TAÍS ALBANO ESTOMATOLOGIA Taís Albano Lacerda Silva – Odontologia Unifenas XLIV A estomatologia é a semiologia odontológica (estudo dos sinais e sintomas das doenças da boca). É uma ciência que estuda, integra e interpreta os dados obtidos pelo exame clínico (anamnese e exame físico), somado aos exames complementares, com a intenção de chegar ao diagnóstico de uma doença, buscando o prognóstico (previsão do clínico da evolução e cura da doença). Semiologia: dividida em semiotécnica (técnica utilizada para colher os dados e realizar os exames) e propedêutica (técnica utilizada para analisar e interpretar os dados). A semiogênese é a origem dos sinais e sintomas. Na Odontologia, a semiologia depende do exame clínico, do exame radiográfico e do exame histopalógico. Com essas três etapas, é possível “fechar” o diagnóstico da maioria dos casos. O exame complementar mais importante na radiologia é o exame radiográfico. A estomatologia é o estudo dos sinais e sintomas da doença. O sinal é a manifestação da doença, ou seja, aquilo que é possível ver (como tumefação). Já o sintoma é aquilo que o paciente sente e relata. TIPOS DE SINAIS E SINTOMAS – CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIA Sintoma reflexo: aquele que dói além do local de lesão. Sintoma patognomônico: aquele que é característico, muito encontrado nas síndromes. Ex.: síndrome de down (trissomia do gene 21) – paciente possui hipertelorismo (afastamento entre o canto dos olhos), proeminência frontal, rosto arredondado, boca entreaberta por apresentar macroglossia, etc. Sintoma prodômico: aquele que é comum no início de quase todas as doenças (como dor muscular, febre, perda de apetite e afins). Sintoma anatômico: é aquele em que ocorre uma variação anatômica. Sintoma comum: aquele que é comum em muitas doenças (febre e prurido (coceira), por exemplo). TIPOS DE DIAGNÓSTICO – CLASSIFICAÇÃO LITERÁRIA Direto e imediato: aquele que só com o exame físico já permite chegar ao resultado (como herpes e afta). Diagnóstico presuntivo: aquele que dá hipótese de resultado final, mas que necessita de algum exame complementar para confirmá-lo (como cárie na proximal). Diagnóstico diferencial: aquele diagnóstico que permite a diferenciação entre patologias que possuem características semelhantes (necessita de um exame radiográfico ou histopatológico, por exemplo). Diagnóstico cirúrgico: aquele em que se é necessário “abrir” o local de lesão para melhorar a visão (ex.: casos em que a radiografia superpõe e não mostra adequadamente a lesão, que pode ser uma fratura radicular. Diagnóstico terapêutico: quando a medicação indicada ao paciente resolve o problema relatado. Diagnóstico definitivo: é aquele dado após a realização e interpretação do exame clínico e dos exames complementares TAÍS ALBANO Quanto ao prognóstico, ele deve dado quanto ao tipo da doença, quanto ao órgão ou região afetada, quanto aos recursos terapêuticos disponíveis e quanto ao estado geral e psíquico do paciente. Já o plano de tratamento deve ser elaborado em relação ao tipo da doença e às condições psíquica, sistêmica e sócio-econômica. ANAMNESE É necessário demonstrar interesse pelo paciente, deixando-o falar livremente, buscando sempre a sinceridade e jamais falar com falta de educação. Tanto o clínico quanto o consultório devem estar bem arrumados e limpos, para passar uma boa impressão ao paciente. O dentista deve mostrar capacidade de compreender os problemas que o paciente apresenta. CATEGORIAS BÁSICAS DA ANAMNESE - Identificação do paciente - Queixa principal - Circunstância que envolve o início e o desenvolvimento da queixa (história da doença atual) - Condições médicas passadas e atuais - Fatores genéticos e hábitos Na ficha da anamnese, sempre é necessário colocar o cartão do SUS (na faculdade). Sempre falar ao paciente que o prontuário é totalmente confidencial, para que ele possa responder com sinceridade. Deixar o paciente à vontade. Perguntar ao paciente a queixa principal (motivo pelo qual ele procurou o consultório). Na ficha, toda a história deve ser escrita com a linguagem do paciente. Para descobrir a história da doença: onde dói? Como é a dor? Quando começou? Quando dói mais? Alguma coisa faz com que doa mais? EXAME FÍSICO SINAIS VITAIS: - Temperatura: 35,8 a 37,8ºC TAÍS ALBANO Controlada pelo sistema neuro-endocrínico. A febre é um mecanismo de defesa do processo inflamatório. O hipotálamo é o nosso termostato central, que controla a produção e a perda do calor. Já a pele é o termostato periférico, pois age como isolante térmico, fazendo vasoconstrição e vasodilatação. Além disso, possui sensores que sentem calor e/ou frio, enviando sinais para o hipotálamo regular a temperatura (suando ou tremendo, por exemplo). ➢ Hipotermia: baixa temperatura (abaixo de 35°C); ➢ Normotermia: varia de 36 a 37°C; ➢ Febrícula: de 37,1 a 37,4ºC (dependendo do calor do dia); ➢ Estado febril: de 37,5 a 37,9°C; ➢ Febre: de 38 a 39°C: ➢ Hipertemia ou pirexia: 39,1 a 40°C; ➢ Hiperpirexia: >40°C. - Respiração: 16 a 20 movimentos por min. em repouso. Na mulher, o movimento respiratório mais comum é o toráxico costal por causa da gestação. Os homens geralmente fazem movimentos respiratórios abdominais ou diafragmáticos. ➢ Bradipnéia: frequência respiratória menor que a normal ➢ Taquipnéia: frequência respiratória maior que a normal ➢ Eupnéia: frequência respiratória normal ➢ Dispnéia: frequência respiratória anormal ➢ Apnéia: sem frequência respiratória • Cianose: quando o paciente fica arroxeado devido à falta de gás oxigênio e excesso de gás carbônico • Inquietação: a falta de ar deixa o paciente agitado . Homem: 16 a 18 mpm (movimento por minuto) . Mulher: 18 a 20 mpm . Adulto: 16 a 20 mpm . Criança: 20 a 25 mpm . Lactantes: 30 a 40 mpm * paciente sempre em REPOUSO * Observa quantas vezes o paciente inspira em 30s e multiplica por 2. - Pulso: 60 a 100bpm Frequência cardíaca que pode ser mensurado em qualquer artéria periférica que passe junto ao osso (radial – pulso; dorsal – pé; carotídica – pescoço; temporal – testa etc). - Pressão arterial: 120/80mmHg ou 12/8cmHg > PA de pulso: é o intervalo entre a pressão sistólica e diastólica. Normalmente varia de 30 a 50mmHg. Caso esteja maior que isso, a pressão está divergente; caso esteja menor que isso, a pressão está convergente. TAÍS ALBANO MECANISMOS DE CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL ➢ Controle neural: feito pelos barorreceptores que se encontram internamente na artéria aorta e na artéria carótida. Quando a pressão aumenta muito, os barorreceptores são acionados e levam para o bulbo raquidiano (SNC) a informação de que a pressão está muito alta, provocando vasodilatação a fim de diminuir a PA. ➢ Controle renal: mecanismo hidrodinâmico. Quando a pressão está alta, o rim elimina água para diminuir a volemia e, consequentemente, diminuir a PA. ➢ Controle hormonal: através do sistema renina e angiotensina, quando a pressão está muito baixa a renina que é produzida no rim e a angiotensina que está presente no soro fazem vasoconstrição, aumentando a PA. - Pressão máxima: pressão sistólica - Pressão mínima: pressão diastólica - Aumento da PA: hipertensão - Diminuição da PA: hipotensão EXAME FÍSICO OU OBEJTIVO MANOBRAS CLÁSSICAS ➢ Inspeção (observação visual) ➢ Palpação ➢ Percussão (sempre na oclusal) ➢ Auscultação (aferir pressão) ➢ Olfato (paciente diabético possui hálito cetônico, por exemplo) ECTOSCOPIA (EXAME EXTRA BUCAL) - Examinar as fácies de uma maneira geral (observar se há manchas, assimetria, crostas, erupções, nódulos, exoftalmia – olho estatelado, etc.). - Examinar os gânglios linfáticos (observar se estão inchados ou infartados). As cadeias linfáticas que drenam todos os dentes são a submandibular e a submentoniana. Os cervicais