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Mandado de Condução coercitiva de investigado ou acusado

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Mandado de Condução coercitiva de investigado ou acusado 
																					Previsão legal: 
CPP - Decreto Lei nº 3.689 de 03 de Outubro de 1941
Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença.
 A autoridade só poderá mandar conduzi-lo à sua presença, por meio desse mandado – CONDUÇÃO COERCITIVA – nessa medida o investigado ou acusado é privado de sua liberdade de locomoção. O lapso temporal necessário para ser levado à presença do Polícia Judiciaria ou Ministério Público, para o investigado ou acusado participe de atos de investigação preliminar, no qual a sua presença seja considerada imprescindível.
  Não é objeto de prisão preventiva e temporária. Mas tem a liberdade de locomoção cerceada, mesmo não seja de maneira espontânea o investigado é conduzido pelas autoridades.
Qual é a natureza jurídica dessa medida? 
 Conquanto não listada no rol das medidas cautelares diversas da prisão nos ARTIGOS – 319 e 320 do CPP – a condução coercitiva do investigado ou acusado também funciona como medidas cautelares de coação pessoal. 
(Natureza urgente) 
O investigado ou acusado sofre restrição à liberdade de locomoção? 
 Sim, não há como negar, porque existe uma rendição do grau de coerção da liberdade de locomoção do investigado que fica restrita ao tempo estritamente necessário para a privação de fontes de prova, não podendo persistir por lapso temporal superior a vinte quatro horas (24h) hipótese em que assumirá, indevidamente as vestes de verdadeiras prisões cautelares. 
 Quando comparamos a prisão preventiva com a prisão temporária é obvio que há restrição da liberdade de locomoção.
Quem é a autoridade competente para expedir o mandado de condução coercitiva de investigado ou acusado?
Veja que no Artigo 260 do Código de Processo Penal o Caput faz a expressão do termo AUTORIDADE. O mesmo não deixa claro quem e qual seria essa autoridade, poderia ser autoridade judicial ou autoridade policial. Por isso devemos ler o Caput base na Constituição da República Federativa do Brasil que foi promulgada no ano de 1988.
 
Art 5, inc. LXI da CRBF/88 –ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
Na condução coercitiva a pessoa não é presa, mas sofre restrições. O ideal é interpretar o ART 260 do CPP, confluir que essa autoridade que se faz referência ao dispositivo é o JUDICIDIARIO. Quando lermos o ART 260 com conjuntura com o ART 282, § 2 do CPP que diz: “As cautelares serão decretada pelo juiz”. O Ministério Público não pode ordenar condução coercitiva 
No caso do ex-presidente Lula o mandando de condução coercitiva foi decretado pelo Juiz Federal Sergio Mouro. 
Ponto polêmico:
Mandado de condução coercitiva do investigado ou acusado e o direito de não produzir provas contra si mesmo (Princípio do Nemo Tenetur se Detegere)
No caso do caso do ex-presidente, podia ser conduzido como investigado? 
Pode, porém não construir prova contra ele mesmo ou prestar esclarecimento como a mídia vem anunciando. 
No Caput do ART 260 expressa que o mandado de condução coercitiva seja para interrogatório, reconhecimento ou qualquer outro ato, sem ele, não possa ser realizado. Como o Código de Processo Penal é da década de quarenta, devemos ler na Luz da Constituição Federal Promulgada em 1988. 
E quando o CPP diz que pode ser conduzido para qualquer outro ato, desde que não seja o direito de produzir provas contra si mesmo. Então, logo deduzimos que o indivíduo não pode ser conduzido para interrogatório, porque o interrogatório está protegido pelo direito ao silêncio. 
O sujeito pode ser conduzido para reconhecimento pessoal. Porque o reconhecimento pessoal não está protegido pelo Nemo tenetur se Detegere. Na medida que o reconhecimento não demanda nenhum ato ativo por parte do investigado, também no caso do ex-presidente não seria necessário porque se trata de uma Figura Pública. 
E qual seria a Finalidade do mandado? 
Tem sido relativamente comum, mandado de condução coercitiva seja expedidos com maneira de deflagração de grandes operações policiais. Geralmente nessas operações é comum informação incorreta passada pela mídia, com isso também foram vários mandado de busca, juntos com eles o mandado de condução coercitiva. A finalidade foi para que o investigado ou acusado não destruísse provas que o incriminavam. 
A condução coercitiva do ex-presidente Lula foi legal?
Foi ilegal. O despacho determinava a condução coercitiva para que ele fosse ouvido em um inquérito. O Código de Processo Penal prevê a possibilidade de o investigado ser conduzido coercitivamente quando é intimado a ir a uma audiência e não aparece. Mas o código não tem previsão de, na primeira intimação, já ter a condução coercitiva como alternativa ao não comparecimento espontâneo. Foi isso que o juiz Sergio Moro determinou em relação a Lula: se ele fosse espontaneamente, não precisava cumprir o mandado de condução coercitiva; se não fosse, seria levado, ainda que contra sua vontade. Essa situação em que a pessoa é intimada e no mesmo ato já tem como consequência a condução coercitiva, isso não tem previsão na lei.

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