Buscar

Aula 16

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

*
*
*
			 DOS ATOS ILÍCITOS 
	Ato ilícito é aquele praticado com infração ao dever legal de não lesar a ninguém. Está previsto no art. 186 do Código Civil:
	Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusi- vamente moral, comete ato ilícito.
	O ato ilícito é fonte de obrigação: a de indenizar o prejuízo causa -do em razão da infração a um dever de conduta, por meio de ações ou o -missões culposas ou dolosas do agente, das quais resulta dano para ou -trem.
	Quando alguém pratica um ato ilícito, surge sua responsabilidade de indenizar o dano causado. Deparamos aqui com a palavra responsabi-lidade que pode ser definida, em termos gerais e amplos, como a sanção ( punição ) aplicada a quem descumpre um dever jurídico. Essa sanção ou castigo aplicado a quem infringe um dever imposto pela ordem jurídi-ca recebe o nome de responsabilidade.
	Em Direito Civil há dois tipos de responsabilidade civil: a contra -tual e a extracontratual. 	
*
*
*
	Surge a responsabilidade civil contratual quando o dever jurídico violado decorre de uma obrigação contratual. Os contratos criam direitos e deveres para as partes: quando uma delas descumpre um dever previs-to no contrato e causa prejuízos para a outra, deve indenizá-la ( reparar o dano ). Por exemplo, o locatário tem o dever de bem cuidar da coisa aluga
da: se ele culposamente danificar a coisa, deve reparar o dano. O descum primento dos deveres do contrato recebe o nome de inadimplemento.
	Essa responsabilidade está prevista no art. 389 do Código Civil.
	Na responsabilidade civil extracontratual, prevista no artigo 186 acima e no art. 927 do CC., ocorre situação semelhante, com a principal diferença de que o dever jurídico violado não decorre de qualquer contra- to anterior, mas sim do dever genérico estabelecido pela ordem jurídica de não lesar ninguém. Por exemplo, quem ferir ou matar alguém deve indenizar os prejuízos causados, embora não haja um contrato.
	Há também outras espécies de responsabilidade, como a penal. Fala-se aqui em responsabilidade penal e responsabilidade civil, surgin-do a primeira quando o dever violado pelo criminoso decorre de uma nor-ma penal, melhor dizendo, de um crime.
	Vejamos a seguir os pressupostos da responsabilidade extracon-tratual.	
	
*
*
*
 PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL
	 OU AQUILIANA 
	São quatro os seus elementos essenciais: A ação ou a omissão; a culpa ou o dolo do agente; a relação de causalidade; e o dano causado. Faltando qualquer um desses elementos, não há responsabilidade civil extracontratual, também chamada responsabilidade aquiliana.	
	a) Ação ou omissão. É necessário que a pessoa pratique uma 
ação, fazendo algo ( Ex. – jogando uma pedra no carro da vítima ), ou uma omissão, deixando ( abstendo-se ) de fazer algo ( Ex. – deixar de socorrer uma pessoa ferida que necessita de assistência ).
	Assim como a ação só é relevante quando há o dever de não agir, a omissão só interessa ao direito quando há um dever de agir, de não se omitir. A omissão relevante surge, em regra, quando há um dever legal de agir ( Ex.- prestar socorro à vítima do acidente de veículo que causou ) ou quando há um dever contratual de agir ( Ex.- salva-vidas contratado por um clube que deixa alguém se afogar na piscina ).
	b) Dolo ou culpa do agente. O art. 186 do CC. exige ainda que se demonstre ter o agente agido com dolo ou culpa. Refere-se ao dolo quan- do diz que a ação ou omissão deve ser voluntária; fala em culpa quando menciona a negligência ou imprudência.
*
*
*
	Haverá dolo quando o agente agir intencionalmente, querendo
causar o dano para a vítima ( Ex.- Alguém mata intencionalmente a vítima a tiros de revólver ou põe fogo numa casa intencionalmente. ).
	Na culpa, o agente não quer causar o dano, mas o produz em ra-zão de sua negligência, imprudência ou imperícia. A negligência traduz o descuido, o relaxamento, a falta de atenção ( Ex.- motorista fere o pedes- ter porque seu carro está com os pneus carecas e ele não consegue bre- car ). A imprudência reflete a conduta perigosa ( Ex.- atropelar alguém dirigindo em alta velocidade. A imperícia é a falta de conhecimentos téc-nicos ( Ex.- médico mata o paciente porque não sabe operar ).	
	c) Relação de causalidade. É ainda necessário que haja um nexo de causa e efeito entre a ação ou omissão e o dano praticado. Por isso que o art. 186 do CC. usa o verbo “causar dano”. Uma pessoa só poderá ser responsabilizada se ficar provado que sua ação foi a causa do dano, ou, em outras palavras, se o dano decorreu de sua ação. Há em direito al-gumas situações que quebram esse nexo causal: assim, a força maior e a culpa exclusiva da vítima.
	d) Dano. Sem a prova de um dano, um prejuízo, para a vítima não haverá responsabilidade civil. Esse dano pode ser patrimonial, material ( Ex.- danificar um bem, matar alguém ou lesar a integridade física ou a saúde da vítima ) ou extrapatrimonial, moral ( Ex. – caluniar alguém ). 	
*
*
*
	 ATOS LESIVOS LÍCITOS 
	Há certas condutas humanas que causam danos a outrem mas o Direito as considera lícitas. São aquelas situações que o Direito Penal de-nomina de causas de exclusão da antijuridicidade. São a legítima defesa, o exercício regular de um direito, o estrito cumprimento do dever legal e o estado de necessidade. Tanto no Direito Penal, como no Direito Civil, tais situações tornam legítimo ( lícito ) o dano causado a alguém.
	O Código Civil as regula no art. 188, incisos I e II:
	Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
 	I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; 
	II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pes soa, a fim de remover perigo iminente.
	O Código Civil não define bem tais situações, não explicando a legítima defesa nem o exercício regular de direito, nada falando do es -trito cumprimento do dever legal. Só o Código Penal o faz, nos arts. 23 a 25 dando os exatos conceitos de tais causas de exclusão da ilicitude. Já o estado de necessidade vem definido no inciso II do art. 188. 	
*
*
*
	A legítima defesa ocorre quando alguém se defende contra u -ma injusta agressão a um direito seu ou de outrem. Se a pessoa está sendo agredida, o Direito a autoriza a reagir contra seu agressor, desde que o faça sem excessos. ( ex. – a pessoa mata quem estava tentando matá-la; o possuidor fere o ladrão que estava furtando sua bolsa ).
	O exercício regular de direito refere-se àquelas situações em que, agindo nos termos da lei, alguém causa danos a outros ( ex.– o pro -prietário de uma casa corta os galhos da árvore do vizinho que está inva -dindo seu terreno ; para receber uma dívida, o credor move uma execu -ção contra seu devedor e faz com que seus bens sejam penhorados e vendidos. )
	O estrito cumprimento do dever legal ( que está inserido no conceito de exercício regular de direito ) trata das situações em que um servidor público, cumprindo seu dever, causa danos a alguém ( ex. – um policial, para prender um criminoso, causa-lhe leves ferimentos; um fiscal alfandegário apreende a mercadoria que estava sendo contrabandeada )
	O estado de necessidade é aquela situação em que, para sal -var-se ou para proteger um bem seu de um perigo iminente, causa danos patrimoniais ou pessoais a outrem ( ex.- para salvar sua vida de um in- cêndio, alguém danifica bens alheios ). 
*
*
*
	Ao praticar esses atos causadores de danos, as pessoas devem agir normalmente, sem excessos ou exageros. Isso está claramente pre- visto na lei, no art. 188, § único, do Código Civil, ao tratar do estado de ne cessidade:
 
	Art. 188 - Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornaremabsolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo.
	
		 O ABUSO DO DIREITO
	
	O Código Civil, ao tratar do exercício do direito, exigiu que tal con- duta fosse regular. Deixou claro, portanto, que o uso irregular de um direi to não é permitido, tornando o ato ilícito. No art. 187, o Código regulou melhor a matéria, disciplinando o chamado abuso do direito:
	Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econô mico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
*
*
*
	Abuso de direito ocorre quando o agente, atuando dentro dos limi tes da lei, exagera, deixando de considerar a finalidade social de seu direi to, causando prejuízo a alguém. É o exercício egoístico, anormal do direi -to, sem motivos legítimos, causando danos a outrem, contrariando os fins econômicos e sociais do direito. Tais situações estão previstas em vários momentos de nossas leis, como se verifica no chamado uso anor -mal da propriedade ( art. 1.277 do Código Civil ).

Outros materiais