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Daniele Longo ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 1 → O que é? É uma resposta tecidual sempre contra um agressor, é uma resposta protetora do organismo, cujo maior objetivo é identificar, neutralizar e remover totalmente um estimulo patológico (agente agressor). Nem sempre esse estimulo patológico pode ser removido. Por exemplo, se for bacteriano, dependendo do tipo de bactéria ela é mais simples para ser eliminada. Um estafilococos que vai gerar um furúnculo na gente, normalmente o processo inflamatório consegue eliminar totalmente o estafilococos aureus. Mas se for uma bactéria que vai provocar uma tuberculose, o nosso sistema imune já não tem tanta habilidade pra eliminar essa bactéria, por isso cronifica. A inflamação crônica só vai ser montada, projetada, preparada caso o agente agressor não for totalmente eliminado. É um estimulo pra regenerar o tecido. Só existe a cura porque houve a destruição do tecido por um processo inflamatório. A inflamação vai ter dois caminhos: eliminar o agente agressor e estimular a cura. São diversos fenômenos, processos tanto bioquímicos, nós vamos ver que existem vários mediadores bioquímicos inflamatórios que vão gerar toda uma sinalização. Vai haver citocinas, leucotrienos, fatores ativadores plaquetarios, espécies reativas de oxigênio, todos são padrões bioquímicos que vão ajudar na sinalização do processo inflamatório. Então, nós temos fenômenos bioquímicos, devido aos mediadores bioquímicos inflamatórios, fenômenos morfológicos, porque a área vai ficar plenamente alterada (uma área inflamada fica inchada, vermelha, quente, edemasiada, dói), ou seja, todo o processo inflamatório vai desestabilizar, destruir, alterar o padrão morfológico da área; são fenômenos fisiológicos, porque envolve circulação sanguínea, aumento de permeabilidade vascular, ou seja, a fisiologia da área também vai ficar alterada, porque vai aumentar a velocidade de circulação, aumentar a volemia, o diâmetro vascular, a permeabilidade vascular, são fisiológicos. Conforme a intensidade de um processo inflamatório, as manifestações serão diferentes. São fenômenos sucessivos, ou seja, tem o primeiro, pra ir o segundo, o terceiro, o quarto... Existe uma sequência de eventos inflamatórios. Existem fenômenos irritativos, que são os primeiros, depois passam a fenômenos vasculares, fenômenos exsudativos, fenômenos necrotizantes, e por último, fenômenos reparativos. Existe uma sequência de eventos. São fenômenos ativos e complexos, o padrão metabólico é alto, produção celular, produção de mediadores bioquímicos, ou seja, é extremamente ativo o processo inflamatório. São complexos, sempre que se estuda sobre processo inflamatório, mais se precisa estudar, pois sempre tem novidades. Pelos quais se exterioriza a reação vascular e tissular, ou seja, o tecido e os vasos sanguíneos são os autores principais em um processo inflamatório. Isso viabilizado por células e por mediadores bioquímicos. Dos tecidos vivos a qualquer agressão. É uma condição. Só se tem inflamação se tiver uma lesão. E nós vamos ver que pode ser uma inflamação bacteriana, por fungos, vírus (lesão biológica), como pode ser uma agressão estéril (isquemia, falta de ATP, quebras de células, alterações celulares, torções...). Em relação a nomenclatura usa sempre o sufixo ITE. Vai ter sempre o local/órgão/tecido/cavidade acrescido de um sufixo ITE. Isso é uma ocorrência dos organismos vertebrados a qualquer agressão. → Estímulos: Uma infecção. Pode ser um processo inflamatório provocado por agentes biológicos, uma ferida contaminada. Então, pode ser bactérias, fungos, helmintos, vírus, protozoários, etc. Pode ser pneumonia, hepatite aguda. Também pode ser por lesão ou irritação, por exemplo uma torção mecânica, uma isquemia levando ao processo de infarto (a falta da oferta de fluxo sanguíneo arterial levando a uma redução da produção de ATP que incapacita a célula), e também por corpo estranho, como as próteses, fios de sutura, implante, sílica. A inflamação estéril não vai envolver agente microbiano. Tem a resposta do tecido e a eliminação de qualquer agente agressor (estéril ou infeccioso), remoção não imediata (podendo acontecer a cronificacao) e progresso da doença (que ou vai progredir pra cura, ou pra inflamação crônica, ou pra complicações, ou até mesmo para óbito). → Participantes: A resposta inflamatória acontece a nível celular, vascular e tecidual. São os principais que vão estar atuando nessas respostas. Então, dentro da circulação sanguínea nós temos componentes que participam da inflamação. Temos componentes teciduais que ficam residentes, células residentes do tecido que vão participar também do processo inflamatório, e temos as proteínas (colágeno, elastina, proteoglicano) que são as proteínas de matriz extracelular. Começando por dentro do vaso sanguíneo, Daniele Longo ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 2 nós temos o polimorfonuclear, chamado de neutrófilo ou segmentado. É polimorfonuclear pois em vários núcleos com morfologia diferente. Ele é um granulocito. Dentro de seu citoplasma está repleto de vesículas citoplasmáticas. Lembra que essas células sanguíneas, o macrófago, mastócito e células sanguíneas também, são produzidas na medula óssea. Então, a medula óssea é um órgão do sistema imune primário, porque é dali que ocorre a produção e maturação dessas células. Então, o polimorfonuclear, neutrófilo, que é um granulocito, nessas suas vesículas ele tem basicamente enzimas lisossômicas. Ele é repleto de lisossomo. O lisossomo tem a função de digestão intracelular. Então, essa célula no processo inflamatório vai servir pra matar o agente agressor. Por isso que quando bactéria, quando multiplica (fase LOG), se essa infecção for bacteriana a gente vê um aumento significativo de neutrófilo/segmentado/polimorfonucleares porque ela é repleta de enzimas lisossômicas e faz duas funções: secreta enzimas lisossômicas, e por isso acaba eliminando todas aquelas bactérias. Mas também ela tem uma função parecida com o macrófago de colocar pseudopodos, que ai fagocitam e faz a digestão intracelular. Então, é uma célula importantíssima com a função de morte do agente agressor pois está repleta de enzimas lisossômicas. São chamados de piocitos, pois elas matam e também acabam morrendo no processo inflamatório. Linfócito: morfologicamente, todos os linfócitos são muito parecidos, a gente não tem como diferenciar. Mas, existem linhagens diferentes de linfócitos. Eles são educados no timo a reconhecer os receptores de superfície que fazem parte daquele organismo. É um órgão do sistema imune primário. Tem o linfócito T helper, ou auxiliador, que vai reconhecer o antígeno e liberar citocina, modulando a inflamação, e viram que existe Thelper 1 e Thelper 2. Eles são o mesmo linfócito T helper, só que ele vai ser uma célula que vai produzir alta quantidade de citocinas. Então, o Thelper 1 vai produzir citocinas principalmente classificada como IL-1, TNF-alfa, que são pro-inflamatórios. Ou seja, quando se tem altas concentrações de agente agressor e que precisa matar, ele vai produzir citocinas pro-inflamatórias. O Thelper 2 vai liberar citocinas anti-inflamatórias e estimular a cura. Então, nós temos linfócitos Thelper, que também libera citocinas pois foi sinalizado a isso. Ele faz o reconhecimento junto ao macrófago, ele tem o TCR (receptor de célula T). Ele se liga ao MHC de classe 2 do macrófago, reconhece o epitopo (antígeno que o macrófago apresenta) e por isso fica ativado para liberar as citocinas. O linfócito T citotóxico mata por citotoxicidade porque ele vai, como se fosse um vigia, um segurança, ele vai reconhecer todas as células do nosso organismo que tenham MHC de classe 1 Daniele Longo ALTERAÇÕESINFLAMATÓRIAS 3 com o mesmo padrão molecular. Então, se tem um MHC de classe 1 num padrão já conhecido é “self”. Se o padrão de MHC de classe 1 foi alterado (por um vírus, neoplasias, lesões mecânicas, químicas)... Se esse receptor de identidade celular foi alterado ele vai matar por citotoxicidade, eliminando a célula. Temos também o linfócito natural killer. Ele também mata por citotoxicidade. Todas as células que ele não reconhece ele vai matar por citotoxicidade. E temos o linfócito também classificado como linfócito B. Esse vai ser produtor de anticorpo, que vai opsonizar, o agente agressor vai ser “marcado pra morte”. A fração variada do anticorpo se liga ao agente agressor, a fração constante que fica exposta, por isso gera processo inflamatório, pois ela é reconhecida por macrófago e sistema complemento. Plaquetas também vão participar do processo inflamatório, elas são fragmentos de células. A plaqueta tem vários grânulos internos, participa de processo de coagulação, de processo inflamatório (fatores ativadores plaquetarios, que são mediadores bioquímicos inflamatórios) e também participa de cura (grânulos de fatores de crescimento, endotelial vascular, por exemplo). Ela ajuda na recomposição de vasos sanguíneos. Ou seja, plaqueta participa de vários eventos: coagulação, inflamação e cura. O monócito é outra célula que participa do processo inflamatório. Monócito no sangue e macrófago no tecido, é a mesma célula. Porém, o macrófago/monócito estão relacionados com a fagocitose, e o macrófago não está somente relacionado com a fagocitose, eles liberam citocinas, mediador bioquímico inflamatório, espécies reativas de oxigênio, produz prostaglandina, produz leucotrieno, etc. Faz diversas funções. O macrófago vai estar presente em toda a sequência inflamatória, em todas as fases, porque ele vai agir como célula apresentadora de antígeno, então, ele vai identificar o agente agressor, fagocitar, digerir e apresentar o epitopo para o linfócito Thelper. Ele serve como célula apresentadora de antígeno. Ou seja, está iniciando o processo inflamatório. Depois, ele também vai participar da “limpeza” do tecido. Está presente em todo o processo necrotizante, e ele que vai direcionar as células do processo inflamatório para dizer se vai para a cura (liberando fatores de crescimento tecidual) ou para a inflamação crônica. Resumindo, funções do monócito/macrófago: apresentar antígeno, fagocitar, liberar citocina (fatores bioquímicos inflamatórios), liberar fatores de crescimento, sinalizar pra cura ou inflamação crônica. Outros componentes do processo inflamatório são as proteínas do complemento. São peças proteicas desconectas que circulam pelo sangue, até que comece todo um padrão de estimulo com a apresentação do antígeno, processo vascular, processo exsudativo, etc, quando entra em processo necrotizante, que está efetivamente matando o agente agressor, o complexo de ataque a membrana ajuda. Então, a principal função de um sistema complemento é a morte ao agente agressor. Outra célula que também compõe a resposta inflamatória é o eosinófilo, que também é um polimorfonuclear, só que binucleado, só tem dois núcleos. É granulocito, tem vesículas no seu citoplasma. O neutrófilo tem apenas enzimas lisossômicas, por isso é uma célula fundamental para matar o agente agressor. É muito recrutado em resposta inflamatória bacteriana. Eosinófilo também vai ajudar na morte, só que ele não tem só enzima lisossômica, ele tem mais de 32 tipos de moléculas dentro das suas vesículas. Por isso, eles são células que vão estar muito presente em processo inflamatório parasitário ou alérgico. O eosinófilo é recrutado pois os helmintos possuem várias fases diferentes, epitopos diferentes, e o eosinófilo tem mais de 32 tipos diferentes em suas vesículas, sendo mais fácil o combate. Respostas mediadas por vírus vão ter altas concentrações de linfócitos. De acordo com o agente agressor, tem um modelo de resposta inflamatória. Tem respostas bacterianas, virais, parasitarias, outros componentes vão estar sempre participando (monócitos, plaquetas, proteínas do sistema complemento, etc). Basófilo no sangue, mastócito no tecido. É a mesma célula, só muda por conta de localização. E nas suas vesículas, traz um componente que é chamado de histamina. A histamina vai aumentar a permeabilidade vascular, ou seja, a célula endotelial vai se contrai. Quando ela se contrai, a junção entre elas favorece a diapedese. Basófilo do sangue para o tecido, e mastócito do tecido para o sangue, para Daniele Longo ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 4 fazer a abertura total para que ocorra a diapedese, pois o processo inflamatório frequentemente acontecem no tecido, e essas células precisam atravessar a parede exsudando o tecido. A célula endotelial também participa desse processo, primeiro pela ação da histamina, contraindo e aumentando a permeabilidade. Ela também, quando no tecido que o macrófago apresentou o agente agressor e liberou citocinas, liberando as citocinas, ela vai pro sangue, pois lá que tem os ajudantes do processo inflamatório. Ai a célula endotelial vai gerar um facilitador. Desde o momento que essas citocinas consigam ganhar o sangue, as células endoteliais vão expressar receptores de superfície de adesão. Essas células não circulam coladas ao endotélio, circulam separadas. Quem circula margeando é o plasma. O endotélio vai também expor P selectina, E selectina, porque as células tem L selectinas. A L selectina são de adesão. Vai apresentar ICAM, PECAM, que vão favorecer uma adesão mais forte para que ocorra a migração. Fibroblasto é de tecido conjuntivo, vai produzir colágeno. Ela participa do processo inflamatório. Ele vai estar ajudando na produção das proteínas de matriz extracelular (colágeno, elastina, proteoglicanos). Órgãos do sistema imune secundário é o baco, que é um quartel general de várias células do sistema imune, e destrói também antígenos, e destrói células que não estão mais em plena função; e os linfonodos (gânglios) que também ficam lotados de células, principalmente linfócitos T e B, pra ajudar no processo inflamatório também. → Objetivos: Primeiro tem que identificar, que é feito pelo macrófago, que fagocita, digere, apresenta, pra liberar citocina. Esse agente agressor precisa ser identificado. Depois, precisa ser neutralizado, ou seja, por isso a inflamação e localizada. Vai ser uma área onde a sinalização vai ser frequente pra recrutar essas células para aquele local. E também vai ter o objetivo principal de eliminar o agente agressor, não significa que vá conseguir, pois vai depender das características do processo inflamatório e vai depender da maturidade ou da ação do sistema imune. O bebe por exemplo ainda está em fase de construção; o idoso está com o metabolismo muito lento... São as fases em que mais se adoece. Todos esses processos são muito bons porque mantem a nossa sobrevivência, pois nós não vivemos em um local estéril. Nós temos contato com diversos agentes agressores durante a vida inteira, durante todo o dia. Então, é uma resposta benéfica, de defesa, estimula a cicatrização (só tem cicatrização porque houve a inflamação), e é uma resposta protetora, mantendo a nossa vida no ambiente não estéril. O gráfico é fundamental porque o LPS é bacteriano, é um estimulo patológico, um agressor. A bactéria tem a fase LOG que tem alta produção. Conforme aumenta a quantidade de bactéria, é fundamental que as principais citocinas sejam liberadas, porque a IL-1 e a TNF-alfa são as citocinas que vão modular todas essas respostas celulares, eventos vasculares, exsudativos, necrotizantes, etc. Porém, quando toda ação pro-inflamatóriaestão conseguindo gerar toda uma resposta inflamatória onde o agente agressor começa a reduzir de concentração, essas citocinas Daniele Longo ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 5 também precisam ser reduzidas na sua produção e estimular outras citocinas anti-inflamatórias, vem IL-6, IL-8, IL-10, IL-13... Começa a modular o processo inflamatório, reduzir a produção das citocinas pro-inflamatórias pra que a gente possa recuperar o tecido e chegar a cura. Se essa modulação não acontecer, pode levar o paciente a óbito, é um choque anafilático, uma sepse, onde o estimulo da resposta inflamatória fica exagerada. Por isso que ela pode ser tanto uma resposta benéfica, como também uma resposta maléfica. Ela pode interferir na função do órgão, se ela destruir muito esse órgão, se ela for com alta intensidade; se tiver um excesso e perda de controle homeostático. O processo inflamatório começa localizado, mas se passar de um padrão de homeostase, ele começa a ficar sistêmico. Quando ele começa a ficar sistêmico, é quando a gente começa a sentir febre, dor no corpo, mal-estar... E se ele continuar pode levar ao choque séptico, anafilático, etc. Tem a fração de agressão (que no caso do gráfico é o LPS, antígeno bacteriano), a produção das duas principais citocinas pro-inflamatórias, e depois vem a de segunda escala, porque já vai começando o processo de modulação, IL-6 e IL-8. Tem o oxido nítrico, fatores ativadores plaquetarios, entre outros mediadores. Em baixa quantidade, a inflamação é localizada. Tem macrófagos, neutrófilos, ativação das células endoteliais, migração, exsudação, frações do sistema complemento, etc. Em concentrações moderadas, quando começa a perder a homeostase, está começando a ter um aumento de mediadores bioquímicos inflamatórios porque continua o agente agressor presente na área, são essas mesmas citocinas que vão passar para o sangue. Lembrando que todo o nosso sangue de retorno venoso passa pelo fígado. Quando esse sangue está lotado de citocinas, vai estimular o fígado a produção de novas citocinas, que são chamadas citocinas de fase aguda (proteína C reativa, subunidade amiloide tipo A). Esse sangue passa pela barreira hematoencefalica, vai no nosso centro de temperatura corpórea e vai gerar aumento de metabolismo e de temperatura (febre). Vai agir na medula óssea, ativando aumento de produção de células inflamatórias. Em altas quantidades dessas citocinas pro-inflamatórias (TNF-alfa e IL-1) vai aumentar a atividade cardíaca, batimentos cardíacos acelerados. Se ele aumentar o ritmo cardíaco, cada vez ele vai expulsando menos sangue, não deu tempo de encher totalmente o átrio. Grande quantidade de TNF-alfa, IL-1, mediadores bioquímicos inflamatórios (histamina) aumenta a permeabilidade vascular e vai sair principalmente plasma. O sangue vai ficar mais viscoso, ficando mais viscoso ele vai gerar trombose. Vários coágulos intravasculares vão ser prejudiciais. Vai gerar também o aumento de ventilação, que vai reduzir a concentração de oxigênio no sangue. Podem levar ao choque séptico. Em concentrações moderadas seria gripe, dengue, etc. E em baixa quantidade seria só o processo inflamatório local. Outro exemplo de resposta maléfica é deposito de imunocomplexos, isso ocorre na hipersensibilidade tipo III. O grande problema de um imunocomplexo é que ele é antígeno e anticorpo. É uma macromolécula proteica, com peso molecular que deposita. Só que ele, quando cai no tecido, a fração Fc fica exposta, e a fração Fc de um anticorpo recruta macrófago e faz ligação com o sistema complemento, ou seja, vai gerar processo inflamatório na área. É uma resposta indesejada. Hialinizacao do glomérulo, uma glomerulonefrite, uma inflamação Daniele Longo ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 6 no glomérulo por deposito de imunocomplexo levando a um processo inflamatório também vai ser uma resposta maléfica. Ele vira uma “bola” de proteína e não consegue mais fazer a filtração sanguínea. Tem a artrite reumatoide, presença de ovo de schistosoma mansoni, que tem uma casca difícil de ser eliminada, não evoluindo pra cura, continuando um processo inflamatório do tipo crônico. Vai montar uma estrutura de isolamento, que vai ocupar um espaço no fígado do paciente, prejudicando a função do órgão. → Causas: As causas podem ser provocadas dentro do próprio organismo, podem ser endógenas (inflamação estéril). Por exemplo uma necrose, você pode ter uma torção mecânica, células são arrebentadas. Todas as vezes que uma célula arrebenta vai ter processo inflamatório, porque as células de um mesmo organismo se reconhecem, porém, só se tem reconhecimento de superfície de membrana. Arrebentou a membrana em uma lesão, tudo que está dentro da célula não é conhecido do sistema imune, estimulando a resposta imunitária. Uma necrose também pode ser por uma isquemia. Uma alteração circulatória, que vai arrebentar a célula. Imunocomplexos: macromolécula proteica, antígeno e anticorpo, peso molecular, deposita no tecido, fração Fc exposta gerando processo inflamatório. As autoimunidades: quando as condições são muito favoráveis, o sistema imune fica “bobo”, deixando o indivíduo mais suscetível. A autoimunidade muitas vezes acontece ou pela falta do estimulo, conduzindo a uma desordem do sistema imune que passa a reconhecer como estranha as células do próprio corpo. Podem ter também causas exógenas como agentes físicos (eletricidade, pressão, temperatura), agentes químicos (fármacos, venenos, bases, ácidos) e biológicos (vírus, fungos). → Classificação: Superaguda é uma reação exagerada (choque anafilático, choque séptico, hepatite fulminante). Vai de horas a dias, evoluindo rapidamente a óbito. É uma hepatite aguda fulminante, o órgão fica totalmente destruído. Aguda vai de dias a semanas. Predominam os fenômenos vasculares exsudativos, aumento de circulação sanguínea na área, aumento de permeabilidade vascular, aumento de diâmetro vascular (vasodilatação). E esse aumento de chegada de sangue é justamente pra ajudar a exsudação, migração, sair do sangue para o tecido pra resolver o processo inflamatório. Vai acontecer hiperemia ativa patológica, aumento do fluxo sanguíneo, ativa porque está chegando, vinculada a sangue arterial, e patológica pois o motivo foi o estimulo do agente agressor. Edema porque com a exsudação as células não migram sozinhas, sai plasma e proteínas também. Gera um edema inflamatório, por isso que o liquido inflamatório é chamado de exsudato. Infiltrado de polimorfonucleares. O período de tempo é curto, porque aumentar a permeabilidade gasta ATP, produzir as células que vão morrer gastam ATP (padrão metabólico alto) e o corpo não para suas funções para o processo inflamatório. Gastam muita energia. Tem alto padrão metabólico, atividade das células. No máximo 4 semanas pra ela se desenvolver a crônica. Só que a crônica pode ficar anos. O objetivo vai continuar sendo eliminar o agente agressor, só que o padrão metabólico vai ser muito menor, os tipos celulares vão mudar (mononucleares). A subaguda é a interseção. É quando a aguda está reduzindo e trocando pela crônica. Só que na subaguda a gente percebe as características dos 2 tipos inflamatórios. Nós vamos ver polimorfonuclear e também mononuclear. Vamos ver eventos vasculares e também produção de colágeno e novos vasos sanguíneos. A crônica ativa é uma tuberculose, por exemplo. Na crônica, predominam fenômenos proliferativos, aumentar a construção, aumentar montagem de alguns padrões. Proliferação fibroblastica, que produz colágeno. A inflamação crônica acontece pois ainda tem agente agressor, a aguda já tentou eliminar, gastou alta intensidade de padrãometabólico, ATP e não conseguiu remover. Se você isola um agente agressor cheio de colágeno por fora, não vai ativar sistema imune, tudo vai ficar “silenciado”. Proliferação angioblastica, ou seja, formação de novos vasos sanguíneos, pois na aguda teve eventos vasculares que destruíram os vasos, tendo que repor, reconstruir os vasos sanguíneos. O infiltrado são células mononucleares, que são macrófagos, linfócitos, plasmocitos, são células que tem um padrão metabólico mais calmo, menos intenso, e que vão ficar colados no agente agressor, tentando destruí-lo. O tempo é longo. Daniele Longo ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 7 A subaguda caracteriza-se tanto por fenômenos vasculares e exsudativos quanto proliferativos. Ocorre hiperemia, edema, mas também tem proliferação de fibroblastos e novos vasos sanguíneos. Tem infiltrado de polimorfonuclear, principalmente eosinófilo, mas também tem mononuclear (linfócito, plasmocito e macrófago). Então, na subaguda fica clara essa transição: a saída de um processo agudo estabelecendo uma inflamação crônica. A crônica ativa trata-se de uma inflamação crônica reagudizada. Toxoplasmose em um paciente imunossuprimido, por exemplo. São infecções que voltam ao padrão agudo. → Tipos: Variam de acordo com o agente agressor e com o padrão morfológico. Inflamação exsudativa: vai ter sempre a formação de um liquido inflamatório, um exsudato, que vai desde um exsudato seroso (alergia, coriza, bem translucido, fluido, que pinga involuntariamente, muito parecido com o transudato). São estímulos pouco expressivos comum nas serosas (pleura, pericárdio, articulações, pele). É um liquido claro, amarelado, de baixa intensidade. Contem proteínas, poucos leucócitos, neutrófilos, hemácias, ou seja, vai ter todos os componentes de um exsudato inflamatório. Então, é uma picada de inseto, coriza nasal, derrame pleural, são modelos de exsudato seroso. A vesícula serosa é que vai conter esse liquido em torno igual ou inferior a 5mm. A bolha é quando tem exsudato seroso superior a 5mm. Outro modelo de exsudato de liquido inflamatório é o muco ou catarro. O exsudato mucoso ou catarral, que vai envolver epitélio respiratório ou intestinal. Quando a gente fica gripado ou tem uma infecção intestinal, que vai liberar as fezes junto com um muco. Isso é por conta da mucina que vai ser produzida por um estimulo que chega as células caliciformes. Outro tipo é o exsudato purulento. O pus é resultado de infecção bacteriana com a chegada de neutrófilos, que mais respondem a uma resposta bacteriana, e dentro dele tem enzimas lisossômicas que ele degranula. E essas enzimas lisossômicas são acidas. Essas células degranulam sobre as bactérias, digerindo todo o tecido. Ele acaba sendo chamado de piocito, pois também é digerido pelas suas próprias enzimas. Lembrar da necrose de liquefação. É característica de agentes com quimiotaxia altamente positiva que tendem a localizar a inflamação. Ocorre pelas enzimas proteolíticas, lisossômicas, liberadas pelos leucócitos (principalmente neutrófilo), que morre durante o processo e é chamado de piocito. As bactérias são o principal estimulo. Exemplo: meningite, pústula (vesículas contendo exsudato purulento), furúnculo, antraz (conjunto de furúnculos confluentes em uma determinada área), abscessos (fica uma cavidade no órgão, a partir de um processo inflamatório). Celulite ou fleimão é a produção de exsudato purulento de forma difusa. Pega tecido conjuntivo propriamente dito. O exsudato fibrinoso ou fibrinoide é um liquido inflamatório rico em fibrina, fazendo uma rede de contenção, pois a inflamação está muito forte. Principalmente se o órgão for vital, como por exemplo o coração, intestino. Quando o processo inflamatório acaba, essa rede de fibrina ainda permanece, não é quebrada totalmente. Tudo que fica na área e está fora do seu lugar, e continua por um determinado período vai estimular o deposito de colágeno. Esse exsudato fibrinoso é no momento da inflamação pra fazer contenção e produzir a rede de fibrina. Quando passa o processo inflamatório, essa rede de fibrina não foi totalmente quebrada e retirada. Permaneceu, estimula deposito de colágeno na área e ai vai fibrosar, também chamado de aderência. É muito denso. Pode ser também exsudato pseudomembranoso, quando a lesão é intensa, o liquido inflamatório tem também o acréscimo dessa fibrina em uma região plana, uma superfície. Ocorre precipitação da fibrina cobrindo a mucosa, aderindo firmemente em forma de membrana. Tem o exsudato hemorrágico, é um liquido inflamatório rico em hemácias e sangue. Inflamação alterativa: Não ocorre a produção de líquidos inflamatórios. A erosiva tem como exemplo a psoríase. É erosiva pois o processo inflamatório está destruindo as camadas superficiais do tecido. A psoríase é uma doença de origem genética, hereditária, que quando a pessoa fica estressada ela acaba provocando a liberação de mediadores bioquímicos inflamatórios e todo um processo inflamatório para as áreas superficiais da pele. Não tem liquido! Já na ulcerativa, pega as camadas mais internas. Uma gastrite, uma ulcera de leishmaniose, por exemplo. É típica de epitélios de revestimento, pele ou mucosas com degeneração, descamação epitelial e necrose profunda, Daniele Longo ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 8 ocorrendo solução de continuidade da mucosa, atingindo a submucosa também. Ela pode ser atrofiante ou hipotrofiante, como um glaucoma, por exemplo. É típica de mucosas e glândulas, com tendência a involução. O espaço perdido é substituído por colágeno. Inflamação proliferativa ou produtiva: Hipertrofiante ou hiperplasiante, que são as dobras. Uma ulcera por exemplo, todo o tecido ao redor vai hipertrofiar e hiperplasiar, vai aumentar as pregas do estomago. Outro modelo é a esclerosante. Esclerose está para excesso de deposito de colágeno, como por exemplo na cirrose. A esclerose múltipla, onde vai substituir a bainha de mielina por colágeno. Inflamação crônica preferencialmente de parênquimas com produção excessiva de colágeno. Antes mesmo de finalizar o processo inflamatório. O estimulo pra produção de colágeno começou antes de finalizar a inflamação, que ai vai desencadear a reparação antes do tempo, em um processo de excesso. Resulta em alterações profundas na morfologia e na fisiologia. Exemplo: cirrose hepática, fibrose pulmonar. Tem também a granulomatosa. É um processo crônico. Quando um agente agressor está presente na área e não foi eliminado, vai evoluir a produção de um granuloma. Para cada estimulo agressor tem um padrão. → Intensidade: Leve ou discreta é quando o tecido ou órgão afetado tem sua função alterada levemente, de modo a não comprometer seriamente o organismo como um todo, como por exemplo as picadas de inseto. Moderada pode ser insolação, exposição elevada ao sol, que começa a hipertermia, compromete razoavelmente o organismo como um todo. E tem a grave ou a severa, como queimaduras graves, que alteram o organismo como um todo. → Patogenia: Pra início de conversa, tem que ter um agente patológico. Quando um agente inflamatório, seja ele microbiano ou estéril, tem que ter um agente patológico, um iniciador de processo inflamatório, a gente começa pelo bloco 1. Esse modulo 1 é classificado como fenômenos irritativos. E nesses fenômenos irritativos vão desde a identificação pelo macrófago, fagocitose, apresentação para o linfócito T helper, que vai ficar ativado liberando citocinas, como IL-1 e TNF-alfa. Desde a apresentação do antígeno até a liberação de citocina é o primeiro bloco, os fenômenos irritativos. Depois desses fenômenos irritativos, começa a liberação de citocinas, dos mediadores inflamatóriose dos fenômenos alterativos que vão se suceder com o bloco 2, 3, 4 e 5. Depois dos fenômenos irritativos, liberou citocina, nós vamos para o bloco 2. No bloco 2 são os fenômenos vasculares. Quais são eles? Hiperemia (aumento de circulação sanguínea na área), contração das células endoteliais, gerando aumento de permeabilidade vascular, liberação de serotonina, ela é um mediador inflamatório que vai produzir o efeito de vasodilatação. Então, são os eventos vasculares (aumento de circulação sanguínea, aumento de diâmetro vascular e aumento de permeabilidade vascular). Por isso que vai aparecer o calor, por aumento de circulação na área, e o rubor que é a vermelhidão da área. Depois dos fenômenos vasculares, vamos para o bloco 3. Quando as células endoteliais contraem, elas contraem para começar a ter o processo de exsudação, migração, saída dessas células do sangue para o tecido. As células do endotélio vão participar com receptores de superfície de adesão, para que ocorra a diapedese. Por isso que quando sai célula do Daniele Longo ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 9 sangue para o tecido, acaba saindo sangue também, tem produção de mediadores bioquímicos, gerando o edema inflamatório e causando tumor. Um dos mediadores inflamatórios é a prostaglandina que irrita as terminações nervosas que são chamadas nocirrepectores, gerando a dor. Nós passamos de um agente inflamatório para fenômenos irritativos (reconhecimento, fagocitose, digestão e apresentação), vai para o modulo 2, fenômenos vasculares (apresentou, começou a liberar citocina, aumenta circulação, aumenta permeabilidade, aumenta diâmetro), vai para o modulo 3, fenômenos exsudativos (começam a migrar do sangue para o tecido). Daí vem o bloco 4, que são os fenômenos necrotizantes. As células que migraram do sangue para o tecido por motivo de ter encontrado um agente inflamatório, vão chegar no tecido e fazer o que? Necrose, vão matar o agente agressor, as proteínas do sistema complemento vão se reunir para formar o complexo de ataque a membrana, vão formar secreções de espécies reativas de oxigênio, os neutrófilos vão degranular suas enzimas lisossômicas. Tem a necrose do tecido: morre agentes inflamatórios, morre as células que exsudaram e morre as células do tecido. Depois dos fenômenos necrotizantes, vem os fenômenos reparativos, que é a última leva do processo inflamatório. Necrosou tudo e agora tem que limpar o tecido necrosado. Os macrófagos vão limpar o tecido e são eles que vão liberar fatores de crescimento para que ocorra a cura. E se depois disso o agente agressor ainda estiver no local? Outro processo inflamatório, o crônico, para depois formar o granuloma. Então, os fenômenos irritativos são provocados pela agressão. São representados pelas modificações que ocorrem nas células, na substancia fundamental amorfa e no liquido intersticial, com produção de substancias químicas (citocinas), cuja ação desencadeara os fenômenos seguintes. Agente agressor que vai ser fagocitado e apresentado, que ativa linfócitos T helper, que libera citocina. Fenômenos envolvidos: abertura de poros interendoteliais, porque vai ter a contração das células endoteliais; aumento de pressão hidrostática, pela hiperemia ativa, aumento de sangue que vai fazer maior pressão na parede; aumento de pressão oncótica intersticial, ou seja, vai vazar proteína para o tecido; aumento de hidrofilia intersticial, se as proteínas plasmáticas e os mediadores bioquímicos inflamatórios vazaram para o interstício, ele aumentou a concentração de soluto, a agua vai por osmose em encontro a maior concentração de soluto, gerando edema inflamatório. De acordo com a injuria, aumenta a circulação e aumenta a migração (produção de mediadores, por exemplo). Depois, volta tudo ao normal. Só que com o processo inflamatório, vai ocorrer necrose do tecido, formação de pus, que pode cicatrizar com fibrose ou pode ter a progressão para um processo crônico, que ai muda os polimorfonucleares por mononucleares. Aumenta a produção de novos vasos sanguíneos, já que os que tinham foram destruídos. Aumenta a produção de fibras de colágeno, que ali podem voltar. → Sinais da inflamação: Inflamação aguda. A crônica não tem nenhum desses sinais. Para tudo, pois a intensidade reduz, os tipos de células são modificadas, o objetivo agora é isolar e não destruir... Esses são os sinais locais de uma inflamação aguda: calor pelo aumento de circulação sanguínea e aumento de metabolismo. Rubor pelo aumento de sangue na área, aumento de permeabilidade vascular. Tumor, essa migração, exsudação, aumento de concentração de proteína no tecido, favorecendo também o aumento de concentração hídrica formando o tumor ou edema inflamatório. E dói muito, vai depender da intensidade do processo inflamatório. O que é a dor? É uma sinalização de alerta pra tentar eliminar o foco que está gerando destruição de tecido. Quando maior a destruição do tecido, maior a dor. É causada pela irritação química nas terminações nervosas também pela compressão mecânica do edema inflamatório. Mas o mediador bioquímico inflamatório é a prostaglandina. A dor vem a partir de um estimulo provocado pelo processo inflamatório, vai atingir os nocirrepeptores, que são terminações nervosas que vem direto de neurônio, axônio, os dendritos terminam em nocirrepeptores, que estão ligadas ao estimulo de dor. Existe a via de dor rápida e a via de dor lenta. A Daniele Longo ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 10 via de dor rápida ou a neoespinotalamica são sempre axônios forrados por bainha de mielina, e esses axônios são longos, a propagação do estimulo passa pela espinha vertebral e vai fazer a sinapse no tálamo, que é a região medular cerebral, onde vai ter o reconhecimento da dor. Pelo fato de serem as fibras cobertas por bainha de mielina, a propagação de estimulo acontece de 12 a 30m por segundo, então é aquela dor localizada. A propagação do estimulo é muito rápida por conta da bainha de mielina. Na dor de via lenta ou paleoespinotalamica, também sobe pela espinha, também vai fazer a propagação da dor no tálamo. Porem, paleo significa antigo, lento, isso lembra que as fibras são sem bainha de mielina, então, sem bainha o axônio não consegue ser muito extenso, ele é mais curto. Só que ele vai fazendo sinapses ao longo do trajeto, por isso uma dor abdominal, o paciente não sabe corretamente a localização. É mal localizada, porque ela vai fazendo sinapses ao longo do percurso, não tendo um posicionamento muito claro. Conforme ela vai fazendo sinapses, vai gerando um efeito somatório. Só vai de 0,5 a 2m por segundo. A propagação é mais lenta, porem realiza maior número de sinapses e tem efeito somatório. Então, quando ela chega no tálamo, ela “explode” pelo efeito somatório, se propagando para várias áreas do córtex, gerando a dor mal localizada. → Mediadores bioquímicos inflamatórios: A prostaglandina é um mediador inflamatório recém- sintetizado, ela é produzida durante o processo de inflamação. Se tratando de mediadores, nós temos 3 locais de origem: tem os mediadores que já saem dentro dos grânulos da medula óssea, ou seja, já são pré-formados, como por exemplo histamina, enzimas lisossômicas dos neutrófilos. A histamina já vem dentro de mastócito e basófilo com o objetivo de aumentar a permeabilidade vascular. A serotonina vem no granulo dentro da plaqueta. A serotonina vai atuar nos vasos, ou seja, vasodilatação ou vasoconstrição. As enzimas lisossômicas já vem dentro dos neutrófilos com o objetivo de morte ao agente agressor. A grande maioria dos mediadores bioquímicos inflamatórios são sintetizados durante o processo inflamatório, pois se não você vai ficar sentindo dor o tempo todo,e também, pois existem diversos tipos inflamatórios, precisando ser direcionados. E o processo inflamatório agudo, por exemplo, tem um tempo, pois ele gasta muita energia, então também só vão ser sintetizados de acordo com a necessidade. Esses são na maioria proteica e são produzidos por todos os leucócitos: prostaglandina que é um mediador responsável pela dor; leucotrieno, que serve para quimiotaxia; fatores ativadores plaquetarios, que vão direcionar a ação da plaqueta; espécies reativas de oxigênio, que vão fazer a oxidação, morte e eliminação de agente agressor; o oxido nítrico serve para vasodilatação; e as citocinas que são proteínas mais “arrojadas”, diferentemente das quimiocinas, que são frações proteicas menores, servem mais para sinalização. A última origem vem do fígado, pois todo o sangue venoso, de retorno, obrigatoriamente passa pelo fígado. E se tem mediadores bioquímicos inflamatórios, estimula o fígado a produzir as proteínas de fase aguda. O fígado produz, sintetiza e libera pro plasma. Ele produz ativação do fator 12 de coagulação, que ele tanto vai ativar o sistema de cininas, libera bradicinina, que se liga aos receptores de todos os leucócitos e induz a liberação de prostaglandina. E também, ele age no sistema de coagulação (pra formar a rede de fibrina) e também age no padrão fibrinolítico, tentando quebrar a rede de fibrina o máximo que pode. O fígado também é responsável pela produção e liberação das frações do sistema complemento que quando eles se unem se formam o complexo de ataque a membrana.
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