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resumo estomatologia 4

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DOENÇAS INFECCIOSAS
PAPILOMA ESCAMOSO
São crescimentos papilares e verrucosos formados por epitélio benigno e pequena quantidade de tecido conjuntivo de sustentação.
Processo proliferativo não neoplásico e não reacional. É uma proliferação benigna do epitélio escamoso estratificado que resulta em uma massa papilar ou verrucosa e manifesta-se clinicamente como nódulo exofítico mole, indolor e geralmente pediculado.
Apresenta numerosas projeções superficiais semelhantes a dedos que dão à lesão aparência de couve-flor ou verruga, podendo ser branca, vermelho clara ou de cor normal da mucosa. Mais comum as digitações serem brancas por serem agredidas (morder, mastigar, etc), formando orto ou paraceratina.
Etiologia: papilomas bucais são associados com o mesmo subtipo do vírus do papiloma humano (HPV) que causa as verrugas cutâneas. Alguns tipos de HPV são associados aos carcinomas, principalmente no epitélio do útero
As projeções são sustentadas por tecido conjuntivo. O vírus estimula fatores de crescimento levando a proliferação tecidual (pouco tecido conjuntivo e muito epitelial - camada escamosa).
Ela não é uma neoplasia, porque não cresceu sozinha, ela foi estimulada por agente causal (vírus). Ela é reacional pela ação do vírus, mas não é traumática.
C.Clínicas: podem ser encontrados no vermelhão de lábio e na mucosa bucal, com predileção pelo palato mole e úvula . Em geral, as lesões aparecem como alterações exofíticas da superfície, entre granulares e semelhantes à couve-flor.
Tratamento: remoção cirúrgica
SÍFILIS
Doença infecto-contagiosa sexualmente transmissível de notificação compulsória. Seu tratamento surgiu somente após o descobrimento do antibiótico penicilina.
Etiologia: Espiroqueta - Treponema pallidum
O agente etiológico protéico não pode ser destruído pelo organismo (doença granulomatosa). Ele fica preso numa estrutura fibrosa chamada granuloma imunogênico, protegido por células gigantes multinucleadas, linfócitos, plasmócitos, etc. No momento de imussupressão, a espiroqueta sai e vai para a corrente sanguinea e manifesta de novo.
Se não for tratada, essa doença apresenta três fases: 
Primária: é a fase do primeiro contato da espiroqueta com o organismo. A lesão do cancro sifilídico se forma exatamente no local da invasão (órgãos sexuais/boca). Clinicamente observa-se úlcera indolor, única, dura, no local de entrada da espiroqueta, que cicatriza espontaneamente entre 4 e 6 semanas, com ou sem tratamento. Porém a treponema já está na corrente sanguínea. D.D. carcinoma espinocelular, paracococcidioidomicose, tuberculose, lesões crônicas traumáticas.
Secundária: manifesta-se quando há baixa de resistência do paciente. Na pele há manchas e pápulas pruríticas. Na boca surgem múltiplas úlceras cobertas com membranas (placas mucosas). Pode apresentar somente lesões na pele, ou somente lesões na boca, ou ambas.
Forma atípica: qualquer manifestação com úlceras, pseudomembrana e fissuras deve-se suspeitar de sífilis secundária.
Tratamento: penicilina (ou eritromicina para alérgicos)
Pode haver períodos de exacerbação da doença, quando há diminuição imunológica. Aí então ocorrem novas manifestações clínicas em forma de sífilis secundária.
D.D.: condições em que há erupção muco-cutânea
Terciária : quando o paciente não recebe tratamento na fase secundária, pode evoluir para a sífilis terciária. Gomas bucais, glossite, lesões cárdio-vasculares e do sistema nervoso central. O paciente fica louco, ouve vozes.
D.D.: lesões destrutivas do granuloma mediano
Congênita: a espiroqueta atravessa a barreira placentária, e sendo assim passa de mãe para filho. Características clínicas: anomalias dentárias - molares em amora, incisivos em forma de chave de fenda (chanfrados), surdez, queratite instersticial: tríade de Hutchinson. Outra característica é o nariz em sela.
Tratamento : penicilina
As formas primária e secundária são extremamente contagiosas. Sem tratamento, a forma secundária aparece entre 2 a 10 semanas . Uma minoria de pacientes desenvolve lesões terciárias. Há períodos de latência nos quais clinicamente não há evidência da doença no intervalo entre as fases primária e secundária e entre secundária e terciária.
TUBERCULOSE
Etiologia: Mycobacterium tuberculosis
Clínicas: úlcera crônica, endurecida, que não cicatriza, que pode ser dolorosa, principalmente na língua e no palato. 
Na primeira manifestação aparecem as lesões bucais.
Na reativação da doença podem aparecer sinais e sintomas discretos de febre, suores noturnos, mal estar e perda de peso. (*sudorese noturna: pode ser infecções do trato urinário ou tuberculose)
Se o paciente não for tratado, progressivamente aparecem a tosse, a hemoptise (escarra sangue) e a dor toráxica. As lesões são contagiosas e normalmente, na fase de reativação primeiro aparecem as lesões pulmonares e secundariamente as lesões bucais. 
Se a infecção primária não se tornar progressiva, os testes cutâneos e as radiografias do tórax podem fornecer a única indicação da infecção
Tratamento: penicilina, dependendo do estado quimioterápicos.
D.D. sífilis primária, micoses profundas, CEC, úlcera crônica traumática, e ocasionalmente aftas maiores.
HANSENÍASE (MAL DE HANSEN)
Etiologia: Mycobaterium leprae
C.Clínicas: pode apresentar-se limitada (MH tuberculóide), ou generalizada (MH lepromatosa), cujo curso é mais grave. 
O organismo é infectado e a bactéria vai para os nervos e pele periféricos. Surgem lesões em forma de placas ou nódulos eritematosos (resposta granulomatosa do microrganismo). Estas lesões podem ser encontradas no interior da boca ou no nariz. Toda lesão ativa é contagiosa.
Quando o nervo é lesado, há perda da sensibilidade da região e com o tempo podem aparecer graves deformidades maxilo-faciais. Por atingir nervos e anestesiar, as extremidades podem sofrer traumatismos, ulceração e reabsorção óssea. A pessoa se machuca e não sente, aí vão acontecendo cicatrizações e fibroses. Os dedos, pés e nariz, começam a ficar arredondados, dando impressão de que “perdeu” partes do corpo.
O aparecimento de lesões bucais sem lesões cutâneas parece ser extremamente improvável
Tratamento: quimioterapia: dapsona, rifampicina, clofazimina
ACTINOMICOSE
Etiologia: bacteriana - Actinomices israelli
É uma infecção piogênica (presença de pus). As infecções aparecem geralmente após traumatismos, cirurgia gengival e outras infecções bucais.
C.Clínicas: geralmente encontrada no tórax, no abdome, na cabeça e pescoço, e aqui é denominada de actinomicose cérvico-facial, manifestando-se como uma tumefação da mandíbula simulando uma infecção piogênica. 
A lesão pode tornar-se dura e por fim formar uma ou mais fístulas. 
Radiograficamente a imagem é radiolúcida e de limites definidos.
Tratamento: penicilinas em doses elevadas e por longo tempo
D.D.: condições causadas por outras bactérias ou fungos, infecções dos tecidos moles do pescoço, como tuberculose e por estafilococos
PARACOCOCCIDIOIDOMICOSE
Em alguns estados é considerada uma doença endêmica (MG, SP).
Etiologia: Infecção fúngica profunda causada pelo Paracococcidioides brasilienses (mais frequentemente vista na América do Sul ou Central)
Esse fungo tem predileção por áreas úmidas com plantações (trabalhadores rurais). O fungo é inalado e chega ao pulmão. Lá ele coloniza causando infecção e fibrose pulmonar. Aí ele vai para a corrente sanguínea ou linfática, e pode se disseminar para linfonodos, pele, glândula adrenal e cavidade bucal.
Lesões bucais: ulcerações moriformes afetando principalmente mucosa alveolar, gengiva e palato. Lábio e mucosa jugal podem estar envolvidos. Parece com periodontite (sangramento, reabsorção osso alveolar)
O grande problema é a fibrose pulmonar, que dificulta as trocas gasosas, o sangue fica com baixo O2 e as células começam a morrer por hipoxia.
Tratamento: Antifúngicos - em casos graves: anfotericina B endovenosa.
CANDIDOSE (CANDIDÍASE)
Etiologia: Candidaalbicans
Infecção fúngica mais comum no homem, mas as formas clínicas podem ser variáveis e de diagnóstico por vezes difícil. Para se manifestar depende de: 
1 - estado imunológico do hospedeiro
2 - meio ambiente da mucos bucal
3 - resistência da candida albicans
É uma infecção oportunista. Esse fungo normalmente habita o organismo, mas se torna uma infecção com o imunocomprometimento do paciente. Pode atingir pacientes imunodeprimidos ou saudáveis, podendo ser de envolvimento superficial ou ser fatal.
Candidose Pseudomembranosa
Sapinho - placa branca aderente na mucosa bucal, lembrando queijo “cottage”. São removíveis por raspagem. Ocasionalmente há sensação de queimação da mucosa bucal ou gosto desagradável. Pode atingir: mucosa jugal, palato, superfície dorsal da língua.
Candidose Eritematosa: 
Candidose atrófica aguda
Atrofia + inflamação. Queimação por perda difusa das papilas filiformes da superfície dorsal da língua, que fica avermelhada e careca (lesão beijada)
Candidose atrófica central da língua (glossite romboidal mediana)
Área eritematosa na linha média da superfície dorsal da língua. A superfície da lesão varia de plana a lobulada. Lesão simétrica e contida na metade posterior da língua. Pacientes imunocomprometidos e diabéticos.
Candidose atrófica crônica: lesão vermelha, conhecida também por estomatite por dentadura - apresenta vários graus de eritema acompanhados algumas vezes por petéquias (pontinhos vermelhos), localizadas nas bordas de contato de prótese total superior. Pode apresentar ardência. Pacientes confirmam o uso ininterrupto da prótese.
Tratamento: antifúngico na mucosa e na prótese. Deixar a prótese à noite em 1 copo dágua, 1 colher hipoclorito de sódio e aplicar antifúngico no palato. Usar antifúngico local 3 a 4x ao dia sobre a lesão e sob a prótese.
Queilite angular 
Envolvimento da comissura labial com eritema, fissuração e descamação. Frequentemente ocorre sozinha, em paciente com idade avançada e dimensão vertical reduzida, e sulcos acentuados no canto da boca. A saliva retem a umidade e favorece a infecção pelo fungo.
Candidose Crônica Hiperplásica - Leucoplasia por candida
Candidose em forma de placas brancas que não podem ser removidas por raspagem, sendo a menos comum e de causa é controversa. Mais comum de ocorrer na mucosa jugal anterior e clinicamente não pode ser diferenciada da leucoplasia habitual. Alguns autores consideram ser candidose sobre a leucoplasia.
A candidose pode ocorrer na boca, unhas, pele e outras superfícies mucosas.
Não pode ser diferenciada da leucoplasia idiopática.
Tratamento: para infecções moderadas e sem indicativos de imunossupressão, usar antifúngico local em gel ou solução (daktarin gel oral 3 a 4x ao dia, ou nistatina solução bochecho 2 min e engole). Usar por período máximo de 15 dias senão desequilibra a microbiota bucal. Se a lesão não regredir, usar antifúngico sistêmico (fluconazol, cetoconazol)
LESÕES ULCERATIVAS DA MUCOSA BUCAL
LESÕES REACIONAIS 
O tecido forma ulcera/ulceração em reação a uma agressão.
Úlceras traumáticas: A maioria das úlceras é causada por um traumatismo mecânico e elas podem ser agudas ou crônicas. Aguda (corte acidental, mordedura, etc) e crônica (hábitos nocivos, etc)
Úlceras auto-induzidas (úlceras factícias): As úlceras podem ser autoprovocadas por um hábito anormal associado freqüentemente a um problema psicológico.
Úlceras iatrogênicas: A manipulação exagerada dos tecidos moles ou a atenção concentrada principalmente nos tecidos duros podem levar a lesões acidentais. As lesões mais comuns são causadas por remoção de rolos de algodão aderente, pela pressão negativa do ejetor de saliva, contato acidental de instrumentos rotatórios com a mucosa. Causada pelo profissional.
Úlceras por agressão química: Podem ser causadas pela natureza ácida ou básica de substâncias químicas ou por sua capacidade de atuar como irritantes ou alérgenos.
Úlceras produzidas pelo calor: São observadas principalmente no palato, dorso e ventre da língua. podem ser causadas por alimentos ou podem ser iatrogênicas. 
Características clínicas das úlceras: As úlceras reacionais agudas da mucosa bucal apresentam sinais e sintomas clínicos da inflamação aguda. As lesões são cobertas por um exsudato amarelo-esbranquiçado e circundadas por um halo eritematoso. Associadas às lesões agudas existem dor e sensibilidade em grau variável. 
As úlceras reacionais crônicas causam pouca ou nenhuma dor. São cobertas por uma membrana amarela e cercadas por margens elevadas que podem apresentar hiperceratose. Cuidado com úlceras crônicas, características carcinomatosas, como áreas de necrose, hemorragia, bases endurecidas e implantação em planos profundos.
Tratamento: A maioria das úlceras reacionais da mucosa bucal é tratada simplesmente com o acompanhamento. Se a dor for intensa, o tratamento sintomático (tirar os sintomas) pode ser o melhor. Podem ser usados os bochechos de cloridrato de difenidramina, tetraciclina, nistatina ou aplicação tópica de corticosteróides. 
AFTAS (ÚLCERAS AFTOSAS) 
É o tipo de ulceração da mucosa que ocorre com maior freqüência. Períodos de exacerbação com períodos de remissão.
Etiologia: Doença autoimune com manifestação bucal. Para que ocorra a reação imunológica deve haver micro-lesões que levem à reação do epitélio como sistema de defesa.
Características Clínicas: As úlceras não são precedidas de vesículas e caracteristicamente localizam-se na mucosa vestibular e jugal, na língua, nas fauces, no palato mole e no assoalho da boca. A ocorrência na gengiva inserida e palato duro é rara.
Afta menor: Aparece como uma úlcera única, oval, dolorosa, medindo menos de 1,0 cm, coberta por uma membrana fibrinosa amarela e cercada por um halo eritematoso. As vezes são encontradas múltiplas aftas. Geralmente duram de 7 a 10 dias e curam sem deixar cicatriz. As recorrências e os períodos de remissão da doença variam de pessoa para pessoa.
Afta maior: Anteriormente era considerada uma entidade separada denominada Periadenite Mucosa Necrótica Recorrente (PMNR) ou doença de Sutton. atualmente é considerada uma manifestação mais grave da estomatite aftosa.
As lesões são maiores e mais dolorosas e duram mais tempo, e curam deixando cicatriz, o que pode levar até 6 semanas para acontecer.
Aftas herpetiformes: Múltiplas e pequenas aftas que, além da mucosa móvel também atingem mucosa palatina e gengival. A dor pode ser intensa e a cura geralmente ocorre em 1 a 2 semanas.
Tratamento:
Controle da ansiedade
Líquidos colutóide, malvatricim
Babosa (aloe vera) manipulada em orabase 10 a 20%
Própolis a 4% em solução aquosa
Calêndula orabase 10 a 20%
Bochechos com tetraciclina
Tratamento sintomático
Prevenir infecções secundárias
Cianocrilato (cola cirúrgica biocompatível) para aftas grandes
REAÇÕES A MEDICAMENTOS
Etiologia: A mucosa bucal pode ser a única envolvida ou pode ser parte de uma reação cutânea ao medicamento responsável. Algumas drogas tem maior potencial para provocar uma reação adversa e alguns pacientes têm maior tendência para reagir a medicamentos. A patogênese das reações a medicamentos pode estar relacionada a mecanismos imunológicos ou não imunológicos. No mecanismo imunológico, a resposta do paciente é determinada por um componente antigênico da molécula do medicamento, resultando de uma resposta hiperimune ou alergia medicamentosa. Nas respostas à medicamentos que não são de natureza imunológica os medicamentos podem afetar diretamente os mastócitos, causando a liberação de mediadores químicos. As reações também podem resultar de dose excessiva, de toxidade ou de efeitos colaterais dos medicamentos.
Características Clínicas: As manifestações cutâneas são muito variadas e dependem de muitos fatores como tipo de medicamento, dose do mesmo e diferenças individuais dos pacientes. O angioedema manifesta-se como uma tumefação mole, difusa, indolor, usualmente nos lábios, no pescoçoou na face. Tipicamente, não existe alteração de cor. A condição geralmente desaparece depois de 1 ou 2 dias e pode recidivar posteriormente. O processo pode provocar dificuldade respiratória por causa do envolvimento glótico ou laríngeo. Outras manifestações cutâneas das reações a medicamentos incluem icterícia, erupção maculopapulosa, eritema, vesículas, úlceras e lesões em alvo (EM). As manifestações bucais das reações medicamentosas podem ser eritematosas, vesiculares ou ulcerativas. Também pode simular o líquem plano erosivo, caso em que são conhecidas como reações medicamentosas liquenóides.
Tratamento: A medida mais importante é a identificação e a suspensão do agente causal. Se isso não for possível, devem ser usados medicamentos alternativos ou, então, as erupções devem ser tratadas empiricamente. No controle das erupções cutâneas e bucais podem ser úteis os anti-histamínicos e ocasionalmente os corticosteróides.
ALERGIA POR CONTATO
Etiologia: As erupções alérgicas por contato podem ser causadas pela estimulação antigênica por uma variedade imensa de substâncias estranhas.
Características Clínicas: As lesões da alergia por contato aparecem diretamente adjacentes ao agente causal, a menos que este seja volátil, podendo assim afetar um tecido distante. As lesões variam entre eritematosas a ulcerativas. Não é muito comum na boca. Alguns dos muitos materiais que podem conter causadores de reações alérgicas por contato são as pastas dentifrícias, bochechos, balas, chiclete, antimicrobianos tópicos, esteróides tópicos, iodo, óleos essenciais etc.
Tratamento: O principal deve ser dirigido para a eliminação do material responsável, quando for possível identificá-los. Nos casos não complicados, as lesões devem desaparecer em 1 a 2 semanas. A aplicação tópica de esteróides pode contribuir para a cura.
Granuloma traumático
Úlcera crônica de aspecto preocupante, porém benigna, podendo estar associada a uma lesão profunda dos tecidos moles. É crateriforme e pode ter 1 a 2 cm de diâmetro. Usualmente encontrada na língua, podendo ocorrer na mucosa jugal ou no lábio. A cicatrização pode levar várias semanas.
PRONTUÁRIO ODONTOLÓGICO
O exame clínico consiste em anamnese (entrevista) e exame físico extra-bucal (linfadenopatias) e intra bucal (todo sítio da cavidade bucal até chegar nos dentes). Os exames complementares realizados é a radiografia, que atua como coadjuvante. O prontuário odontológico possui validade de 6 meses a 1 ano, dependendo se o paciente teve alterações ou não.
Tem uma parte da estomatologia que trata de pacientes especiais. Os pacientes especiais são aqueles que vão inspirar maiores cuidados no atendimento odontológico devido a alterações de saúde. Quando a gente tá fazendo a anamnese e suspeita de alguma alteração, a gente só vai atender o paciente após avaliação médica e após diagnóstico realizado pelo mesmo (ex: suspeita de diabetes).
Dados cadastrais
Preenchido junto com o paciente, com letra legível.
Anamnese
Queixa principal: (QP) – motivo pelo qual o paciente procurou tratamento. Escrever com as palavras do paciente. Ex: distrair o dente (SIC). Se o paciente foi encaminhado, anotar também.
História da doença atual: (HDA) é a queixa principal do paciente. Ex: se o paciente quer distair o dente, perguntar a ele o porque, qual dente... “o dente doeu durante 2 meses e parou de doer há 1 mês, e agora eu vim aqui”. Fazer relação de tempo e características semiológicas (tamanho, localização, cor, ...)
HISTÓRIA MÉDICA PREGRESSA (ANTES) E ATUAL
Doenças da infância: Se o paciente teve estomatite, ele pode ter herpes recorrente. Se ele teve catapora, pode ter herpes zoster. Ele também pode ter linfonodos fibrosados, possivelmente devido a doenças infantis que ele teve. O paciente que teve vários quadros de amigdalite, ele provavelmente tem adenóide, o que faz com que ele seja um adulto com deficiência de oxigenação no sangue devido a respiração bucal, diminuindo a resposta inflamatória, deficiência de cicatrização. Se ele foi uma criança muito doente, pode ter esmalte hiperplásico devido a grande ingestão de antibióticos.
Distúrbios cardiovasculares: Febre reumática é uma doença infecciosa, causada por estreptococos, o paciente apresenta alta temperatura e fortes dores musculares, com inchaço nas articulações. Tratamento com bezetacil 15/15 dias, que libera penicilina aos poucos. O paciente pode ter comprometimento dentário ou imunológico. Perguntar ao paciente como foi pra ter certeza que ele teve mesmo. Se o paciente diz que tem sopro, um ruído diferente quando o sangue passa do átrio para o ventrículo, verificar se ele tem acompanhamento médico, senão desconfiar que o paciente não tem. Hipertensão, muito comum nos idosos, é uma doença muda, que aumenta em muito a possibilidade de um AVE (comum derrame, acidente vascular encefálico). O normal é 11 x 7 até 12 x 8. A máxima (primeiro número) tem a ver com o aumento da ansiedade, estresse, se estiver alterado pra mais. A mínima (segundo número) é mais preocupante, porque pode se estiver aumentado pode significar cardiopatia. Se estiver alterado tanto na máxima quanto na mínima, ele tem que ser encaminhado para um médico. Medir a pressão antes de todo atendimento pra saber se está controlada. A angina ou dor no tórax é a fase inicial do infarto do miocárdio, se ele tem hipertensão e nunca vai ao médico, pedir avaliação médica.
Distúrbios respiratórios: Sinusite é muito comum, dor de cabeça e dente. A asma, a bronquite e doenças pulmonares interfere no tratamento odontológico porque esses pacientes tem deficiência na circulação de oxigênio, ocorrendo deficiência na reação inflamatória.
Distúrbios gastrointestinais: cirrose é um defeito de cicatrização, no caso do fígado ele fica fibroso e perde a sua função. Ela pode ser virótica ou por excesso de álcool. Ele também vai ser um paciente especial. No caso de gastrite e úlceras, diz respeito a pacientes ansiosos, é necessário acalmar o paciente, pode ser usado ansiolíticos.
Distúrbios genitourinários: doenças sexualmente transmissíveis
Doenças renais: nefrite quando é diagnosticada chama a atenção para os cuidados com a terapêutica com antibiótico que pode sobrecarregar os néfrons. A insuficiência renal pode levar o paciente a fazer hemodiálise. Se for um paciente que faz hemodiálise, ele faz uso de anticoagulantes, também não pode ser submetido à infecção, usar antibioticoterapia profilática.
Distúrbios endócrinos: a disfunção da tireóide geralmente são muito diagnosticadas. Paciente com hipotireoidismo sente cansaço, moleza, falta de apetite, sono. O paciente com hipertireoidismo tem o metabolismo acelerado, olhos saltados. Se ele está sendo tratado, os níveis estão normais, ele é tratado como um paciente normal. A diabetes não insulinodependente controlam a diabetes com uso de medicamentos orais, dieta e exercícios físicos. Quando mais cedo ele apresentar diabetes, mais comprometimento ele vai ter. O paciente insulinodependente tem que tomar insulina todo dia. Esse paciente não tem a glicose aproveitada pelas células, e o nível no sangue aumenta. A dificuldade de cicatrização é o que mais chama a atenção para o tratamento odontológico. Os pacientes descompensados tem dificuldade de reposição de fibras, dificuldade de reação inflamatória, resultando na dificuldade de reparo tecidual. Ele apresenta também facilidade na propagação de infecções. É muito comum o paciente diabético apresentar hipertensão arterial. Se o paciente for diabético, pedir pra ele trazer o último exame que ele fez. Se tiver alterada, encaminhar para o tratamento. O paciente insulinodependente, tem algumas particularidades. Ele deve ser atendido até 2 a 3 horas após a aplicação da insulina, para não correr o risco da diminuição da insulina que faz com que ele passe mal na cadeira. Se o paciente diz que tem diabetes verificar se realmente ele tem, perguntar se tem muita sede, muita fome e se urina muito à noite. Quanto a gravidez, no primeiro trimestre é perigosodesencadear contrações e posterior aborto, e no terceiro trimestre pode desencadear parto prematuro.
Distúrbios neurológicos: se o paciente tiver muita cefaléia, pode-se pensar na possibilidade de encaminhar para o médico.
Distúrbios hematológicos: hemorragia é um quadro que o paciente relata com muita freqüência, principalmente após extrações, quando o sangue mistura com a saliva, porém a hemorragia só é caracterizada quando o paciente suja uma toalha inteira de sangue. Fio de sangue é normal. Leucemia se caracteriza muitas vezes em alterações gengivais. Se doou ou recebeu sangue talvez há possibilidade de infecção. Era muito comum antigamente, hoje a doação de sangue é muito rigorosa.
Distúrbios psiquiátricos: depressão, ansiedade e estresse são doenças do nosso dia a dia. Se ele está em tratamento psiquiátrico, a gente tem que anotar o diagnóstico e a medicação.
Distúrbios das articulações/ossos: não há relatos que a osteoporose cause perda óssea alveolar, mas é preciso estar atento.
Distúrbios da articulação temporomandibular: bruxismo, mordedura unilateral, geralmente o paciente já sabe se tem ou não.
Doenças transmissíveis: infecciosas como hepatite, hespes, HIV, tuberculose e doenças sexualmente transmissíveis. 
Alergias: muitos pacientes relatam o formigamento do anestésico como alergias. Se o paciente relata que tem alergias a várias coisas, ficar atento porque ele pode ter facilidade maior de apresentar alguma alergia durante o atendimento odontológico.
Faz uso de medicamentos: anotar nome comercial, se necessário pedir ao paciente para trazer a receita ou a caixinha de remédio para anotar o nome corretamente. É necessário para saber qual a indicação daquele medicamento que o paciente faz uso.
História familial: pai, mãe, irmãos, se tem alguma doença ou alteração. Doenças infecciosas, alergias, hipertensão, neoplasias malignas, cardiopatias, diabetes, tec.
Hábitos: álcool e fumo. Qual a freqüência de ingestão.
Hábitos de higiene bucal: quantas vezes escova por dia.
Exame físico
Pressão arterial: medir a pressão arterial com o aparelho
Freqüência respiratória: observação
Pulso: quantas vezes ele bate em 60 seg, sentir com os dedos indicador e médio no pulso do paciente.
Ectoscopia (exame extra-bucal): anotar assimetrias da face, defeitos, palpação das cadeias linfáticas, ATM e músculos mastigatórios. Só anota as alterações ou coloca tudo normal.
Oroscopia (exame intra-bucal): fazer observação e palpação. Usar a seqüência lábio, mucosa jugal (lados direito e esquerdo, inferior e superior), fundo de saco de vestíbulo, língua (dorso, terço apical, médio e posterior, papilas filiformes, fungiformes, valadas e foliáceas, borda lateral direita e esquerda, ventre, franjas linguais, carúncula, freio lingual), assoalho de boca, trígono retromolar e tuber, palato duro e mole, orofaringe (úvula), periodonto (preencher mapa periodontal), dentes.
Exames complementares: de acordo com a anamnese e o que foi encontrado dentro da boca, pode ser solicitado exame complementar com aval do professor.
Pedido de avaliação médica: indicar o motivo e anotar o parecer médico.
Reavaliações da anamnese e/ou observações: se tiver alguma alteração que for acompanhar, ou se tiver algum desvio da normalidade.

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