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REVISAO HISTORIA DO DIREITO.pdf

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Pedido regencial 
O Período Regencial é uma época da História do Brasil entre os anos de 1831 e 1840. Quando 
o imperador D. Pedro I abdicou do poder em 1831, seu filho e herdeiro do trono D. Pedro de 
Alcântara tinha apenas 5 anos de idade. A Constituição brasileira do período determinava, neste 
caso, que o país deveria ser governado por regentes, até o herdeiro atingir a maioridade (18 
anos). 
 
Regentes que governaram o Brasil no período: 
 
- Regência Trina Provisória (1831): regentes Lima e Silva, Senador Vergueiro e Marquês de 
Caravelas. 
 
- Regência Trina Permanente (1831 a 1835): teve como regentes José da Costa Carvalho, João 
Bráulio Moniz e Francisco de Lima e Silva. 
 
- Regência Una de Feijó (1835 a 1837): teve como regente Diogo Antônio Feijó. 
 
- Regência Interina de Araújo Lima (1837): teve como regente Pedro de Araújo Lima. 
 
- Regência Una de Araújo Lima (1838 a 1840): teve como regente Pedro de Araújo Lima. 
 
 Regência Trina Provisória – abril a junho de 1831 
 
Os deputados escolheram para assumir de forma provisória os senadores José Joaquim 
Carneiro de Campos, Nicolau Pereira de Campos Vergueiro e o brigadeiro Francisco de 
Lima Silva. Este governo teve como função principal realizar eleições para a eleição de uma 
regência permanente. 
 
Regência Trina Permanente - 1831 a 1835 
 
Eleitos pela Assembleia-Geral, foi composta por Francisco de Lima e Silva (brigadeiro), João 
Bráulio Muniz (deputado da região norte) e José da Costa Carvalho (juiz e político 
representante das regiões sudeste e sul). 
 
Regência Uma de Feijó – 1835 a 1837 
 
Época em que o país foi governado pelo padre Diogo Antônio Feijó. Defensor da ordem e 
da manutenção da aristocracia no poder. Neste período houve muitas revoltas no Brasil. 
Feijó, não conseguindo contê-las, renunciou em 1837. 
 
Regência Una de Araújo Lima – de 1837 a 1840 
 
Araújo Lima era presidente da Câmara dos Deputados pelo Partido Conservador. Rico 
proprietário rural nordestino, seu governo foi marcado por medidas conservadoras. Após a 
abdicação do regente Feijó, uma nova eleição foi realizada em abril de 1838. Entre os principais 
concorrentes ao cargo de regente estavam o liberal Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti e 
o fazendeiro pernambucano Araújo Lima. Em um período em que as primeiras revoltas contra o 
governo explodiam a vitória do conservador Araújo Lima consolidou-se sem maiores problemas. 
Compondo um gabinete de formação estritamente conservadora, a regência de Araújo Lima 
representou o retrocesso das conquistas liberais alcançado com a aprovação do Ato Adicional de 1834. 
Em seu governo, as primeiras revoltas eram consideradas uma conseqüência das liberdades oferecidas 
pelo Ato Adicional. Dessa forma, foi homologado, em maio de 1840, a chamada Lei Interpretativa do 
Ato Adicional, que revisou alguns pontos da reforma de 1834. 
Com a reforma, as províncias perderam parte de suas atribuições político-admininstrativas. De acordo 
com a nova lei, o governo central teria o direito de nomear funcionários públicos e funcionários de 
polícia e justiça. Em meio às revoltas e grandes derrotas políticas, os liberais se uniram em torno do 
projeto de antecipação do coroamento de Dom Pedro II. 
Reunidos no chamado Clube da Maioridade, os representantes liberais argumentavam que a chegada 
de Dom Pedro II ao trono ofereceria condições para que os problemas políticos e as revoltas fossem 
finalmente contornados. Na medida em que os conservadores não tinham habilidade para resolver os 
problemas vigentes, a campanha em prol da antecipação do Segundo Reinado ganhava cada vez mais 
força. 
Em julho de 1840, não mais resistindo às pressões liberais, o governo regencial chegou ao seu fim 
com a coroação do jovem Dom Pedro II. Tal episódio ficou conhecido como o Golpe da Maioridade. 
Mesmo o golpe representando um avanço das alas liberais, o início do Segundo Reinado não 
configurou uma reforma estrutural das práticas políticas da época. 
Vinculados à elite latifundiária, tanto liberais quanto conservadores, se uniram em torno de um mesmo 
projeto político no Segundo Reinado. Dessa forma, o fim da regência em nada remodelou os 
privilégios e direitos garantidos aos antigos grupos sociais que controlavam o país 
 
Um período tumultuado 
 
O Brasil passou por uma grave crise política e diversas revoltas durante o período regencial. 
 
Crise politica 
 
A crise política deveu-se, principalmente, a disputa pelo controle do governo entre diversos 
grupos políticos: Restauradores (defendiam a volta de D. Pedro I ao poder); Moderados (voto só 
para os ricos e continuação da Monarquia) e Exaltados (queriam reformas para melhorar a vida 
dos mais necessitados e voto para todas as pessoas). 
 
Revoltas 
 
As revoltas ocorrem basicamente por dois motivos: más condições de vida de grande parte da 
população (mais pobres) e vontade das elites locais em aumentar seu poder e serem atendidas 
pelo governo. 
 
Principais revoltas do período: 
 
- Cabanagem (1835 a 1840) – motivada pelas péssimas condições de vida em que vivia a grande 
maioria dos moradores da província do Grão-Pará. 
 
- Balaiada (1838 – 1841) – ocorreu na província do Maranhão. A causa principal foi a exploração 
da população mais pobre por parte dos grandes produtores rurais. 
 
- Sabinada (1837-1838) – ocorreu na província da Bahia. Motivada pela insatisfação de militares 
e camadas médias e ricas da população com o governo regencial. 
 
. 
 
 
Segundo Reinado 
A História do Segundo Reinado, resumo, principais acontecimentos, crise do império, 
economia, política 
 
D.Pedro II: imperador do Brasil durante o Segundo Reinado 
 
Introdução 
 
O Segundo Reinado é a fase da História do Brasil que corresponde ao governo de D. Pedro II. 
Teve início em 23 de julho de 1840, com a mudança na Constituição que declarou Pedro de 
Alcântara maior de idade com 14 anos e, portanto, apto para assumir o governo. O 2º Reinado 
terminou em 15 de novembro de 1889, com a Proclamação da República. 
 
O governo de D. Pedro II, que durou 49 anos, foi marcado por muitas mudanças sociais, política 
e econômicas no Brasil. 
 
Política no Segundo Reinado 
 
A política no Segundo Reinado foi marcada pela disputa entre o Partido Liberal e o Conservado r. 
Estes dois partidos defendiam quase os mesmos interesses, pois eram elitistas. Neste período 
o imperador escolhia o presidente do Conselho de Ministros entre os integrantes do partido que 
possuía maioria na Assembleia Geral. Nas eleições eram comuns as fraudes, compras de votos 
e até atos violentos para garantir a eleição. 
 
Término da Guerra dos Farrapos 
 
Quando assumiu o império a Revolução Farroupilha estava em pleno desenvolvimento. Havia 
uma grande possibilidade da região sul conseguir a independência do restante do país. Para 
evitar o sucesso da revolução, D.Pedro II nomeou o barão de Caxias como chefe do exército. 
Caxias utilizou a diplomacia para negociar o fim da revolta com os líderes. Em 1845, obteve 
sucesso através do Tratado de Poncho Verde e conseguiu colocar um fim na Revolução 
Farroupilha. 
 
Revolução Praieira 
 
A Revolução Praieira foi uma revolta liberal e federalista que ocorreu na província de 
Pernambuco, entre os anos de 1848 e 1850. Dentre as várias revoltas ocorridas durante o Brasil 
Império, esta foi a última. Ganhou o nome de praieira, pois a sede do jornal dirigido pelos liberais 
revoltosos (chamados de praieiros) situava-se na rua da Praia. 
 
Lei Eusébio de Queiróz 
 
 foi uma modificação que ocorreu em 1850 na legislação escravista brasileira. A lei proibia o 
tráfico de escravos para o Brasil. É considerado um dos primeiros passos no caminho em 
direção à aboliçãoda escravatura no Brasil. 
 
O nome da lei é uma referência ao seu autor, o senador e então ministro da Justiça do Brasil 
Eusébio de Queirós Coutinho Matoso da Câmara. 
 
Esta lei, decretada em 4 de setembro de 1850, deve ser entendida também no contexto das 
exigências feitas pela Grã-Bretanha ao governo brasileiro no sentido de acabar com o tráfico de 
escravos. O governo da Grã-Bretanha cobrava do Brasil uma posição favorável à recém-criada 
legislação britânica, conhecida como Bill Aberdeen (de agosto de 1845), que proibia o comércio 
de escravos entre África e América. A lei concedia o direito à marinha britânica de aprender 
qualquer embarcação com escravos que tivesse como destino o Brasil. 
 
A Lei Eusébio de Queirós não surtiu efeitos imediatos. O tráfico ilegal ganhou vitalidade e num 
segundo momento o tráfico interno de escravos aumentou. Foi somente a partir da década de 
1870, com ao aumento da fiscalização, que começou a faltar mão-de-obra escrava no Brasil. 
Neste momento, os grandes agricultores começaram a buscar trabalhadores assalariados, 
principalmente em países da Europa (Itália, Alemanha, por e exemplo) período em que aumentou 
muito a entrada de imigrantes deste continente no Brasil. 
 
 
Guerra do Paraguai 
 
Conflito armado em que o Paraguai enfrentou a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) 
com apoio da Inglaterra. Durou entre os anos de 1864 e 1879 e levou o Paraguai a derrota e a 
ruína. 
 
Ciclo do café 
 
Na segunda metade do século XIX, o café tornou-se o principal produto de exportação brasileiro, 
sendo também muito consumido no mercado interno. 
 
Os fazendeiros (barões do café), principalmente paulistas, fizeram fortuna com o comércio do 
produto. As mansões da Avenida Paulista refletiam bem este sucesso. Boa parte dos lucros do 
café foi investida na indústria, principalmente nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, 
favorecendo o processo de industrialização do Brasil. 
 
Imigração 
 
Muitos imigrantes europeus, principalmente italianos, chegaram para aumentar a mão-de-obra 
nos cafezais de São Paulo, a partir de 1850. Vieram para, aos poucos, substituírem a mão-de-
obra escrava que, devido as pressões da Inglaterra, começava a entrar em crise. Além de 
buscarem trabalho nos cafezais do interior paulista, também foram para as grandes cidades do 
Sudeste que começavam a abrir muitas indústrias. 
 
Questão abolicionista 
 
- Lei Eusébio de Queiróz (1850): extinguiu oficialmente o tráfico de escravos no Brasil 
- Lei do Ventre Livre (1871): tornou livre os filhos de escravos nascidos após a promulgação da 
lei. 
- Lei dos Sexagenários (1885): dava liberdade aos escravos ao completarem 65 anos de idade. 
- Lei Áurea (1888): assinada pela Princesa Isabel, aboliu a escravidão no Brasil. 
 
Abolição da Escravatura - Lei Áurea 
 
Princesa Isabel: assinou a Lei Áurea em 13 de maio de 1888 
 
Introdução 
 
Na época em que os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra 
para a realização de trabalhos manuais. Diante disso, eles procuraram usar o trabalho dos índios 
nas lavouras; entretanto, esta escravidão não pôde ser levada adiante, pois os religiosos 
católicos se colocaram em defesa dos índios condenando sua escravidão. Assim, os 
portugueses passaram a fazer o mesmo que os demais europeus daquela época. Eles foram à 
busca de negros na África para submetê-los ao trabalho escravo em sua colônia. Deu-se, assim, 
a entrada dos escravos no Brasil. De acordo com historiadores, entre 1530 e 1850, cerca de 3,5 
milhões de negros africanos foram trazidos para o Brasil para trabalharem como escravos. 
 
Processo de abolição da escravatura no Brasil 
 
Os negros, trazidos do continente Africano, eram transportados dentro dos porões dos navios 
negreiros. Devido as péssimas condições deste meio de transporte, muitos deles morriam 
durante a viagem. Após o desembarque eles eram comprados por fazendeiros e senhores de 
engenho, que os tratavam de forma cruel e desumana. 
 
Apesar desta prática ser considerada “normal” do ponto de vista da maioria, havia aqueles que 
eram contra este tipo de abuso. Estes eram os abolicionistas (grupo formado por literatos , 
religiosos, políticos e pessoas do povo); contudo, esta prática permaneceu por quase 300 anos. 
O principal fator que manteve a escravidão por um longo período foi o econômico. A economia 
do país contava somente com o trabalho escravo para realizar as tarefas da roça e outras tão 
pesados quanto estas. As providências para a libertação dos escravos deveriam ser tomadas 
lentamente. 
 
A partir de 1870, a região Sul do Brasil passou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes 
estrangeiros; no Norte, as usinas substituíram os primitivos engenhos, fato que permitiu a 
utilização de um número menor de escravos. Já nas principais cidades, era grande o desejo do 
surgimento de indústrias.Visando não causar prejuízo aos proprietários, o governo, pressionado 
pela Inglaterra, foi alcançando seus objetivos aos poucos. O primeiro passo foi dado em 1850, 
com a extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do Ventre-Livre (de 
28 de setembro de 1871). Esta lei tornava livre os filhos de escravos que nascessem a partir de 
sua promulgação. 
 
Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros 
de mais de 65 anos. Foi em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, que liberdade total 
finalmente foi alcançada pelos negros no Brasil. Esta lei, assinada pela Princesa Isabel, abolia 
de vez a escravidão no Brasil. 
 
Crise do Império 
 
A crise do 2º Reinado teve início já no começo da década de 1880. Esta crise pode ser entendida 
através de algumas questões: 
 
- Interferência de D.Pedro II em questões religiosas, gerando um descontentamento nas 
lideranças da Igreja Católica no país; 
 
- Críticas e oposição feitas por integrantes do Exército Brasileiro, que mostravam-se 
descontentes com a corrupção existente na corte. Além disso, os militares estavam insatisfeitos 
com a proibição, imposta pela Monarquia, pela qual os oficiais do Exército não podiam dar 
declarações na imprensa sem uma prévia autorização do Ministro da Guerra; 
 
- A classe média brasileira (funcionário públicos, profissionais liberais, jornalistas, estudantes, 
artistas, comerciantes) desejava mais liberdade e maior participação nos assuntos políticos do 
país. Identificada com os ideais republicanos, esta classe social passou a apoiar a implantação 
da República no país; 
 
- Falta de apoio dos proprietários rurais, principalmente dos cafeicultores do Oeste Paulista, que 
desejavam obter maior poder político, já que tinham grande poder econômico. Fazendeiros de 
regiões mais pobres do país também estavam insatisfeitos, pois a abolição da escravatura, 
encontraram dificuldades em contratar mão-de-obra remunerada. 
 
Fim da Monarquia e a Proclamação da República 
 
Em 15 de novembro de 1889, o Marechal Deodoro da Fonseca, com o apoio dos republicanos, 
destituiu o Conselho de Ministros e seu presidente. No final do dia, Deodoro da Fonseca assinou 
o manifesto proclamando a República no Brasil e instalando um governo provisório. 
 
No dia 18 de novembro, D.Pedro II e a família imperial brasileira viajaram para a Europa. Era o 
começo da República Brasileira com o Marechal Deodoro da Fonseca assumindo, de forma 
provisória, o cargo de presidente do Brasil 
 
PRIMEIRA REPÚBLICA NO BRASIL 
A história republicana brasileira pode ser dividida em algumas fases, tendo como marcos fatos 
históricos que representaram mudanças na ordem institucional do Estado. APrimeira República, 
também conhecida comoRepública Velha, constitui a primeira fase da organização republicananacional e vai desde a Proclamação da República em 1889 até a chamada Revolução de 1930. Pela 
liderança do poder de Estado, alteraram-se confrontos e alianças entre a oligarquia rural e os militares 
das Forças Armadas. 
Entre o fim do Império em 1889 e a posse da presidência por Prudente de Morais, em 1894, militares 
ocuparam o cargo de líder na Primeira República. O primeiro foi Marechal Deodoro da Fonseca, 
presidente interino desde a Proclamação da República e eleito após a aprovação da Constituição de 
1891. Deodoro da Fonseca renunciou em 1891, quando o vice-presidente Marechal Floriano Peixoto 
assumiu a presidência até 1894, encerrando o período conhecido como República da Espada. 
A adoção do presidencialismo e do federalismo como forma organizativa do Estado foram as 
principais características da Constituição de 1891, o que acarretou em uma política de alianças para a 
ocupação da presidência e em uma liberdade política aos governadores dos estados da Federação. O 
período foi marcado por conflitos militares, dentre eles, a Revolta Federalista, no Rio Grande do Sul, 
e a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro, ambas em 1893. 
As revoltas foram contidas e a estrutura liberal do Estado foi consolidada, o que possibilitou a transição 
para o poder civil. O presidentePrudente de Morais foi o primeiro presidente civil, eleito em 1894, 
dando início a alternância entre representantes das oligarquias rurais do sudeste brasileiro até 1930. 
A política do Café com Leite, assim chamada em decorrência da aliança nas indicações para 
presidentes entre São Paulo e Minas Gerais, principais produtores de café e leite, respectivamente, foi 
o auge da ordem oligárquica. Para manter essa alternância, o presidente Campos Sales (1898-1902) 
realizou uma costura política, a política dos governadores, que proporcionou apoio regional ao poder 
executivo federal e fortaleceu os coronéis oligarcas regionais. É desta aliança que surgiu 
o coronelismo que marcou a prática política no interior do Brasil até a segunda metade do século XX. 
Na ordem econômica, o que se viu no período foi a tentativa de conter a crise do café e o auge da 
produção da borracha. Também ocorreram conflitos sociais como a Guerra de Canudos, entre 1896 e 
1897, a Revolta da Vacina, em 1904, a Revolta da Chibata, em 1910, e a Revolta do Contestado, entre 
1913 e 1915. 
A partir de 1914, a Primeira República entrou em declínio. Nem o surto de industrialização suportou 
a crise pela qual passava a produção do café, que teve seu golpe final com a crise econômica mundial 
capitalista de 1929. Por outro lado, novas classes sociais se fortaleceram, reclamando representação 
política. Greves operárias foram realizadas e duramente reprimidas. A burguesia industrial entrava em 
conflito com a política econômica voltada preferencialmente à agricultura. Até mesmo nos quadros 
médios das Forças Armadas havia insatisfação com o controle político pelas oligarquias rurais. 
O resultado foi uma instabilidade crescente dos acordos políticos que caracterizaram a Primeira 
República, e a insatisfação no seio do exército proporcionou a aproximação de vários grupos estaduais 
que se opunham à política do Governo Federal. As revoltas tenentistas no Rio Grande do Sul, em 
1923, e em São Paulo, em 1924, somadas à insatisfação das oligarquias com a eleição de Júlio Prestes, 
em 1930, levaram ao impedimento do presidente eleito e, com um golpe militar, teve fim a Primeira 
República. 
Era Vargas 
é o nome que se dá ao período em que Getúlio Vargas governou o 
Brasil por 15 anos, de forma contínua (de 1930 a 1945). Esse período 
foi um marco na história brasileira, em razão das inúmeras alterações 
que Getúlio Vargas fez no país, tanto sociais quanto econômicas. 
A Era Vargas, teve início com a Revolução de 1930 onde expulsou do 
poder a oligarquia cafeeira, dividindo-se em três momentos: 
 Governo Provisório -1930-1934 
 Governo Constitucional – 1934-1937 
 Estado Novo – 1937-1945 
 
Revolução de 1930 
Até o ano de 1930 vigorava no Brasil a República Velha, conhecida 
hoje como o primeiro período republicano brasileiro. Como 
característica principal centralizava o poder entre os partidos políticos 
e a conhecida aliança política "café-com-leite" (entre São Paulo e 
Minas Gerais), a República Velha tinha como base a economia 
cafeeira e, portanto, mantinha fortes vínculos com grandes 
proprietários de terras. 
De acordo com as políticas do "café-com-leite", existia um 
revezamento entre os presidentes apoiados pelo Partido Republicano 
Paulista (PRP), de São Paulo, e o Partido Republicano Mineiro (PRM), 
de Minas Gerais. Os presidentes de um partido eram influenciados 
pelo outro partido, assim, dizia-se: nada mais conservador, que um 
liberal no poder. 
O Golpe do Exército 
Em março de 1930, foram realizadas as eleições para presidente da 
República. Eleição esta que deu a vitória ao candidato governista 
Júlio Prestes. Entretanto, Prestes não tomou posse. A Aliança Liberal 
(nome dado aos aliados mineiros, gaúchos, e paraibanos) recusou-se 
a aceitar a validade das eleições, alegando que a vitória de Júlio 
Prestes era decorrente de fraude. Além disso, deputados eleitos em 
estados onde a Aliança Liberal conseguiu a vitória, não tiveram o 
reconhecimento dos seus mandatos. Os estados aliados, 
principalmente o Rio Grande do Sul planejam então, uma revolta 
armada. A situação acaba agravando-se ainda mais quando o 
candidato à vice-presidente de Getúlio Vargas, João Pessoa, é 
assassinado em Recife, capital de Pernambuco. Como os motivos 
dessa morte foram duvidosos a propaganda getulista aproveitou-se 
disso para usá-la em seu favor, atribuindo a culpa à oposição, além 
da crise econômica acentuada pela crise de 1929; a indignação, deste 
modo, aumentou, e o Exército – que por sua vez era desfavorável ao 
governo vigente desde o tenentismo – começou a se mobilizar e 
formou uma junta governamental composta por generais do Exército. 
No mês seguinte, em três de novembro, Júlio Prestes foi deposto e 
fugiu junto com Washington Luís e o poder então foi passado para 
Getúlio Vargas pondo fim à República Velha. 
Governo provisório (1930 - 1934) 
O Governo Provisório teve como objetivo reorganizar a vida política 
do país. Neste período, o presidente Getúlio Vargas deu início ao 
processo de centralização do poder, eliminando os órgãos legislativos 
(federal, estadual e municipal). 
Diante da importância que os militares tiveram na estabilização da 
Revolução de 30, os primeiros anos da Era Vargas foram marcados 
pela presença dos “tenentes” nos principais cargos do governo e por 
esta razão foram designados representantes do governo para 
assumirem o controle dos estados, tal medida tinha como finalidade 
anular a ação dos antigos coronéis e sua influência política regional. 
Esta medida consolidou-se em clima de tensão entre as velhas 
oligarquias e os militares interventores. A oposição às ambições 
centralizadoras de Vargas concentrou-se em São Paulo, onde as 
oligarquias locais, sob o apelo da autonomia política e um discurso de 
conteúdo regionalista, convocaram o “povo paulistano” a lutar contra 
o governo Getúlio Vargas, exigindo a realização de eleições para a 
elaboração de uma Assembléia Constituinte. A partir desse 
movimento, teve origem a chamada Revolução Constitucionalista de 
1932. 
Mesmo derrotando as forças oposicionistas, o presidente convocou 
eleições para a Constituinte. No processo eleitoral, devido o desgaste 
gerado pelos conflitos paulistas, as principais figuras militares do 
governo perderam espaço político e, em 1934 uma nova constituição 
foi promulgada. 
A Carta de 1934 deu maiores poderes ao poder executivo, adotou 
medidas democráticas e criou as basesda legislação trabalhista. Além 
disso, sancionou o voto secreto e o voto feminino. Por meio dessa 
resolução e o apoio da maioria do Congresso, Vargas garantiu mais 
um mandato. 
Governo Constitucional (1934 – 1937) 
Nesse segundo mandato, conhecido como Governo Constitucional, a 
altercação política se deu em volta de dois ideais primordiais: o 
fascista – conjunto de ideias e preceitos político-sociais totalitário 
introduzidos na Itália por Mussolini –, defendido pela Ação 
Integralista Brasileira (AIB), e o democrático, representado pela 
Aliança Nacional Libertadora (ANL), era favorável à reforma agrária, a 
luta contra o imperialismo e a revolução por meio da luta de classes. 
A ANL aproveitando-se desse espírito revolucionário e com as 
orientações dos altos escalões do comunismo soviético, promoveu 
uma tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas. Em 
1935, alguns comunistas brasileiros iniciaram revoltas dentro de 
instituições militares nas cidades de Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e 
Recife (PE). Devido à falha de articulação e adesão de outros 
estados, a chamada Intentona Comunista, foi facilmente controlada 
pelo governo. 
Getúlio Vargas, no entanto, cultivava uma política de centralização do 
poder e, após a experiência frustrada de golpe por parte da esquerda 
utilizou-se do episódio para declarar estado de sítio, com essa 
medida, Vargas, perseguiu seus oponentes e desarticulou o 
movimento comunista brasileiro. Mediante a “ameaça comunista”, 
Getúlio Vargas conseguiu anular a nova eleição presidencial que 
deveria acontecer em 1937. Anunciando outra calamitosa tentativa 
de golpe comunista, conhecida como Plano Cohen, Getúlio Vargas 
anulou a constituição de 1934 e dissolveu o Poder Legislativo. A partir 
daquele ano, Getúlio passou a governar com amplos poderes, 
inaugurando o chamado Estado Novo. 
Estado Novo (1937 – 1945) 
No dia 10 de novembro de 1937, era anunciado em cadeia de rádio 
pelo presidente Getúlio Vargas o Estado Novo. Tinha início então, um 
período de ditadura na História do Brasil. 
Sob o pretexto da existência de um plano comunista para a tomada 
do poder (Plano Cohen) Vargas fechou o Congresso Nacional e impôs 
ao país uma nova Constituição, que ficaria conhecida depois como 
"Polaca" por ter sido inspirada na Constituição da Polônia, de 
tendência fascista. 
O Golpe de Getúlio Vargas foi organizado junto aos militares e teve o 
apoio de grande parcela da sociedade, uma vez que desde o final de 
1935 o governo reforçava sua propaganda anti comunista, alarmando 
a classe média, na verdade preparando-a para apoiar a centralização 
política que desde então se desencadeava. A partir de novembro de 
1937 Vargas impôs a censura aos meios de comunicação, reprimiu a 
atividade política, perseguiu e prendeu seus inimigos políticos, adotou 
medidas econômicas nacionalizantes e deu continuidade a sua política 
trabalhista com a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), 
publicou o Código Penal e o Código de Processo Penal, todos em vigor 
atualmente. Getúlio Vargas foi responsável também pelas concepções 
da Carteira de Trabalho, da Justiça do Trabalho, do salário mínimo, e 
pelo descanso semanal remunerado. 
O principal acontecimento na política externa foi a participação do 
Brasil na Segunda Guerra Mundial contra os países do Eixo, fato este, 
responsável pela grande contradição do governo Vargas, que 
dependia economicamente dos EUA e possuía uma política 
semelhante à alemã. A derrota das nações nazi fascistas foi a brecha 
que surgiu para o crescimento da oposição ao governo de Vargas. 
Assim, a batalha pela democratização do país ganhou força. O 
governo foi obrigado a indultar os presos políticos, além de constituir 
eleições gerais, que foram vencidas pelo candidato oficial, isto é, 
apoiado pelo governo, o general Eurico Gaspar Dutra. 
Chegava ao fim a Era Vargas, mas não o fim de Getúlio Vargas, que 
em 1951 retornaria à presidência pelo voto popular. 
Constituição de 1934 
 
A Constituição de 1934 foi uma consequência direta da Revolução Constitucionalista de 1932. Com 
o fim da Revolução, a questão do regime político veio à tona, forçando desta forma as eleições 
para a Assembléia Constituinte em maio de 1933, que aprovou a nova Constituição substituindo a 
Constituição de 1891. 
O objetivo da Constituição de 1934 era o de melhorar as condições de vida da grande maioria dos 
brasileiros, criando leis sobre educação, trabalho, saúde e cultura. Ampliando o direito de 
cidadania dos brasileiros, possibilitando a grande fatia da população, que até então era 
marginalizada do processo político do Brasil, participar então desse processo. A Constituição de 34 
na realidade trouxe, portanto, uma perspectiva de mudanças na vida de grande parte dos 
brasileiros. 
No dia seguinte à promulgação da nova Carta, Getúlio Vargas foi eleito presidente do Brasil. 
São características da Constituição de 1934: 
1- A manutenção dos princípios básicos da carta anterior, ou seja, o Brasil continuava sendo uma 
república dentro dos princípios federativos, ainda que o grau de autonomia dos estados fosse 
reduzido; 
2 – A dissociação dos poderes, com independência do executivo, legislativo e judiciário; além da 
eleição direta de todos os membros dos dois primeiros. O Código eleitoral formulado para a eleição 
da Constituinte foi incorporado à Constituição; 
3 – A criação do Tribunal do Trabalho e respectiva legislação trabalhista, incluindo o direito à 
liberdade de organização sindical; 
4- A possibilidade de nacionalizar empresas estrangeiras e de determinar o monopólio estatal 
sobre determinadas indústrias; 
5- As disposições transitórias estabelecendo que o primeiro presidente da República fosse eleito 
pelo voto indireto da Assembléia Constituinte. 
A Constituição de 1934 também cuidou dos direitos culturais, aprovando os seguintes princípios, 
entre outros: 
 O direito de todos à educação, com a determinação de que esta desenvolvesse a 
consciência da solidariedade humana; 
 A obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário, inclusive para os adultos, e intenção à 
gratuidade do ensino imediato ao primário; 
 O ensino religioso facultativo, respeitando a crença do aluno; 
 A liberdade de ensinar e garantia da cátedra. 
 
A Constituição de 1934 ainda garante ao cidadão: 
 Que a lei não prejudicaria o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; 
 O principio da igualdade perante a lei, instituindo que não haveria privilégios, nem 
distinções, por motivo de nascimento, sexo, raça, profissão própria ou dos pais, riqueza, 
classe social, crença religiosa ou ideias políticas; 
 A aquisição de personalidade jurídica, pelas associações religiosas, e introduziu a 
assistência religiosa facultativa nos estabelecimentos oficiais; 
 A obrigatoriedade de comunicação imediata de qualquer prisão ou detenção ao juiz 
competente para que a relaxasse e, se ilegal. requerer a responsabilidade da autoridade 
co-autora; 
 O habeas-corpus, para proteção da liberdade pessoal, e estabeleceu o mandado de 
segurança, para defesa do direito, certo e incontestável, ameaçado ou violado por ato 
inconstitucional ou ilegal de qualquer autoridade; 
 A proibição da pena de caráter perpétuo; 
 O impedimento da prisão por dívidas, multas ou custas; 
 A extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião e, em qualquer caso, a de 
brasileiros; 
 A assistência judiciária para os desprovidos financeiramente; 
 Que as autoridades a emitam certidões requeridas, para defesa de direitos individuais ou 
para esclarecimento dos cidadãos a respeito dos negócios públicos; 
 A isenção de impostos ao escritor, jornalista e ao professor; 
 Que a todo cidadãolegitimidade para pleitear a declaração de utilidade ou anulação dos 
atos lesivos do patrimônio da União, dos Estados ou dos Municípios; 
 A proibição de diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo de idade, sexo, 
nacionalidade ou estado civil; 
 Receber um salário mínimo capaz de satisfazer à necessidades normais do trabalhador; 
 A limitação do trabalho a oito horas diárias, só prorrogáveis nos casos previstos pela lei; 
 A proibição de trabalho a menores de 14 anos, de trabalho noturno a menores de 16 anos 
e em indústrias insalubres a menores de 18 anos e a mulheres; 
 A regulamentação do exercício de todas as profissões. 
A Constituição de 1934 representou o início de uma nova fase na vida do país, entretanto vigorou 
por pouco tempo, até a introdução do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, sendo 
substituída pela Constituição de 1937. 
DIREITO NO BRASIL PÓS II GUERRA MUNDIAL 
(1945-1964) CONSTITUIÇÃO DE 1946 
 Após a queda de Getúlio Vargas e fim do Estado Novo, incide um período de 
redemocratização que irá culminar na promulgação da Constituição de 1946. (ANGELOZI, 
2009. p. 179 - 190) 
 
 DIREITO NO BRASIL PÓS II GUERRA MUNDIAL (1945-1964) PRINCIPAIS 
 
CARACTERISTICAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1946 o restabelecimento dos direitos individuais 
fim da censura e da pena de morte. Restabeleceu o equilíbrio entre os poderes, além de dar 
autonomia a estados e municípios. Instituição de eleição direta para presidente da República, 
com mandato de cinco anos. Incorporação da Justiça do Trabalho (CLT) Habeas corpus e a 
ação popular. Continuava a proibir o voto dos analfabetos. Eleição direta do Presidente da 
República; Liberdade de organização partidária e Liberdade Sindical; Reconhecimento dos 
direitos de greve; (ANGELOZI, 2009. p. 179 - 190) 
DIREITO NO BRASIL PÓS II GUERRA MUNDIAL (ANGELOZI, 2009. p. 186) DIREITO NO 
BRASIL – GOVERNO MILITAR Constituição de 1967 e sua Emenda de nº 1 de 1969 Contexto 
Histórico Golpe Militar de 1964. Forma Política de Elaboração da Constituição Autoritária: 
Outorgada por Castelo Branco a de 1967 e pela Junta Militar a emenda de 1969. Principais 
Características da Constituição De 1967 Forte concentração no poder executivo; 
Enfraquecimento do Legislativo e do Judiciário; Eleição presidencial indireta; Reduziu a 
autonomia dos Municípios estabelecendo a nomeação dos Prefeitos de alguns municípios pelo 
Governador ; Enfraquecimento do federalismo; estrutura de Poder na Segurança Nacional , 
criação de uma ação de suspensão de direitos políticos e individuais ; Restrições aos direitos e 
a suspensão do habeas corpus; Os analfabetos permaneciam sem direito a voto DIREITO NO 
BRASIL – GOVERNO MILITAR EMENDA CONSTITUCIONAL N.1 DE 1969 (EDITADA EM 
17/10/1969) Em 17/10/1969 a Constituição Brasileira sofreu profundas alterações em 
decorrência da emenda constitucional n. 1, outorgada pela junta militar que assumiu o Poder 
no período em que o Presidente Costa e Silva encontrava-se doente. As três principais 
alterações promovidas pela citada emenda constitucional foram: Estabelecimento de eleições 
indiretas para o cargo de Governador de Estado Ampliação do mandato presidencial para cinco 
anos Extinção das imunidades parlamentares. 
 
 
João Goulart e o golpe militar de 
1964 
A renúncia de Jânio Quadros, ao deixar vago o cargo de presidente da República, abriu uma 
séria crise nos rumos políticos do Brasil. O cargo deveria ser ocupado pel o seu vice-presidente 
João Goulart. No entanto, João Goulart, mais conhecido como Jango, em sua trajetória política, 
havia sido partidário das propostas getulistas, tendo sido, inclusive, ministro do trabalho do 
segundo governo Vargas e vice-presidente de Juscelino. Para as forças conservadoras, Jango 
era identificado como comunista. No momento da renúncia de Jânio Quadros, Jango se 
encontrava em visita à China comunista, o que o identificava ainda mais como um 
simpatizante do regime comunista. Enquanto os grupos conservadores se articularam para 
impedir a posse de Jango, os grupos legalistas, especialmente no Rio Grande do Sul, se 
articularam para possibilitar a posse de Jango. O Brasil chegou perto de uma guerra civil. 
Os EUA, temendo que o Brasil seguisse o exemplo cubano, fez pressão diplomática para que 
houvesse uma solução de compromisso. 
Nesse sentido, Jango assumiu o cargo de presidente por meio de uma solução de compromisso 
proposta pelo deputado Plínio Salgado. Ele apresentou ao Congresso Nacional uma emenda 
constitucional estabelecendo o regime parlamentarista no Brasil. Após esmagadora vitória do 
presidencialismo (com a queda do parlamentarismo), Jango tornou a possuir poderes plenos 
como presidente da República. O período de parlamentarismo havia sido um período de 
caráter transitório, mas em que houve uma ampla organização de forças populares como a 
criação, em 1962, do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). Esse retorno ao 
presidencialismo dava a Jango maior legitimidade para passar novas propostas de incremento 
econômico e político à sociedade brasileira. Esses anos foram de polarização política. De um 
lado havia os conservadores que criticavam quaisquer planos que incorporassem por demais 
medidas nacionalistas e que tivessem em seu centro uma preocupação com as massas, e; do 
outro lado havia aqueles que acreditavam que somente medidas econômicas de caráter 
nacionalista poderiam fazer com que o país saísse da situação de crise em que vivia. Em 
princípio, as medidas econômicas propostas por João Goulart não conseguiram agradar nem a 
um grupo nem a outro. Gradualmente, foi sendo gerado um profundo descontentamento na 
população brasileira com os rumos econômicos do país, visto que a inflação continuava alta. 
Na busca por sanar os problemas apresentados, Jango propôs o Plano Trienal. Havia uma 
conjuntura de radicalização ideológica que motivou um profundo sentimento de 
anticomunismo nos militares e o Plano não deu resultados imediatos. Goulart, cada vez mais 
afastado dos setores conservadores, ia se afastando também dos grupos políticos ideológicos 
vinculados ao nacionalismo econômico, que traziam propostas mais radicais de reforma 
agrária. 
Diante desse cenário, João Goulart propôs o que ficou conhecido como o Comício das 
Reformas (ou Comício da Central), que reuniu cerca de 150 mil pessoas. Esse comício foi a 
expressão da orientação nacional-reformista adotada pelo presidente João Goulart com o 
intuito de mobilizar as massas contra o fato de suas propostas terem sido bloqueadas no 
Congresso nacional. 
 
A Constituição de 1967 
A sexta Constituição brasileira foi outorgada em 24 de 
janeiro de 1967 e posta em vigor em 15 de março do mesmo 
ano. A forma federalista do Estado foi mantida, todavia com 
maior expansão da União. 
Na separação dos poderes foi dada maior ênfase ao 
Executivo que passou a ser eleito indiretamente por um 
colégio eleitoral, mantendo-se as linhas básicas dos demais 
poderes, Legislativo e Judiciário. Alterou-se a estrutura do 
processo legislativo, surgindo o regime da legislação 
delegada e dos decretos-leis. ... “A Constituição de 1967 
sofreu diversas emendas, porém, diante de diversos atos 
institucionais e complementares, cogitou-se de uma 
unificação do seu texto. Até então haviam sido promulgados 
dezessete atos institucionais e setenta e três atos 
complementares. 
Em 17.10.1969 foi promulgada a Emenda N.º 1 à 
Constituição de 1967, combinando com o espírito dos atos 
institucionais elaborados. A Constituição de 1967 recebeu 
ao todo vinte e sete emendas, até que fosse promulgada a 
nova Constituição de 5-10-1988, que restaurou as 
liberdades públicas no País.” (Pinto Ferreira, Curso de 
D.Constitucional, Saraiva,9.ª ed.p.62).A nova ordem constitucional de 1967 
Comparada com a Constituição de 1946 a Constituição 
de 24 de janeiro de 1967 apresenta graves retrocessos: 
a) suprimiu a liberdade de publicação de livros e 
periódicos ao afirmar que não seriam tolerados os que 
fossem considerados (a juízo do governo) como de 
propaganda de subversão da ordem - art. 150 8º); 
b) restringiu o direito de reunião facultando à policia o 
poder de designar o local para ela. 
c) estabeleceu o foro militar para os civis na mesma linha 
da emenda constitucional ditada pelo Ato institucional n.º 2, 
art. 122. 1º. 
d) criou a pena de suspensão dos direitos políticos, 
declarada pelo Supremo Tribunal Federal, para aquele que 
abusasse dos direitos políticos ou dos direitos de 
manifestação do pensamento, exercício de trabalho ou 
profissão, reunião e associação, para atentar contra a ordem 
democrática ou praticar a corrupção - art. 151. (Essa 
competência punitiva do Supremo era desconhecida pelo 
Direito Constitucional brasileiro); 
e) manteve todas as punições, exclusões e 
marginalizações políticas decretadas sob a égide dos Atos 
Institucionais. (O reencontro do caminho democrático só 
começou com Anistia, alcançada cm 1 979. Isto porque foi 
justa utente a Anistia que acabou com os efeitos de todas 
essas medidas ditatoriais). 
 
O processo eleitoral na Ditadura Militar 
Art. 75 da constituição de 1967 : “ o presidente e o vice-
presidente da república serão eleitos simultaneamente, 
dentre brasileiros maiores de trinta e cinco anos e no 
exercício dos direitos políticos, por sufrágio universal e voto 
direto e secreto, em todo o país, cento e vinte dias antes do 
término do mandato presidencial”. 
 
O Colégio Eleitoral – Eleições indiretas 
Dezoito milhões de eleitores brasileiros sofreram das 
restrições impostas por aqueles que assumiram o poder, 
ignorando e cancelando a validade da Constituição 
Brasileira, criando através de Atos Institucionais um Estado 
de exceção, suspendendo a democracia. 
Após a emenda constitucional nº 01 de 1969 segundo o 
artigo 74 “o presidente será eleito, entre os brasileiros 
maiores de trinta e cinco anos e no exercício dos direitos 
políticos, pelo sufrágio de um colégio eleitoral, em sessão 
pública e mediante votação nominal. 
AI-5 - ANTECEDENTES HISTÓRICOS 
No final de 1968, a ditadura enfrentava enorme 
isolamento. As manifestações estudantis daquele ano 
haviam reduzido a quase zero o apoio do regime militar na 
classe média. As greves de Osasco e de Contagem, bem 
como a articulação do Movimento Intersindical contra o 
Arrocho, sinalizavam a retomada das lutas operárias, 
enquanto a oposição política, agrupada na Frente Ampla e 
no MDB, tornava-se mais crítica. O isolamento acabou 
favorecendo o crescimento, dentro das Forças Armadas, da 
chamada “linha dura”, que passou a defender o fechamento 
político completo e a agir de forma cada vez mais audaciosa, 
chegando ao ponto de planejar uma série de atentados 
terroristas contra a população, com o objetivo de lançar a 
culpa na esquerda e forçar o fechamento político (episódio 
Para-Sar). (Franklin Martins – jornaista) 
 
O contexto do Ato Institucional n° 5 
Houve uma grande onda de protestos nas principais 
cidades do país, a maioria organizada por estudantes. 
Greves em Osasco (SP) e em Contagem (MG) mexeram 
com a economia nacional. Formou-se a Frente Ampla, uma 
aliança entre Jango, Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda 
contra o regime. O estudante secundarista Édson Luís 
morreu no Rio de Janeiro, por causa de um 
desentendimento em um restaurante, o que originou 
confrontos entre policiais e estudantes. O movimento 
estudantil, juntamente com a Igreja e setores da sociedade 
civil, promoveu a Passeata dos Cem Mil, a maior 
mobilização pública contra o regime militar. 
Depois disso, o deputado Márcio Moreira Alves, do 
MDB, convocou a população a não participar das 
festividades do dia 7 de setembro de 1968. 
Sob o pretexto de que o deputado Márcio Moreira Alves 
(MDB-GB) pronunciara um discurso ofensivo ao Exército, 
exigiu da Câmara licença para que ele fosse processado - 
na prática, a cassação de seu mandato. Diante da negativa 
da Câmara, o marechal Costa e Silva editou o AI-5 - o golpe 
dentro do golpe, o regime da ditadura sem freios. 
Desencadeou-se feroz repressão política em todo o país, 
com a supressão de todas as liberdades democráticas e a 
institucionalização da tortura contra os opositores do 
governo. O Congresso foi fechado e dezenas de 
parlamentares, cassados. O Supremo Tribunal Federal 
sofreu intervenção, com o afastamento de vários ministros. 
A censura instalou-se em todas as redações de jornais. 
O Ato Institucional Nº 5, ou simplesmente AI 5, que 
entrou em vigor em 13 de dezembro de 1968, era o mais 
abrangente e autoritário de todos os outros atos 
institucionais, e na prática revogou os dispositivos 
constitucionais de 67, além de reforçar os poderes 
discricionários do regime militar. A partir desta data, a 
repressão política não teria mais freios. O AI-5 só foi 
revogado em 1979, no governo do general Ernesto Geisel. 
 
O “milagre brasileiro” 
Entre 1968 e 1973 o país experimentou um rápido, 
desenvolvimento econômico. O PIB cresceu, em termos 
médios, de 3,7% de 1962 a 1967 para 11,3% nos anos de 
1968 a 1974, sendo a indústria o principal responsável por 
esse boom, expandindo-se a taxas de 12,6% anuais. A 
inflação atingiu os menores índices desde os anos 50 (Baer, 
1996). Porém, a concentração de renda aumentou 
significativamente em relação aos períodos anteriores. 
O crescimento econômico caracterizou-se pela grande 
participação do Estado na economia em vários pontos da 
cadeia produtiva de diversos setores industriais. As estatais 
de aço, mineração e produtos petroquímicos representavam 
quase 80% da capacidade geradora de energia do país. 
Referências 
CASTRO, Flávia Lages. História do Direito, Geral e 
Brasil. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2007 (Capítulo XVIII – 
p.505-550). 
PEDROSA, Ronaldo Leite. Direito em História. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Lumen Juris. 2008.

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