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IED-HD - 2º semestre

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HISTÓRIA DO DIREITO
1ª AULA – 2º semestre
BIBLIOGRAFIA BÁSICA DO 2º SEMESTRE:
“CURSO DE HISTÓRIA DO DIREITO”, José Reinaldo de Lima Lopes.
“DIREITO E REVOLUÇÃO”, Harold J. Berman.
“O DIREITO NA HISTÓRIA”, José Reinaldo de Lima Lopes.
Leitura para próxima aula: “Direito e Revolução”, p. 7/41.
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HISTÓRIA DO DIREITO
1ª AULA – 2º semestre
O renascimento medieval
REVISÃO DO 1º SEMESTRE: As 3 grandes fontes formadoras da nossa civilização, da nossa cultura, e portanto também do nosso Direito: 
Tradição bíblica-hebraica (os principais valores morais);
Filosofia Grega (reflexões sobre a Justiça, o Direito e a Lei);
Direito Romano (elaboração e consolidação dos principais institutos jurídicos).
Estas 3 fontes serão recolhidas e processadas pelo Cristianismo, que moldará toda a nossa civilização. Nesta 1ª aula veremos o período que vai da queda de Roma (séc. V) até a Querela das Investiduras (séc. XI), e na próxima aula estudaremos a tese do Berman sobre o evento determinante da formação da tradição jurídica ocidental.
Trata-se de período histórico pouco estudado (ao menos no Brasil) e apresentado de forma quase caricatural (“bárbaros”, “idade das trevas”). 
HISTÓRIA DO DIREITO
1ª AULA – 2º semestre
O renascimento medieval
Eventos históricos mais relevantes sobre o surgimento do Cristianismo, seu desenvolvimento até a queda de Roma e suas relações com os povos “bárbaros” até a Querela das Investiduras.
Surgimento da Igreja na Palestina (30/40 d.C.)
Difusão do Cristianismo entre os “gentios” – São Paulo
Roma invade Jerusalém, destrói o templo e expulsa os judeus (70 d.C.)
Dispersão dos judeus (e também dos cristãos)
Perseguições
Edito de Milão, 313 d.C. – Fim das perseguições, Constantino dá liberdade de culto aos cristãos e, no fim do século, Teodósio confirma o Cristianismo como religião oficial de Roma
Divisão do Império: Ocidente latino e Oriente bizantino (Constantinopla)
Queda de Roma (476 d.C.) – Desintegração do Império Latino
Invasões “bárbaras”: fusão da cultura greco-romana com o mundo “bárbaro”.
HISTÓRIA DO DIREITO
1ª AULA – 2º semestre
O renascimento medieval
Os Padres latinos e gregos: Sto. Agostinho, Sto. Ambrósio, São Jerônimo, São Basílio, São João Crisóstomo, São Gregório de Nazianzo, São Gregório de Nissa. Os Concílios da Igreja.
Cristianização dos invasores. São Bento e o monaquismo ocidental.
Carlos Magno e o Sacro Império Romano-Germânico (800 d.C.). A Igreja e a unificação do poder temporal.
Conquistas materiais e militares até o séc. XI. Cessam as invasões e conclui-se a conversão dos “bárbaros” (Rei Estevão, húngaros).
O cisma do oriente (1.054 d.C.): a Igreja Ortodoxa.
As cruzadas (fim do séc. XI).
A Escolástica e a fundação das universidades (séc. XII).
O Decreto de Graciano (1.140 d.C.): base do ensino do Direito Canônico e do Direito Civil (processo, culpa, contratos, família, casamento, pessoa jurídica, etc); compilação dos Padres latinos e dos concílios. 
A Querela das Investiduras (1.075 d.C.) e as 2 jurisdições
HISTÓRIA DO DIREITO
2ª AULA – 2º semestre
 A FORMAÇÃO DA TRADIÇÃO JURÍDICA OCIDENTAL
“DIREITO E REVOLUÇÃO – A FORMAÇÃO DA TRADIÇÃO JURÍDICA OCIDENTAL” – HAROLD J. BERMAN
O autor sustenta uma tese – a Revolução Papal dos séculos XI e XII originou uma Tradição Jurídica – e procura apresentar as origens desta revolução e o que ela gerou.
Como o Ocidente saiu da desintegração oriunda da queda de Roma, e chegou ao florescimento iniciado nos séculos XI e XII (Direito Canônico, Cruzadas, Universidades).
A partir da revolução Papal, o Ocidente experimenta um renascimento que vai gerar a nossa civilização e, portanto, influenciar de maneira decisiva o Direito moderno.
	Para o autor, não é possível estudar e entender a importância destes últimos 10 séculos de história com a visão estreita do Direito como simples “conjunto de regras”, pois isto impede que se veja uma coesão orgânica na civilização que se formou. Para uma compreensão profunda e abrangente, o autor propõe uma visão que abrace as 3 escolas mais representativas: do Direito Natural, do Positivismo e a Escola Histórica (análise econômica do Direito). (p. 8, in fine, 9, 14 in fine, 15).
HISTÓRIA DO DIREITO
2ª AULA – 2º semestre
 A FORMAÇÃO DA TRADIÇÃO JURÍDICA OCIDENTAL
Revolução Papal: a Igreja declarou a sua liberdade do controle secular, a sua jurisdição exclusiva em certas matérias (dimensão espiritual da vida, organização interna da Igreja) e concorrente em outras (casamento, família, sucessão, etc).
	A partir de então (fim do séc. XI, início do séc. XII), as instituições jurídicas no Ocidente desenvolveram-se continuamente através das gerações e dos séculos, e cada uma delas construiu conscientemente sobre o trabalho da anterior, numa sucessão orgânica. Mesmo as grandes revoluções – protestante, inglesa, americana, francesa, russa – terminaram por fazer as pazes com a tradição jurídica que alguns de seus líderes pretenderam destruir. (p. 15/16)
HISTÓRIA DO DIREITO
2ª AULA – 2º semestre
 A FORMAÇÃO DA TRADIÇÃO JURÍDICA OCIDENTAL
Principais características da Tradição Jurídica Ocidental (p. 18 e ss):
Distinção entre instituições jurídicas e outros tipos de instituições;
Aplicação do Direito no ocidente é privilégio de pessoas especializadas;
Profissionais do Direito recebem treinamento especial de nível superior
4) O Direito contém em si, além da ciência jurídica, uma metaciência, por meio da qual pode ser analisado e avaliado.
	Estas 4 primeiras características são compartilhadas com a tradição do Direito Romano, mas não estão presentes em outras culturas jurídicas modernas, nem nos sistemas jurídicos dos povos germânicos que se fixaram no ocidente até o séc. XI.
HISTÓRIA DO DIREITO
2ª AULA – 2º semestre
 A FORMAÇÃO DA TRADIÇÃO JURÍDICA OCIDENTAL
5) O Direito é concebido para ser um todo coerente, um corpo, corpus juris.
6) Este “corpo jurídico” carrega a idéia de mudança orgânica, de “evolução”, de capacidade de crescer com o tempo.
7) O Direito no ocidente tem uma história, como um processo de desenvolvimento que reflete uma necessidade intrínseca para atender às exigências do presente e do futuro.
8) O Direito é superior às autoridades políticas; a autoridade pode fazer a lei, mas não de forma arbitrária, e até que ele a refizesse legalmente, estava adstrito por ela.
9) O Direito ocidental contempla várias jurisdições incidindo sobre a mesma comunidade, característica que originou-se da distinção entre o que é política eclesiástica e o que é(são) política(s) secular(es).
10) Há uma tensão entre os ideais e a realidade, o que levou a mudanças revolucionárias periódicas dos sistemas. Apesar disso, a tradição sobreviveu.
HISTÓRIA DO DIREITO
2ª AULA – 2º semestre
 A FORMAÇÃO DA TRADIÇÃO JURÍDICA OCIDENTAL
QUESTÕES PARA RESPONDER EM GRUPO
O que o autor entende por:
Tradição
Jurídica
Ocidente
2) É possível compatibilizar a idéia de continuidade da “Tradição Jurídica Ocidental” com as rupturas representadas pelas grandes revoluções deste período ? Explique.
3) O que distingue a “Revolução Papal” das outras grandes revoluções citadas pelo autor ?
4) Aponte as 3 características que você considera como as mais representativas da tradição jurídica ocidental.
5) Como o autor explica a prevalência da Escola do Direito Natural na época da formação da Tradição Jurídica Ocidental ?
HISTÓRIA DO DIREITO
2ª AULA – 2º semestre
 A FORMAÇÃO DA TRADIÇÃO JURÍDICA OCIDENTAL
Leitura para próximas aulas:
“Curso de História do Direito”, José Reinaldo de Lima Lopes, p. 27/32 (introdução ao período histórico) e p. 47/67 (questões 90 e 94 da Suma Teológica de São Tomás de Aquino).
HISTÓRIA DO DIREITO
3ª AULA – 2º semestre
 A ERA DO JUS COMMUNE
São Tomás de Aquino (1225/1274) e o Tratado das Leis: a experiência medieval e sua influência sobre a tradição ocidental.
O século XIII representa o apogeu do período medieval, com a consolidação das mudanças operadas lentamente por longo período;
Invasões “bárbaras” já cessaram;progresso material e início de retomada de territórios (Península Ibérica) e expansão (Cruzadas);
Fundação das Universidades; Escolástica; retomada do Direito Romano e da filosofia clássica grega, especialmente Aristóteles, por meio dos árabes;
Consolidação do Direito Canônico: o Decreto de Graciano (1.140 d.C.), base do ensino do Direito Canônico e do Direito Civil (processo, culpa, contratos, família, casamento, pessoa jurídica, etc); compilação dos Padres latinos e dos concílios. 
O Direito ocidental já contempla várias jurisdições incidindo sobre a mesma comunidade, característica que originou-se da Revolução Papal (Berman), com a distinção entre o que é política eclesiástica e o que é(são) política(s) secular(es).
HISTÓRIA DO DIREITO
3ª AULA – 2º semestre
 A ERA DO JUS COMMUNE
A SUMA TEOLÓGICA DE SÃO TOMÁS DE AQUINO
Dividida em 3 partes (Deus, a criação e o movimento das criaturas para Deus), é um “resumo” de teologia cristã (reflexão sobre a doutrina) que se serve da filosofia (amor à sabedoria), especialmente da metafísica para alcançar a verdade. O pensamento de São Tomás utiliza a razão humana para procurar conhecer as coisas que existem, que têm o ser e que se mostram aos nossos sentidos e ao nosso intelecto.
Assim, quando trata das criaturas (segunda parte) reflete sobre a Justiça, o Direito e mais especificamente sobre a Lei. Estas reflexões terão profunda influência na posteridade, e o seu pensamento perdura até hoje, notadamente como fundamento da chamada “Escola do Direito Natural”.
São Tomás foi dominicano, estudou na Universidade de Paris e lá também lecionou.
HISTÓRIA DO DIREITO
3ª AULA – 2º semestre
 A ERA DO JUS COMMUNE
Estrutura básica da Suma Teológica
A obra está dividida em partes e estas em questões, que são tópicos em que se subdividem os temas, são perguntas gerais sobre o assunto abordado.
As questões se subdividem em artigos, que são elaborados na forma de perguntas mais específicas sobre o assunto. A estrutura básica do artigo compreende:
Afirmação, que será confrontada;
Sentenças (argumentos) a favor da afirmação inicial;
Opinião em sentido contrário;
Resposta de São Tomás;
Por fim, as respostas de São Tomás a cada um dos argumentos que sustentam a afirmação inicial.
HISTÓRIA DO DIREITO
3ª AULA – 2º semestre
 A ERA DO JUS COMMUNE
SEGUNDA PARTE DA SUMA TEOLÓGICA:
I-II Os atos humanos considerados em geral;
II-II Os atos humanos considerados em particular.
(I-II): I- Os atos humanos em si mesmos (voluntário, involuntário, circunstâncias, vontade, intenção, etc). Q. 6/48;
 II- Os princípios dos atos humanos. Q. 49/114
- a) Os princípios intrínsecos dos atos humanos (hábitos, virtudes, vícios). Q. 48/89;
b) Os princípios extrínsecos dos atos humanos. Q. 90/114;
	Nesse ponto é que se insere a discussão acerca da Lei, tratada nas questões 90/108.
HISTÓRIA DO DIREITO
3ª AULA – 2º semestre
 A ERA DO JUS COMMUNE
DA LEI – QUESTÕES 90/108
I – A lei em si mesma, em geral:
A essência da lei – q. 90;
A diversidade das leis – q. 91;
Os efeitos da lei – q. 92.
II – As partes da lei, ou as diversas leis:
A lei eterna – q. 93;
A lei natural – q. 94;
A lei humana – q. 95/97;
A lei antiga – q. 98/105;
A lei nova – q. 106/108.
HISTÓRIA DO DIREITO
3ª AULA – 2º semestre
 A ERA DO JUS COMMUNE
Questão 90: Da essência da lei.
Artigo 1: se a lei é algo da razão;
Artigo 2: qual é o fim da lei;
Artigo 3: qual é a causa da lei;
Artigo 4: da promulgação da lei.
(As 4 causas: 1- causa material, a razão; 2- causa eficiente, a autoridade; 3- causa final, o bem comum; 4- causa formal, a promulgação)
HISTÓRIA DO DIREITO
3ª AULA – 2º semestre
 A ERA DO JUS COMMUNE
Questão 94: Da lei natural
Artigo 1: o que é a lei natural;
Artigo 2: quais são os preceitos da lei natural;
Artigo 3: se todos os atos das virtudes são da lei natural;
Artigo 4: se a lei natural é uma só para todos;
Artigo 5: se a lei natural é mutável;
Artigo 6: se a lei natural pode ser apagada da mente humana.
HISTÓRIA DO DIREITO
3ª AULA – 2º semestre
 A ERA DO JUS COMMUNE
Leituras recomendadas:
> “Suma Teológica”, tradução de Alexandre Corrêa, ed. EST, Sulinas, UCS, Porto Alegre, 1980. Introdução por Martin Grabmann (p. XIX/LXVI).
> “São Tomás de Aquino”, G. K. Chesterton.
I.E.D. – 2º Semestre – 1ª aula
VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
Vamos tratar especialmente da Lei, e em sentido estrito.
Miguel Reale aborda o tema de forma um pouco distinta da maioria dos autores (para adequar à sua Teoria Tridimensional do Direito), pois ele trata de VALIDADE como gênero que abarca 3 espécies:
VALIDADE FORMAL (técnico-jurídica): VIGÊNCIA;
VALIDADE FÁTICA (social e jurídica): EFICÁCIA;
VALIDADE ÉTICA (axiológica): FUNDAMENTO.
Nós vamos abordar a VALIDADE (formal e material), a VIGÊNCIA, a EFICÁCIA (social e jurídica) e o FUNDAMENTO da norma jurídica.
I.E.D. – 2º Semestre – 1ª aula
VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
	Nós vamos tratar inicialmente de VALIDADE no sentido formal, que exige os seguintes requisitos (Norma Jurídica positivada é válida quando):
	1) Elaborada por órgão competente para tal fim. Legislativo é sempre participante do processo de elaboração, mesmo na MP (CF, art. 62);
Iniciativa: pode ser do Executivo, do Legislativo, do Judiciário, ou popular, depende do que prevê a constituição. De qualquer forma, o legislativo sempre participa da elaboração da Lei (mesmo Medida Provisória).
	2) Este ente legislativo tem competência para legislar sobre tal matéria. No Estado Federal há uma repartição constitucional de competências (legislativa e material);
Competência: nosso sistema prevê competência comum (material ou administrativa para todos os entes federados), exclusiva (legislativa para a União) ou concorrente (legislativa, União fica com normas gerais, Estados suplementam e Municípios legislam sobre temas de interesse local).
20
I.E.D. – 2º Semestre – 1ª aula
VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
	3) O procedimento para elaboração da norma precisa ser seguido. Iniciativa, tramitação, votação, aprovação, sanção, promulgação, publicação.
A norma que obedece estes requisitos é válida, mas não significa, ainda, que deve ser obedecida. Para tanto, precisa estar em vigência, e precisa também ser compatível com as normas e os princípios constitucionais (validade material).
Controle de Validade: respeito aos requisitos de validade da norma (constitucionalidade da lei). Controle prévio (Legislativo e também outros poderes). Controle posterior: concentrado (ADIN, ADECON), ou difuso (em cada processo).
	Reale só aborda validade “formal”, não adentra o conteúdo da norma e sua compatibilidade com a norma superior (validade material), também sujeita a controle de constitucionalidade.
21
I.E.D. – 2º Semestre – 1ª aula
VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
VIGÊNCIA: quando a norma é obrigatória. Lei está em vigor (vacatio legis):
No silêncio da norma, 45 dias após publicada, ou 3 meses no exterior (LICC, art. 1º);
Na data da publicação, quando assim estipular a norma;
Em data futura, fixada na própria norma.
A vigência, uma vez iniciada, se prolonga ad infinitum, até que outra norma a revogue ou modifique, salvo se for temporária (lei orçamentária). No Brasil não há repristinação, salvo se for expressa (lei revogadora expressamente restaura a vigência de norma já revogada).
Mesmo em vigor, a validade da norma não alcança todas as relações, ainda depende de outras considerações acerca de certas situações (retroatividade da lei penal mais benéfica, direito adquirido, coisa julgada, ato jurídico perfeito, etc). Ex: ficha limpa.
22
I.E.D. – 2º Semestre – 1ª aula
VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
EFICÁCIA: Social e Jurídica.
SOCIAL: adequação dos comportamentos aos comandos da norma. Efetiva conduta social de acordo com os preceitos da norma (também chamada de efetividade).
JURÍDICA: qualidade de produzir, em maior ou menor grau, efeitos jurídicos (inovação do ordenamento), ao regular, desde logo, as situações de que cogita a norma.
José Afonso da Silva,“Aplicabilidade das normas constitucionais”. Toda norma constitucional tem um mínimo de eficácia (efeitos jurídicos), pois há sempre uma inovação da ordem jurídica preexistente.
23
I.E.D. – 2º Semestre – 1ª aula
VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
EFICÁCIA PLENA: de aplicabilidade direta, imediata e integral. São auto-aplicáveis. (Conceito: p. 101; Ex: p. 99/101; CF/88, arts. 1º, 44, 45, 76, 145, parágrafo 2º, etc)
EFICÁCIA CONTIDA: aplicabilidade direta, imediata, mas não integral. Estão sujeitas a regulamentação posterior que limite sua eficácia e aplicabilidade. (Conceito: p. 103/105; Ex: p. 104/105, 116; CF/88, arts. 5º, VIII, XIII, 37, I, etc). 
EFICÁCIA LIMITADA OU REDUZIDA: aplicabilidade indireta, mediata e reduzida. Somente incidem totalmente após normatividade posterior que lhes desenvolva a eficácia. São a) declaratórias de princípios institutivos ou organizativos (Conceito e exemplos: p. 126/128, CF/88, arts. 18, parágrafo 2º, 22, parágrafo único, etc), ou b) declaratórias de princípio programático (Conceito: p. 138; exemplos: p. 141, CF/88, arts. 170 e 193).
24
I.E.D. – 2º Semestre – 1ª aula
VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
FUNDAMENTO: são os valores que informam a produção da norma, é a razão de ser da norma, a ratio juris, o fim visado pela regra de Direito. Podemos identificar com as fontes materiais do Direito: circunstâncias sociais e valores morais que geram a elaboração da lei.
Necessidade da hermenêutica jurídica.
25
I.E.D. – 2º Semestre – 1ª aula
VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
Leituras: Reale, capítulo X, p. 105/116.
Leitura para o próximo tema: “O que é o Direito ?”, Javier Hervada, p. 59/77. Trazer o texto pois vamos trabalhar com ele na aula.
26
IED - 2ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL
Estudo de trecho do livro “O que é o Direito ? A moderna resposta do realismo jurídico”, de Javier Hervada, Ed. Martins Fontes, 2006, capítulo V, p. 59/77. O autor é professor titular e catedrático de Filosofia do Direito da Universidade de Navarra/Espanha.
Vamos voltar a refletir sobre o Direito de uma forma abrangente.
Esta distinção que o autor faz vale-se do critério da origem mais profunda (o título, o fundamento) das normas, o que acaba configurando tipos diferentes de Direito.
Este tema não é simples, a despeito das aparências. O próprio autor reconhece (assim como outros pensadores) que o assunto suscita muitas e profundas indagações, que não podem ser esgotadas num livro introdutório.
27
IED - 2ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL
Atualmente há um debate aceso acerca destas questões nos maiores centros de estudo do Direito, o que revela que o tema não é sem importância. É preciso lembrar, ainda, que a discussão tem reflexos práticos, na aplicação do Direito e na solução de conflitos.
A despeito disso, há pouco diálogo entre os adeptos destas correntes, especialmente por parte dos positivistas mais extremados, os quais têm muita dificuldade em situar a questão. 
O autor sustenta que o importante é tentar extrair do Direito (e das Normas) um sentido no contexto da existência humana, algo que tenha lógica e que seja razoável. De outro lado, devemos afastar uma visão unicamente técnica do Direito, como se o Direito estabelecido fosse um dogma, algo que não pode ser questionado, e que deve apenas ser obedecido.
Hervada trata do Direito em seu sentido próprio – a coisa justa, o que é seu – não das leis ou das normas.
28
IED - 2ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL
PERGUNTAS:
1) O que o autor entende por TÍTULO do Direito ?
2) O que o autor entende por MEDIDA do Direito ?
3) Qual a definição do autor para Direito Positivo ? 
4) Qual a definição do autor para Direito Natural ? 
5) O que o autor entende por DIREITO MISTO ? 
6) Como Hervada diz que se pode conhecer o que é de Direito Natural ?
7) Qual a conclusão que o autor propõe, ou a que podemos extrair do texto, acerca da veiculação: as normas emanadas do Estado veiculam apenas regras de Direito Positivo, ou também de Direito Natural ? Podemos chamar este fenômeno de positivação do Direito Natural (normas que proíbem condutas contrárias, ou que obrigam comportamentos ajustados à reta razão humana) ? Ainda existe Direito Natural que não tenha sido positivado ?  
8) Há alguma diferença quanto à validade e/ou aplicação se a norma é de direito natural ou positivo?
9) Debater o critério diferenciador do Direito Natural e do Positivo: o indiferente.
29
IED - 2ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL
Critérios diferenciadores do Direito Natural do Direito Positivo (Bobbio, O positivismo jurídico, p. 22):
universalidade/particularidade > natural vale em toda parte, positivo apenas em alguns lugares;
imutabilidade/mutabilidade > natural é imutável no tempo, positivo muda;
natureza/vontade > critério da fonte, natural decorre da natureza humana, positivo provém da vontade do legislador;
razão/legislação > modo pelo qual o Direito é conhecido, chega até nós, o natural conhecemos por meio da RAZÃO, o positivo é conhecido através da promulgação da lei (declaração de vontade do legislador);
justo/indiferente > critério do OBJETO, natural regula comportamentos bons ou maus em si mesmos, positivo disciplina condutas indiferentes e só qualifica os comportamentos depois que foram positivados.
 - bom/útil > critério de valoração das ações, natural estabelece aquilo que é bom, positivo aquilo que é útil.
30
IED - 3ª AULA – 2º SEMESTRE
RAMOS DO DIREITO
Estudo do objeto (Direito) em forma esquemática e discriminada, para melhor compreensão do todo.
Analogia com a árvore (o todo, o Direito), onde os galhos são os diversos ramos do Direito.
Finalidade é basicamente didática.
Principal divisão: Direito Público e Direito Privado. 
Direito Romano aponta distinção com base na utilidade: as coisas do Estado (Direito Público) e a utilidade dos particulares (Direito Privado).
Há controvérsia se esta divisão ainda tem razão de ser, especialmente em face da forte presença do Estado (predomínio das fontes estatais do Direito). 
31
IED - 3ª AULA – 2º SEMESTRE
RAMOS DO DIREITO
Critérios diferenciadores apontados por Miguel Reale:
Conteúdo, ou objeto da relação jurídica:
A- Público: interesse visado de forma imediata e prevalecente é o geral; Ex: crimes, interesse é geral, e não só da vítima.
B- Privado: interesse visado de forma imediata e prevalecente é o particular. Ex: maioria dos contratos. 
2) Forma da relação:
A- Público: relação de subordinação; Ex: Direito eleitoral, Estado está em posição eminente.
B- Privado: relação de coordenação. Ex: maioria dos contratos, as partes estão na mesma posição.
32
IED - 3ª AULA – 2º SEMESTRE
RAMOS DO DIREITO
OBJETO; RELAÇÃO JURÍDICA; PARTES ENVOLVIDAS
Direito Civil (obrigações, contratos, propriedade, família, sucessão)
Direito Penal
Direito Tributário
Direito Constitucional
Direito Comercial, Empresarial
Direito Administrativo
Direito do Trabalho
Direito Processual (civil, penal, trabalho, administrativo)
33
IED - 3ª AULA – 2º SEMESTRE
RAMOS DO DIREITO
Direito Ambiental
Direito do Consumidor
Direito Desportivo
Direito Urbanístico
Direito Internacional (público e privado)
Direito Previdenciário
Arbitragem
Bioética (ou Biodireito?)
34
IED - 3ª AULA – 2º SEMESTRE
RAMOS DO DIREITO
Leituras:
Miguel Reale, Lições preliminares de Direito, capítulos XXV e XXVI, p. 339/370.
Franco Montoro, Introdução à Ciência do Direito, 3ª parte, capítulo 14, p. 467/502.
35
IED - 4ª AULA – 2º SEMESTRE
RELAÇÃO JURÍDICA
Trata-se de conceito jurídico fundamental no plano teórico da ciência do Direito, bem como relevante no plano prático.
Idéia foi estabelecida de forma mais clara por Savigny, no século XIX.
Atos humanos se apresentam como relações, e alguns deles reúnem requisitos (previstos no ordenamento jurídico) que os qualificam como jurídicos.
Todas as ciências estudam relações, e assim como há relações que interessam à física (relações entre fatos da natureza),há relações sociais que interessam a diversas ciências (psicologia, sociologia, antropologia), e algumas dizem respeito à ciência do Direito.
Relação jurídica é espécie de relação social, e a função do profissional do Direito é qualificar juridicamente as relações sociais. Estas não se destinam a fins estritamente jurídicos (os fins visados pelo homem são de outra ordem: econômicos, estéticos, morais, religiosos, utilitários, etc.), mas o Direito surge como uma espécie de condição necessária à realização de objetivos não-jurídicos (para constituir família precisa casar, para adquirir imóvel precisa de contrato).
36
IED - 4ª AULA – 2º SEMESTRE
RELAÇÃO JURÍDICA
REQUISITOS
Vínculo entre 2 ou mais pessoas (relação intersubjetiva)
Fato social que liga uma pessoa a outra, relacionando no mínimo 2 pessoas.
B) Hipótese normativa que corresponda a este vínculo. A relação social deve corresponder a um “modelo normativo”, quer seja reconhecida pelo ordenamento (família, comércio), quer surja diretamente em razão de ato constitutivo do Estado (tributos).
Alguns ramos do Direito trabalham de forma mais “aberta” e até por analogia (civil), outros exigem rigorosa qualificação jurídica das relações e tipicidade estrita das condutas (penal, tributário).
Exemplo citado por Reale: soldado que “furta” carro do vizinho para chegar ao quartel. Não há relação jurídica penal (furto de uso), mas sim civil (dano) ou administrativa (disciplinar).
37
IED - 4ª AULA – 2º SEMESTRE
RELAÇÃO JURÍDICA
ELEMENTOS
Sujeito ativo: beneficiário da relação, credor; sempre pessoa (natural ou jurídica).
Sujeito passivo: devedor da relação;
	São as “partes” da relação; só as pessoas, pois as coisas e os animais não são sujeitos, mas podem ser objeto da relação. 
3) Vínculo de atributividade: o que liga uma pessoa a outra, normalmente de forma recíproca; é o que confere a alguém a faculdade de exigir algo de outrem. Esta pretensão só é jurídica porque corresponde a um modelo normativo.
4) Objeto: razão pela qual a relação se estabelece, aquilo sobre o que incide o vínculo. Pode ser coisa (propriedade), prestação (obrigação, contrato) ou ainda, segundo alguns autores, pessoa (pátrio poder, direitos da personalidade, nome, honra). Objeto aqui é “Jurídico”, mas a finalidade é sempre metajurídica (Direito é instrumento, meio, não um fim em si mesmo).
Alguns autores colocam os FATOS, as NORMAS e a SANÇÃO como elementos da relação jurídica, outros dizem que são pressupostos de qualquer experiência jurídica.
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IED - 4ª AULA – 2º SEMESTRE
RELAÇÃO JURÍDICA
Leituras:
Reale, capítulo XVII, p. 213/226.
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IED - 5ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
Trata-se de categoria jurídica relevante no Direito moderno, objeto de grandes controvérsias. A questão é normalmente abordada como se existissem duas faces do Direito, a objetiva e a subjetiva, decorrentes da seguinte realidade:
Há um conjunto de disposições (normas, modelos) que regem a convivência social;
Os destinatários destas normas são os integrantes da comunidade, as pessoas.
Resumidamente, o tema consiste na possibilidade que tem as pessoas de ser, pretender ou agir em face do sistema de normas jurídicas vigentes em dado território; por outras palavras, como se colocam os sujeitos perante as normas jurídicas, ou em razão da existência destas normas.
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IED - 5ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
Em uma abordagem introdutória, pode-se dizer que a noção de Direito Objetivo de certa forma confunde-se com a de Direito Positivo: é o direito posto, objetivamente considerado (alguns autores dizem que é a norma, ou o conjunto de normas, ou ainda o ordenamento jurídico).
Também de forma introdutória, temos a noção de Direito Subjetivo no sentido que é facultado ao sujeito da relação pretender ou fazer aquilo que a norma lhe atribui.
Como são categorias jurídicas importantes, há um debate acadêmico e doutrinário acerca destes conceitos, especialmente da definição de Direito Subjetivo. O direito romano possuía o conceito de facultas agendi e de norma agendi, mas que não se encaixa com a idéia hoje vigente. A dicotomia tal como colocada hoje é uma abordagem típica da modernidade, decorrente de idéias que privilegiam a liberdade individual e o enfoque subjetivo. 
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IED - 5ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
Sobre Direito Objetivo, Miguel Reale leciona nesse sentido (p. 188 e ss):
“Quando surgem as estruturas normativas ou modelos jurídicos, eles se põem ou se positivam como uma realidade objetiva. (.....)
Só há ciência onde há “objetivação”, ou seja, realidades independentes da pessoa do observador, e irredutíveis à sua subjetividade. Daí poder-se dizer que “objetivo” e “positivo” são termos que se implicam.
Notem que, quando nos referimos às regras e modelos jurídicos, dissemos que os mesmos se positivam e se objetivam. São, por outras palavras, Direito positivo objetivo: vigem e têm eficácia, em certo tempo, como realidades culturais, postas e garantidas pela sociedade e pelo Estado. (....)
Estas considerações, aparentemente marginais, vão permitir-nos compreender que o Direito Objetivo, como conjunto de normas e modelos jurídicos, - exatamente porque se destina a ter vigência e eficácia na universalidade de um território,- constitui, no seu todo, um sistema global que, através de um termo italiano já integrado em nossa língua, se denomina ordenamento jurídico.”
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IED - 5ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
Quanto ao Direito Subjetivo, há diversas teorias tentando uma conceituação, e vamos estudar as mais representativas.
WINDSCHEID > Teoria da VONTADE. “Direito Subjetivo é o poder ou domínio da vontade livre do homem, que o ordenamento protege e confere.” Pressupõe que a vontade humana tem uma essência livre, e portanto a base do direito subjetivo é a vontade livre do homem.  
Crítica: vontade pode ser coagida (ameaça, coação moral e até mesmo física), nestes casos não se pode falar em exercício livre de um direito subjetivo. Além disso, há pessoas que mesmo sem vontade livre são titulares de direitos subjetivos (nascituro, incapazes, crianças, doentes mentais). Ainda há casos em que alguém é titular de um direito subjetivo e desconhece este direito (sucessão aberta com o falecimento, e herdeiro necessário não tem ciência da morte do ascendente, ou desconhece parte do patrimônio transmitido). Assim, a teoria da vontade não consegue cobrir todos os casos de Direito Subjetivo.
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IED - 5ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
 THON > TEORIA DA GARANTIA. Fundamento do Direito Subjetivo está na garantia judiciária das relações jurídicas. Direito Subjetivo não teria por base a vontade, mas a possibilidade de fazer a garantia da ordem jurídica tornar efetiva a proteção do direito. Portanto, Direito Subjetivo é a garantia conferida pelo Direito Objetivo, a qual se invoca quando a liberdade é violada.
Crítica: Direito Subjetivo confunde-se com a proteção da liberdade conferida pelo Direito Objetivo, ou seja, elimina-o como realidade própria. A garantia invocada decorre da obrigação posta pelo Direito Objetivo, e não de alguma faculdade subsistente por si mesma.
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IED - 5ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
JHERING > TEORIA DO INTERESSE. Direito Subjetivo é o interesse juridicamente protegido. A convivência humana trás consigo diversos conflitos que são protegidos juridicamente pelo ordenamento. A idéia de “interesse” cobre os casos não abarcados pelas outras teorias (loucos, incapazes, etc). O interesse do credor em receber seu crédito está protegido em razão da obrigação do devedor de pagar.
Crítica: teoria privatista, só abarca casos cobertos pelo princípio da autonomia da vontade. Direito Penal: mesmo que se admita um interesse do lado da comunidade, não se pode falar de outro interesse do criminoso (não tem qualidade jurídica). Direitos Políticos: votar e ser votado não configura contraposição de interesses.45
IED - 5ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
Jusnaturalistas do séc. XVIII. DIREITOS SUBJETIVOS NATURAIS. Fundamentam os direitos subjetivos (especialmente os públicos) na própria natureza humana. Há direitos naturais subjetivos que o Estado deve respeitar pois são próprios da pessoa humana, inerentes à condição de ser humano (vida, liberdade, propriedade). O Estado (autoridade) é ente que decorre da natureza humana, indispensável à convivência social, e só se justifica na medida que atua na direção da proteção dos interesses mais elevados do ser humano (direitos subjetivos naturais).
TEORIAS QUE NEGAM A EXISTÊNCIA DO DIREITO SUBJETIVO (DUGUIT, KELSEN)
	Não é possível demonstrar o que seja a vontade, o poder, a liberdade. Idéia do Direito Subjetivo precisa recorrer a conceitos fora do âmbito jurídico, são conceitos metajurídicos, extrajurídicos.
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IED - 5ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
Miguel Reale > “Direito Subjetivo é a possibilidade de exigir-se, de maneira garantida, aquilo que as normas de direito atribuem a alguém como próprio.”
Reale faz uma distinção entre direito subjetivo e faculdade, e afirma que esta não é sinônimo daquele: é, na realidade, uma modalidade de seu exercício. Assim, afirma que alguém é titular do direito subjetivo de propriedade, o qual tem como faculdades alugar, doar, legar, usar, dispor, do bem. 
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IED - 5ª AULA – 2º SEMESTRE
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
Leituras:
Reale, capítulos XIX e XX, p. 249/276.
Montoro, 4ª Parte, p. 437/489.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 3ª AULA – 2º semestre 
 Transição do mundo feudal para o mundo moderno. 
Recomendações de leituras para os próximos temas:
“Curso de História do Direito”, José Reinaldo de Lima Lopes, p. 89/96 (A era do jus commune: o direito moderno – direito natural, introdução ao período histórico) e p. 99/112 (Dos deveres do homem e do cidadão de acordo com a lei natural, Samuel Pufendorf).
Leitura complementar: “O Direito na História”, José Reinaldo de Lima Lopes, capítulo 7 (As idéias jurídicas do século XVI ao século XVIII: o Direito Natural Moderno e o Iluminismo), p. 158/192.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 3ª AULA – 2º semestre 
 Transição do mundo feudal para o mundo moderno. 
As novas questões postas à consideração dos juristas.
	A transição do apogeu medieval (Universidades, Escolástica, Ecoúmene cristã latina, consolidação das 2 jurisdições, o jus commune, o Direito Canônico) para a época moderna.
Os nominalistas (Guilherme de Ockham e Duns Scotus) e sua influência no Direito; 
O primeiro humanismo europeu (fim do séc. XIII ao séc. XV): Dante (1265/1321), Giotto (1266/1337), Petrarca (1304/1374), Boccaccio (1313/1375);
Comentadores ou pós-glosadores no Direito; a Guerra dos cem anos (1337/1435) e a consolidação das monarquias nacionais;
Decadência da Igreja como “mestra” e símbolo de unidade (o exílio dos Papas em Avinhão, 1316/1378);
Incremento do comércio e tragédia demográfica (Peste Negra, 1348/1349)
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HISTÓRIA DO DIREITO - 3ª AULA – 2º semestre 
 Transição do mundo feudal para o mundo moderno. 
O Direito das Gentes (Direito Internacional): a escola de Salamanca (Espanha) e a “Segunda Escolástica”. Francisco de Vitória (1493-1546), Francisco Suárez (1548-1617), Luis de Molina (1535/1600).
A Reconquista: Fernando e Isabel. Longo processo de retomada da península ibérica aos muçulmanos, culminando em 1492 com a expulsão definitiva e a consolidação do Estado. 
Descoberta da América (1492): o problema da relação com o universo indígena nas Américas. Conquistadores e a relação com os povos indígenas: os direitos naturais dos índios (liberdade, propriedade) e a questão da guerra (súditos ou nação soberana). O Brasil colônia e a questão indígena; os Jesuítas, Padre Vieira, as Missões.
Bartolomeu de las Casas (1484/1566), primeiro comerciante e depois frade dominicano, bispo de Chiapas (México): tratado “Destruição das Índias”, direito à autodeterminação dos povos indígenas.
Francisco de Vitória e a liberdade natural dos índios: o conceito de nação independente e a “guerra justa”. Ler p. 166/168, de “O Direito na História”. 
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HISTÓRIA DO DIREITO - 3ª AULA – 2º semestre 
 Transição do mundo feudal para o mundo moderno. 
A Reforma protestante (início do séc. XVI): fim do “mundo cristão latino”, da “cristandade ocidental”, da “ecoúmene cristã”. Lutero, Calvino, Henrique VIII. O fim da cristandade e as guerras de religião; a pluralidade e a tolerância e os Estados nacionais. A consolidação do poder régio e soberano: não mais apenas superioridade, mas exclusividade do poder político.
Os primórdios da ciência moderna : Francis Bacon (1561/1626), Galileu (1564/1642), Descartes (1596/1650), Newton (1642/1727). 
	René Descartes e a filosofia moderna: todo conhecimento tem início no “eu pensante”, na subjetividade. O mundo exterior é uma idéia na mente do sujeito que o conhece. 
	O racionalismo cartesiano: conhecimento = certeza racional. Para se chegar a esta certeza, é necessário um novo método: “Discurso do método”. 
	As “Meditações metafísicas” e a dúvida metódica: a Metafísica aristotélica e a de Descartes. O processo da dúvida termina: não pode duvidar que duvida; se duvida, pensa; se pensa, existe. COGITO, ERGO SUM. 
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HISTÓRIA DO DIREITO - 3ª AULA – 2º semestre 
 Transição do mundo feudal para o mundo moderno. 
O Jusnaturalismo moderno: Hugo Grócio (1583/1645), Thomas Hobbes (1588/1679), John Locke (1632/1704), Samuel Pufendorf (1632/1694). 
Temas que dominam o debate jurídico no início da modernidade: desenvolvimento capitalista do mercado, fim da cristandade, conquista da América, afirmação do Estado Nacional. Ainda tomando por base o Direito Natural, as novas teorias políticas e jurídicas vão abordar a relação entre soberano e súditos, a liberdade (individual, religiosa, de consciência, de trocas comerciais) e a propriedade. 
Período de transição entre o jus commune (jusnaturalismo com aproveitamento do Direito Romano) e o Direito Nacional e a doutrina jurídica “científica”.
Diferença com o mundo clássico: jusnaturalismo moderno despreza o conhecimento dos fins e privilegia o dos meios; é um racionalismo individualista, que preza a subjetividade e a instrumentalidade; razão estratégica em vez da razão prática dos clássicos. 
O novo direito será contratualista, pois os homens não têm interesses convergentes, mas opostos, são egoístas e inimigos. O tema central não é mais a Justiça, mas a Paz.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 3ª AULA – 2º semestre 
 Transição do mundo feudal para o mundo moderno. 
Samuel Pufendorf (1632/1694)
Dos deveres do homem e do cidadão de acordo com a Lei Natural.
Mais influente autor do Direito Natural moderno;
Luterano, foi professor de Direito Natural em Heidelberg, e assessor do Reino da Suécia;
Simboliza o deslocamento do debate jurídico do Mediterrâneo para o norte europeu.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 3ª AULA – 2º semestre 
 Transição do mundo feudal para o mundo moderno. 
Questões:
Quais as fontes que o autor cita como reguladoras da conduta humana ? Explique.
Como o autor distingue o Direito Natural da Teologia Moral ? Qual o alcance do Direito Natural ?
Segundo o autor, qual o conceito de Lei ? E de obrigação ?
O que é a Justiça para o autor ?
Qual o preceito fundamental da Lei Natural ?
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HISTÓRIA DO DIREITO - 3ª AULA – 2º semestre 
 Transição do mundo feudal para o mundo moderno. 
Recomendações de leituras para os próximos temas:
“Curso de História do Direito”, José Reinaldo de Lima Lopes, p. 119/125 (O antigo regime, introdução ao período histórico) e p. 141/160 (Regimento da Relação do Rio de Janeiro – 13/10/1751), e p. 160/169 (Ordenações Filipinas – Livro III), e p. 169/186 (Ordenações Filipinas – Livro V).
Leitura complementar: “O Direito na História”, José Reinaldo de Lima Lopes, capítulo 9 (O regime colonial e o Antigo Regime), p. 212/253.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 4ª AULA – 2º semestre 
 O Antigo Regime. 
Expressão refere-seao período anterior à Revolução Francesa de 1789, e designa a consolidação do Estado Nacional sob a Monarquia.
Sociedade dividida em estamentos (status, posição social) > direitos e deveres relacionados ao grupo social (nobre, plebeu, clero, livre, escravo, etc), que pode decorrer tanto do nascimento (nobre ou plebeu), quanto de aquisição (doutor em leis ou cânones, bispo).
No topo do poder civil está o monarca que pode quase tudo, mas não pode alterar o que é de Direito Natural, nem o que decorre de costumes arraigados, nem as regras sobre sua própria sucessão. Também não pode dispor livremente sobre o patrimônio da coroa.
Fontes do direito > romano, canônico, costumes e incremento da atividade legislativa do monarca. E a jurisprudência ?
O Estado é uno mas com funções distintas exercidas por órgãos delegados do monarca > governo, justiça, guerra, tributos.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 4ª AULA – 2º semestre 
 O Antigo Regime. 
Crescente autonomia da Justiça > regramento minucioso dos processos, das garantias, dos cargos. Grupo privilegiado dos que exercem funções na área. Características mais marcantes da organização judiciária:
A- tendência à centralização: Justiça “centralizada” e sistema recursal indicam hierarquização; função jurisdicional consolida-se antes da legislativa, e é o modo mais evidente de afirmação do poder do soberano;
B- especialização: juízes são na maioria “profissionais”, e o procedimento é cada vez mais escrito, o que exige especialistas em redação (advogados, tabeliães, inquiridores);
C- diminuição da participação popular e leiga: especialização afasta os não letrados, assim como a formalização processual e a racionalização das provas exige especialistas;
D- controle estatal monárquico: cortes específicas (clericais, senhoriais, corporativas) perdem autonomia e tornam-se instâncias inferiores de outras cortes.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 4ª AULA – 2º semestre 
 O Antigo Regime. 
Soberano passa a disciplinar de forma mais incisiva os aspectos “políticos” da vida da nação (economia, comércio, pesos e medidas) e a administrar mais de perto estes setores. No campo do direito privado (propriedade, família, sucessões), contudo, sua autonomia é mais restrita.
Não há o decantado “despotismo”, apesar do regime absolutista; Estado não tem meios para tanto e a cultura jurídica impõe freios.
Escolas de pensamento jurídico > Jusnaturalismo moderno, ao lado dos doutores em Direito Romano e Canônico, nos costumes e na legislação régia. Trabalho tendente a ordenar de forma organizada as fontes do Direito, em busca de certeza e previsibilidade, que vai desembocar na codificação do século XIX. 
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HISTÓRIA DO DIREITO - 4ª AULA – 2º semestre 
 O Antigo Regime. 
Leituras:
“Curso de História do Direito”, José Reinaldo de Lima Lopes, p. 119/125 (O antigo regime, introdução ao período histórico).
“O Direito na História”, José Reinaldo de Lima Lopes, capítulo 9 (O regime colonial e o Antigo Regime), p. 212/253.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 5ª AULA – 2º semestre 
 O Direito no Brasil colônia – as Ordenações do Reino.
BRASIL COLÔNIA (ATÉ INDEPENDÊNCIA)
Ordenações ainda não configuram uma codificação do Direito, nem mesmo uma sistematização; são uma simples compilação do Direito vigente.
ORDENAÇÕES DO REINO:
> ORDENAÇÕES AFONSINAS (1446)
> ORDENAÇÕES MANUELINAS (1521)
> ORDENAÇÕES FILIPINAS (1603) > FELIPE II, ÉPOCA DO DOMÍNIO ESPANHOL SOBRE PORTUGAL. 5 LIVROS:
	1) OFICIAIS DO REI;
	2) ESTAMENTOS PRIVILEGIADOS (NOBREZA E CLERO), FONTES DO DIREITO, JURISDIÇÃO;
	3)PROCESSO;
	4) CONTRATOS;
	5) CRIMES E PROCESSO PENAL.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 5ª AULA – 2º semestre 
 O Direito no Brasil colônia – as Ordenações do Reino.
FONTES: AS PRÓPRIAS ORDENAÇÕES CITAM AS LEIS, A JURISPRUDÊNCIA E OS COSTUMES. TAMBÉM O DIREITO CANÔNICO (QUANDO ERA MATÉRIA DE PECADO), E O DIREITO ROMANO. ALÉM DISSO, NAS LACUNAS, AS OPINIÕES DOS COMENTADORES (ACURSIO, BÁRTOLO).
NO BRASIL PREPONDEROU O COSTUME COMO FONTE PRINCIPAL. ALÉM DISSO, FONTES ESPECIAIS, COMO OS FORAIS, REGIMENTOS, ALVARÁS, AVISOS, VALERAM APENAS PARA O BRASIL. 
TRANSFERÊNCIA DA CORTE (1808) E REINO UNIDO (1815) INICIARAM AS TRANSFORMAÇÕES, QUE SE PROLONGARAM NO IMPÉRIO.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 5ª AULA – 2º semestre 
 O Direito no Brasil colônia – as Ordenações do Reino.
ORDENAÇÕES FORAM SENDO REVOGADAS AOS POUCOS:
	- LIVROS I E II > REVOLUÇÃO DO PORTO (1820) E INDEPENDÊNCIA (1822)
	- LIVRO V > CÓDIGO CRIMINAL DO IMPÉRIO (1830)
	- LIVRO III > REGULAMENTO 737 (1850)
	- LIVRO IV > O QUE TEVE VIDA MAIS LONGA, MAS EM PARTE FOI REVOGADO PELO CÓDIGO COMERCIAL (1850).
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HISTÓRIA DO DIREITO - 5ª AULA – 2º semestre 
 O Direito no Brasil colônia – as Ordenações do Reino.
Leituras:
“Curso de História do Direito”, José Reinaldo de Lima Lopes, p. 119/125 (O antigo regime, introdução ao período histórico) e p. 141/160 (Regimento da Relação do Rio de Janeiro – 13/10/1751), e p. 160/169 (Ordenações Filipinas – Livro III), e p. 169/186 (Ordenações Filipinas – Livro V).
“O Direito na História”, José Reinaldo de Lima Lopes, capítulo 9 (O regime colonial e o Antigo Regime), p. 212/253.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 5ª AULA – 2º semestre 
 O Direito no Brasil colônia – as Ordenações do Reino.
Leituras para as próximas aulas:
“Curso de História do Direito”, José Reinaldo de Lima Lopes, p. 213/217 (A codificação, introdução ao período histórico) e p. 228/243 (Discurso preliminar ao primeiro projeto de Código Civil – Portalis).
Leitura complementar: “O Direito na História”, José Reinaldo de Lima Lopes, capítulo 9 (O regime colonial e o Antigo Regime), p. 212/253.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 6ª AULA – 2º semestre 
 A CODIFICAÇÃO
Mudança do Estado jurisdicional para o Estado legislador: a função mais elevada da autoridade (soberano) era arbitrar os conflitos, fazer justiça; aos poucos, soberania implica cada vez mais a capacidade de legislar.
Inicialmente, legislação tem por objeto temas mais próprios do soberano (governo, administração, justiça, processo, mercados), ficando a matéria relativa à vida privada (contratos, propriedade, sucessão) relegada a menor interferência da autoridade.
Idéias que sustentaram a corrente codificadora: deve haver uma ordem racional, emanada da autoridade (o Legislador); o Iluminismo confere sustentação para a busca desta ordem racional; a consolidação do Estado nacional implica a elaboração de um direito válido para determinado território.
As diversas revoluções dos séculos XVII e XVIII, coroadas pela Revolução Francesa, preparam o caminho para a codificação oriunda do Estado Legislador, expressão da vontade reguladora do soberano.
Constitucionalismo: em paralelo com a codificação. De um lado organização do Estado moderno e garantias dos cidadãos frente ao Estado. De outro lado, sistematização das regras de convivência entre os particulares.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 6ª AULA – 2º semestre 
 A CODIFICAÇÃO
O Código Napoleônico foi outorgado por Napoleão e entrou em vigor em 21 de março de 1804.
O Código Napoleônico não foi o primeiro código a ser estabelecido numa nação européia, tendo sido precedido por outros (Código da Baviera de 1756, da Prússia de 1792). Embora não tenha sido o primeiro, é o que obteve maior repercussão e influenciou os sistemas legais de diversos outros países, tanto na Europa quanto na América (Quebec, Luisiânia, Argentina, Paraguai, México, etc.).
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HISTÓRIA DO DIREITO - 6ª AULA – 2º semestre 
 A CODIFICAÇÃO
O Código Napoleônico estrutura-se da seguinte forma:
Título Preliminar: Da publicação, dos efeitos e da aplicação das leis em geral (artigos 1 a 6)
	Vigência, irretroatividade, aplicação.
Livro Primeiro: Das pessoas (artigos 7 a 515)
	Inclui casamento, divórcio, pátrio poder, adoção, etc.
Livro Segundo: Dos bens e das diferentes modificações da propriedade (artigos 516 a 710)
	Móveis e imóveis, propriedade, usufruto, uso, habitação, servidões.
Livro Terceiro: Dos diferentes modos de adquirir a propriedade (artigos 711 a 2302)
	Sucessão,herança, partilha, doação, obrigações e contratos, garantias, hipoteca, registros, desapropriação, prescrição.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 6ª AULA – 2º semestre 
 A CODIFICAÇÃO
“Discurso preliminar ao primeiro projeto de Código Civil” – Portalis
Presidiu a comissão que deu a forma final ao código; advogado de família burguesa.
Responder às questões formuladas na p. 217, e em grupo responder as seguintes questões:
- Como Portalis diferencia a matéria civil da matéria criminal ?
- Segundo Portalis, a quem cabe dirigir a aplicação das leis ? Explique.
- Sobre o tema da codificação, qual a posição de Portalis ? 
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HISTÓRIA DO DIREITO - 6ª AULA – 2º semestre 
 A CODIFICAÇÃO
Leitura complementar: 
> “Código Napoleão ou Código Civil dos franceses”, Souza Diniz, Record. Texto integral do Código de 1804 e alterações posteriores.
“O positivismo jurídico”, Norberto Bobbio, capítulo III (O Código de Napoleão e as origens do positivismo jurídico na França, p. 63/89).
“Código Napoleão”, Caio Mario da Silva Pereira, RT, v. 835, p. 757/765.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 6ª AULA – 2º semestre 
 A CODIFICAÇÃO
Leituras para as próximas aulas:
“Curso de História do Direito”, José Reinaldo de Lima Lopes, p. 245/253 (A ciência do Direito, introdução ao período histórico) e p. 255/270 (Da vocação de nosso tempo para a legislação e a jurisprudência – Friedrich Karl Von Savigny) e p. 270/282 (O espírito do Direito Romano – Rudolph Von Jhering).
Leitura complementar: “O positivismo jurídico”, Norberto Bobbio, capítulo II (As origens do positivismo jurídico na Alemanha, p. 45/62) e Conclusão da parte histórica, p. 119/127.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 7ª AULA – 2º semestre 
 A CIÊNCIA DO DIREITO
A partir do século XIX, consolida-se a idéia de que a legislação é a tarefa mais importante do Estado, tanto nas monarquias absolutas quanto nas constitucionais.
O Estado passa a centralizar a produção legislativa: idéia de legislador uno capaz de impor ordem, hierarquia e sistematicidade ao Direito.
Oposição frontal à matriz jurídica do jus commune, fundada na tradição e nos costumes.
O período é de desmembramento da ética, com o desenvolvimento da economia, da sociologia e da ciência política como disciplinas autônomas. 
Auguste Comte (1798/1857) e o positivismo: sociedade deve ser estudada a partir das suas leis evolutivas (positivamente), e não a partir do ideal de sociedade justa (prescritivamente).
Predomínio do legislador uno (Estado) coloca nova questão: como conter poder arbitrário do legislador ? Duas alternativas: supernorma (Constituição) e “Ciência do Direito”.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 7ª AULA – 2º semestre 
 A CIÊNCIA DO DIREITO
Debates da “ciência jurídica” neste contexto do século XIX: a França e a “Escola da Exegese”. Principal tarefa do jurista é a interpretação dos códigos elaborados pelo Estado legislador.
A Alemanha, em razão de circunstâncias históricas peculiares, tomou outro rumo. Apenas em 1871, após a guerra franco-prussiana (1870/1871), a Alemanha reuniu as condições indispensáveis para promover sua unificação como Estado nacional: unidade territorial, poder político hegemônico e sentimento nacional.
Até então, a Alemanha formou uma confederação dirigida pelos reinos mais poderosos (Prússia e Áustria). Otto von Bismarck (1815/1898) liderou a consolidação da hegemonia prussiana frente a Áustria.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 7ª AULA – 2º semestre 
 A CIÊNCIA DO DIREITO
Friedrich Karl von Savigny (1779/1861) e Rudolf von Jhering (1818/1892): recuperação do Direito Romano como uma ferramenta da ciência jurídica. Pandectística alemã: devotados aos textos do Digesto (Pandectas).
Savigny: maior representante da Escola Histórica, que criticava os códigos e defendia a tradição romanista e nacionalista do direito alemão. Para ele, o direito alemão não estaria em um código, mas deveria ser buscado na tradição histórica, que incluía o direito romano, a ser purificado pelos professores. A unidade jurídica viria pela ciência, baseada na história e na tradição.
Jhering enfrenta uma situação em que a simples rejeição da codificação estava enfraquecendo. Para ele, o fundamento do direito era político e sociológico, e não conceitual. Explicar sistematicamente o jogo de interesses individuais era a função da ciência jurídica. Para um direito atual e seguro, era necessário buscar o equilíbrio entre a tradição romanista e as necessidades atuais da sociedade alemã.
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HISTÓRIA DO DIREITO - 7ª AULA – 2º semestre 
 A CIÊNCIA DO DIREITO
Ler os textos da p. 255/270 (Da vocação de nosso tempo para a legislação e a jurisprudência – Friedrich Karl Von Savigny) e p. 270/282 (O espírito do Direito Romano – Rudolph Von Jhering), e responder às questões da p. 253. Em grupo, responder as seguintes questões:
Sobre o tema da codificação, qual a posição de Savigny ? 
Segundo Savigny, qual a importância do Direito Romano para o universo jurídico ?
Como Savigny explica o método histórico da ciência do direito ?
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IED - 6ª AULA – 2º SEMESTRE
HERMENÊUTICA, INTEGRAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO
Hermenêutica, interpretação, exegese.
Interpretação jurídica: pesquisar, descobrir, o sentido de uma norma.
O que se interpreta: lei, decreto, contrato, testamento, jurisprudência, fatos, etc.
Processo hermenêutico: vários momentos, para atividade criadora da interpretação jurídica.
Integração: processo que leva a solução de casos não previstos nas normas vigentes (lacunas da lei). LICC, art. 4º: quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Legislação tem lacunas, ordenamento jurídico não. Para fazer integração, precisa interpretar.
Aplicação do Direito: forma de aplicação feita por força de competência de que se acha investido um órgão ou autoridade. LICC, art. 5º. Para aplicar, antes precisa interpretar.
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IED - 6ª AULA – 2º SEMESTRE
HERMENÊUTICA, INTEGRAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO
	MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO
A doutrina aponta diversos métodos, que podem ser agrupados da seguinte forma:
Literal, gramatical;
Histórico, sociológico;
Lógico, sistemático;
Teleológico.
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HERMENÊUTICA, INTEGRAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO
Origem da interpretação:
Judiciária;
Administrativa;
Doutrinária;
Legal.
Efeitos da interpretação:
Declarativa;
Extensiva;
Restritiva.
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HERMENÊUTICA, INTEGRAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO
Leituras:
- Miguel Reale, Lições preliminares de Direito, capítulos XXI e XXII, p. 277/302.
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MATÉRIA PARA PROVA
2º SEMESTRE
A prova abordará questões discursivas de História do Direito e de Introdução ao Estudo do Direito, abrangendo as matérias a seguir elencadas. Lembre-se que não haverá consulta a qualquer material de IED, mas que poderão ser consultados os textos de História do Direito. 
HISTÓRIA DO DIREITO
A FORMAÇÃO DA TRADIÇÃO JURÍDICA OCIDENTAL
- Harold J. Berman, “Direito e Revolução”, prefácio e introdução, p. 7/60; 
A CODIFICAÇÃO
José Reinaldo de Lima Lopes, “Curso de História do Direito”, cap. 4 “A codificação”, p. 228/243 (Discurso preliminar ao primeiro projeto de Código Civil – Portalis).
	
Obs: as indicações do “Curso de História do Direito” referem-se à 1ª edição (2006).
MATÉRIA PARA PROVA
2º SEMESTRE
Introdução ao Estudo do Direito
VALIDADE DA NORMA JURÍDICA 
 - Miguel Reale, “Lições preliminares de direito”, capítulo X, p. 105/116;
 DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL
 - “O que é o Direito ? A moderna resposta do realismo jurídico”, de Javier Hervada, Ed. Martins Fontes, 2006, capítulo V, p. 59/77. 
RAMOS DO DIREITO 
 - Miguel Reale, Lições preliminares de Direito, capítulos XXV e XXVI, p. 339/370.
 - Franco Montoro, Introdução à Ciência do Direito, 3ª parte, capítulo 14, p. 467/502.
RELAÇÃO JURÍDICA
 - Miguel Reale, “Lições preliminares de direito”, capítulo XVII, p. 213/226.
MATÉRIA PARA PROVA
2º SEMESTRE
DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO
 - Miguel Reale,Lições preliminares de Direito, , capítulos XIX e XX, p. 249/276. 
 - Franco Montoro, Introdução à Ciência do Direito, 4ª Parte, p. 437/489.
HERMENÊUTICA, INTEGRAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO
 - Miguel Reale, Lições preliminares de Direito, capítulos XXI e XXII, p. 277/302.
Obs: as indicações da obra de Miguel Reale (capítulos e páginas) referem-se à 27ª edição.

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