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3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: 1 3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: CÂNCER DO COLO DO ÚTERO → Também chamado de câncer cervical. 🦀 → Causado pela infecção persistente por alguns tipos de vírus oncogênicos do HPV (16 e 18). A infecção genital por esse vírus é frequente e não causa doença na maioria das vezes, o organismo consegue debelar a infecção através de inflamação aguda e crônica, especialmente os linfócitos CD8, que são os principais atuantes nas infecções virais. → Entretanto, algumas alterações celulares podem acontecer e desencadear o câncer. Estas são reconhecidas pela citologia oncótica (exame do papanicolau) EPIDEMIOLOGIA 3º tumor mais frequente nas mulheres, ficando atrás 4ª causa de morte de De acordo com o INCA, há estimativa 3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: 2 apenas do câncer de mama e colorretal. câncer nas mulheres. de 16.340 casos em 2016. A incidência máxima ocorre aos 45 anos, 10 a 15 anos após a detecção do precursor NIC. Em 2013, 5430 mulheres morreram. A evolução do câncer do colo do útero, na maioria dos casos, se dá de forma lenta, passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis. Dentre todos os tipos de câncer, é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura. Seu pico de incidência situa-se entre mulheres de 40 a 60 anos de idade, e apenas uma pequena porcentagem, naquelas com menos de 30 anos. Uma marcante característica do câncer do colo do útero é a sua consistente associação, em todas as regiões do mundo, com o baixo nível socioeconômico, ou seja, com os grupos que têm maior vulnerabilidade social. São nesses grupos que se concentram as maiores barreiras de acesso à rede de serviços para detecção e tratamento precoce da doença e de suas lesões precursoras, advindas de dificuldades econômicas e geográficas, insuficiência de serviços e questões culturais, como medo e preconceito dos companheiros. São considerados fatores de risco de câncer do colo do útero a multiplicidade de parceiros e a história de infecções sexualmente transmitidas (da mulher e de seu parceiro); a idade precoce na Além desses fatores, estudos epidemiológicos sugerem outros, cujo papel ainda não é conclusivo, tais como tabagismo, alimentação pobre em alguns micronutrientes, principalmente vitamina C, beta 3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: 3 primeira relação sexual e a multiparidade. caroteno e folato, e o uso de anticoncepcionais. Atualmente, a teoria mais aceita para a explicação do aparecimento do câncer do colo do útero repousa na transmissão sexual. Desde 1992, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que a persistência da infecção pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV) em altas cargas virais representa o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença. Sabe-se também que a infecção pelo HPV é essencial, mas não suficiente para a evolução do câncer. Além da tipagem e da carga viral do HPV, adquire importância a associação com outros fatores de risco que atuam como co-fatores, tais como a paridade elevada, o início precoce da atividade sexual e o número de parceiros sexuais. Em relação ao herpesvírus, alguns estudos de caso controle com sorologia têm demonstrado a presença do DNA viral em lesões pré-cancerosas ou cancerosas, mas esta presença é considerada como um marcador de atividade sexual, e não agente ativo da carcinogênese. A análise da associação, se é que existe, entre o uso de contraceptivos orais e o risco de câncer invasivo do colo do útero é feita com dificuldades. Os contraceptivos orais são usados por mulheres sexualmente ativas e que, em menor probabilidade, usam métodos de barreira, sendo por isto mais expostas ao risco de contrair HPV. Em compensação, essas mulheres comparecem mais ao ginecologista, tendo maior possibilidade de serem rastreadas para o câncer do colo do útero. Em situações de imunossupressão, tais como no tabagismo, corticoterapia, Diabetes, Lupus e AIDS, a incidência do câncer do colo do útero está aumentada. Isto também ocorre em situações onde há ingestão deficiente de vitamina A e C, beta-caroteno e ácido fólico, comumente associadas com baixas condições socioeconômicas. 3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: 4 PREVENÇÃO A prevenção está relacionada à diminuição do risco do contágio pelo HPV que ocorre por via sexual através de abrasões microscópicas na mucosa ou na pele da região anogenital. Uso de preservativos protege parcialmente pois a contaminação também pode ocorrer através do contato de pele com a vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal. Evitar tabagismo (relacionado à quantidade de cigarros fumados) Evitar o uso prolongado de pílulas anticoncepcionais Vacinação contra o HPV (quadrivalente para meninas de 9 a 13 aos e protege contra os subtipos 6,11, 16 e 18). Citologia periódica dos 25 aos 69 anos. ETIOPATOGENIA 🦀 LSIL: atipias citológicas em células superficiais e intermediárias (baixo grau) 🦀 HSIL: atipias citológicas em células parabasais e basais (alto grau) 🦀 CEC: carcinoma espinocelular 🦀 NIC-I: biópsia - displasia leve, comprometendo 1/3 inferior do epitélio (lesão de baixo grau) 🦀 NIC-II: biópsia - displasia moderada, comprometendo 1/2 ou até no máximo 2/3 do epitélio (lesão de alto grau) 🦀 NIC-III: biópsia - displasia acentuada, comprometendo quase 3/3 do epitélio (lesão de alto grau); ou 3/3 no caso do carcinoma in situ. 3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: 5 → O carcinoma de células escamosas é o subtipo mais comum de câncer cervical = 80% dos casos. O HSIL (lesão intraepitelial escamosa de alto grau) é um precursor imediato do CEC. O segundo tipo mais comum é o adenocarcinoma cervical que representa aproximadamente 15% dos casos e se desenvolve a partir de uma lesão precursora → adenocarcinoma in situ. As LSIL (lesão intraepitelial escamosa de baixo grau) regridem em 60% dos casos, persistem em 30% e progridem para HSIL em 10%. As HSIL regridem em 30% dos casos, persistem em 60% e apenas 10% evolui para carcinoma. (Acompanhamento de 2 anos) TODOS OS TIPOS TUMORAIS ACIMA SÃO CAUSADOS POR HPVs DE ALTO RISCO ONCOGÊNICO. 🦀 Os carcinomas adenoescamosos e neuroendócrinos são tumores cervicais raros que representam 5% dos casos restantes. → Pacientes com carcinomas adenoescamosos e neuroendócrinos, portanto, possuem pior prognóstico do que pacientes com CEC ou adenocarcinomas. As características clínicas e os fatores de risco são os mesmos para cada tipo de tumor, com exceção dos adenocarcinomas e carcinomas adenoescamosos e neuroendócrinos que tipicamente se apresentam como doença em estágio avançado. Com o advento da triagem difusa, muitos carcinomas cervicais são detectados no estágio sublcínico, durante a avaliação de um esfregaço da citologia anormal. 1. Carcinoma de células escamosas 2. Adenocarcinoma 3. Carcinoma adenoescamoso e neuroendócrino MACROSCOPIA O carcinoma cervical invasivo pode se manifestar como um câncer de crescimento exuberante (exofítico) ou infiltrativo. 3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: 6 MICROSCOPIA → Os carcinomas invasivos se desenvolvem na ZONA DE TRANSFORMAÇÃO e variam de focos microscópicos de invasão estromal até tumores exofíticos macroscopicamente visíveis. Os tumores que circundam o colo do útero e penetram no estroma subjacente produzem um COLO EM BARRIL, próprio dos adenocarcinomas, que pode ser 3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: 7 identificado por meio da palpação direta. A probabilidade de disseminação para linfonodos pélvicos relaciona-se com a PROFUNDIDADE DE INVASÃO TUMORAL e a PRESENÇA DE CÉLULAS TUMORAIS NOS VASOS. → Tumores< 3mm de profundidade: risco de metástases menos de 1%. → Tumores > 3mm de profundidade: risco de metástases aumenta para mais de 10%. CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS: → Ninhos e projeções de epitélio escamoso maligno queratinizado ou não queratinizado invadindo o estroma cervical subjacente. 3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: 8 ADENOCARCINOMAS: → Proliferação de epitélio glandular composto por células endocervicais malignas com núcleos grandes e hipercromáticos citoplasma relativamente depletado de mucina aspecto escuro das glândulas, em comparação ao epitélio endocervical normal. 3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: 9 CLASSIFICAÇÃO/RASTREAMENTO: → O carcinoma cervical avançado se estende por disseminação direta para envolver tecidos contíguos, incluindo os tecidos paracervicais, bexiga urinária, ureteres, o reto e a vagina. Linfonodos locais e distantes também são envolvidos. 3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: 10 Metástases distantes podem ser encontradas no fígado, pulmões, medula óssea e outras estruturas. O câncer cervical é estadiado da seguinte forma: ESTÁGIO 0: Carcinoma in situ (NIC III, HSIL) ESTÁGIO I: Carcinoma confinado ao colo uterino → Ia: Carcinoma pré-clínico, ou seja, diagnosticado apenas por microscopia → Ia1: Invasão do estroma não mais profunda que 3 mm e não mais larga que 7mm (o chamado carcinoma microinvasivo) → Ia2: Profundidade máxima de invasão do estroma acima de 3 mm e não mais profundo que 5mm, considerado a partir da base do epitélio; invasão horizontal de no máximo 7mm → Ib: Carcinoma histologicamente invasivo confinado ao colo uterino e maior que o estágio Ia2 ESTÁGIO II: Carcinoma se estende além do colo uterino, mas não até a parede pélvica. O carcinoma envolve a vagina, mas não o terço inferior. ESTÁGIO III: o carcinoma se estende para a parede pélvica. Ao exame retal não existe um espaço sem câncer entre o tumor e a parede pélvica. O tumor envolve o terço inferior da vagina. ESTÁGIO IV: o carcinoma se estende além da pelve renal ou envolve a mucosa da bexiga ou reto. Este estágio também inclui câncer com disseminação metastática. ASPECTOS CLÍNICOS: → Mais da metade dos câncer cervicais é detectada em mulheres que não participaram da triagem regular. Embora os cânceres invasivos precoces do colo do útero (microinvasivos) possam ser tratados apenas pela conização (biópsia em cone), a maioria dos cânceres invasivos é tratado por histerectomia com dissecção de linfonodos e, para lesões avançadas, irradiação. Taxa de sobrevida de 5 anos de pelo menos 95% para carcinomas em estágio Ia (incluindo microinvasivos), aproximadamente 80% a 90% para estágio Ib, 75% no estágio II e menos de 50% para o estágio III ou maior. A maioria dos pacientes com câncer em estágio IV morre em consequência da extensão local do tumor (p. ex: bexiga e ureter, causando obstrução uretral, 3- Descrever e explicar a relação do HPV com o CA de colo de útero: 11 pielonefrite e uremia) e não pelas metástases à distância.
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