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O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO SOB UM OLHAR PARA OS CONTRATOS DE COMPRA E VENDA

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O CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO SOB UM OLHAR PARA OS CONTRATOS DE 
COMPRA E VENDA 
O Código Civil tem no título VI capítulo I – da compra e venda - as disposições gerais que norteiam os 
contratos, essas disposições partem do art. 481, onde o contrato tem em um dos lados, o vendedor que vende 
determinada coisa e se obriga a transferir o seu domínio, e de outro lado, o comprador que paga em dinheiro o 
preço combinado. O art. 482 trata como pura a compra e venda e considera-a perfeita e obrigatória, quando as 
partes acordarem em preço e objeto. E os artigos vão tomando formas para enquadrar as demais situações que 
abarcam o contrato de compra e venda, no art. 483 a coisa negociada pode ser como objeto do contrato, tanto 
atual como futura, porém ela deve vir a existir, caso contrário, fica sem efeito o contrato. Salvo se a intenção 
das partes era concluir um contrato aleatório. 
No art. 484 trata das coisas que são negociadas a partir de protótipos, modelos ou amostras. O vendedor, 
admite que a coisa entregue seja de qualidade correspondente a ofertada. No art. 485 abre espaço para que o 
preço não seja estipulado na hora da negociação e poderá ficar a árbitro de terceiro que os contratantes 
designarem no ato ou prometerem designar. Porém, se o terceiro não aceitar a incumbência, fica sem efeito o 
contrato. Salvo se os contratantes designarem outra pessoa. 
Já no art. 486 fica previsto que o preço poderá ser deixado a ser fixado à taxa de mercado ou de bolsa de 
valores em certo e determinado dia e lugar, o art. 487 permite que o preço seja fixado por índices ou 
parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação, o art. 488 permite aos contratantes, quando não 
há fixação de preço ou critérios para a sua determinação e se não houver tabelamento oficial, que fique 
entendido que as partes se sujeitaram ao preço corrente dos negócios que o vendedor habituava realizar e 
ainda prevê que, na falta de acordo, prevalecerá o preço médio. 
Todavia, o art. 489 aponta a nulidade do contrato quando deixa a árbitro exclusivo de uma das partes a 
fixação do preço. O art. 490 determina que as despesas de escritura e registro fiquem por conta do comprador 
e as despesas da entrega (tradição) ficam a cargo do vendedor. O art. 491 determina que, não sendo a venda a 
crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço. O art. 492 diz que os riscos da 
coisa até a tradição correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do vendedor. 
Mas, conforme apontamento do§ 1º deste artigo, as despesas que porventura surgirem por efeitos fortuitos 
após a coisa ter sido posta a disposição do comprador, correm por conta deste. E no § 2º deste artigo está 
definido que correrão por conta do comprador, os riscos que a coisa poderá sofrer por demora da coleta do 
mesmo, quando a coisa posta a sua disposição no lugar, no tempo e pelo modo ajustados. O art. 493 trata da 
entrega da coisa, onde diz que se não há estipulação expressa deve a tradição ocorrer no lugar que a coisa se 
encontrava quando ocorreu a venda. 
O art. 494 atenta para os riscos que correrão por conta do comprador, se este ordenar que a coisa seja 
entregue em lugar diverso e, entregue ao transportador com instruções de afastar a obrigação do vendedor, o 
art. 495 trata da insolvência do comprador antes da tradição, permite ao vendedor segurar a entrega da coisa 
até que o vendedor lhe de garantias de pagamento na data acertada. O art. 496 tem em seu texto que, a venda 
é anulável de ascendentes para descendentes. Salvo se o cônjuge do alienante (vendedor) e os outros 
descendentes consentirem expressamente - A razão para essa proibição dá-se por questões de direitos de 
partilha de bens. 
Os filhos do casal têm direito a o quinhão de 50% do patrimônio dos pais, ou seja, a parte disponível do 
pai é 25% do patrimônio, pois os outros 25% são dos filhos. Se entre eles houver concordância da negociação 
o negócio é legitimado, caso contrário será anulável. O art. 497 trata de quem não pode comprar os bens, 
ainda que em hasta pública, sob pena de nulidade: I- os tutores, curadores, testamenteiros e administradores, 
os bens confiados à sua guarda ou administração; II- pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos 
da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; III- pelos juízes, 
secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos 
sobre ou que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde, ou a que se estender a sua autoridade; 
IV- pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados. Parágrafo único - as 
proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito. 
O Art. 498 trata que as proibições do inc. III do art. 497 não se aplica nos casos de compra e venda ou 
cessão entre coerdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já pertencentes a pessoas 
designadas no referido inciso. O art. 499 diz que é lícita a compra e venda entre cônjuges, quando os bens não 
estão entre os que compõem a comunhão. 
O art. 500 diz que se no contrato se estipular o preço por medida de extensão ou se determinar a 
respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o 
direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou 
abatimento proporcional ao preço. O art. 501 determina o prazo de um ano para decair do direito, a contar da 
data do registro do título, para propor ações previstas no art. 500, tanto o vendedor quanto o comprador. O 
art. 502 obriga o vendedor a resolver todos os débitos referentes à coisa até o momento da tradição. No art. 
503 diz que o defeito oculto em uma das coisas quando vendidas conjuntamente, não autoriza a rejeição de 
todas. O art. 504 alerta que em coisa indivisível, um condômino não pode vender a sua parte a estranhos, se 
outro consorte a quiser nas mesmas condições. O condômino que depositar o valor da parte, sem que o 
vendedor lhe comunique da venda, poderá haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer em prazo de 
180 dias, sob pena de decadência. Parágrafo único – quando forem muitos os condôminos interessados na 
compra da parte, terá preferência o condômino que tiver benfeitorias de maior valor, e, se não houver 
benfeitorias terá preferência o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, ao que previamente depositar o 
preço. 
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Publicado por Nery Fabres 
Disponível em: http://neryfabres.jusbrasil.com.br/artigos/352428661/o-codigo-civil-brasileiro-sob-um-olhar-para-
os-contratos-de-compra-e-venda?ref=home

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