem atropina esterase, o que limita seu efeito.
Observação: Animais muito novos ou idosos, evitar fármacos que dependam muito de metabolismo hepático ou renal.
Animais selvagens não devem ser sedados, passa logo pra anestesia.

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