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04/02/2016 1 PATOLOGIAS DO TRATO GENITAL FEMININO VULVA, VAGINA E COLO DO ÚTERO PROF. DR. SARA SANTOS BERNARDES ANATOMIA Vulva Vulvites: Diversos agentes A principal complicação é o cisto de Bartholin VULVA Distúrbios epiteliais não neoplásicos: Líquen escleroso: - Atrofia epidérmica; - Mais comum em mulheres na menopausa (auto-imune?); - Caracterizado por placas brancas e lisas na superfície vulvar (leucoplasia); - Atrofia da epiderme, com perda das cristas interpapilares; - 1-5% evoluem para CCE. VULVA Distúrbios epiteliais não neoplásicos: Líquen plano: - Hiperplasia epidérmica; - Caracterizado por espessamento epitelial e hiperqueratose, com leucoplasia; - Aumento de mitose nas células basais, sem atipias; - Relacionado à dermatose crônica subjecente; - Não é fator de risco para CCE. VULVA VULVA Líquen: Aspectos macroscópicos Líquen escleroso Líquen plano 04/02/2016 2 Neoplasias vulvares Condiloma acuminado: - Vírus HPV 6 e 11; - 30-50% também apresentam comprometimento cervical; - incidência em ♀ com alta atividade sexual e má higiene genital; - risco de transformação maligna. VULVA Lesões múltiplas, planas ou papilomatosas Condiloma acuminado: alterações macroscópicas VULVA Carcinoma de células escamosas (3-5% dos cânceres ginecológicos): - Relacionado ao tabagismo e infecção por HPV; - Geralmente precidido de alterações pré-cancerosas (Neoplasia intraepitelial vulvar) NIV:Avalia grau de proliferação e displasia; - incidência em mulheres jovens (20-35 anos); - Pequenos e grandes lábios; - Displasia leve: não é classificada como NIV; - NIV usual: Mais comum em mulheres jovens, menor índice de remissão espontânea e maior potencial de transformação maligna; relação com HPV 16; VULVA - NIV diferenciada: Mais comum em mulheres após a menopausa, relação com líquen escleroso; CCE positivo para HPV: comum; associado a NIV usual e tabagismo; faixa etária 40-50 anos; lesões multifocais e verrucosas; células pouco diferenciadas; CCE negativo para HPV: comum; associado a líquen escleroso ou outras doenças inflamatórias crônicas; faixa etária > 60 anos; lesão unifocal; células bem diferenciadas com queratinização; - Prognóstico (sobrevida em 5 anos): 70% (s/metástase) e 30% (c/metástase). VULVA Outros cânceres: Melanoma e doença de Paget extramamária Lesão única, área extensa de líquen escleroso. CCE HPV negativo: alterações macro e microscópicas VULVA Tumor bem diferenciado (pérolas córneas) VAGINA Vagina Vaginites (agentes químicos, físicos e infecciosos) Candidíase: - Flora vaginal (pequena quantidade) em 10-20% das mulheres em idade reprodutiva; - Desequilíbrio* da flora vaginal: pH, com formação de hifas e desenvolvimento da doença em mulheres colonizadas; - Aquisição de cepa agressiva: objetos, mãos, roupas e relação sexual; - Manifestações clínicas: corrimento leitoso brancacento, inodoro, acompanhado de prurido e desconforto. 04/02/2016 3 VAGINA Vagina Vaginites Tricomoníase: - Mulheres sexualmente ativas; - Protozoário resistente ao pH vaginal; - 50% das infectadas são assintomáticas; - Sintomas: corrimento verde-amarelado espumoso e odor fétido, acompanhado de prurido e disúria. VAGINA Vagina Neoplasias - Tumores primitivos são incomuns (~2%), porém invasivos citologia vaginal preventiva; - O mais frequente é o carcinoma de células escamosas: ♀ > 60 anos; CCE invasivo: relação com HPV 16. COLO DO ÚTERO Colo do útero: exame ginecológico Endocérvice Ectocérvice Junção escamocolunar (JEC) COLO DO ÚTERO Endocérvice: Revestimento epitelial colunar simples, com células de reserva; Ectocérvice: Revestimento epitelial escamoso estratificado não queratinizado; Junção escamocolunar (JEC): - A localização varia com a idade e com a fase do ciclo menstrual; - Eversão fisiológica: geralmente ocorre na puberdade, formando a zona de transformação (JEC original – JEC nova); - O epitélio evertido geralmente sofre metaplasia*. COLO DO ÚTERO Endocérvice Epitélio colunar JEC Epitélio escamoso Endocérvice Ectocérvice JEC Zona de transformação Nascimento Adulto Colo uterino com ectopia (eversão), com e sem teste de Schiller. COLO DO ÚTERO 04/02/2016 4 COLO DO ÚTERO Cervicites Inexistente antes da menarca e menos frequente após a menopausa; Cervicite aguda é mais frequente em mulheres pós-parto; Cervicite crônica é comum em mulheres em idade fértil (sem alterações clínicas relevantes): - agentes bacterianos (*flora vaginal, DST´s), químicos e físicos; - Pode ocorrer queratinização da ZT * Doença inflamatória pélvica: cervicite crônica bacteriana. relacionada à aborto espontâneo e nascimento prematuro. COLO DO ÚTERO Neoplasias Pólipo endocervical (benigno) - Relacionado à cervicite crônica; - Alta incidência, com incidência em multíparas entre 45-60 anos; - Patogenia: Proliferação epitelial colunar e estromal com acúmulo de muco; - Aspectos clínicos: massa polipóide pediculada altamente vascularizada, geralmente acompanhado de sangramento vaginal; - Raramente evoluem para CCE. COLO DO ÚTERO Neoplasias Carcinoma cervical (CCE e adenocarcinoma) - Relacionados à infecção por HPV; * CCE: 75% das neoplasias malignas do colo do útero; * Adenocarcinomas puros e mistos: ~20%; Segunda neoplasia mais frequente em mulheres; Frequentemente encontrado na ZT; mortalidade: Diagnóstico precoce (Papanicolau); relação com HPV (“ câncer sexualmente transmissível”). COLO DO ÚTERO - Infecção por HPV e câncer cervical: Tropismo para as células basais da ZT; Cepas de alto risco: 16* e 18 (6 e 11: condilomas TG inferior – DNA epissômico): Infecção persistentes; Integração do DNA viral (aneuploidia); Fatores de risco: Iniciação sexual < 16 anos; Múltiplos parceiros sexuais ou parceiro com múltiplas parceiras sexuais. COLO DO ÚTERO A infecção persistente progride para neoplasia intraepitelial cervical (NIC) DNA presente em ~90% dos NIC e CCE: NIC I: Baixo grau NIC II e III:Alto grau NIC I: 10% evoluem para NIC de alto grau (60% regridem); NIC II/III: 10% evoluem para carcinoma (30% regridem, 60% persistem) SI (carga viral), estado hormonal, tabagismo, co- infecção por DST; incidência: 30 anos. Atipia celular (Relação N/C, coilocitose, mitoses) e camadas epiteliais atingidas. COLO DO ÚTERO NIC células da ZT (Papanicolau) Normal NIC I NIC II NIC III 04/02/2016 5 Normal NIC I NIC II NIC III (Carcinoma in situ) COLO DO ÚTERO NIC (Biópsia da ZT) COLO DO ÚTERO - Infecção por HPV e câncer cervical: Patogenia: Expressão de proteínas E6 e E7, que inativam p53 e Rb (supressores tumorais) Promoção da proliferação e favorecimento de mutações ativação da carcinogênese. COLO DO ÚTERO Consequências da infecção por HPV COLO DO ÚTERO - CCE: incidência: 40-45 anos; Aspectos clínicos: corrimento, sangramento vaginal e despareunia; Crescimento local invasivo tem maior importância clínica que as metástases, que não são comuns ( incidente: linfonodos regionais); Estágio I: Colo (sobrevida 90% em 5 anos) Estágio II: Região do colo, com invasão da região superior da vagina Estágio III: Parede pélvica e/ou vagina Estágio IV: Infiltração em órgãos próximos (reto, bexiga), com ou sem metástases (sobrevida 10% em 5 anos) * Principal complicação:obstrução urinária (bexiga/ ureter) com IRA. Útero Reto Bexiga Vagina Anatomia feminina e complicações do tumor invasor decolo uterino COLO DO ÚTERO COLO DO ÚTERO CCE: alterações macroscópicas Exofítico, com projeção na luz vaginal. 04/02/2016 6 COLO DO ÚTERO CCE: alterações microscópicas Tumores bem diferenciados apresentam pérolas córneas Infiltração neoplásica em brotos sólidos COLO DO ÚTERO - Adenocarcinoma: incidência: 56 anos; Células colunares endocervicais da junção escamocolunar diagnóstico difícil pelo exame de Papanicolau; Comportamento tumoral semelhante ao CCE (sintomas e patogênese); Pior prognóstico que CCE. COLO DO ÚTERO Adenocarcinoma: alterações macroscópicas Crescimento exofítico ou infiltrativo (colo em barril*);
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