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RESUMO DE TCE, HIC, MORTE CEREBRAL E TRM

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TRAUMA CRANIO ENCEFÁLICO 
 Avaliação inicial pelo ABCDE do trauma, com prioridade para a manutenção da via aérea e proteção da coluna 
cervical, além de boa oxigenação, o que mantem a perfusão cerebral, diminuindo as chances de lesão secundaria 
 
 Exame neurológico mínimo para estimar o grau de comprometimento neurológico, avaliando a escala de coma 
de Glasgow, função pupilar e movimento das extremidades. 
 
TCE LEVE (GCS 13-15) – paciente consciente, falando, com história de desorienta~]ao, amnesia ou perda 
transitória da consciência. TC de crânio 
 
 normal e assintomático alterada ou sintomático 
 
 observar e reexaminar interna e chama neurocirurgião 
 
 liberar sob cuidados 
 
TCE MODERADO (GCS 9-12) – paciente ainda obedece a ordens, mas está sonolento ou confuso. 20% entra em 
coma Estabiliza TC + neurocirurgião + UTI 
 
 Observar por 24h com reavaliação neurológica e repetição da TC 
 
 Se tiver piora = TCE GRAVE 
 
TCE GRAVE: 
└ pupilas assimétricas 
└ assimetria motora 
└ perda de líquor 
└ exposição do tecido cerebral 
└ Glasgow mor ou igual a 8 ou queda de >3 
pontos na reavaliação 
└ Fratura de crânio com afundamento 
 
 Avaliação primaria e reanimação 
 IOT precoce + ventilação com O2 a 100% até a 
gasometria 
 Tratar hipotensão 
 Paciente estável – exame neurológico rápido 
e direcionado 
 
Após a normalização hemodinâmica, deve ser realizada uma TC de crânio e se houver alteração neurológica, deve 
ser repetida nas próximas 12-24h, rotineiramente. 
TIPOS DE TCE: 
FRATURA DE BASE DE CRÂNIO = diagnostico clínico com a presença de fístula liquórica pelo nariz (rinorreia) ou pelo 
ouvido (otorréia), equimoses em região mastoidea (sinal de Battle) e periorbitárias (sinal do guaxinim), resultados da 
fratura da lâmina crivosa. 
CONCUSSÃO CEREBRAL = perda temporária da função neurológica com amnesia retrograda que desaparece 
rapidamente (<6h). A memoria geralmente é recuperada em uma sequencia temporal, com os eventos mais 
distantes do momento do trauma sendo recuperados primeiro. 
LESÃO AXONAL DIFUSA = coma com duração maior que 6h (>24h na grave) com sinais do envolvimento do tronco 
encefálico (postura de descerebração). As alterações estruturais ocorrem por lesão por crisalhamento dos 
prolongamentos axonais. O mecanismo do trauma parece ser explicado por aceleração rotacional da cabeça. É 
confirmada pela TC que exclui lesões expansivas e HIC. Tto com suporte clinico. 
HEMATOMA SUBDURAL AGUDO = mais frequente causa de efeito de massa no TCE! A lesão de pequenas veias 
entre a dura mater e a aracnoide causa o acúmulo progressivo de sangue que, dependendo do volume, causa o 
efeito de massa e HIC. Seu diagnostico é feito pela presença de imagem hiperdensa que acompanha a convexidade 
cerebral ou em crescente na TC. Podem estar presentes também edema cerebral e desvio da linha media. Se esse 
desvio for maior que 5mm a abordagem é cirúrgica e a drenagem deve ser realizada através de craniotomia ampla. 
 
HEMATOMA EPIDURAL AGUDO (EXTRADURAL) = é causado pelo acúmulo do sangue de lesões dos ramos da artéria 
meníngea media que cruzam o osso temporal. O aumento progressivo do hematoma desgruda a dura mater do osso, 
chegando a um grande volume num curto espaço de tempo. A perda inicial da consciência ocorre pela concussão 
cerebral e dura menos de 6h, quando o paciente recobre a consciência (intervalo lúcido). Quando atinge um grande 
volume no espaço extradural há piora neurológica súbita, podendo evoluir com herniação do uncus. 
A fratura é vista no RX simples de crânio e na TC, que também mostra região hiperdensa, biconvexa. Hematomas 
>5mm sintomáticos ou >15mm assintomáticos dever ser tratados cirurgicamente, com drenagem. 
 
 
A pressão intracraniana (PIC) normalmente varia entre 5 e 10 mmHg e reflete a relação entre o conteúdo da caixa 
craniana e seu volume constante. O aumento de um desses compartimentos deve ser compensado pela diminuição 
de outro para que não haja o aumento da PIC. Os mecanismos compensatórios são: 
└ Deslocamento do liquor do compartimento intracraniano para o compartimento intratecal 
└ Deslocamento de sangue venoso para as veias 
└ Deslocamento de sangue arterial para o sistema carotídeo externo 
└ Deslocamento de tecido cerebral através de herniações 
Em indivíduos saudáveis, o aumento da PAM faz com que haja vasoconstricção cerebral e a diminuição da PAM, 
vasodilatação, tentando manter o fluxo cerebral. O TCE grave pode prejudicar a auto regulação pressórica, não 
compensando as mudanças na pressão de perfusão cerebral e com isso, se a PAM for muito baixa pode ocorrer 
isquemia e se for muito alta, edema com aumento da PIC. A diminuição da PIC é essencial para manter o fluxo 
sanguíneo cerebral, o que evita lesões secundárias. 
HIPERTENSAO INTRA CRANIANA – tríade de Cushing: HIPERTENSAO ARTERIAL, BRADICARDIA E BRADIPNEIA 
Conduta: 
1) drenagem liquorica 
2) se manter elevada, bloqueio neuromuscular e sedação, mantendo a ventilação controlada 
3) se manter elevada, manitol ou outro diurético, com atenção para osmolaridade plasmática (>320 interrompe 
o diurético). Nos pacientes hipotensos substituir por solução salina hipotônica, mas essa não é tao eficiente 
se comparada. 
4) Se manter elevada, hiperventilação que causa vasoconstricção cerebral e diminui a PCO2, mas também 
reduz o fluxo sanguíneo cerebral, reduzindo a PPC. 
 
MORTE CEREBRAL = ocorre quando não há mais possibilidade de recuperação da função cerebral. Pelo menos 2 dos 
seguintes critérios devem ser observados, por 2 médicos diferentes, num intervalo mínimo de 12h: 
 GCS<3 
 Pupilas não reativas 
 Reflexo do tronco cerebral ausente 
 Ausência de atividade em ECG com ondas de 
grande amplitude 
 Ausência de FSC 
 Angiografia cerebral 
7 vértebras cervicais 
12 vértebras torácicas 
5 vértebras lombares 
5 vértebras sacrias 
4 vértebras coccígeas 
- C1 = atlas 
-C2 = axis 
 TRAUMA DA COLUNA VERTEBRAL 
 
Do forame magno até a parte inferior de C2, o canal medular é amplo e, apesar de 1/3 doa 
pacientes morrer no local do acidente por apneia, a maioria que sobrevive chega ao 
hospital neurologicamente intacto. Abaixo de C3 o diâmetro do canal medular diminui e 
há maior probabilidade de lesão medular. 
As fraturas vertebrais podem ser: 
└ INSTAVEIS: há comprometimento ósseos e/ou ligamentar em duas ou três colunas 
da vertebra, havendo o risco iminente de deslocamento dos fragmentos 
provocando lesão medular – fixação interna 
└ ESTAVEIS: apenas a imobilização externa é necessária 
 
Fraturas dos condilos occipitais – se articulam com o atlas. TC e tto conservador com uso de colar cervical 
Fratura de Jefferson (atlas) – compressão do crânio sobre o atlas, que é forçado sobre o axis, rompendo os arcos 
posterior e anterior, afastando as massas laterais. RX lateral e AP com boca aberta. Se estável usa colar cervical por 3 
meses e se instável tração craniana por 6 semanas e imobilização com Halo vest ate o terceiro mês 
Fratura do processo odontoide (atlantoaxial): mais comum fratura cervical alta!!! Ocorre por trauma de hiperflexao 
cervical, onde o dente o axis é desconectado de sua base e levado anteriormente junto com o atlas, que desliza 
sobre o áxis (fratura do tipo II do processo odontoide). Se o deslocamento for menor que 5mm e a idade do paciente 
menor que 50 anos, o tto é conservador com Halo vest por 3 meses. Se o deslocamento for maior que 5mm ou a 
idade maior que 50 anos, há preferencia para o tto cirúrgico (artrodese atlantoaxial). 
Fratura do enforcado– alarga o canal medular, portanto a lesão medular é rara! A fratura típica é por hiperextenção-
distração.O tto geralmente é conservador com halo vest por 3 meses. 
Fraturas/luxações da coluna cervical baixa (trauma raquimedular) 
LESÃO COMPLETA (Síndrome da secção medular) → tetraplegia, perda de TODAS as sensibilidades do dermátomo afetado 
para baixo, perda dos reflexos tendinosos e da função neurológica (bexiga neurogênica e disfunção renal). 
 
LESÃO INCOMPLETA → mantém a função sacral e costuma ter bom prognóstico. Pode apresentar 3 síndromes: 
1. Síndrome centromedular (perda da força muscular e sensibilidade dos MMSS) 
2. Síndrome medular anterior (tetraplegia e perda da sensibilidade tátil, proprioceptiva e vibratória) 
3. Síndrome de Brown-Sequard (hemiplegia, perda da propriocepção ipslateral com perda da sensibilidade dolorosa 
contralateral). 
 
O CHOQUE NEUROGENICO é resultado da lesão das vias descendentes do sistema simpático da medula espinhal cervical 
ou torácica alta, causando a perda do tono vasomotor e inervação simpática, o que leva à vasodilatação dos vasos 
viscerais e extremidades inferiores, represamento sanguíneo e hipotensão que não responde à reanimação volêmica, 
podendo precisar de aminas vasopressoras (nora). 
 
O diagnóstico de fraturas-luxações da coluna cervical baixa é feito pelo RX em projeção lateral, complementada pela AP. 
Porém, o melhor exame para avaliar lesão medular e ligamentar é a RM. 
Pacientes com TRM sem alargamento do espaço distal devem ser tratados inicialmente com tração craniana por halo ou 
de Gardner-Wells, acompanhado com radiografias e exame neurológico (a cada 15-30 min). Em geral, a redução ocorre 
em algumas horas. A instabilidade na coluna cervical indica cirurgia de fixação interna, afim de evitar novos deslizamentos 
ou angulações.

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