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Férias e Décimo Terceiro Salário Módulo 6

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FÉRIAS E DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO
6.1 FÉRIAS
MÓDULO
6
ÍNDICE
ASSUNTO PÁGINA
6.1. FÉRIAS ....................................................................................................................................... 6
6.1.1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 6
6.1.2. DURAÇÃO DAS FÉRIAS................................................................................................ 6
6.1.2.1. TEMPO PARCIAL .......................................................................................... 6
6.1.2.2. TEMPO INTEGRAL........................................................................................ 6
6.1.2.3. DESCONTO DE FALTAS .............................................................................. 7
6.1.2.4. FALTAS INJUSTIFICADAS............................................................................ 7
6.1.2.5. FALTAS JUSTIFICADAS ............................................................................... 7
6.1.2.6. SERVIÇO MILITAR ........................................................................................ 8
6.1.2.7. SUSPENSÃO DISCIPLINAR ......................................................................... 8
6.1.3. PERDA DO DIREITO...................................................................................................... 8
6.1.3.1. LICENÇA REMUNERADA E O ADICIONAL CONSTITUCIONAL................. 8
6.1.3.2. PRESCRIÇÃO................................................................................................ 9
6.1.4. PRAZO PARA CONCESSÃO ......................................................................................... 9
6.1.4.1. CONCESSÃO EM DOIS PERÍODOS ............................................................ 9
6.1.4.1.1. Impossibilidade de Fracionamento ........................................... 9
6.1.4.2. SIMULTANEIDADE COM AVISO PRÉVIO.................................................... 9
6.1.4.3. AUXÍLIO-DOENÇA E LICENÇA-MATERNIDADE ......................................... 9
6.1.4.4. INÍCIO DO PERÍODO DE GOZO................................................................... 10
6.1.5. COMUNICAÇÃO DAS FÉRIAS ...................................................................................... 10
6.1.5.1. MODELO DO AVISO DE FÉRIAS ................................................................. 10
6.1.6. ÉPOCA DA CONCESSÃO.............................................................................................. 10
6.1.6.1. MEMBROS DE UMA MESMA FAMÍLIA......................................................... 10
6.1.6.2. EMPREGADO ESTUDANTE ......................................................................... 10
6.1.7. REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS ..................................................................................... 11
6.1.7.1. CÁLCULO DA REMUNERAÇÃO ................................................................... 11
6.1.7.2. EMPREGADO COMISSIONISTA .................................................................. 11
6.1.7.2.1. Salário Fixo Mais Comissões ................................................... 11
6.1.7.3. EMPREGADO QUE PERCEBE SALÁRIO MISTO ........................................ 11
6.1.7.4. EMPREGADO TAREFEIRO .......................................................................... 11
6.1.7.5. EMPREGADO QUE PERCEBE HORAS EXTRAS........................................ 11
6.1.7.6. CÔMPUTO DOS ADICIONAIS ...................................................................... 11
6.1.7.7. EMPREGADO QUE PERCEBE SALÁRIO-UTILIDADE ................................ 12
6.1.7.8. EMPREGADO HORISTA COM JORNADA VARIÁVEL................................. 12
6.1.7.9. MENSALISTAS, QUINZENALISTAS, SEMANALISTAS OU DIARISTAS ..... 12
6.1.7.10. FÉRIAS NOS MESES DE 28 E 31 DIAS ....................................................... 12
6.1.7.11. EXEMPLO PRÁTICO ..................................................................................... 12
6.1.8. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO NAS FÉRIAS ............................................................... 14
2 FASCÍCULO 6.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
ASSUNTO PÁGINA
6.1.9. ABONO PECUNIÁRIO.................................................................................................... 14
6.1.9.1. PERÍODO DE FÉRIAS INCOMPLETO .......................................................... 14
6.1.9.2. PRAZO DE REQUERIMENTO....................................................................... 14
6.1.9.3. FÉRIAS COLETIVAS ..................................................................................... 15
6.1.9.4. REMUNERAÇÃO ........................................................................................... 15
6.1.9.5. PRAZO DE PAGAMENTO ............................................................................. 15
6.1.9.5.1. Pagamento em Dobro............................................................... 15
6.1.9.6. QUITAÇÃO..................................................................................................... 15
6.1.10. PRAZO DE PAGAMENTO.............................................................................................. 15
6.1.10.1. UTILIZAÇÃO DE VIA BANCÁRIA .................................................................. 15
6.1.10.2. QUITAÇÃO DO VALOR DAS FÉRIAS........................................................... 16
6.1.11. RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA ......................................... 16
6.1.11.1. ALÍQUOTA APLICÁVEL................................................................................. 16
6.1.12. RECOLHIMENTO DO FGTS .......................................................................................... 16
6.1.12.1. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL.............................................................................. 16
6.1.13. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE................................................................................. 17
6.1.13.1. TRIBUTAÇÃO EM SEPARADO DOS SALÁRIOS ......................................... 17
6.1.13.2. PAGAMENTO NO MÊS ANTERIOR À CONCESSÃO .................................. 17
6.1.13.3. PAGAMENTO NO MÊS DA CONCESSÃO ................................................... 17
6.1.13.4. PAGAMENTO NO MÊS DO INÍCIO DA CONCESSÃO PARCIAL ................ 17
6.1.13.5. DIFERENÇA DE REAJUSTES ...................................................................... 17
6.1.13.6. DEDUÇÕES ADMITIDAS .............................................................................. 17
6.1.13.7. DISPENSA DE RETENÇÃO .......................................................................... 18
6.1.13.8. PRAZO PARA RECOLHIMENTO DO IMPOSTO .......................................... 18
6.1.14. EXEMPLO PRÁTICO...................................................................................................... 18
6.1.14.1. PREENCHIMENTO DO RECIBO DE FÉRIAS............................................... 19
6.1.14.1.1. Exemplo.................................................................................... 19
6.1.15. FÉRIAS EM DOBRO....................................................................................................... 21
6.1.15.1. CÁLCULO DA REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS EM DOBRO ........................ 21
6.1.15.2. DOBRA PARCIAL .......................................................................................... 21
6.1.15.3. PRAZO DE PAGAMENTO ............................................................................. 21
6.1.15.4. DOBRA DO ABONO PECUNIÁRIO............................................................... 21
6.1.15.5. INCIDÊNCIA DE ENCARGOS ....................................................................... 22
6.1.15.6. PRESCRIÇÃO................................................................................................ 22
6.1.16. FÉRIAS COLETIVAS ......................................................................................................22
6.1.16.1. ABRANGÊNCIA ............................................................................................. 22
6.1.16.2. FRACIONAMENTO........................................................................................ 22
6.1.16.2.1. Empregados Menores de 18 Anos e Maiores de 50 Anos ......... 22
6.1.16.2.2. Empregados Menores Estudantes ........................................... 22
6.1.16.3. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO ........................................................... 22
6.1.16.3.1. Comunicação ao Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) ........................................................................ 22
6.1.16.3.2. Comunicação ao Sindicato ....................................................... 23
FASCÍCULO 6.1 3
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
ASSUNTO PÁGINA
6.1.16.3.3. Afixação de Aviso no Local de Trabalho .................................. 23
6.1.16.3.4. Microempresas e Empresas de Pequeno Porte ....................... 23
6.1.16.3.5. Exemplo Prático........................................................................ 23
6.1.16.4. CONVERSÃO DE 1/3 DAS FÉRIAS EM ABONO.......................................... 23
6.1.16.5. EMPREGADOS COM MENOS DE UM ANO DE SERVIÇO ......................... 23
6.1.16.5.1. Empregado com Tempo de Serviço Inferior ao das
Férias Coletivas ........................................................................ 24
6.1.16.5.2. Novo Período Aquisitivo ........................................................... 24
6.1.16.5.3. Férias em Dois Períodos .......................................................... 24
6.1.16.5.4. Rescisão do Contrato de Trabalho ........................................... 24
6.1.16.5.5. Tabela Prática para Determinação das Férias
Proporcionais dos Empregados com Tempo Integral............... 24
6.1.16.6. EMPREGADO COM MAIS DE UM ANO DE SERVIÇO ................................ 25
6.1.16.7. EMPREGADO CONTRATADO COM TEMPO PARCIAL .............................. 25
6.1.16.7.1. Tabela Prática para Determinação das Férias
Proporcionais............................................................................ 25
6.1.16.8. ANOTAÇÃO NO REGISTRO DE EMPREGADO........................................... 26
6.1.16.9. ANOTAÇÃO NA CARTEIRA DE TRABALHO................................................ 26
6.1.16.9.1. Utilização de Carimbo............................................................... 26
6.1.16.9.1.1. Fornecimento de Cópia do Recibo de
Quitação.............................................................. 26
6.1.16.9.1.2. Anotação na Carteira de Trabalho por
Ocasião da Rescisão de Contrato ...................... 26
6.1.16.10. REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS..................................................................... 26
6.1.16.11. ÉPOCA DO PAGAMENTO ............................................................................ 26
6.1.16.12. ENCARGOS SOCIAIS ................................................................................... 26
6.1.16.13. ABONO PECUNIÁRIO ................................................................................... 26
6.1.16.14. EXEMPLO PRÁTICO ..................................................................................... 26
6.1.16.14.1. Pagamento da Licença Remunerada ....................................... 28
6.1.16.14.2. Cálculo do INSS ao Final do Mês............................................. 28
6.1.17. FÉRIAS NA RESCISÃO DE CONTRATO ...................................................................... 28
6.1.17.1. CÔMPUTO DE PARCELAS PAGAS NA RESCISÃO.................................... 28
6.1.17.1.1. Aviso Prévio.............................................................................. 28
6.1.17.1.2. Indenização Adicional............................................................... 28
6.1.17.2. FÉRIAS VENCIDAS ....................................................................................... 28
6.1.17.3. FÉRIAS PROPORCIONAIS ........................................................................... 28
6.1.17.3.1. Tabela Prática para Determinação das Férias
Proporcionais............................................................................ 29
6.1.17.3.2. Empregado com Menos de 12 Meses de Serviço .................... 29
6.1.17.3.2.1. Iniciativa do Empregado sem Justa Causa......... 29
6.1.17.3.2.2. Iniciativa do Empregado com Justa Causa
(Rescisão Indireta) .............................................. 29
6.1.17.3.2.3. Iniciativa do Empregador sem Justa Causa........ 29
6.1.17.3.2.4. Iniciativa do Empregador com Justa Causa........ 29
4 FASCÍCULO 6.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
ASSUNTO PÁGINA
6.1.17.3.3. Empregado com mais de 12 Meses de Serviço ....................... 29
6.1.17.3.3.1. Rescisão sem Justa Causa................................. 29
6.1.17.3.3.2. Rescisão com Justa Causa................................. 29
6.1.17.4. REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS..................................................................... 29
6.1.17.5. FÉRIAS COM OCORRÊNCIAS DE FALTAS................................................. 29
6.1.17.5.1. Exemplo Prático........................................................................ 29
6.1.17.6. EMPREGADO QUE PERCEBE SALÁRIO FIXO ........................................... 30
6.1.17.7. EMPREGADO HORISTA COM JORNADA VARIÁVEL................................. 30
6.1.17.7.1. Exemplo Prático........................................................................ 30
6.1.17.8. EMPREGADO COMISSIONISTA .................................................................. 30
6.1.17.8.1. Exemplo Prático........................................................................ 31
6.1.17.9. EMPREGADO TAREFEIRO .......................................................................... 31
6.1.17.9.1. Exemplo Prático........................................................................ 31
6.1.17.10. EMPREGADO QUE RECEBE SALÁRIO MISTO............................................ 33
6.1.17.10.1. Exemplo Prático........................................................................ 33
6.1.17.11. EMPREGADO QUE PERCEBE HORAS EXTRAS ......................................... 33
6.1.17.11.1. Exemplo Prático........................................................................ 33
6.1.17.12. EMPREGADO QUE ESTEVE AFASTADO PERCEBENDO BENEFÍCIO
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL............................................................................ 34
6.1.17.12.1. Exemplo Prático........................................................................ 34
6.1.17.13. INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA .................................. 34
6.1.17.14. INCIDÊNCIA DO FGTS .................................................................................. 35
6.1.17.15. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA NA FONTE ..................................... 35
6.1.18. PENALIDADE ................................................................................................................. 35
6.1.18.1. APLICAÇÃO DA MULTA PELO VALOR MÁXIMO ........................................ 35
FASCÍCULO 6.1 5
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
6.1. FÉRIAS
6.1.1. INTRODUÇÃO
A legislação assegura a todos os trabalhadores um período de folga ou descanso, denominado férias.
Após cada período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho (período aquisitivo), o empregado tem direito
ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração. O período aquisitivo é computado da data em que o
empregado é admitido até que ele complete um ano de serviço. Assim, exemplificando, se o empregado foi admitido
em 1-4-2009, seu período aquisitivo vai de 1-4-2009 a 31-3-2010. O segundo período vai de 1-4-2010 a 31-3-2011
e assim sucessivamente.
O período de férias, ou seja, os dias de descanso, é computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço.
Alegislação vigente não prevê a concessão das férias antes de completado o período aquisitivo, a não ser no caso
de férias coletivas. Isto porque, a finalidade das férias é a preservação do bem-estar físico e mental dos
trabalhadores, após um longo período laboral.
6.1.2. DURAÇÃO DAS FÉRIAS
O período de férias do empregado é fixado pela legislação, sendo consideradas para tanto a jornada de trabalho
semanal para a qual ele foi contratado e a proporção das faltas injustificadas ao serviço, ocorridas durante o período
aquisitivo.
6.1.2.1. TEMPO PARCIAL
A legislação considera trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a 25 horas
semanais.
No regime de tempo parcial, os empregados têm seu período de férias fixado da seguinte forma:
JORNADA DE
TRABALHO SEMANAL
DIAS
CORRIDOS
DE FÉRIAS
DIAS CORRIDOS
DE FÉRIAS
HAVENDO MAIS
DE 7 FALTAS
INJUSTIFICADAS
MAIS DE 22 ATÉ 25 HORAS 18 9
MAIS DE 20 ATÉ 22 HORAS 16 8
MAIS DE 15 ATÉ 20 HORAS 14 7
MAIS DE 10 ATÉ 15 HORAS 12 6
MAIS DE 5 ATÉ 10 HORAS 10 5
IGUAL OU INFERIOR A 5 HORAS 8 4
6.1.2.2. TEMPO INTEGRAL
Tempo integral de trabalho é aquele em que o empregado é contratado para prestar serviços por mais de
25 até 44 horas semanais.
Para o empregado que trabalha em tempo integral, as férias serão fixadas considerando-se somente as
faltas injustificadas, não sendo relevante a sua jornada de trabalho contratual, já que ele é contratado
para trabalhar mais de 25 horas semanais.
Para o que trabalha em tempo integral, as férias seguem o seguinte critério:
Nº DE FALTAS
INJUSTIFICADAS DIAS CORRIDOS DE FÉRIAS
0 a 5 30
6 a 14 24
15 a 23 18
24 a 32 12
Mais de 32 0
Durante o período de férias, o empregado não pode prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver
obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.
6 FASCÍCULO 6.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
6.1.2.3. DESCONTO DE FALTAS
Para definir o período de férias do empregado, o empregador não pode considerar as faltas justificadas,
mas tão-somente as injustificadas.
As faltas injustificadas reduzem a quantidade de dias de descanso, isto porque, elas servem para
determinar o número de dias de gozo das férias.
Assim, por exemplo, se o empregado teve 17 faltas injustificadas durante o período aquisitivo, a empresa
não vai diminuir 17 faltas de 30 dias de férias, e conceder somente 13 dias de férias ao empregado. Neste
caso, o empregador vai enquadrar os 17 dias de faltas na tabela do item 6.1.2.2, e conceder ao
empregado 18 dias corridos de férias.
Tendo em vista ausência de dispositivo legal, a empresa também não poderá somar as horas ou os
minutos de atrasos para computar 1 dia de falta.
6.1.2.4. FALTAS INJUSTIFICADAS
Caracterizam-se como faltas não justificadas aquelas ocorridas dentro do período aquisitivo e que
acarretaram o desconto da remuneração que seria devida no respectivo dia.
6.1.2.5. FALTAS JUSTIFICADAS
Não é considerada como falta ao serviço, para fins de fixação do período de férias, a ausência do
empregado nos seguintes casos:
a) até 2 dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou
pessoa que, declarada na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do empregado, viva sob
sua dependência econômica;
b) até 3 dias consecutivos, em virtude de casamento;
c) por 5 dias, em caso de nascimento de filho, no decorrer da primeira semana;
d) por 1 dia, em cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue, devidamente
comprovada;
e) até 2 dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva;
f) durante o licenciamento compulsório da empregada, por motivo de maternidade ou aborto, bem como
nos casos de adoção ou guarda judicial de criança, observados os requisitos para percepção do
salário-maternidade custeado pela Previdência Social;
g) justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o desconto do
correspondente salário;
h) durante a suspensão preventiva do empregado para responder a inquérito administrativo, ou em caso
de prisão preventiva, quando ele for impronunciado ou absolvido;
I) durante a paralisação do serviço nos dias que, por conveniência do empregador, não tenha havido
trabalho;
j) no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar (apresentação anual do
reservista);
k) decorrentes das atividades dos representantes dos trabalhadores no Conselho Curador do FGTS;
l) para servir como jurado;
m) para comparecimento necessário, como parte, à Justiça do Trabalho;
n) comparecimento para depor como testemunha, quando devidamente arrolado ou convocado;
o) até 9 dias, para professor, em consequência de casamento ou falecimento de cônjuge, pai, mãe ou
filho;
p) nas ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das
atividades do Conselho Nacional de Previdência Social;
q) pelo dobro dos dias de prestação de serviço, os eleitores nomeados para compor as Mesas
Receptoras ou Juntas Eleitorais e os requisitados para auxiliar seus trabalhos serão dispensados do
serviço, mediante declaração expedida pela Justiça Eleitoral;
r) nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em
estabelecimento de ensino superior;
s) durante os primeiros 15 dias consecutivos de afastamento da atividade por motivo de acidente do
trabalho ou enfermidade atestada pelo INSS;
t) pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo;
u) durante a gravidez, a mulher está dispensada do horário de trabalho pelo tempo necessário para a
realização de, no mínimo, 6 consultas médicas e demais exames complementares;
v) pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical,
estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.
w) nos dias de atividade do Conselho Nacional, Estadual ou Municipal de Previdência Social.
FASCÍCULO 6.1 7
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
6.1.2.6. SERVIÇO MILITAR
O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para o serviço militar obrigatório será
computado no período aquisitivo de férias, desde que o mesmo compareça ao estabelecimento do
empregador dentro de 90 dias da data em que se verificar a respectiva baixa no serviço militar.
Isto significa dizer que se o empregado retornar no prazo de 90 dias terá somente que trabalhar o tempo
que falta para completar os 12 meses do período aquisitivo.
Por exemplo, se o empregado foi admitido em 1-8-2007, trabalhou até 31-3-2008, se afastando pelo
serviço militar obrigatório de 1-4-2008 a 31-1-2009, retornando ao trabalho em 1-2-2009, ele terá que
trabalhar até 31-5-2009 para completar seu período aquisitivo e conquistar o direito às férias.
Neste caso, seu novo período aquisitivo se iniciará em 1-6-2009.
6.1.2.7. SUSPENSÃO DISCIPLINAR
A legislação não disciplina o reflexo dos dias de suspensão disciplinar para fins de fixação dos dias de
gozo de férias. Contudo, há Doutrinadores que entendem que os dias de suspensão repercutem na
proporcionalidade das férias.
Considerando que o assunto é polêmico, o empregador deve ter cautela caso adote esse critério de
desconto.
6.1.3. PERDA DO DIREITO
Conforme analisado no item 6.1.2.2, perderá o direito às férias o empregado que, trabalhando em tempo integral,
durante o período aquisitivo, tiver faltado mais de 32 vezes, sem justificativa.
Além disso, não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo trabalhando em tempo integral
ou parcial:
a) deixar o emprego e não for readmitido dentro dos 60 dias subseqüentes a sua saída;
b) permanecer em gozo de licença, com percepção de salário por mais de 30 dias;
c) deixar de trabalhar, com percepção de salário, por mais de 30 dias,em virtude de paralisação parcial ou total dos
serviços da empresa;
d) tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6
meses, embora descontínuos.
Relativamente à letra “c” anterior, a empresa deverá comunicar ao órgão local do Ministério do Trabalho e Emprego
e ao sindicato da categoria profissional, com antecedência mínima de 15 dias, as datas de início e fim da
paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, bem como afixar aviso nos locais de trabalho.
A interrupção da prestação de serviços deve ser anotada na CTPS, iniciando-se o decurso de novo período
aquisitivo, quando o empregado, após a ocorrência dos motivos mencionados nas letras “a” a “d” anteriores,
retornar ao serviço.
Assim, o empregado admitido em 1-4-2008, que trabalhou até o dia 20-7-2008, considerando, inclusive, os 15
primeiros dias de afastamento, e a partir de 21-7-2008 se afastou em benefício por doença, ficando nessa condição
até o dia 10-5-2009, o mesmo começará a contagem de um novo período aquisitivo a partir do seu retorno em
11-5-2009.
Período Aquisitivo Trabalhado Período de Benefício Novo Período Aquisitvo
1-4-2008 a 20-7-2008 21-7-2008 a 10-5-2009 11-5-2009 a 10-5-2010
6.1.3.1. LICENÇA REMUNERADA E O ADICIONAL CONSTITUCIONAL
Como vimos no item anterior, o empregado que gozar de licença remunerada por mais de 30 dias perderá
o direito do gozo de férias, tendo em vista que já repousou durante este período, podendo retornar ao
trabalho em plena condição física e mental.
É objeto de discussão, o pagamento do adicional de 1/3 previsto na Constituição Federal, por ocasião da
concessão de licença remunerada superior a 30 dias.
Há entendimento de que, com a concessão da licença, o empregado não terá direito às férias e,
consequentemente, perderá o direito ao acréscimo do adicional de 1/3 constitucional, pois este se origina
das férias.
Entretanto, já há decisão da Justiça do Trabalho no sentido de que a concessão de mais de 30 dias a título
de licença remunerada, por ato unilateral do empregador, retira do empregado o direito do gozo às férias.
Nesse caso, o terço constitucional deve ser pago ao empregado, porque tal licença é substitutiva das
férias.
A seguir, transcrevemos a ementa de uma decisão sobre o assunto:
“Licença. Direito às férias. O fato de haver sido concedida licença remunerada superior a 30 (trinta) dias,
impossibilitando o direito do empregado ao gozo de férias posteriores, não afasta o direito ao
recebimento do adicional de 1/3 (um terço), previsto na CF (TST – Recurso de Revista 167.507/95.3 –
Antonio Maria Thaumaturgo Cortizo – Ac. 5ª T. 7.577/95).”
8 FASCÍCULO 6.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
6.1.3.2. PRESCRIÇÃO
A Constituição Federal de 1988 dispõe que a ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho
prescrevem em 5 anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 anos após a extinção do
contrato.
A contagem da prescrição para fins de férias se dará a partir do término do período concessivo, tendo o
empregado, a partir deste, o prazo de 5 anos para reclamar o gozo e o pagamento das mesmas.
Enquanto o empregado for menor, não correrá nenhum prazo de prescrição.
6.1.4. PRAZO PARA CONCESSÃO
As férias devem ser concedidas, por ato exclusivo do empregador, independente da vontade do empregado, desde
que para isto, exista o prévio comunicado com antecedência mínima de 30 dias.
A concessão deve ser realizada em um só período, nos 12 meses subsequentes à data em que o empregado tiver
adquirido o respectivo direito. Esse período de 12 meses constitui o período concessivo, isto é, período em que o
empregador deve conceder as férias ao empregado, para que não ocorra o pagamento em dobro.
O empregado não pode iniciar o gozo das férias sem que apresente ao empregador sua CTPS para que nela seja
anotada a respectiva concessão.
A concessão das férias deve ser, também, anotada no registro do empregado.
De acordo com a Lei Complementar 123/2006, que instituiu o Simples Nacional, as Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte estão dispensadas de anotar no livro ou ficha de registro a concessão das férias ao empregado, mas
estão obrigadas a fazer a devida anotação na CTPS do mesmo.
6.1.4.1. CONCESSÃO EM DOIS PERÍODOS
Somente em casos excepcionais, as férias serão concedidas em 2 períodos, um dos quais não poderá
ser inferior a 10 dias corridos.
Segundo Doutrinadores, esta concessão carece de regulamentação, pois não existe previsão legal.
Portanto, os casos excepcionais, segundo eles, ficam condicionados à necessidade imperiosa, força
maior ou a autorizações do MTE.
6.1.4.1.1. Impossibilidade de Fracionamento
As férias dos empregados menores de 18 e dos maiores de 50 anos terão de ser concedidas
de uma só vez.
Isto não significa que os empregados não podem usufruir o direito do abono pecuniário de
férias, caso queiram. A intenção do legislador foi assegurar o gozo ininterrupto das férias, ou
seja, sem possibilidade de fracionamento.
6.1.4.2. SIMULTANEIDADE COM AVISO PRÉVIO
O aviso prévio é a notificação que, na relação de emprego, uma das partes confere à outra, comunicando
a cessação do contrato de trabalho de prazo indeterminado.
A duração do aviso prévio é de 30 dias, independentemente da forma de pagamento dos salários do
empregado e de seu tempo de serviço na empresa.
Para o empregado, o aviso prévio possibilita a tentativa de nova colocação no mercado de trabalho.
Ao empregador dá a oportunidade de preencher o cargo ou função vaga.
A empresa que rescindir o contrato de trabalho de empregado, sem justa causa, não pode fazer coincidir
o período do aviso prévio com as férias não gozadas em época anterior.
Isto porque o empregado tem direito a descansar nas férias, e o aviso prévio é o prazo que o empregador
tem que conceder ao empregado para que o mesmo possa procurar outro emprego.
Concluindo, as férias e o aviso prévio são direitos distintos a que o empregado faz jus; assim sendo, os
mesmos não podem ser concedidos simultaneamente.
6.1.4.3. AUXÍLIO-DOENÇA E LICENÇA-MATERNIDADE
Embora a legislação não faça expressa menção sobre a ocorrência de doença ou a concessão do
benefício do salário-maternidade no curso das férias, o entendimento doutrinário sobre o assunto é o
seguinte:
a) Auxílo-Doença
No caso de doença que impossibilite o retorno do empregado ao trabalho, a empresa deve pagar os
primeiros 15 dias de afastamento contados do dia em que o empregado deveria voltar das férias, pois
não há interrupção destas.
FASCÍCULO 6.1 9
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
b) Licença-Maternidade
Nesse caso, a licença-maternidade interrompe as férias, tendo em vista que o fato gerador do
benefício é a ocorrência do parto, onde as férias serão retomadas após o término do benefício. Com a
interrupção das férias, a empregada passa a perceber o salário-maternidade.
Exemplo:
Data de Início das férias: 1-4-2009
Data do Parto: 21-4-2009
Nesse caso, a empregada terá gozado 20 dias de férias, iniciando-se a contagem dos 120 dias de
licença-maternidade a partir de 21-4-2009 até 18-8-2009. Os 10 dias de férias pendentes serão
contados a partir de 19-8-2009, data do seu retorno.
6.1.4.4. INÍCIO DO PERÍODO DE GOZO
O início das férias, coletivas ou individuais, não poderá coincidir com sábado, domingo, feriado ou dia de
compensação de repouso semanal remunerado.
O ideal é que as férias tenham sempre início em dia de efetivo trabalho do empregado para que se evite
problemas trabalhistas no futuro.
6.1.5. COMUNICAÇÃO DAS FÉRIAS
A concessão das férias deve ser participada ao empregado, por escrito, com a antecedência de, no mínimo, 30 dias,
cabendo ao empregado assinar a notificação.
6.1.5.1. MODELO DO AVISO DE FÉRIAS
A concessão das férias pode ser notificada ao empregado através do seguinte formulário:
AVISO DE FÉRIAS
Sr. (a)
Nome do Empregado
Comunicamosa V.Sª, de acordo com o que dispõe o artigo 135 da CLT, que entrará em gozo de férias no
dia ____ de _____ de ____, devendo retornar ao trabalho em ___ de _______ de ____.
Essas férias correspondem ao período aquisitivo iniciado em ____ de ________ de ____ e completado
em ____ de ____ de ____.
_____________________, ____ de _______ de ___
Local
__________________________
Assinatura do Empregador
CIENTE
_________________________________________
Empregado
6.1.6. ÉPOCA DA CONCESSÃO
A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador. Portanto, o empregado
não tem direito de escolher a época em que irá gozar suas férias, devendo acatar o que for determinado pelo
empregador.
6.1.6.1. MEMBROS DE UMA MESMA FAMÍLIA
Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a
gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.
6.1.6.2. EMPREGADO ESTUDANTE
O empregado estudante, menor de 18 anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias
escolares.
10 FASCÍCULO 6.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
6.1.7. REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS
A Constituição Federal assegura a todos os empregados remuneração de férias com, pelo menos, 1/3 a mais do
que o salário normal.
Entende-se por salário normal o salário base acrescido das verbas de caráter salarial, tais como adicionais,
gratificações fixas ou variáveis, diárias para viagem, desde que excedentes a 50% do salário, prêmios, utilidades
fornecidas com habitualidade e gratuitamente, dentre outras.
Para efeito de integração, dependendo do tipo de provento, leva-se em conta a média das horas, no caso das horas
extras, ou dos valores, no caso de comissões.
Se após o pagamento das férias ocorrer reajuste salarial que venha a refletir sobre a remuneração correspondente
ao período de fruição, será necessário complementar o valor inicialmente pago, na proporção dos dias de gozo,
sujeitos ao reajuste.
6.1.7.1. CÁLCULO DA REMUNERAÇÃO
O valor devido ao empregado, durante o seu período de férias, será determinado de acordo com a
duração deste e a remuneração que lhe for devida na data de sua concessão, acrescido sempre de
mais 1/3.
6.1.7.2. EMPREGADO COMISSIONISTA
Quando o salário for calculado por percentagem, comissão ou viagem, a remuneração-base a ser
utilizada para o cálculo das férias é apurada calculando-se a média dos valores percebidos nos 12 últimos
meses de trabalho que antecederem a concessão das férias, ou período inferior, conforme conste de
acordo, convenção ou sentença normativa.
6.1.7.2.1. Salário Fixo Mais Comissões
Quando o empregado perceber salário fixo mais comissões, o empregador também deverá
apurar a média das comissões, conforme analisado no item anterior, adicionando a média
encontrada ao salário fixo do empregado, apurando, assim, a remuneração-base para
cálculo do valor das férias.
6.1.7.3. EMPREGADO QUE PERCEBE SALÁRIO MISTO
A remuneração-base do empregado que percebe salário misto, ou seja, salário fixo mais parcelas
variáveis, é obtida através da soma do salário fixo mais a média dessas parcelas, relativa ao período
aquisitivo.
6.1.7.4. EMPREGADO TAREFEIRO
Se o salário for pago por tarefa, para a determinação da remuneração das férias, tomar-se-á por base a
média da quantidade produzida no período aquisitivo, aplicando-se sobre esta o valor do salário/tarefa
devido na época da concessão das férias.
Quando o empregado perceber salário fixo mais tarefas, o empregador deve adicionar a média
encontrada ao salário fixo do empregado, apurando, assim, a remuneração-base para cálculo do valor
das férias.
6.1.7.5. EMPREGADO QUE PERCEBE HORAS EXTRAS
As horas extras realizadas habitualmente pelo empregado também são computadas para o cálculo das
férias. Essa parcela é obtida mediante apuração da média das horas extras realizadas no período
aquisitivo correspondente, cujo resultado é multiplicado pelo salário-hora atualizado, incluído o adicional
de horas extras a que o empregado fizer jus na época da respectiva concessão.
6.1.7.6. CÔMPUTO DOS ADICIONAIS
Caracterizam-se como adicionais os valores pagos ao empregado, independentemente do salário
estabelecido no seu contrato de trabalho, tais como horas extras, adicional noturno, de insalubridade e
periculosidade, dentre outros. Por ocasião da concessão de férias, a média dessas parcelas adicionais,
quando variáveis, ou o seu valor fixo, será considerado para fins de determinação da remuneração-base
a ser utilizada para o cálculo das férias.
Se, no momento das férias, o empregado não estiver percebendo o mesmo adicional do período
aquisitivo, ou quando o valor deste não tiver sido uniforme, será computada a média duodecimal recebida
naquele período, após a atualização das importâncias pagas, mediante incidência dos percentuais dos
reajustamentos salariais supervenientes.
FASCÍCULO 6.1 11
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
6.1.7.7. EMPREGADO QUE PERCEBE SALÁRIO-UTILIDADE
Além do pagamento em dinheiro, compreendem-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação,
habitação, ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou costume, fornecer
habitualmente.
Neste casos, ou seja, quando parte do salário do empregado for paga em utilidades, o valor correspondente
será computado para efeito de cálculo das férias, de acordo com a anotação efetuada na CTPS.
6.1.7.8. EMPREGADO HORISTA COM JORNADA VARIÁVEL
Caso o salário seja pago por hora, sendo a jornada de trabalho variável, deve ser apurada a média
mensal das horas trabalhadas no período aquisitivo, aplicando-se sobre a mesma o valor do salário/hora
percebido pelo empregado na data da concessão das férias.
6.1.7.9. MENSALISTAS, QUINZENALISTAS, SEMANALISTAS OU DIARISTAS
Quando o empregado perceber salário fixo, sendo a forma de pagamento mensal, quinzenal, semanal ou
diária, o valor de suas férias será determinado tomando-se por base o salário vigente na data da
concessão, devendo o valor correspondente à jornada diária de trabalho ser multiplicado pelo número de
dias de duração do período das férias.
6.1.7.10. FÉRIAS NOS MESES DE 28 E 31 DIAS
A legislação não dá tratamento específico a determinadas situações que ocorrem quando as férias são
concedidas nos meses de 28 ou 31 dias.
Entretanto, há posicionamentos doutrinários no sentido de solucionar estas questões, conforme segue:
I – Suponhamos um empregado que vai iniciar as suas férias no dia 1-12-2009 e seu salário neste mês
será de R$ 1.085,00.
Considerando que o empregado irá gozar 30 dias e para que a empresa se resguarde na hipótese de ele
faltar no dia 31, sua remuneração de férias será calculada da seguinte forma:
R$ 1.085,00 ÷ 31 (número de dias do mês) = R$ 35,00
R$ 35,00 x 30 (duração das férias) = R$ 1.050,00
A remuneração das férias mais o adicional de 1/3, que incidirá sobre o salário bruto do mês, será de:
R$ 1.050,00 + (1/3 de R$ 1.085,00) =
R$ 1.050,00 + R$ 361,67 = R$ 1.411,67
Assim, caso o empregado falte no dia 31-12-2009, considerando que seja dia de trabalho para ele,
deixará de receber o saldo restante de R$ 35,00.
II – O empregado que iniciou as suas férias no dia 1-2-2009, e retornou ao trabalho no dia 3-3-2009.
A forma de apurar a remuneração de férias, considerando que as mesmas por serem de 30 dias
terminaram no segundo dia de março, sem que haja redução salarial no mês de fevereiro, foi:
a) R$ 850,00 (salário de fevereiro) ÷ 28 dias x 28 dias = R$ 850,00
b) R$ 850,00 (salário de março) ÷ 31 dias x 2 dias = R$ 54,84
c) Total dos 30 dias de férias + adicional de 1/3 = R$ 904,84 + R$ 301,61 (1/3 de R$ 904,84) = R$ 1.206,45
Assim, respeitando o princípio da irredutibilidade salarial, a remuneração das férias correspondente ao
mês de fevereiro será equivalente a um salário mensal que o empregado receberia se não estivesse de
férias.
O mesmoocorrerá no mês de março, ou seja, dois dias de férias de março mais o saldo de salário deste
mês equivalerá a uma remuneração mensal.
6.1.7.11. EXEMPLO PRÁTICO
A seguir, demonstramos, de forma prática, o cálculo da remuneração das férias dos empregados
horistas, comissionistas e tarefeiros:
I – Horista
Exemplificamos o cálculo da remuneração das férias de empregados horistas com jornada de trabalho
fixa e variável durante o período aquisitivo:
a) Jornada Fixa
Suponhamos que o período de férias de determinado empregado corresponda a 30 dias e que o
mesmo trabalhe, normalmente, 220 horas mensais, com o salário-hora de R$ 5,20. A remuneração
bruta de seu período de férias será determinada do seguinte modo:
– Remuneração normal: R$ 5,20 x 220 horas = R$ 1.144,00
– Adicional de 1/3 = R$ 381,33
– Remuneração das Férias: R$ 1.525,33
b) Jornada Variável
Imaginemos agora que um empregado horista com jornada variável durante o período aquisitivo de
12 FASCÍCULO 6.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
férias, de 2-1-2008 a 1-1-2009, tenha trabalhado um total de 3.000 horas e que perceba o salário-hora
de R$ 8,50 por ocasião da concessão de suas férias de 30 dias, em Setembro/2009.
O valor da sua remuneração bruta foi determinado da seguinte forma:
– Média das horas trabalhadas no período aquisitivo:
3.000 = 250 horas
12
– Salário-hora: R$ 8,50
– Remuneração normal = R$ 8,50 x 250 horas = R$ 2.125,00
– Adicional de 1/3 = R$ 708,33 (1/3 de R$ 2.125,00)
– Remuneração das Férias: R$ 2.833,33 (R$ 2.125,00 + R$ 708,33)
II – Comissionista
Admitamos um empregado que perceba, além das comissões, o salário fixo de R$ 800,00 e que, nos 12
meses anteriores à concessão de suas férias de 30 dias, gozadas no mês de Outubro/2009, tenha
percebido as seguintes comissões (comissões + repouso semanal remunerado):
– Outubro2008 .......................................................................................................................R$ 590,00
– novembro/2008 ...................................................................................................................R$ 800,00
– Dezembro/2008 ..................................................................................................................R$ 550,00
– Janeiro/2009 .......................................................................................................................R$ 490,00
– Fevereiro/2009....................................................................................................................R$ 600,00
– Março/2009 .........................................................................................................................R$ 1.100,00
– Abril/2009............................................................................................................................R$ 800,00
– Maio/2009 ...........................................................................................................................R$ 760,00
– Junho/2009 .........................................................................................................................R$ 720,00
– julho/2009 ...........................................................................................................................R$ 700,00
– Agosto/2009........................................................................................................................R$ 430,00
– Setembro/2009 ...................................................................................................................R$ 1.000,00
– Total ....................................................................................................................................R$ 8.540,00
– Média das comissões = R$ 8.540,00 = R$ 711,67
12
Remuneração Normal
– Salário fixo:..........................................................................................................................R$ 800,00
– Média das comissões: .........................................................................................................R$ 711,67
– Total: ...................................................................................................................................R$ 1.511,67
– Férias: .................................................................................................................................R$ 1.511,67
– Adicional de 1/3: ..................................................................................................................R$ 503,89
– Total Bruto:..........................................................................................................................R$ 2.015,56
III – Tarefeiros
Supondo-se um empregado que perceba, por ocasião das férias vencidas em 30-6-2009 e concedidas a
partir de 1-10-2009, o valor de R$ 3,20, por peça confeccionada, e que tenha realizado a seguinte
produção durante o período aquisitivo:
– Outubro/2008 ...................................................................................................................... 570 peças
– Novembro/2008 .................................................................................................................. 730 peças
– Dezembro/2008 .................................................................................................................. 850 peças
– Janeiro/2009 ....................................................................................................................... 300 peças
– Fevereiro/2009.................................................................................................................... 540 peças
– Março/2009 ......................................................................................................................... 750 peças
– Abril/2009............................................................................................................................ 570 peças
– Maio/2009 ........................................................................................................................... 750 peças
– Junho/2009 ......................................................................................................................... 910 peças
– Julho/2009 .......................................................................................................................... 590 peças
– Agosto/2009........................................................................................................................ 550 peças
– Setembro/2009 ................................................................................................................... 450 peças
– Total .................................................................................................................................... 7.560 peças
– Média da produção no período aquisitivo = 7.560 = 630 peças
12
– Remuneração Normal (30 dias): 630 peças x R$ 3,20 = R$ 2.016,00
– Repouso Remunerado: R$ 336,00 (R$ 2.016,00 x 1/6)
– Adicional de 1/3: R$ 784,00 [(R$ 2.016,00 + R$ 336,00) x 1/3]
– Remuneração das Férias: R$ 3.136,00 (R$ 2.016,00 + R$ 336,00 + R$ 784,00)
FASCÍCULO 6.1 13
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
6.1.8. DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO NAS FÉRIAS
A primeira parcela do 13º salário pode ser paga ao empregado por ocasião de suas férias, sempre que este a A 1ª
parcela do 13º Salário pode ser paga ao empregado por ocasião de suas férias, sempre que este a requerer ao
empregador no mês de janeiro do correspondente ano.
A obrigatoriedade do pagamento da 1ª parcela será em relação às férias concedidas a partir do mês de fevereiro,
desde que requerida no prazo previsto.
Relativamente às férias gozadas em fevereiro, alertamos que a antecipação da parcela deve ser atendida mesmo
que a remuneração das férias seja paga no mês de janeiro.
Nas férias gozadas no mês de janeiro, ainda que requeridas pelo empregado, o empregador não está obrigado ao
pagamentoda 1ª parcela do 13º Salário.
6.1.9. ABONO PECUNIÁRIO
O abono pecuniário de férias consiste em uma quantia em dinheiro correspondente a 1/3 do período de férias a que
o empregado fizer jus.
Essa quantia será devida quando o empregado solicitar ao empregador a conversão daquele período de férias em
valor monetário. Em outras palavras, são os dias conhecidos como de “venda das férias”.
Isto porque, essa conversão é uma faculdade atribuída apenas ao empregado, devendo ser concedida
obrigatoriamente pela empresa, quando solicitada no prazo legal.
Segundo entendimento doutrinário, o abono não deve ser contado como tempo de serviço. Por conseguinte, não
deve ser considerado nem antes nem depois das férias, tendo em vista que se trata de dinheiro, ou melhor, o
empregado percebe mais e descansa menos.
Dessa forma, o abono significa a venda de um direito, que se configura em 1/3 da duração original das férias.
O abono de férias ora mencionado, bem como o concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do
regulamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de 20 dias do salário, não
integrarão a remuneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho.
O abono pecuniário de férias não se aplica aos empregados que trabalham em regime de tempo parcial.
6.1.9.1. PERÍODO DE FÉRIAS INCOMPLETO
Quando o empregado não fizer jus ao período completo de férias, em virtude de faltas injustificadas
ocorridas dentro do período aquisitivo, também poderá requerer o abono pecuniário, em
correspondência com os dias de férias a que fizer jus.
Exemplo
Um empregado que tenha 10 faltas injustificadas, tendo direito a 24 dias de férias, terá direito ao abono
pecuniário de 8 dias (1/3 de 24 dias de férias).
6.1.9.2. PRAZO DE REQUERIMENTO
O empregado que optar por converter 1/3 de suas férias em abono pecuniário deve requerê-lo ao
empregador até 15 dias antes do término do período aquisitivo.
O requerimento pode ser feito através de carta endereçada à empresa, não podendo ser recusada a
solicitação.
Por medida de segurança, é recomendável que o requerimento do abono seja elaborado em duas vias,
ficando uma em poder do empregado, assinada pelo empregador.
Para evitar a solicitação de abono pecuniário após o vencimento dos períodos aquisitivos, é aconselhável
que a empresa expeça circular mensal, alertando aos empregados cujos períodos aquisitivos se
completarão nos meses subseqüentes.
Para solicitar o abono, os empregados poderão utilizar o seguinte formulário:
REQUERIMENTO DE ABONO DE FÉRIAS
A (o)
(Nome do Empregador)
_______________________________________________________________________, portador(a) da
(Nome do Empregado)
CTPS nº___________, Série____________, vem solicitar o abono de 1/3 (um terço) de suas férias, relativas
aos 12 meses de trabalho que se completam no dia___ de______ de______, nos termos do artigo 143, § 1º,
da CLT.
_____________________, ____ de _______ de ___
Local
__________________________
Assinatura do Empregado
CIENTE:
________________________________________
Empregador
14 FASCÍCULO 6.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
6.1.9.3. FÉRIAS COLETIVAS
Na hipótese de gozo coletivo de férias, os pedidos individuais do abono pecuniário não prevalecerão,
pois a fruição das férias coletivas, pela totalidade dos empregados, implica uniformidade de sua
duração.
A concessão do abono, nesse caso, deve ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato
representativo da categoria profissional, independendo, portanto, de requerimento individual.
6.1.9.4. REMUNERAÇÃO
O valor do abono pecuniário deve ser calculado sobre a remuneração das férias, já acrescida do adicional
de 1/3 do salário normal assegurado pela Constituição Federal.
O cálculo da remuneração das férias foi analisado no item 6.1.7 anterior.
6.1.9.5. PRAZO DE PAGAMENTO
O abono pecuniário deve ser pago juntamente com a remuneração das férias.
6.1.9.5.1. Pagamento em Dobro
Sempre que as férias forem concedidas após o prazo concessivo, ou seja, após os 12 meses
subseqüentes ao vencimento do período respectivo, o empregador terá de pagar em dobro a
remuneração correspondente. A base de cálculo do abono pecuniário acompanha a
remuneração das férias. Desse modo, sempre que as férias forem pagas em dobro, o abono
pecuniário também terá de ser pago em dobro.
6.1.9.6. QUITAÇÃO
O valor do abono pecuniário será destacado no próprio recibo de quitação das férias.
A remuneração dos dias trabalhados no período correspondente ao abono será paga, normalmente,
como salário, na folha ou recibo de pagamento do mês respectivo.
6.1.10. PRAZO DE PAGAMENTO
O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono pecuniário, deve ser efetuado até 2 dias antes
do início do respectivo período.
6.1.10.1. UTILIZAÇÃO DE VIA BANCÁRIA
As empresas situadas em perímetro urbano podem efetuar o pagamento da remuneração das férias e
dos salários de seus empregados através de depósito em conta bancária, aberta em estabelecimento de
crédito próximo ao local de trabalho, ou, ainda, através de cheque emitido diretamente em favor do
empregado.
A conta bancária deve ser aberta para esse fim em nome de cada empregado e com o consentimento
deste.
Entretanto, se o empregado for analfabeto, o pagamento dos salários e da remuneração das férias
somente poderá ser efetuado em dinheiro.
Os pagamentos de salários efetuados através de via bancária obriga o empregador a proporcionar ao
empregado:
a) horário que permita o desconto imediato do cheque;
b) transporte, caso o acesso ao estabelecimento de crédito exija a utilização do mesmo;
c) condição que impeça qualquer atraso no recebimento das férias.
FASCÍCULO 6.1 15
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
6.1.10.2. QUITAÇÃO DO VALOR DAS FÉRIAS
O empregado pode dar quitação ao empregador dos valores recebidos a título de férias e abono
pecuniário, utilizando recibo único, de acordo com o seguinte modelo:
RECIBO DE FÉRIAS
EMPRESA
EMPREGADO
Cálculo
Valor das Férias c/ Adicional de 1/3 (______ Dias) R$ _______________
Contribuição Previdenciária____________ R$ __________________
IR/Fonte___________________________ R$ __________________
__________________________________ R$ __________________ R$ _______________
Subtotal R$ _______________
Abono Pecuniário c/ Adicional de 1/3____ Dias) R$ _______________
Líquido a Pagar R$ _______________
Recibo
Recebi a importância de R$ ___________ (____________________________________________________)
Valor por extenso
correspondente a ____ dias de férias e ____ dias de abono pecuniário, relativa aos 12 meses de trabalho
completados em ______ de ______________ de ______, cujo gozo é de _____ de ____________ de ______ a
_____ de ____________ de _____, pelo que dou plena quitação.
___________________________________________
Local
________ de ___________________ de ________
_____________________________________________
Empregado
6.1.11. RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA
O recolhimento da contribuição previdenciária incide sobre o valor das férias acrescido do terço constitucional, não
incidindo sobre o valor do abono pecuniário.
O prazo de recolhimento da contribuição previdenciária será até o dia 20 do mês seguinte àquele a que se referirem
às férias, ainda que, por força da legislação trabalhista, elas sejam pagas antecipadamente.
Se não houver expediente bancário no dia do pagamento, o recolhimento deve ser até o dia útil imediatamente
anterior.
As normas com relação à contribuição previdenciária encontram-se analisadas no Fascículo 5.5.
6.1.11.1. ALÍQUOTA APLICÁVEL
Os percentuais de 8%, 9% ou 11%, das contribuições previdenciárias dos empregados, são estabelecidos
em função das faixas salariais em que se situem as remunerações recebidas no respectivo mês.
Assim, por ocasião do pagamento das férias, o empregador deve observar aremuneração relativa a cada
mês ou período de competência, para efeito de aplicação da alíquota correspondente.
Ao final do mês, por ocasião do pagamento do saldo de salários, o empregador também deverá observar
se a remuneração total naquele mês (férias mais saldo de salários), se enquadra em alíquota previdenciária
maior do que a que foi aplicada, quando do pagamento da remuneração das férias. Se for o caso, a
contribuição do INSS deverá ser recalculada sobre o total da remuneração no mês (com a alíquota maior)
e, do resultado encontrado, o empregador deduzirá o INSS já descontado sobre a remuneração das
férias. A diferença do valor do INSS encontrada será descontada quando o empregador efetuar o
pagamento do saldo de salários ao empregado.
6.1.12. RECOLHIMENTO DO FGTS
Sobre a remuneração das férias há incidência do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, cujo depósito deve ser
efetuado até o dia 7 do mês subsequente ao de sua competência. Não havendo expediente bancário no dia 7, o
recolhimento deve ser antecipado. Sobre o valor pago a título de abono pecuniário não há incidência do FGTS.
Considera-se competência para efeito de recolhimento do FGTS o mês de gozo das férias.
6.1.12.1. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
Em função da liminar de suspensão pelo Supremo Tribunal Federal, o período em que foi exigida a
Contribuição Social de 0,5% incidente sobre a remuneração mensal dos empregados passou a ser
contado a partir da competência janeiro/2002, tendo como termo final a competência de dezembro/2006.
16 FASCÍCULO 6.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
6.1.13. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE
As férias serão tributadas por ocasião do efetivo pagamento, independentemente do período em que serão
gozadas.
Dessa forma, no cálculo do imposto, deve ser considerada a Tabela Progressiva vigente no mês em que as
remunerações das férias forem pagas. Isso porque, atualmente, os rendimentos do trabalho assalariado são
tributados segundo o regime de caixa.
Além do valor pago a título de férias, deve ser considerado, no cálculo do imposto, o adicional de 1/3 assegurado
pela Constituição Federal.
A retenção na fonte sobre a remuneração das férias abrange, inclusive, as importâncias pagas a título de férias não
gozadas dentro do prazo legal e, por isso, pagas em dobro pelo empregador na vigência do contrato de trabalho.
Abono Pecuniário e Férias Indenizadas
Ressaltamos que segundo o entendimento da COSIT – Coordenação-Geral de Tributação, da Secretaria da
Receita Federal do Brasil, por meio da Solução de Divergência 1/2009 (Fascículo 02/2009), a fonte pagadora está
desobrigada de reter Imposto de Renda sobre o pagamento do abono pecuniário de férias acrescido de 1/3 e das
férias acrescidas de 1/3 pagas por ocasião da rescisão do contrato de trabalho.
6.1.13.1. TRIBUTAÇÃO EM SEPARADO DOS SALÁRIOS
As férias devem sofrer tributação em separado de qualquer outro rendimento pago no mês.
Isso significa que no cálculo do imposto incidente sobre as férias pagas num determinado mês não
devem ser somados os salários porventura pagos naquele mesmo mês.
6.1.13.2. PAGAMENTO NO MÊS ANTERIOR À CONCESSÃO
Nas férias cujo início de fruição coincida com os dois primeiros dias do mês, o pagamento deve ser feito
no mês anterior, para atender à antecipação prevista na legislação trabalhista.
Desta forma, naquele mês, o empregado recebe duas remunerações: uma referente às férias a serem
gozadas no mês seguinte e outra relativa ao salário.
Nesta hipótese, devem ser feitos cálculos separados das retenções sobre os dois valores pagos (férias e
salários). Havendo saldo de salário a pagar no mês de fruição, o IR/Fonte será calculado normalmente
sobre o valor correspondente ao saldo a que o empregado fizer jus.
Assim, por exemplo, se no mês de setembro a empresa pagou a um empregado salário e férias, gozadas
a partir de 1º de outubro, foi obrigada a reter o imposto sobre as duas remunerações, mas de forma
separada, aplicando sobre cada uma os percentuais da Tabela vigente no mês do pagamento.
6.1.13.3. PAGAMENTO NO MÊS DA CONCESSÃO
Sendo as férias inferiores a 30 dias, pode ocorrer que o empregado receba a remuneração correspondente
às mesmas dentro do próprio mês em que irá gozá-las.
Nesse caso, tendo em vista que os salários e férias remunerados num mesmo período são tributados
separadamente, o cálculo do imposto na fonte incidente sobre o saldo de salários será efetuado em
separado do cálculo do IR/Fonte incidente sobre a remuneração das férias.
6.1.13.4. PAGAMENTO NO MÊS DO INÍCIO DA CONCESSÃO PARCIAL
Quando as férias a serem gozadas tiverem início em um mês e terminarem no mês seguinte, a retenção
do IR/Fonte deve ser feita separadamente para o valor correspondente às férias e para os respectivos
saldos de salário. Isto é, o IR/Fonte é calculado de forma separada em relação a cada uma das seguintes
parcelas, quais sejam:
a) remuneração das férias;
b) saldo de salário correspondente ao mês de início das férias;
c) saldo de salário correspondente ao mês de término das férias.
6.1.13.5. DIFERENÇA DE REAJUSTES
A diferença de férias decorrente de reajuste salarial deve ser tributada em separado do salário, no mês do
efetivo pagamento da diferença.
No entanto, se o pagamento da diferença de férias ocorrer no próprio mês em que o principal foi pago, o
IR/Fonte deverá ser calculado sobre o total pago a título de férias, podendo ser deduzido o IR/Fonte
porventura retido no primeiro pagamento.
6.1.13.6. DEDUÇÕES ADMITIDAS
Embora o valor das férias seja considerado isoladamente, no cálculo do imposto incidente sobre as
mesmas também são admitidas as deduções relativas aos dependentes, pensões alimentícias e as
contribuições para a Previdência Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem
como para as entidades de previdência privada domiciliadas no País, cujo ônus tenha sido do
contribuinte, destinadas a custear benefícios complementares assemelhados ao da Previdência Social.
FASCÍCULO 6.1 17
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
6.1.13.7. DISPENSA DE RETENÇÃO
Está dispensada a retenção do imposto de valor igual ou inferior a R$ 10,00.
6.1.13.8. PRAZO PARA RECOLHIMENTO DO IMPOSTO
O IR/Fonte sobre a remuneração das férias deve ser recolhido até o último dia útil do 2º (segundo)
decêndio do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores.
6.1.14. EXEMPLO PRÁTICO
A seguir, elaboramos um exemplo prático de cálculo de férias de um empregado com 2 dependentes, que goza
parte do período de férias em um mês e parte em outro mês. Este exemplo visa demonstrar como é feito o desconto
da contribuição previdenciária, pois como já esclarecemos no item 6.1.11, o desconto da contribuição deve ser feito
com base na remuneração relativa a cada mês ou período de competência e não com base no mês do pagamento.
Para o desconto do IR/Fonte não há maiores problemas, pois o mesmo é feito pelo pagamento e não pela
competência. Assim, o desconto vai sendo feito à medida que os valores vão sendo pagos.
Supondo-se um empregado com direito a 30 dias de férias, que tenha requerido abono pecuniário, com a seguinte
situação:
– período aquisitivo: 2-7-2007 a 1-7-2008
– período de concessão: 20-4-2009 a 9-5-2009 (20 dias)
– salário no período de concessão:
a) no mês de abril – R$ 3.500,00
b) no mês de maio – R$ 3.500,00
– 2 dependentes para fins do IR/Fonte
CÁLCULO DOS DESCONTOS EM 16-4-2009 (DATA DO PAGAMENTO DAS FÉRIAS)
Valor das férias:
– R$ 3.500,00 ÷ 30 x 11 (dias de férias de abril) R$ 1.283,33
– R$ 3.500,00 ÷ 31 x 9 (dias de férias de maio) R$ 1.016,13
Valor total R$ 2.299,46
Adicional de 1/3 (R$ 2.299,46 x 1/3) R$ 766,49
Total das Férias de 20 dias + 1/3 R$ 3.065,95
Abono Pecuniário (R$ 3.065,95 ÷ 2) R$ 1.532,98
Total Bruto (R$ 3.065,95 + R$ 1.532,98) R$ 4.598,93
INSS
–11% sobre R$ 3.065,95 (Valor das férias sem o abono pecuniário) R$ 337,25
IR/Fonte
Dedução dos dependentes = R$288,40 (2 x R$ 144,20)
Dedução do INSS = R$ 337,25
Renda Líquida = R$ 2.440,30 (R$ 3.065,95 – R$ 288,40 – R$ 337,25)
Alíquota – 15%
Parcela a deduzir do imposto – R$ 268,84
Cálculo do Imposto
R$ 2.440,30 x 15 = R$ 366,05 – R$ 268,84 = R$ 97,21
100
Total líquido a receber (R$ 4.598,93 – R$ 337,25 – R$ 97,21) R$ 4.164,47
CÁLCULO DOS DESCONTOS EM 7-5-2009 (PAGAMENTO DO SALÁRIO DE ABRIL)
No dia 7-5-2009, por ocasião do pagamento do saldo de salário do mês de abril/2009, a empresa calcula o IR/Fonte
com base na Tabela Progressiva de maio/2009 e recalcula o INSS:
Saldo de Salário (R$ 3.500,00 ÷ 30 x 19) R$ 2.216,67
11 dias de férias (R$ 3.500,00 ÷ 30 x 11 + 1/3) R$ 1.711,11
Abono pecuniário R$ 1.532,98
Total Recebido R$ 5.460,76 (R$ 2.216,67 + R$ 1.711,11 + R$ 1.532,98)
Como o valor das férias referente ao mês abril/2009 não atingiu o limite máximo previdenciário, haverá diferença de
INSS a ser retida sobre o saldo de salário de abril/2009.
Assim, a contribuição descontada no recibo de férias no valor de R$ 337,25 corresponde aos 11 dias de férias de
abril e a 9 dias de férias de maio.
A contribuição deve ser rateada entre os dois meses, de forma que se possa apurar a contribuição correspondente
aos dias de abril e aos de maio.
18 FASCÍCULO 6.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
Rateio do INSS
R$ 337,25 ÷ 20 (dias de férias de abril e maio) = R$ 16,86
INSS das férias de abril – R$ 16,86 x 11 = R$ 185,46
INSS das férias de maio – R$ 16,86 x 9 = R$ 151,79
INSS sobre o saldo de salário de abril:
Considerando que o valor do saldo de salário mais os dias de férias do mês de abril são superiores ao limite máximo
previdenciário (R$ 2.216,67 + R$ 1.711,11 = R$ 3.927,78), a contribuição neste mês será de R$ 354,08
(R$ 3.218,90 x 11%). Como nas férias já foi retido o valor de R$ 185,46, sobre o saldo de salário será retido
R$ 168,62 (R$ 354,08 – R$ 185,46).
IR/Fonte sobre o saldo de salário de abril
Dedução dos dependentes – R$ 288,40
Dedução do INSS – R$ 168,62
Renda líquida – R$ 1.759,65 (R$ 2.216,67– R$ 288,40 – R$ 168,62)
Alíquota – 7,5%
Parcela a deduzir do imposto – R$ 107,59
Cálculo do Imposto
R$ 1.759,65 x 7,5 = R$ 131,97 – R$ 107,59 = R$ 24,38
100
Saldo de salário devido em 7-5-2009
R$ 2.023,67 (R$ 2.216,67 – R$ 168,62– R$ 24,38)
CÁLCULO DOS DESCONTOS EM 5-6-2009 (PAGAMENTO DO SALÁRIO DE MAIO)
No dia 5-6-2009, por ocasião do pagamento do saldo de salário do mês de maio/2009, a empresa calcula o IR/Fonte
com base na Tabela Progressiva de junho/2009 e recalcula o INSS.
Saldo de Salário (R$ 3.500,00 ÷ 31 x 22) R$ 2.483,87
9 dias de Férias (R$ 3.500,00 ÷ 31 x 9 + 1/3) R$ 1.354,84
Total recebido R$ 3.838,71 (R$ 2.483,87 + R$ 1.354,84)
INSS (11% sobre R$ 3.218,90 (limite máximo previdenciário maio/2009)) R$ 354,08
Como houve rateio da contribuição do INSS entre os dias de férias nos meses de abril e maio, sobre o saldo de
salário de maio será efetuado o desconto da contribuição que resta sobre o saldo de salário.
Desconto do INSS
R$ 354,08 – R$ 151,79 (INSS sobre as férias de maio) = R$ 202,29
IR/Fonte sobre o saldo de salário de maio
Dedução do dependente = R$ 288,40
Dedução do INSS: R$ 202,29
Renda Líquida = R$ 1.993,18 (R$ 2.483,87 – R$ 288,40 – R$ 202,29)
Alíquota – 7,5%
Parcela a deduzir do imposto: R$ 107,59
Cálculo do Imposto
R$ 1.993,18 x 7,5 = R$ 149,49 – R$ 107,59 = R$ 41,90
100
Saldo de salário devido em 5-6-2009
R$ 2.239,68 (R$ 2.483,87 – R$ 202,29 – 41,90)
6.1.14.1. PREENCHIMENTO DO RECIBO DE FÉRIAS
As empresas que preferirem, poderão adotar em substituição aos modelos demonstrados nos itens
6.1.9.2 e 6.1.10.2 deste trabalho, um único formulário, onde constem a notificação das férias, a
solicitação de abono pecuniário e o recibo de férias. O formulário único de férias, que pode ser adquirido
nas papelarias, será preenchido, nas épocas próprias, da forma exemplificada a seguir.
6.1.14.1.1. Exemplo
Admitamos um empregado com direito a 30 dias de férias, que tenha requerido abono
pecuniário, com a seguinte situação:
– período aquisitivo: 8-5-2008 a 7-5-2009
– período de gozo: 1-12-2009 a 20-12-2009
– remuneração no período de gozo = R$ 1.050,00
– sem dependentes
FASCÍCULO 6.1 19
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
20 FASCÍCULO 6.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
FÉRIAS
(*) Não há incidência de IR/Fonte (Fica Isento)
EMPRESA
AUTO PEÇAS ESPAÇO E MOTOR LTDA.
ENDEREÇO
RUA DA AJUDA, 1.120 – CENTRO – RIO DE JANEIRO – RJ
EMPREGADO
LEONARDO DE BULHÕES
DATA DE ADMISSÃO
8 / 5 / 2008
FUNÇÃO
GERENTE
CTPS - Nº E SÉRIE
49.135 / 120 RJ
NOTIFICAÇÃO DE FÉRIAS
Até 30 (trinta) dias antes do início das férias
A empresa abaixo comunica a concessão das férias, conforme discriminação:
DIAS DE DURAÇÃO
20
PERÍODO AQUISITIVO
8-5-2008 A 7-5-2009
PERÍODO A SER GOZADO
1-12-2009 A 20-12-2009
30 / 10 / 2009
D A T A ASSINATURA DA EMPRESA
30 / 10 / 2009
D A T A ASSINATURA DO EMPREGADO
Recebi a importância discriminada, correspondente às férias acima.
27 / 11 / 2009
D A T A ASSINATURA DO EMPREGADO
SOLICITAÇÃO DE ABONO
(até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo)
O empregado acima solicita a concessão de abono pecuniário (1/3 do período de férias)
2 / 4 / 2009
DATA ASSINATURA DO EMPREGADO
2 / 4 / 2009
DATA DE ACORDO – ASSINATURA DA EMPRESA
RECIBO DE FÉRIAS
Pagamento até 2 (dois) dias antes do início do período
a) VALOR DAS FÉRIAS (_____________ DIAS) _______________
b) ADIC. 1/3 S/ VALOR DE FÉRIAS ________________________
c) ABONO DE FÉRIAS E ADIC. 1/3 (_______________ DIAS)
DESCONTOS TOTAL BRUTO
INSS ___________________ R$ _______________________________ R$
IMP. RENDA NA FONTE _______________ “ __________________________________
________________________________ ” __________________________________
LÍQUIDO A PAGAR
R$
“
‘‘
‘‘
(–)
“
“
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
(_________________________________________________________________________________________________________________________)
(VALOR POR EXTENSO)
8 %
HUM MIL, DUZENTOS E OITENTA E DOIS REAIS E CINQUENTA E NOVE CENTAVOS
677,42
225,81
451,62
903,23
1.354,85
1.282,59
10
20
72,26
(*)
6.1.15. FÉRIAS EM DOBRO
Sempre que as férias forem concedidas após o período concessivo, assim considerados os 12 meses subsequentes à
data da aquisição do direito, o empregador deve efetuar em dobro o pagamento da remuneração devida.
Vencido o referido prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar
reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas.
Suponhamos um empregado com direito a férias de 30 dias relativas ao período de 1-4-2007 e 31-3-2008, as quais
seriam concedidas no período de 1-4-2009 a 30-4-2009.
Para que não ocorresse a obrigatoriedade de pagamento em dobro, o gozo das férias relativas àquele período teria
que se iniciar, no máximo, até 2-3-2009, visto que, nessa hipótese, o período de fruição terminaria em 31-3-2009,
antes do início do segundo período de férias.
6.1.15.1. CÁLCULO DA REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS EM DOBRO
A remuneração bruta das férias em dobro, relativas ao período de 2007/2008, do empregado com
remuneração mensal de R$ 870,00, deve ser calculada da seguinte forma:
– Remuneração Normal (30 dias do mês comercial) ...............................................................R$ 870,00
– Adicional de 1/3 ...................................................................................................................R$ 290,00
– Remuneração Bruta das Férias ...........................................................................................R$ 1.160,00
– RemuneraçãoBruta das Férias em Dobro (R$ 1.160,00 x 2) ................................................R$ 2.320,00
6.1.15.2. DOBRA PARCIAL
Pode acontecer, também, de as férias se tornarem dobradas de forma parcial. Isto ocorre quando algum
ou alguns dos dias do período de gozo das férias recaem além do período concessivo, hipótese em que
será devida em dobro a remuneração sobre os mesmos.
Desta forma, exemplificando, caso o período concessivo de férias do empregado vencesse em
13-4-2009 e ele gozasse essas férias no período de 1-4-2009 a 30-4-2009, somente os últimos 17 dias
teriam de ser remunerados em dobro, uma vez que os primeiros 13 dias recairiam dentro do período
concessivo.
Nesse caso, a remuneração bruta das férias seria apurada do seguinte modo:
Base de Cálculo
– Remuneração mensal (30 dias do mês comercial) ...............................................................R$ 870,00
– Remuneração diária ...........................................................................................................R$ 29,00
– Adicional de 1/3 ...................................................................................................................R$ 9,67
– Remuneração diária c/mais 1/3 ...........................................................................................R$ 38,67
Cálculo das Férias
– 17 dias em dobro (R$ 38,67 x 17 x 2) ....................................................................................R$ 1.314,78
– Remuneração Bruta das Férias 13 dias normais (R$ 38,67 x 13)..........................................R$ 502,71
– Total Bruto a Receber ..........................................................................................................R$ 1.817,49
6.1.15.3. PRAZO DE PAGAMENTO
O pagamento da remuneração das férias normais e em dobro deve ser efetuado até dois dias antes do
início do período de gozo.
6.1.15.4. DOBRA DO ABONO PECUNIÁRIO
Como já esclarecidos no item 6.1.9, o abono significa a conversão em dinheiro de 1/3 da duração original
das férias, equivalendo à metade do valor do descanso, ou seja, o valor do abono deve corresponder à
metade do valor das férias de fato gozadas.
Assim, quando ocorrer a dobra das férias e o empregado tiver solicitado o abono pecuniário, este também
será pago de forma dobrada.
Considerando o exemplo do item 6.1.15.1, a remuneração das férias será apurada da seguinte forma:
– Remuneração das Férias em Dobro
(R$ 870,00 � 30 x 20 x 2) ....................................................................................................R$ 1.160,00
– Adicional de 1/3 sobre as Férias ........................................................................................R$ 386,67
– Remuneração Bruta das Férias em Dobro .........................................................................R$ 1.546,67
– Abono Pecuniário de Férias em Dobro e Adicional de 1/3 (R$ 29,00 x 10 + 1/3 x 2) .............R$ 773,33
– Total Bruto a receber .........................................................................................................R$ 2.320,00
FASCÍCULO 6.1 21
MANUAL DE PROCEDIMENTOS DEPARTAMENTO DE PESSOAL
6.1.15.5. INCIDÊNCIA DE ENCARGOS
Sobre a remuneração das férias e do abono pecuniário em dobro, incide o Imposto de Renda na Fonte.
Quanto à contribuição para o INSS, esta incide somente sobre a remuneração das férias, não incidindo
sobre o valor da dobra e do abono pecuniário.
Já a contribuição para o FGTS incide somente sobre a remuneração das férias, não incidindo sobre o
abono pecuniário e sobre o valor da dobra.
A incidência do INSS e do IR/Fonte foram analisados nos itens 6.1.11 e 6.1.13.
6.1.15.6. PRESCRIÇÃO
Como já esclarecemos no item 6.1.3.2, a prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o
pagamento da respectiva remuneração é contado do término do período concessivo ou, se for o caso, da
cessação do contrato de trabalho.
Assim, considerando o exemplo do item 6.1.15, o período para reclamação das férias ou seu pagamento,
na vigência do contrato de trabalho, antes de ocorrer a prescrição do direito, inicia-se em 1-5-2009 e
termina em 30-4-2014.
6.1.16. FÉRIAS COLETIVAS
Conceitua-se como férias coletivas a concessão simultânea de períodos de descanso, extensivos a todos os
empregados da empresa ou apenas aos empregados de determinados setores, estabelecimentos ou seção desta,
independentemente de terem sido completados os respectivos períodos aquisitivos.
As férias coletivas atendem aos interesses do empregador, pois é um recurso utilizado para a paralisação da
empresa ou setor, em épocas festivas ou de queda na produção.
6.1.16.1. ABRANGÊNCIA
O empregador não está obrigado a estender as férias coletivas a todos os seus empregados, podendo, a
seu critério, concedê-las apenas em relação a determinados setores ou estabelecimentos da empresa e,
inclusive, conceder férias individuais aos empregados dos setores não abrangidos coletivamente pela
medida.
6.1.16.2. FRACIONAMENTO
As férias coletivas podem ser gozadas em dois períodos anuais.
Entretanto, a legislação trabalhista determina que nenhum desses dois períodos pode ser inferior a 10
dias corridos.
6.1.16.2.1. Empregados Menores de 18 Anos e Maiores de 50 Anos
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), através do § 2º, do artigo 134, estabelece que
aos menores de 18 anos e aos maiores de 50 anos de idade as férias devem ser sempre
concedidas de uma só vez.
Assim sendo, em princípio, devido à impossibilidade de fracionamento e divisão em dois
períodos, as férias coletivas dos trabalhadores situados naquelas faixas etárias somente
poderiam ser concedidas em um período.
Entretanto, entendem alguns doutrinadores que as disposições contidas no § 2º, do artigo
134, da CLT, não se aplicam à hipótese de férias coletivas.
6.1.16.2.2. Empregados Menores Estudantes
O menor de 18 anos, estudante, tem o direito de fazer coincidir suas férias individuais com as
escolares.
Segundo alguns doutrinadores, esse princípio também não se aplica no caso de férias
coletivas.
6.1.16.3. REQUISITOS PARA A CONCESSÃO
Para a concessão das férias coletivas, todas as empresas devem observar as determinações prescritas
na legislação trabalhista, as quais passamos a examinar a seguir.
6.1.16.3.1. Comunicação ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
O empregador deve comunicar ao órgão local do MTE, com a antecedência mínima de 15
dias, as datas de início e fim das férias coletivas, mencionando, inclusive, quais os
estabelecimentos ou setores que serão abrangidos pela medida.
22 FASCÍCULO 6.1
DEPARTAMENTO DE PESSOAL MANUAL DE PROCEDIMENTOS
6.1.16.3.2. Comunicação ao Sindicato
O empregador deve enviar ao sindicato representativo da categoria profissional cópia da
comunicação remetida ao MTE, devendo, também, para esse fim, ser observado o prazo de
15 dias mencionado no item anterior.
6.1.16.3.3. Afixação de Aviso no Local de Trabalho
Para que todos os empregados abrangidos tomem ciência da adoção da medida coletiva,
deve ser afixado um aviso, em local visível do estabelecimento em que os mesmos
trabalhem, devendo, também, nesse caso, ser obedecido o prazo de 15 dias de
antecedência.
6.1.16.3.4. Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
As microempresas e empresas de pequeno porte, optantes pelo Simples Nacional, não
estão dispensadas de todas das obrigações acessórias previstas na legislação trabalhista.
A Lei Complementar 123/2006 dispensou as ME e as EPP da obrigação prevista no item
6.1.16.3.1,estando obrigadas a cumprir as obrigações dos itens 6.1.16.3.2; 6.1.16.3.3.
6.1.16.3.5. Exemplo Prático
A empresa RAMÔA LTDA., estabelecida na cidade de São Paulo, concede férias coletivas a
seus empregados, do setor de produção, no período de 17 a 26-12-2009.
Nesse caso, o empregador deve obedecer aos critérios estabelecidos pela legislação,
elaborando a comunicação a ser envida ao órgão local do MTE, ao sindicato representativo
da categoria profissional,

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