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Aulas de Educação em Enfermagem

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Aulas de Educação em Enfermagem
Aula 1
Para que seja possível realizar um cuidado que atenda ao princípio da integralidade, é necessário formar profissionais com habilidade para ouvir e compreender as demandas dos indivíduos e comunidades e propor soluções dentro de um modelo de cooperação.
O conhecimento sobre a educação, seu agentes e a forma como está organizada no país pode ajudar os profissionais de Enfermagem a assumir um papel estratégico em sua própria formação, bem como na proposição de práticas educativas mais transformadoras.
Aula 2
Afinal, o que é uma tendência pedagógica?
Mesmo que raramente se apresente em sua forma pura na prática educativa, quando um modelo pedagógico é exercido de modo dominante por um período prolongado, produz consequências sobre a conduta do indivíduo e também sobre o comportamento da sociedade.
São inúmeras as denominações das tendências pedagógicas, vamos adotar aqui a classificação apresentada pelo professor Libaneo (2012), que as divide em: liberais e progressistas.
Tendência liberal tradicional- O termo liberal não tem o sentido de avançado, livre, democrático que costumamos lhe atribuir. É uma filosofia ou uma visão de mundo fundada nos ideais da igualdade, liberdade e fraternidade.
A pedagogia liberal tem como pressuposto que a escola tem por função preparar o indivíduo para assumir papéis na sociedade de acordo com as aptidões individuais.
A pedagogia liberal tradicional foi trazida para o Brasil pelos jesuítas no século XVI. Quinze dias após desembarcarem em Salvador, já puseram a funcionar a primeira escola de ler e escrever.
O liberalismo apareceu para justificar “o sistema capitalista que, ao defender a predominância da liberdade e os interesses individuais na sociedade, estabeleceu uma forma de organização social baseada na propriedade privada dos meios de produção, também denominada sociedade de classes” (Libaneo, 2012).
Tendência liberal renovada- Com a chegada do pensamento liberal democrático no Brasil nos anos 20 e 30, os rumos da educação tradicional foram mudados.
A tendência liberal renovada se manifestou por várias versões (renovada progressista; renovada não diretiva, piagetiana e outras), todas relacionadas com os fundamentos da “escola nova” que tinha como ideário a formação do indivíduo como ser livre, ativo e social.
A figura do professor como detentor do saber e o conteúdo a ser transmitido deixaram de ser o centro do processo.
Pedagogia liberal tecnicista- A tendência liberal tecnicista surge com o declínio da escola renovada no final dos anos 1960.
A educação agora precisava atender aos interesses da sociedade capitalista, que demandava pela preparação e especialização de mão-de-obra para o aumento da produção industrial. Esta tendência foi inspirada na teoria do Behaviorismo (Watson, Skinner) e na Reflexologia (Pavlov), dando ênfase aos resultados comportamentais e não mais às ideias e ao conhecimento.
Tendências pedagógicas progressistas- O surgimento das tendências progressistas coincide com a abertura política no final dos anos 1960. A escola agora era vista sob o olhar das teorias críticas, que consideravam a escola um aparelho para reproduzir a ideologia da classe dominante. Libaneo (2012) afirma que essa Pedagogia se manifesta em três tendências: Progressista libertadora, progressista libertária e progressista “crítica dos conteúdos.
Por fim, cabe destacar que as tendências apresentadas aqui, numa visão geral, predominavam em um determinado momento histórico, isto não significa dizer que deixaram de coexistir no momento em que a outra começa a ser difundida.
O estudo dessas tendências pode ajudar a você, futuro enfermeiro, a atuar nos processos educativos na área da saúde de forma mais solidária e transformadora.
Aula 3
Na estruturação da formação de enfermeiros no Brasil, foram estabelecidas diretrizes para o desenvolvimento de competências para cuidar, administrar, gerenciar, pesquisar e também participar da formação e qualificação permanente dos trabalhadores de enfermagem e saúde.
Os enfermeiros estão envolvidos diretamente com a formação profissional dos técnicos de Enfermagem. Desta forma, a disciplina de Educação em Enfermagem pode ser considerada um conteúdo essencial para a capacitação pedagógica, independentemente da licenciatura
Em outra perspectiva, está determinado pelo COFEN que, no âmbito da prática educativa, os enfermeiros são responsáveis por estimular, promover e criar condições para o aperfeiçoamento técnico, científico e cultural dos profissionais sob a sua supervisão.
Como uma atividade social, a formação dos enfermeiros no Brasil tem sido marcada pelas transformações políticas, econômicas e sociais pelas quais o país passou ao longo do seu desenvolvimento.
Foi desta forma que aconteceu em 1890, quando foi necessário formar profissionais para assistir pacientes no hospício, determinando a criação da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras da Assistência a Alienados.
Com a ocorrência da I Guerra Mundial, surgiu a necessidade de preparar voluntários para atender às emergências de guerra. Dessa forma, a Cruz Vermelha em 1916 começou a formar enfermeiras na Escola Prática de Enfermeiras da Cruz Vermelha, sem no entanto atender aos padrões da enfermagem moderna, conforme estabelecido por Florence Nightingale.
Nos anos 1920, o Brasil ainda apresentava sérios problemas de saúde pública com a persistência das epidemias, o que atrapalhava muito as exportações, um entrave nas relações comerciais e econômicas. Nesse cenário, é criado em 1920 o Departamento Nacional de Saúde Pública e, três anos depois, a Escola de Enfermeiras deste departamento.
Na década de 1960, o Estado brasileiro passa a determinar a estruturação e reformulação do ensino universitário, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. As mudanças trazidas pela LDB de 1961 repercutiram para o ensino de enfermagem com a fixação do currículo mínimo com uma redução de mais de 30 % em sua carga horária e a exclusão de disciplinas como saúde pública e ciências sociais. O final dos anos 1960 foi marcado por uma grande mobilização social e estudantil com reivindicações de mudança na área educacional, traduzidas por mais verbas para educação, ampliação de oportunidades de acesso à universidade e melhor qualidade para o ensino. Em resposta a esse movimento, o Estado implanta uma política que foi apelidada de “Reforma Universitária”.
Através da ABEN (Associação Brasileira de Enfermagem), a enfermagem brasileira, que há muito buscava mudanças no ensino, apresentou proposta de currículo mínimo ao Conselho Federal de Educação, que após fazer modificações, aprova-o em 1972. A duração do curso foi aumentada, mas a ênfase nos aspectos curativos e biológicos do processo saúde-doença foi mantida e a disciplina de saúde pública continuou excluída do tronco comum. O intenso crescimento industrial que se deu no país no início dos anos 1970 durante o regime militar não representou um avanço no plano social. A insatisfação popular foi cada vez mais crescente e as questões sociais como a saúde passaram a ser discutidas por vários segmentos da sociedade.
A conferência de Alma Ata em 1978 e todos os movimentos que surgiram na década de 1980, como a VIII Conferência Nacional de Saúde (1986), a promulgação da Constituição do Brasil em 1988, a criação do SUS e a aprovação da Lei Orgânica da Saúde (1992) influenciaram o ensino de Enfermagem.
Após amplo debate entre a liderança de enfermagem, é gestado e aprovado em 1994 um novo currículo, com a estrutura fundada em quatro eixos temáticos:
Bases biológicas e sociais da Enfermagem;
Fundamentos de Enfermagem;
Assistência de Enfermagem;
Administração em Enfermagem.
As escolas e cursos de enfermagem, a partir de 2001, foram alinhando seus projetos pedagógicos e matrizes curriculares às DCENF, buscando atender ao perfil profissional proposto e capacitar para o exercício das competências gerais e específicas. O conteúdo referente à educação e ensino, incluído noeixo temático Ciências da Enfermagem, volta a fazer parte da formação dos enfermeiros brasileiros.
Como vimos, muita coisa mudou no curso de Enfermagem e, consequentemente, na formação do enfermeiro. Confira agora algumas responsabilidades e características do profissional da área.
Uma das responsabilidades do enfermeiro é a formação dos profissionais de nível médio de enfermagem, que estão diretamente envolvidos com o cuidado ao ser humano. Cabe a eles proporcionar um ensino de qualidade, para garantir a segurança e qualidade da assistência prestada à população.
A divisão e organização do trabalho em diferentes momentos é que vai constituir a sistematização dos perfis ocupacionais e profissionais do trabalhador.
O trabalho em enfermagem vem se caracterizando como um processo fragmentado em atos e procedimentos isolados realizados por diferentes atores. As responsabilidades são atribuídas de acordo com o grau de qualificação: auxiliares, técnicos de enfermagem e enfermeiros.
Embora os atendentes de enfermagem sejam considerados os primeiros trabalhadores a terem seu trabalho institucionalizado, os enfermeiros foram pioneiros a receberem uma formação sistematizada, que até 1961 foi considerada de nível médio.
Na década de 1950, devido ao número insuficiente de enfermeiros e falta de pessoal qualificado para trabalhar na área de enfermagem, abriram-se em larga escala cursos de auxiliares, para solucionar a necessidade de profissionais que pudessem atuar em hospitais. De 1940 a 1956, foram criados 43 cursos de auxiliares de enfermagem (Bartmann, 2014)
Veja o que diz o Parecer nº16/1999 da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação a respeito do papel dos docentes da educação profissional.
Pressupondo que este docente tenha, principalmente, experiência profissional, seu preparo para o magistério se dará em serviço, em cursos de licenciatura ou em programas especiais.
Em caráter excepcional, o docente não habilitado nestas modalidades poderá ser autorizado a lecionar, desde que a escola lhe proporcione adequada formação em serviço para esse magistério. 
Isso porque, em educação profissional, quem ensina deve saber fazer. Quem sabe fazer e quer ensinar deve aprender a ensinar (Brasil, 1999).
A compreensão é de que a educação permanente do docente não deve se restringir apenas às competências diretamente voltadas para o ensino.
Na enfermagem, o processo de desenvolvimento e aprimoramento de conhecimentos e habilidades é conhecido como “educação continuada”, sendo considerada mundialmente uma estratégia que as “organizações lançam mão para desenvolver seus recursos humanos”. Recebeu várias denominações ao longo do tempo (treinamento, educação em serviço e outras), de acordo com a concepção que orientava a administração do pessoal de enfermagem.
De um modo geral, nas instituições hospitalares as ações educativas para os profissionais de enfermagem se caracterizam pela ausência de uma proposta ampla de qualificação orientada por indicadores de qualidade, por programas esporádicos, descontínuos e pouco sistematizados. Coexistindo com esta prática, perdura a crença de que as deficiências na realização do trabalho em saúde se devem à falta de conhecimento do trabalhador e que a melhor solução é a transmissão de conhecimentos, habilidades e destrezas (Costa, 2000).
As Conferências Nacionais de Saúde e de Recursos Humanos subsidiam o Ministério da Saúde no estabelecimento de prioridades e diretrizes para fomentar o desenvolvimento e aplicação de metodologias educacionais voltadas para educação do pessoal dos serviços de saúde, de modo que sua qualificação seja coerente com os novos postulados assistenciais do SUS. Em 2004, é aprovada a Política de Educação Permanente em Saúde (Brasil, 2004).
Para finalizar esta aula e provocar uma reflexão sobre o que foi apresentado até aqui, trazemos a citação de dois autores da área da saúde sobre os termos “educação continuada” e “permanente”:
Enquanto a educação continuada aceita o acúmulo sistemático de informações e o cenário de práticas como território de aplicação da teoria, a educação permanente entende que o cenário de práticas informa e recria a teoria necessária, recriando a própria prática (Ceccim; Feuerwerker, 2004).
Aula 4
Se levarmos em consideração a concepção de Saúde e os princípios que hoje orientam o modelo de assistência (universalidade, equidade e integralidade), o cuidado deve abranger tanto as ações de natureza assistencial/curativa, quanto as atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças.
Para atender o princípio da integralidade é imperativo que a abordagem dos profissionais de Saúde resulte de uma compreensão mais ampliada e não fragmentada do processo saúde-doença.
Diferentes concepções de Educação em Saúde
Na década de 1960, deu-se o surgimento de movimentos sociais de resistência e começaram a ser desenvolvidas experiências de serviços comunitários de saúde desvinculados do Estado. Movimentos sociais tais como o Movimento de Educação Popular, protagonizado por Paulo Freire, influenciaram as práticas de educação em Saúde. 
 A participação dos profissionais de Saúde, nas experiências de educação popular a partir dos anos 1970, trouxe para o setor saúde uma cultura de relação com as classes populares, possibilitando um rompimento com a tradição autoritária e normatizadora de educação em Saúde (VASCONCELOS, 2004)
Quadro Resumo
Relação vertical e assimétrica entre o profissional de Saúde e usuário;
Imposição de normas de conduta;
A comunicação dá-se através do repasse de informações visando à mudança de comportamento;
Profissionais de Saúde e gestores são os detentores do saber;
Os usuários são considerados como carentes e informação em Saúde e destituídos de conhecimento;
Culpabilização dos indivíduos pelos seus problemas de Saúde e da comunidade;
Concepção reducionista do processo saúde-doença apoiada no discurso biologicista;
Ênfase na doença e na intervenção curativa.
O Brasil foi pioneiro na constituição da Educação Popular. O movimento que deu origem a esta concepção sofreu grande influência do pensamento de Paulo Freire. A Educação popular em Saúde esteve entre os movimentos que buscavam romper com o autoritarismo das ações educativas em Saúde no início dos anos 1970. Quando estudamos as tendências pedagógicas, vimos que a Pedagogia freireana é conhecida como Pedagogia libertadora ou Pedagogia da problematização.
Aula5 
Para atuar no ensino formal ou participar de ações educativas não formais no cenário da saúde, é preciso elaborar e organizar planos para direcionar a ação docente e assegurar o alcance dos objetivos propostos.
O ato de planejar sempre fez parte da história da humanidade, mas hoje é uma atividade imprescindível para lidar com as questões educacionais em todos os níveis de ensino.
Nesta aula, o conceito de planejamento educacional é tratado como uma metodologia capaz de possibilitar a ação, reflexão e transformação do processo educacional e da prática pedagógica.
Vamos abordar as fases, os níveis de planejamento e os elementos estruturais do planejamento didático.
Em nosso cotidiano, planejamos nossas ações de forma quase intuitiva para atender nossos desejos, mas para aquelas atividades mais complexas, que exigem precisão, é necessário planejar de modo mais estruturado.
Planejamento é definido por “[...] ato de projetar um trabalho, serviço ou mais complexo empreendimento. Determinação dos objetivos ou metas de um empreendimento, como também da coordenação de meios e recursos para atingi-los” (Michaelis, 2014).
Esta definição não diz respeito a um tipo específico de planejamento. Pode também se aplicar à definição de planejamentos de maior complexidade, como o educacional, econômico, industrial, estratégico.
Do ponto de vista educacional, o planejamento é um ato político pedagógico, porque expõe uma intencionalidade com uma determinada visão de mundo sobre o que se deseja realizar e que objetivos busca atingir.
Segundo Padilha apud Baffi (2002), o uso do termoplanejamento no âmbito educacional deu-se a partir de 1961, quando o governo federal promulgou a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDBEN, e fez referência à formulação de um Plano Nacional de Educação.
Para esses autores, o planejamento é compreendido como um “[...] processo de busca de equilíbrio entre meios e fins, ente recursos e objetivos, visando ao melhor funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, organizações grupais e outras atividades humanas”.
Níveis de planejamento na Educação
O planejamento na Educação é feito em vários níveis, desde a esfera do Estado até o ambiente da escola. O planejamento do sistema de educação, também chamado de planejamento educacional, é o de maior abrangência. Corresponde àquele que é elaborado pelos gestores em nível nacional, estadual e municipal tomando como referência as políticas educacionais. A esfera federal é responsável por aprovar o Plano Nacional de Educação (PNE), para definir as diretrizes e metas para educação nacional. Em junho de 2014, com três anos de atraso, foi sancionada a lei nº 13.005, que aprova o PNE que vai vigorar no período de dez anos.
Planejando o processo educativo
Planejamento escolar- Em níveis menos abrangentes, vamos encontrar o planejamento escolar, que é fruto de um processo de reflexão e das decisões sobre a organização, funcionamento e a proposta pedagógica da escola.
Planejamento curricular- Em outro patamar está o planejamento curricular, que se configura como uma previsão sistemática e ordenada da vida escolar e como um instrumento orientador da ação educativa. Seu foco está na proposta geral das experiências de aprendizagem que a escola deve oferecer ao aluno.
Planejamento de ensino- O planejamento de ensino é o nível mais específico e diz respeito à ação educativa concreta do professor em seu trabalho didático pedagógico. O planejamento neste caso envolve a previsão de resultados esperados, assim como os meios necessários para alcançá-los.
Plano- Quanto decisões a respeito do que fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer e com quem fazer são tomadas (planejamento) e apresentadas de forma sistematizada e registradas em um documento chamado de plano.
É a formalização dos diferentes momentos do planejamento educacional:
Plano Nacional de Educação;
Plano de curso;
Plano de ensino;
Plano de aula.
O projeto também é um produto do planejamento. Nele estão registradas as decisões e os fundamentos de algo que queremos que esteja consolidado no futuro. O Planejamento do ensino está voltado para os sujeitos que aprendem, que estão em formação humana. Portanto, o professor necessita decidir, prever, selecionar e organizar de forma reflexiva sobre o processo ensino-aprendizagem, antes, durante e depois.
São muitas as formas de abordar o tema do planejamento de ensino, todavia elas se alinham quanto aos seus elementos constitutivos. Pode-se afirmar que o planejamento educativo implica em uma ação refletida em torno:
Como planejar o ensino?
Sondagem e diagnóstica- Sondagem e diagnóstica A fase denominada sondagem e diagnóstica é o momento em que se busca reunir dados sobre as possibilidades, para entender e sistematizar os problemas e necessidades de um determinado indivíduo ou grupo em seu contexto socioeconômico e cultural. Na lógica de um planejamento participativo, como por exemplo na educação popular em saúde, o diagnóstico não pode ser feito somente pelos técnicos (profissionais de saúde, educação e outros), e sim em conjunto a comunidade, em uma ação coletiva. Na educação formal e na educação em saúde, essa fase resulta em uma coleta de dados sobre a realidade, para conhecer os aspectos relacionados ao contexto local e global.
Criação de objetivos- Uma vez de posse destas informações, procede-se à análise, interpretação e estabelecimento de prioridades. É o momento de se definir o que se quer alcançar com a ação educativa. Quais são os propósitos? Os objetivos expressam essa decisão, a ação pretendida, e podem ser de dois tipos: gerais (alcance de longo prazo) e específicos.
Seleção dos conteúdos- Para deixar clara a ação pretendida, sugere-se que sejam iniciados com um verbo no infinitivo, como por exemplo: “discutir e analisar o conceito de planejamento com ênfase no planejamento participativo”. Definidos os objetivos da disciplina, a etapa seguinte se refere à seleção dos conteúdos. Os conteúdos são saberes e conhecimentos que não valem por si só; são meios e não fins. Sua escolha cumpre a função de permitir que os objetivos sejam atingidos.
Avaliação- A avaliação é a última etapa do processo ensino-aprendizagem; o momento em que se verifica se os objetivos foram ou não atingidos. Como parte integrante do processo de ensino que diz respeito ao aluno e ao professor, portanto, é necessário definir e estabelecer os critérios, técnicas e instrumentos que serão utilizados na avaliação. “Avaliar faz parte da condição humana. Somos continuamente avaliados; conceitos e pareceres são emitidos a respeito de nossas ações. Não seria diferente no processo educacional”
(Fontoura; Pierro; Chaves, 2011).
Aula 6 
Para começar, precisamos ressaltar que todas as modalidades de planejamento realizadas em uma instituição de ensino — inclusive a aula — devem orientar-se pelos parâmetros nacionais que regem a educação e pelos planejamentos e decisões tomadas em níveis mais abrangentes.
Libâneo (2013) considera que aula é a forma predominante de organização do processo de ensino. É nesta atividade que são criadas as condições necessárias para os alunos assimilarem conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções para desenvolver suas capacidades cognoscitivas.
Mesmo nos processos educativos não formais, como aqueles de que comumente participamos nas ações de educação em saúde, é recomendável proceder a um planejamento cuidadoso da aula ou de um conjunto de aulas. Isso assegura a definição dos objetivos, a distribuição adequada do conteúdo e do tempo, a escolha das atividades que são realizadas e dos métodos e recursos de ensino.
De um modo geral, o planejamento da aula ou de um curso deve ser considerado como um processo. O que se pressupõe é que exista uma sequência de passos ou etapas ordenadas de maneira lógica. Essa sequência não pode ser uma regra rígida, pois, como já vimos, todo planejamento deve ter alguma flexibilidade, de modo a permitir que as ações que foram planejadas sejam reformuladas durante a sua execução.
A sondagem expressa a ideia de pesquisa ou investigação, uma forma de conhecer a realidade, de coletar dados que permitam identificar as necessidades ou problemas (diagnóstico) e estabelecer prioridades.
Tomando como referência a área da saúde, é a etapa em que os profissionais fazem uma leitura da realidade para entender os problemas de grupos ou da população (conhecer o perfil socioecônomico; cultural; agravos à saúde e outros).
Coletas de Dados- Os dados podem ser coletados de fontes secundárias: boletins epidemiológicos, relatórios, fichas, prontuários, artigos científicos, atas. Também podem ser coletados de fontes primárias, quando os próprios indivíduos e grupos fornecem as informações através de questionários, formulários, entrevista, observação e outros.
Diagnóstico Situacional- Em uma forma participativa de fazer o diagnóstico, técnicos e a população interagem e juntos buscam identificar e entender os problemas, suas causas e possíveis soluções. A forma de interpretar os dados vai definir o tipo de intervenção e as prioridades. Pensando em intervenções de caráter educativo que dependam de práticas/ações, dos profissionais de saúde, dos usuários e da população em geral, necessitamos identificar a maneira como esses grupos percebem, tomam decisões, agem ou reagem perante uma situação problema de saúde-doença (São Paulo, 2001).
Diagnóstico Educativo- Os dados de natureza relacional, do modo de pensar e agir dos sujeitos envolvidos podem ser identificados pelo diagnóstico educativo. Esse diagnóstico permite identificar as práticasdos indivíduos ou comunidades frente aos problemas relacionados à sua saúde e doença e complementam o diagnóstico da situação. Através da “CAHP”, pode-se obter dados relacionados ao conhecimento (C), opiniões e atitudes (A), habilidades (H) e a prática/ação (P) dos indíviduos e grupos (idem, 2001).
Antes de selecionar o conteúdo, os métodos e materiais, o educador deve decidir o que espera do processo ensino/ aprendizagem, que conhecimentos, habilidades ou comportamentos o educando deve manifestar.
O objetivo é o elemento do plano que expressa o propósito da ação educativa.
Podem ser de dois tipos: geral e específico.
A redação dos objetivos gerais e específicos deve ser feita de forma clara, realista e centrada no aluno/ educando, mas devemos evitar:
Descrever o que o docente, e não o aluno, deve fazer;
Incluir mais de uma ação na descrição do objetivo;
Utilizar termos que dão margem a muitas interpretações;
Definir um objetivo inalcançável para as condições do aluno;
Ser muito genérico a ponto de não especificar o comportamento que se espera alcançar.
Bloom e outros autores desenvolveram uma sistema que categoriza os objetivos educacionais. Este sistema ou taxonomia foi amplamente aceito para avaliar a aprendizagem, e divide-se em três domínios: cognitivo, afetivo e psicomotor.
Outra dica para descrever objetivos é a utilização de verbos para indicar a ação esperada em cada domínio. Vamos apresentar a seguir um diagrama com a hierarquia dos objetivos no domínio cognitivo da taxonomia de Bloom.
Mesmo que estejam apresentados separadamente, os objetivos cognitivos estão interligados.
Os humanos não apresentam pensamentos, sentimentos e ações de forma isolada e normalmente não compartimentalizam a aprendizagem (Bastable, 2010).
Veja a seguir alguns itens essenciais para conduzir o processo ensino/aprendizagem:
Escolha adequada dos procedimentos e técnicas de ensino (metodologia)- tratam-se de atividades, procedimentos, métodos, técnicas e modalidades de ensino, selecionados com o propósito de facilitar a aprendizagem. Devem ser definidos tendo como referência os objetivos, o conteúdo, as possibilidades dos alunos, do professor e do local onde a aula ocorrerá.
Escolha dos recursos humanos e materiais necessários- os recursos didáticos formam um conjunto de meios materiais e humanos que ajudam na interação do processo ensino-aprendizagem.
Definição da carga horária necessária para desenvolver o conteúdo proposto.
Escolha do processo e do instrumento para avaliar a aprendizagem- descrever os critérios estabelecidos e as técnicas e instrumentos que serão utilizados na avaliação dos objetivos.
Plano de aula - O plano de aula/ensino pode ser apresentado sob diferentes formatos, seja para atender as exigências de uma instituição ou pela preferência daquele que o produz. Seja qual for o modelo, deve incluir os seguintes elementos- 
O tema e a justificativa;
Objetivos;
Conteúdo;
Metodos, técnicas e instrumentos utilizados para ensinar;
Recurso didáticos necessários (humanos, materiais e outros).
O método para utilizado para avaliar a aprendizagem.
Aula 7
De acordo com Brykcznska (1997), a enfermagem pode ser descrita como uma profissão de ajuda, complexa e multifacetada, com ampla variedade de elementos constantes da composição de sua prática. Um desses elementos é o cuidar.
Seguindo a linha de evolução histórica, para apropriar-se do processo educacional em enfermagem, o enfermeiro passou a exercer a competência do cuidado no ano de 1925, com a pré-consulta a pós-consulta médica, na área de saúde pública – Programa Materno Infantil.
Entretanto, essa competência tornou-se cientificamente fundamentada apenas no ano de 1986, com a vigência da Lei 7.498, regulamentada pelo Decreto 94.406/87, em que "compete privativamente ao enfermeiro a realização da consulta, prescrição e evolução de enfermagem" (Brasil, 1986).
Para darmos início ao processo ensino/ aprendizagem sobre a aplicação do processo de enfermagem, relacionado aos programas de educação em saúde, é necessário compreendermos a evolução histórica da consulta de enfermagem, dividas em fases (Castro, 1978).
Em seguida, iremos citar acontecimentos históricos que contribuíram para a resolutividade do exercício profissional do enfermeiro.
1968- Surge a denominação "consulta de enfermagem" - Enfermeiros que participaram do curso de Planejamento de Saúde na Fundação de Ensino Especializado de Saúde Pública no Rio de Janeiro.
1973- Consulta de enfermagem - Utiliza-se pela primeira vez a denominação, instituído pela Fundação Serviço Especial de Saúde Pública (FSESP).
1978- Conferência de Alma Ata - Traça a atenção primária de saúde, vinculada à resolutividade dos problemas de saúde no país, com o slogan "Saúde para todos no ano 2000".
1986- De acordo com o COFEN (Brasil, 1986), a consulta de enfermagem, cientificamente fundamentada, encontra-se em plena vigência constitucional, de acordo com a Lei 7.498, regulamentada pelo Decreto 94.406/87, em que compete privativamente ao enfermeiro a realização da consulta, prescrição e evolução de enfermagem.
Marco conceitual baseado nos conceitos básicos:
Consulta de enfermagem
Etapas do processo:
Histórico
Entrevista: - Dados subjetivos.
	 - Dados objetivos.
Nesta etapa, o objetivo da entrevista é investigar:
Percepções e expectativas; condições socioeconômicas; ambientais; composição familiar;
Necessidades básicas de nutrição, hidratação, eliminações, oxigenação, sono e repouso, lazer, atividade laboral, atividade física, vida sexual e reprodutiva;
Exame físico: observação de pele e mucosas; pesquisa de edemas e de sensibilidade em extremidades; teste de glicemia capilar;
Observação de déficits: acuidade visual, auditiva, mobilidade, marcha, outros.
Diagnóstico de enfermagem
O diagnóstico de enfermagem é um instrumento, cientificamente validado, de uso exclusivo do enfermeiro, que viabiliza, através de um termo sistematizado, descrever os problemas dos pacientes relacionados com a assistência de enfermagem.
É a base para o planejamento das intervenções de enfermagem, de acordo com os cuidados necessários.
Construção do diagnóstico de enfermagem
Coletas de dados para a identificação de problemas a partir do histórico e exame físico, listando os problemas de saúde dos pacientes, agrupando os dados que têm relação entre si, usando verbo no infinitivo.
Perguntas que podem ser feitas
O que pode ser feito para prevenir, resolver ou minimizar as causas desse problema?
Se nada pode ser feito quanto à causa, o que pode ser feito quanto ao problema?
Como posso adaptar as intervenções aos resultados esperados para este paciente?
Planejamento
O planejamento define metas, resultados esperados e prescrição de enfermagem.
Prescrição de enfermagem são as intervenções específicas de enfermagem, individualizadas e baseadas em prioridades de acordo com as necessidades humanas básicas, fundamentadas na Teoria da Hierarquia de Maslow:
Necessidades fisiológicas;
Segurança e proteção;
Amor e gregarismo;
Autoestima;
Autorrealização.
Intervenções de cuidados diretos e indiretos.
Monitorar o estado de saúde;
Reduzir os riscos;
Resolver, reduzir ou controlar um problema;
Facilitar a independência ou auxiliar nas atividades da vida diária;
Promover a melhora do bem-estar físico, psicológico e espiritual.
Processo de implementação e organização dos recursos
O Processo de implementação e organização dos recursos envolve:
Reavaliação do paciente;
Revisão do plano de cuidados;
Antecipação e prevenção de complicações.
Evolução e registro de enfermagem
S - Dados subjetivos;
O - Dados objetivos;
A – Avaliação;
P – Prescrição.
NIC e NOC
Veja agora a diferença entre NIC e NOC:
O que é cuidado em enfermagem?
A interpretação correta do comportamento do paciente cuidado permite uma interação empática, eficiente e ética, no sentido de proporcionar um relacionamento entre paciente e enfermeiro, capaz de atingir verdadeiramente os objetivos propostospela assistência.
O enfermeiro também deve se preocupar em se despir dos pressupostos, pois o cuidar envolve a linguagem corporal, aproximação, postura, toque e contato visual.
Aula 8
O desenvolvimento da habilidade de ensinar requer o conhecimento do processo educativo, o que inclui a seleção de métodos de ensino adequados para promover a experiência de aprendizagem para diferentes públicos em diversos ambientes. Nesta aula, vamos entender o conceito de métodos e recursos de ensino, bem como a finalidade, as vantagens, desvantagens e as recomendações para a elaboração e aplicação de cada um deles.
Considerando que a ação educativa tem um aspecto externo (conteúdo a ser apreendido) e um interno que está relacionado às condições mentais e físicas do aluno para assimilar o conteúdo, pode-se classificar os métodos da seguinte forma:
Relacionado aos aspectos externos: exposição oral pelo professor; elaboração conjunta; trabalhos em grupos (o foco está nos procedimentos/ formas de dirigir o processo de ensino);
Relacionado aos aspectos internos: o foco está nos passos didáticos, procedimentos e ações para a assimilação ativa por parte dos alunos.
Processo de ensino
Os procedimentos de ensino são conjuntos de atividades unificados, relacionados com os meios de ajuda para a obtenção dos resultados pretendidos. Em realidade, representam modos de organizar as experiências de aprendizagem, durante os períodos de aula (Enricone; et al, apud Menegola; Santanna, 1991).
Apresentação
Além da apresentação de informações quando não é possível prover uma relação direta do aluno com o assunto apresentado, a aula expositiva pode incluir também uma demonstração, ilustração ou exemplificação (Libaneo, 2012).
Diretrizes Curriculares Nacionais
Há mais de 18 anos, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional apontou a necessidade de que a educação superior estimulasse o conhecimento do mundo (local e regional), dando resolutividade às demandas da população e estabelecendo com ela uma relação de reciprocidade (Mitre, et al, 2008).
Metodologias ativas
Dois métodos vêm sendo considerados como ativadores deste processo: o ensino pela problematização e aprendizagem baseada em problemas (ABP ou PBL).
Métodos de Ensino
Vamos agora conhecer alguns métodos de ensino que podem ser utilizados pelos enfermeiros em ações educativas, destacando as vantagens e as limitações para sua aplicação.
Aula Expositiva- método estruturado em que os docentes transmitem informações de forma oral. É um dos métodos mais antigos e utilizados, embora seja atualmente muito criticado por não permitir, em sua forma mais pura, a interatividade e participação do aluno. No entanto, se essa limitação for superada, pode ser um método útil para ser utilizado na apresentação de um assunto pouco conhecido ou quando as ideias sobre ele são imprecisas.
Discussão em grupo- método em que os alunos e o professor se reúnem para trocar informações, sentimentos e opiniões uns com outros. Considera-se que é um meio efetivo para o aprendizado, tanto no domínio cognitivo como afetivo.
Instrução individual- método cujo objetivo é transmitir informações para atender às necessidades de um único indivíduo. Não se configura como uma expositiva para uma só pessoa e deve oportunizar a troca de conhecimentos, ideias e sentimentos, orientada para as necessidades singulares do aprendiz.
Demonstração- diferente da execução, a demonstração é feita pelo professor para mostrar para o aprendiz como executar uma técnica. É importante explicar porque cada etapa tem que ser executada de determinado modo.
Jogos- este método requer que o aprendiz participe de uma atividade competitiva com regras preestabelecidas. O objetivo é que vença o jogo utilizando o conhecimento e ensaiando técnicas.
Simulação- método em que uma experiência artificial é apresentada em uma atividade que reflete as condições da vida real com risco controlado. Permite que os participantes tomem decisões em um ambiente seguro e possam avaliar as consequências e a efetividade de suas ações.
Dramatização- método em que os aprendizes, sem ensaiar, interpretam determinados aspectos de uma personagem, conforme acreditam que a mesma agiria em uma situação real. É utilizado principalmente para alcançar objetivos relacionados ao domínio afetivo.
Aula 9
Tanto os programas educativos de promoção da saúde como aqueles voltados para situações clínicas no ambiente hospitalar têm lançado mão da produção de material impresso, com o propósito de orientar pacientes e a população em geral com relação aos cuidados com a saúde. De um modo geral, os profissionais reconhecem que pacientes informados são capazes de gerenciar suas necessidades de saúde através da mudança de comportamento. No entanto, muitos estudos mostram que a comunicação escrita tem produzido resultados pouco expressivos e com eficácia questionável. Alguns fatores como a cultura, a linguagem e o design podem interferir na compreensão e utilização de tais materiais. Desta forma, os profissionais devem ser criteriosos com relação à produção, utilização e avaliação destes.
Cabe destacar que a elaboração do material educativo deve ser seguida de uma avaliação, com a participação do público a que se destina a mensagem. Esse procedimento permite conhecer a qualidade do material quanto à compreensão, aceitação da mensagem, adequação cultural, ao estilo, à apresentação, eficácia, apontando para possíveis necessidades de reajustes e modificações (Moreira, Nóbrega, Silva, 2003).
Leitor informações essenciais - Lembre-se que não é necessário conhecer o funcionamento de um motor para dirigir um automóvel!
Interação - Estudos demonstram que a ação racional, monológica e instrumental no campo da educação em saúde possui pouca ou nenhuma potencialidade para interferir nas decisões e opções dos sujeitos. Isso porque não levam em consideração “[...] a necessidade de estabelecer relações interpessoais baseadas em regras de reconhecimento mútuo, que garantam o questionamento e a escuta ativa” (Silva, Rivera e Rozemberg, 2003).
Aula 10
A avaliação está presente em todas as dimensões da atividade humana, e é definida como a atribuição de valor ou mérito a alguma coisa, pessoas, ou a si mesmo mediante julgamento. Em nosso cotidiano, para além do contexto da educação, utilizamos alguma forma de avaliação de modo informal, trivial e descontraído. No entanto, a avaliação utilizada no processo educativo é sistemática, complexa e integrada às demais estratégias do processo de ensino aprendizagem, e tem como objetivo aperfeiçoar o trabalho pedagógico.
As práticas avaliativas podem servir para manter ou transformar o status quo. Não existem por si mesmas e nem se esgotam em sua finalidade imediata, estão sempre subsidiadas por uma visão de mundo, orientadas por conceito teórico e determinadas pelas concepções pedagógicas de como conduzir o processo ensino/ aprendizagem. A ideia de que avaliar o processo de ensino e de aprendizagem não é uma atividade neutra ou destituída de intencionalidade nos faz compreender que há um estatuto político e epistemológico que dá suporte a esse processo de ensinar e de aprender que acontece na prática pedagógica na qual a avaliação se inscreve (Chueiri, 2008).
status quo - Status quo significa estado atual, e é um termo em latim. O status quo está relacionado ao estado de fatos, situações e coisas, independente do momento. O termo status quo é geralmente acompanhado de outras palavras como manter, defender, mudar etc. O conceito inicial do status quo tem origem na expressão diplomática “in statu quo ante bellum”, que significa "como era antes da guerra", que significava recuperar a situação de poder e liderança que havia antes de uma guerra. Utiliza-se status quo também para simplificar uma conversa, como resumo dos diferentes elementos.
A relação entre as concepções pedagógicas e os significados da avaliação pode ser analisada em quatro categorias, de acordo com Chueiri (2008):
Avaliação no modelo da pedagogia tradicional:“examinar para avaliar”- Esta prática avaliativa foi utilizada na educação a partir do século XVI, nos colégios católicos e protestantes. A avaliação sob a forma de exames ainda está presente nas escolas, mas não avalia de fato a aprendizagem, e sim aquilo que o aluno é capaz de apresentar naquele dado instante do exame. Para Luckesi, citado por Chueri (2008), os indícios da "pedagogia do exame" podem ser verificados também nas práticas nacionais de avaliação como o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM e o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior - SINAEs.
Avaliação no modelo tecnicista: “medir para avaliar”- Esta concepção de avaliação teve sua origem nos Estados Unidos no início do século XX. Nesse período, a Psicologia se constituía como ciência, e os estudos sobre os testes psicológicos, em especial o teste de inteligência, proliferaram e trouxeram para a pedagogia a preocupação com a elaboração de testes educativos que pudessem medir comportamentos com validade científica. A avaliação deveria ser essencialmente técnica e com a finalidade de verificar, medir e quantificar resultados.
Nessa concepção, a avaliação é conceituada com um método para se obter dados pelos quais se verificam as mudanças de comportamento. A comprovação do rendimento do aluno toma como base os objetivos previamente definidos. Nos anos 1960, o governo dos EUA preocupava-se com os resultados dos programas educacionais norte-americanos, e desta forma foram criados muitos modelos com o propósito de avaliar programas de educação. Nesse contexto, emerge uma nova modalidade de ensino denominada Tecnologia Educacional, que tinha como foco a eficácia das ações educativas. Na busca da efetividade, foram propostos processos avaliativos que garantissem a verificação dos resultados da eficiência do ensino.
Avaliação como instrumento para classificar- Caracteriza-se como uma das concepções mais conservadoras sobre a avaliação na educação. Parte do pressuposto de que é possível classificar o desempenho do aluno através da avaliação. Os alunos são comparados e depois classificados de acordo com uma norma de excelência. Quando um aluno recebe um certificado, a instituição de ensino garante que ele recebeu uma formação e que não necessita se submeter a outras avaliações.
Avaliação para qualificar- Esta abordagem surge da insatisfação com os modelos tecnicistas e quantitativos de se fazer avaliação, pois os mesmos não forneciam a informação necessária sobre o que era ensinado e sobre o que os alunos tinham aprendido. No Brasil, na década de 1970, começa-se a estudar avaliação a partir de outras perspectivas (filosófica, sociológica, política, psicológicas e pedagógicas) (Luckessi, 2000). Passou-se a considerar outros aspectos, além dos quantitativos, e a ênfase que era dada ao produto foi deslocada para o processo.
Planejamento da avaliação e suas etapas
Os principais componentes de um plano de avaliação são: o propósito, os critérios e padrões de julgamento, as técnicas e os instrumentos de medida e avaliação, os procedimentos de coleta de dados e análise dos resultados (Provenzano; Moulin, 2000).
Etapas:
O propósito da avaliação é responder as perguntas: por que a avaliação está sendo realizada? O que vai ser avaliado? A avaliação deve estar relacionada aos dados que indicam o domínio dos conteúdos da disciplina/ curso e aos objetivos estabelecidos no plano de ensino.
A segunda etapa do planejamento da avaliação é determinar os padrões considerados satisfatórios para avaliar o desempenho do aluno. [...] um fato (ou uma conduta) só é qualificado como errado a partir de padrões de julgamento determinados – "sem padrão não existe erro". (Luckesi, apud Provenzano e Moulin, 2000).
A terceira etapa é definição da técnica de avaliação e os instrumentos de medida e avaliação. Técnica é a estratégia utilizada para a coleta de informações do objeto que está sendo avaliado. Instrumentos são os recursos utilizados para obtenção das informações (roteiro de entrevista ou de observação, formulários, teste, fichas de registro).
Você sabe a diferença entre Medida e Avaliação?
Medida é o resultado da aferição da quantidade, grandeza, o quanto o aluno domina o conhecimento e a habilidade.
Avaliação é atribuir valor ao que foi medido; é o julgamento da qualidade de algo demonstrado através da medida.
Exemplos de técnicas de avaliação
Observação - É uma técnica que permite ao avaliador obter dados das habilidades cognitivas, afetivas e psicomotoras observáveis. É uma técnica apropriada para o acompanhamento e a avaliação das atividades de estágio.
Questionário - É um recurso para coleta de dados composto por um número de questões apresentadas por escrito e que tem por objetivo propiciar determinado conhecimento ao avaliador. De acordo como seus objetivos, o questionário pode conter questões abertas, fechadas ou mistas.
Entrevista - É uma forma de gerar informações a partir da perspectiva do participante através de uma conversa orientada para um objetivo.
Teste – Caracteriza-se como uma técnica que produz resultados mais quantitativos, sendo utilizado dentro de uma perspectiva de avaliação somativa.
O propósito para se realizar uma análise são de duas ordens: organizar os dados para fornecer informações e produzir respostas às questões avaliativas. Os resultados da avaliação devem ser analisados, interpretados e utilizados para compreender e superar as dificuldades do aluno. Representa uma mudança no procedimento que tradicionalmente se restringe a analisar e registrar os resultados da avaliação. Uma dinâmica aponta para a utilização das informações de forma a subsidiar a revisão do planejamento educativo e uma nova oportunidade de aprendizagem.

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