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APS CLÍNICA DE DIAGNÓSTICO BUCAL

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APS CLÍNICA DE DIAGNÓSTICO BUCAL
Dafne Ariane da Silva
● Lesões ulcerativas e
vesicobolhosas:
ULCERAÇÕES TRAUMÁTICAS:
*Manifestações clínicas: a maioria
das lesões não é intencional e surge a
partir de diversas causas. Como
esperado, as ulcerações traumáticas
ocorrem mais frequentemente na
língua, lábios e mucosa jugal- sítios
que podem ser lesionados pelos
elementos dentários.
As lesões individuais apresentam-se
como áreas de eritema que
circundam uma membrana central,
destacável, fibrinopurulenta,
amarelada. Em muitos casos, a lesão
desenvolve uma margem endurecida
branca de hiperceratose,
imediatamente adjacente à área de
ulceração.
*Tratamento e prognóstico: Para as
ulcerações traumáticas que tenham
uma fonte óbvia de trauma, a causa
da irritação deve ser removida. O
cloridrato de diclonina ou películas
de hidroxipropilcelulose podem ser
aplicados para alívio da dor. Quando
a causa não é óbvia, ou quando o
paciente não responde ao
tratamento, a biópsia é então
indicada. A cicatrização rápida após
a biópsia é clássica.
O uso de corticoides no tratamento
das ulcerações traumáticas é
controverso.Alguns clínicos
sugeriram que o uso de tais
medicamentos pode retardar a
cicatrização. Apesar disso, alguns
outros pesquisadores relataram
sucesso com o uso de corticoides no
tratamento das ulcerações
traumáticas crônicas.
GENGIVITE ULCERATIVA
NECROSANTE:
*Manifestações clínicas: A infecção
frequentemente ocorre na presença
de estresse patológico. Acredita-se
que hormônios corticosteróides
relacionados ao estresse alteram as
taxas de linfócitos T4/T8 e podem
causar a diminuição da quimiotaxia e
da resposta fagocitaria dos
neutrofilos observadas em pacientes
com gengivite ulcerativa necrosante.
Além do estresse, outros fatores
podem estar relacionados ao
aumento da frequência de GUN:
*Imunossupressão
*Tabagismo
*Trauma local
*Deficiência nutricional
*Higiene bucal deficiente
*Sono inadequado
*Doenças recentes
Pode ocorrer em qualquer idade, em
caso clássico de GUN, as papilas
interdentais estão altamente
inflamadas, edematosas e
hemorrágicas. Em geral, as papilas
afetadas estão rombas e
demonstraram áreas deprimidas de
necrose crateriforme, que são
cobertas por uma pseudomembrana
cinzenta. Odor fétido, dor intensa,
hemorragia espontânea e acúmulo de
tecido necrosado são observados.
Embora o odor fétido nem sempre
seja notado, sua ausência em
pacientes com outras doenças, como
gonorreia por exemplo. Outras
características clínicas ocasionais
incluem linfadenopatia, febre e mal
estar. O processo às vezes pode
levar a perda de inserção e o
desenvolvimento de periodontite
associada.
*Tratamento e prognóstico: Ao
contrário da maioria das formas de
doença periodontal, a GUN
demonstra uma resolução rápida após
a remoção das bactérias
desencadeadoras. Mesmo com
terapia conservadora, a regeneração
da gengiva afetada é normalmente
observada. A área acometida é mais
bem-tratada com debridamento
obtido com a raspagem, curetagem
ou instrumentação com ultrassom
(exceto quando contra indicada,
como em pacientes HIV-positivos).
Anestesia tópica ou local é
frequentemente necessária antes
que o clínico execute o debridamento
dos tecidos de maneira adequada.
Bochechos frequentes com
clorexidina, água morna com sal ou
peróxido de hidrogênio diluído são
benéficos no aumento da resposta ao
tratamento. Antibióticos
(metronidazol e penicilina têm sido
sugeridos como os medicamentos de
escolha) são auxiliares úteis
especialmente na presença de febre
ou linfadenopatia.
ESTOMATITE AFTOSA
RECORRENTE:
*Manifestações clínicas: é uma das
patologias mais comuns da mucosa
oral.
São reconhecidas três variantes
clínicas da estomatite aftosa:
1. Menor
2. Maior
3. Herpetiforme
1.Os pacientes com ulcerações
aftosas menores são os que sofrem
menos recidivas e as lesões
individuais exibem a duração mais
curta das três variantes. As úlceras
surgem quase exclusivamente na
mucosa não-ceratinizada e podem ser
precedidas por uma mácula
eritematosa em associação a
sintomas prodrômicos de queimação,
prurido ou pontadas. A ulceração
demonstra uma membrana
fibrinopurulenta removível, branco
amarelada, que é circundada por um
halo eritematoso.
As mucosas jugal e labial são mais
frequentemente afetadas, seguidas
pela superfície ventral da língua,
fundo de vestíbulo, soalho da boca e
palato mole. Curam em 7 a 14 dias
sem cicatriz.
2. As ulcerações maiores mostram a
maior duração por episódio, são mais
profundas que a variante menor,
qualquer área da superfície oral pode
ser afetada, mas a mucosa labial, o
palato mole e as fauces amigdalianas
são as mais comumente envolvidas.
Curam em 2 a 6 semanas podem
deixar cicatriz.
3. As ulcerações aftosas
herpetiformes apresentam o maior
número de lesões e a maior
frequência de recidivas. As lesões
individuais são pequenas, alcançando
em média de 1 a 3 mm em diâmetro
com até 100 úlceras presentes em
uma única recidiva. Devido ao seu
pequeno tamanho e grande número,
as lesões apresentam uma
semelhança superficial a uma
infecção primária pelo HSV, levando
a confusa designação, herpetiforme.
Cicatrizam em 7 a 10 dias mas as
recidivas tendem a ser um pouco
espaçadas.
*Tratamento e prognóstico: A
história médica do paciente deve ser
revisada para que os sinais e
sintomas de qualquer desordem
sistêmica possam ser associadas as
ulcerações semelhantes às aftas,
várias alternativas aos agentes
corticosteróides têm sido usadas
para tratar pacientes que estejam
sofrendo com ulcerações aftosas.
GENGIVOESTOMATITE
HERPÉTICA PRIMÁRIA AGUDA
(HERPES PRIMÁRIA)
*Manifestações clínicas: é o padrão
mais comum de infecção primária
sintomática pelo HSV, e mais de 90%
dos casos são resultantes da
infecção do HSV-1.
Inicialmente a mucosa afetada
desenvolve diversas vesículas
puntiformes que rapidamente se
rompem e formam inúmeras lesões
pequenas, avermelhadas. Essas
lesões iniciais aumentam um pouco de
tamanho e desenvolvem áreas
centrais de ulceração, recobertas
por uma fibrina amarela.
Tanto a mucosa oral móvel quanto a
aderida podem ser afetadas, e o
número de lesões é altamente
variável. Em todos os casos, a
gengiva apresenta-se aumentada
dolorosa e extremamente
eritematosa. Além disso, a gengiva
afetada, frequentemente, exibe
erosões características com aspecto
de tecido arrancado por saca bocado
ao longo da gengiva marginal livre.
*Tratamento e prognóstico: se a
infecção for diagnosticada no início,
os medicamentos antivirais podem
ter um efeito significante. Os
pacientes devem ser instruídos a
restringir o contato com as lesões
ativas para prevenir a disseminação
para outros locais e pessoas. Uma
vez iniciado o tratamento novas
lesões não se desenvolvem. Além
disso, a dificuldade para comer e
beber, dor, tempo de cicatrização,
duração da febre e liberação do
vírus são fatores associados que são
extremamente encurtados.
HERPES RECORRENTE:
*Manifestações clínicas: Podem
ocorrer tanto no local da inoculação
primária como em áreas adjacentes
da superfície epitelial suprida pelo
gânglio envolvido. A localização mais
comum de recidiva para o HSV-1 é a
borda do vermelhão e a pele
adjacente dos lábios. Essa infecção é
conhecida como herpes labial.
Os sinais e sintomas aparecem de 6 a
24 horas antes do desenvolvimento
das lesões. Desenvolvem-se múltiplas
pápulas pequenas eritematosas, que
formam grupamentos de vesículas
preenchidas por líquido. As vesículas
se rompem e formam crostas dentro
de 2 dias. A cicatrização usualmente
ocorre entre 7 e 10 dias. Os
sintomas são mais intensos nas
primeiras 8 horas e maior parte da
replicação viral ativa se completa
dentro de 48 horas. O rompimento
mecânico de vesículas intactas e a
liberação do líquido contendo vírus
podem resultar na disseminação das
lesões nos lábios previamente
fissurados pela exposição ao sol.
*Tratamento e prognóstico: herpeslabial recorrente tem sido tratado
de diversas maneiras, desde
aplicação do éter à prática do vodu.
Nenhuma delas soluciona o problema
de todos os pacientes. Dos
medicamentos anti herpéticos, o
aciclovir pomada em polietilenoglicol
representou a primeira fórmula
disponível para uso tópico.
HERPES ZOSTER
*Manifestações clínicas: após a
infecção inicial pelo VZV (catapora),
o vírus é transportado para os
nervos sensitivos e presumivelmente
estabelece sua latência no gânglio
espinhal dorsal. O herpes-zoster
clinicamente evidente ocorre após a
reativação do vírus, com o
envolvimento da distribuição do
nervo sensitivo afetado.
As características clínicas do
herpes-zoster podem ser agrupadas
em três fases: 1. prodrômica, 2.
aguda, 3. crônica. Durante a
replicação viral inicial,
desenvolvem-se ganglionitis ativas
que resultam em necrose neuronal e
neuralgia grave. Essa reação
inflamatória é responsável pelos
sintomas prodrômicos de dor intensa
que precedem a erupção cutânea.
Conforme o vírus movimenta-se pelo
nervo, a dor intensifica-se e tem
sido descrita como queimação,
formigamento, coceira, um incômodo
pontiagudo ou cortante. A dor
desenvolve-se na área do epitélio
inervado pelo nervo sensitivo
afetado. A fase aguda começa a
partir do momento em que a pele
envolvida desenvolve grupos de
vesículas dispostas em uma base
eritematosa. Dentro de 3 a 4 dias, as
vesículas começam a pustular e
ulcerar, e a formação de crostas
desenvolvem-se após 7 a 10 dias. As
lesões tendem a seguir o trajeto do
nervo e termina na linha média. As
lesões orais ocorrem com o
envolvimento do nervo trigêmeo e
podem estar presentes na mucosa
móvel ou aderida.
*Tratamento e prognóstico: a
febre deve ser tratada com
antipiréticos que não contenham
aspirina. Antipruriginosos, como a
difenidramina, podem ser
administradas para diminuir o
prurido. As lesões cutâneas devem
ser mantidas secas e limpas a fim de
prevenir infecções secundárias;
podem ser administrados
antibióticos para tratar tais
infecções secundárias. O tratamento
inicial com medicações antivirais
apropriadas como aciclovir,
valaciclovir e fanciclovir, tem
acelerado o processo de cicatrização
das lesões cutâneas e mucosas,
reduzindo a duração da dor aguda e
da neuralgia pós-herpética.
ERITEMA MULTIFORME:
*Manifestações clínicas:
geralmente tem um início agudo e
pode apresentar um amplo espectro
clínico da doença. Na forma leve da
doença, desenvolvem-se ulcerações,
que afetam primeiramente a mucosa
bucal. na forma mais grave, podem
ser observadas áreas de descamação
difusas e ulceração em toda
superfície da pele e mucosa. Os
sintomas prodrômicos incluem febre,
mal estar, cefaleia, tosse, dor de
garganta ocorrendo
aproximadamente uma semana antes
do início da condição.Embora a
doença seja autolimitada, em geral
com duração de 2 a 6 semanas.
As lesões eritematosas da pele se
desenvolvem em cerca de 505 dos
casos. Uma variedade de padrão
clínico pode estar presente. Em
geral, as lesões iniciais surgem nas
extremidades e são planas, redondas
e vermelho-escuras. Estas se tornam
discretamente elevadas e podem
evoluir para bolhas com um centro
necrótico. Algumas lesões que
ocorrem particularmente na pele são
altamente características da doença.
As lesões bucais iniciam-se como
placas eritematosas que sofrem
necrose epitelial e evoluem para
grandes erosões rasas e ulcerações
com bordas irregulares. As crostas
hemorrágicas na região do vermelhão
labial são comuns. Essas lesões
bucais, assim como as lesões da pele,
emergem rapidamente e são
desconfortáveis. Algumas vezes os
pacientes estão desidratados devido
a incapacidade de ingerir líquidos,
como resultado da dor na boca. Com
frequência, as ulcerações
apresentam uma distribuição difusa.
Os lábios, a mucosa labial, a mucosa
jugal, a língua, o soalho bucal e o
palato mole são os locais mais comuns
de envolvimento. A forma mais grave
da doença, conhecida como eritema
multiforme maior ou síndrome de
Stevens-Johnson, é geralmente
desencadeada mais por drogas, do
que por uma infecção. Para esse
diagnóstico ser estabelecido, as
mucosas ocular ou genital devem
estar afetadas, em conjunto com as
lesões bucais e da pele.
*Tratamento e prognóstico: se o
paciente está desidratado, como
resultado da incapacidade de se
alimentar por causa da dor bucal,
então, a reidratação endovenosa
associada a anestésicos tópicos pode
ser necessária para diminuir o
desconforto. Quando episódios de
recidiva de eritema multiforme
constituem um problema, o fator
iniciador, como a infecção
recorrente do herpesvírus ou
exposição a uma droga, deve ser
investigado. Se a doença é
desencadeada pelo herpes simples,
então a terapia oral continua com
aciclovir ou valaciclovir, pode
prevenir recidivas. Os
corticosteróides devem ser evitados
no tratamento da necrolise
epidérmica toxica, já que alguns
pesquisadores verificaram que essa
drogas podem ser debilitantes.
PÊNFIGO VULGAR:
*Manifestações clínicas: o pênfigo
vulgar é uma condição importante
porque, se não tratada, muitas vezes
resulta na morte do paciente. Além
disso, as lesões bucais são muitas
vezes o primeiro sinal da doença,
sendo as mais difíceis de resolver
com tratamento. Isto tem
direcionado a descrição das lesões
bucais como as primeiras a surgirem
e as últimas a desaparecerem.
Clinicamente podem se observar
vesículas, erosões e ulcerações em
qualquer superfície da pele ou da
mucosa bucal. Os pacientes
normalmente queixam-se de dor na
mucosa bucal, e o exame clínico
exibe as erosões superficiais e
irregulares, ulcerações distribuídas
aleatoriamente na mucosa bucal,
essas lesões podem afetar quase
qualquer local da mucosa bucal,
embora o palato, a mucosa labial, a
mucosa jugal, o ventre da língua e a
gengiva sejam envolvidos com maior
frequência. Os pacientes raramente
relatam a formação intrabucal de
vesículas ou bolhas e essas lesões
podem raramente ser identificadas
pelo exame clínico.
*Tratamento e prognóstico: o
diagnóstico de pênfigo vulgar deve
ser realizado na fase inicial do curso
da doença, pois nessa fase o controle
é geralmente alcançado com
facilidade. O pênfigo é uma doença
sistêmica, portanto, o tratamento
consiste basicamente em
corticosteroides sistêmicos
(geralmente prednisona), muitas
vezes combinados com outros
medicamentos imunossupressores.
A abordagem mais comum é a
utilização de doses relativamente
altas de corticosteroides sistêmicos
inicialmente para eliminar as lesões,
então, tentar manter o paciente com
doses baixas de corticosteróides
para controlar a condição. Com
frequência, o clínico pode
acompanhar o sucesso do tratamento
pela mensuração dos títulos de
autoanticorpos circulantes por meio
de imunofluorescência indireta, pois
a atividade da doença
frequentemente se relaciona com os
níveis anormais de anticorpos.
LÍQUEN PLANO:
*Manifestações clínicas: o líquen
plano é uma doença dermatológica
crônica relativamente comum, que
com frequência afeta a mucosa
bucal. As lesões de pele do líquen
plano são clásicamente descritas
como pápulas poligonais, púrpuras e
pruriginosas. Em geral afetam as
superfícies flexoras das
extremidades. As escoriações podem
não ser visíveis, apesar do fato de
que as lesões são pruriginosas,
podendo ferir o paciente como
resultado da coceira. Um exame
cuidadoso da superfície das papilas
da pele revela linhas brancas finas
semelhantes a um rendilhado
(estrias de Wickham). Outros locais
de envolvimento extra bucal incluem
a gandula do penis, a mucosa vulvar e
as unhas. Basicamente, existem duas
formas de lesões bucais:
1. A reticular
2. A erosiva
1.O líquen plano reticular é muito
mais comum do que a forma erosiva,
porém a forma erosiva predomina em
vários estudos. Isto provavelmente
se deve a um viés estatístico (porque
a forma erosiva é sintomática,
portanto é mais provável que os
pacientes sejam encaminhadosa
centros acadêmicos para avaliação).
A Forma reticular normalmente não
causa sintomas e envolve a região
posterior da mucosa jugal
bilateralmente.Outras áreas da
mucosa bucal também podem estar
envolvidas concomitantemente, como
a borda lateral e o dorso da língua, a
gengiva, o palato, e o vermelhão
labial. Seu padrão característico é
de linhas brancas entrelaçadas
(estrias de Wickham), no entanto as
lesões brancas podem, em alguns
casos, apresentar-se como pápulas.
Estas lesões são tipicamente não
estáticas, mas pioram ou melhoram
em semanas ou meses.
O padrão reticular pode não ser tão
evidente em algumas localizações,
como no dorso da língua, onde as
lesões se apresentam como placas
ceratóticas com atrofia das papilas.
2.O líquen plano erosivo, apesar de
não ser tão comum quanto a forma
reticular, é mais significativo para o
paciente porque as lesões
geralmente são sintomáticas.
Clinicamente, observam-se áreas
eritematosas, atróficas, com graus
variáveis de ulceração central. A
periferia das regiões atróficas
geralmente é circuncidada por finas
estrias brancas irradiadas. Algumas
vezes, a atrofia e ulceração estão
confinadas a mucosa gengival
produzindo um padrão de reação
denominada gengivite descamativa.
*Líquen plano reticular:
*Líquen plano erosivo:
*Tratamento e prognóstico: O
líquen plano reticular normalmente
não produz sintomas e nenhum
tratamento é necessário.
Ocasionalmente, os pacientes
afetados podem ter uma candidiase
sobreposta, neste caso podem se
queixar de uma sensação de ardência
na mucosa bucal. A terapia
antifúngica é necessária nesses
casos.
O líquen plano erosivo com
frequência é incômodo para o
paciente, devido a dor na cavidade
bucal.Por ser uma condição mediada
imunologicamente, os
corticosteróides são recomendados.
Um corticosteroides tópico potente
ex betametasona, fluocinonida,
clobetasol em gel, aplicado várias
vezes por dia nas áreas mais
sintomáticas em geral é suficiente
para induzir a cicatrização dentro de
1 ou 2 semanas.
O paciente deve ser avisado que, sem
dúvida, a condição reaparece, e
nestes casos os corticosteróides
devem ser reaplicados.
Casos clínicos:
CASO CLÍNICO 1:
Paciente do sexo masculino, 05 anos
de idade, compareceu a clinica
odontologica da faculdade uniritter,
onde a mão relatou que havia
percebido uma bolinha na mucosa
labial inferior do seu filho.
O paciente relatou ter mordido o
lábio inferior durante uma queda
enquanto corria no intervalo da
escola. Durante a anamnese, foi
constatado o aparecimento da lesão
assintomática na mucosa labial
inferior, após a criança ter
traumatizado o local com forte
mordida. No exame clínico extra oral
não foram encontradas alterações.
No exame clínico intra oral foi
encontrada uma lesão bolhosa,
circunscrita, com 3mm de diâmetro,
de consistência mole à palpação,
superfície lisa, base séssil e
coloração rósea, na região de mucosa
labial inferior. O diagnóstico
presuntivo para o caso foi de
mucocele, e o tratamento foi feito
através da remoção cirúrgica total
da lesão, sendo este procedimento
realizado pelas alunas na clínica
escola. Pediu-se que o paciente
retornasse uma semana após o
procedimento para a remoção da
sutura, e combinou-se o
acompanhamento da lesão para
verificar a não recidiva da lesão. A
lesão foi encaminhada para exame
histopatológico, cujo laudo confirmou
o diagnóstico de mucocele de
extravasamento de muco, uma vez
que havia a presença de muco envolto
por tecido conjuntivo, denso
infiltrado inflamatório crônico
sobreposto e presença de
neutrófilos, sendo observado
também a presença de tecido
epitelial de revestimento da mucosa
bucal e glândulas salivares
acessórias.
CASO CLÍNICO 2:
Paciente do sexo feminino, 30 anos
de idade, comapreceua clinica
odontologica da facudade uniritter.
Paciente relatou sentir dor intensa
no palato mole “por vários dias, há
pelo menos um ano” e que esse seria
o décimo episódio em 2021,
dificuldade para falar, e dificuldade
para engolir (disfagia). As feridas
persistiram por mais de 6 semanas e
curaram com cicatrização fibrosa. A
paciente relatou também que o
primeiro episódio aconteceu antes
dos 30 anos. Após a anamnese, foram
realizados os exames extra e
intrabucais. No exame intrabucal, foi
constatada a presença de múltiplas
ulcerações de contorno irregular,
profundas, medindo 1,5cm de
diâmetro, com centro necrótico e
halo eritematoso. A hipótese
diagnóstica é de Doença de Sutton
(Afta Maior). A paciente foi
orientada sobre a terapia de
suporte, uma vez que as aftas não
são curáveis. O tratamento escolhido
foi: para uso tópico pomada a base
de triancinolona (omcilon) 3x ao dia,
e bochecho e deglutição de elixir de
dexametasona 0,5mg – 5mL ao dia.
Leitura do artigo-RESUMO:
A grande quantidade de patologias
com características clínicas
semelhantes possibilita a
coexistência de vários diagnósticos
diferenciais frente a uma única lesão
na mucosa bucal. Muitas vezes a
realização de exames
complementares, como a biópsia,
torna-se indispensável para
confirmação do diagnóstico
sugestivo. Assim, é essencial a
anamnese ser detalhada e o exame
físico ser minucioso para a sugestão
de hipóteses de diagnóstico.
Os estudos epidemiológicos das
lesões bucais são úteis não somente
para o estabelecimento de
diagnósticos e tratamentos, mas
também para o planejamento e
execução de programas de saúde
pública e de conteúdos
programáticos de formação, pois é
essencial saber diferenciar as
lesões.
O artigo em questão teve como
método de estudo a análise de todos
os diagnósticos histopatológicos de
lesões biopsiadas na Clínica
Odontológica das Faculdades
Metropolitanas Unidas (FMU – São
Paulo/ SP/Brasil) entre os anos de
2011 e 2018, a partir do livro de
registro de peças operatórias e
prontuários dos pacientes. Nele
foram levantadas informações
referentes à frequência de cada
lesão em relação ao total, a
frequência de cada lesão dentro do
seu próprio grupo de classificação de
doenças e as características
epidemiológicas dos indivíduos
portadores (idade, sexo, etnia).
Foram analisados 106 diagnósticos
oriundos de 105 indivíduos, sendo a
maioria mulher (68 indivíduos -
64,8%) e leucoderma (67 indivíduos -
63,8%), e a idade média observada
foi de 47,5 anos (informação não
encontrada em 10 casos - quatro
mulheres e seis homens). Em relação
aos diagnósticos, foram observados
25 tipos diferentes, nos quais se
destacaram o fibroma (30 casos -
28,3%) e a hiperplasia fibrosa
inflamatória (22 casos - 20,8%). Não
sendo constatados diagnósticos
malignos. O índice mais
representativo foi o das neoplasias
benignas epiteliais e mesenquimais,
seguido pelo dos processos
proliferativos não neoplásicos,
outros, doenças de glândulas
salivares, lesões potencialmente
malignas, cistos odontogênicos ou
não, lesões pigmentadas e doenças
infecciosas. O número de laudos é
considerado representativo visto o
grande número de
cirurgiões-dentistas,
clínicas-escola e serviços de
estomatologia disponíveis por toda
a cidade de São Paulo.
Observou-se que o maior número de
diagnósticos é proveniente de
mulheres, provavelmente não porque
sejam portadoras de lesões bucais
mais frequentemente, mas porque
procuram mais os cuidados em
relação à saúde que os homens. Em
relação à etnia, é importante
ressaltar que a falta de informações
levantadas no exame clínico pode
dificultar ou até mesmo impedir o
processo de construção do
diagnóstico diferencial.
A maior frequência do fibroma e da
hiperplasia fibrosa inflamatória
corroboram dados de outros estudos
realizados em diferentes cidades
brasileiras e períodos.
Tópicos levantados:
· Falhas na anamnese
comprometem o diagnóstico e
pesquisas futuras;
· Mulheres procuram mais os
serviços de saúde do que os
homens;
· A importância de conhecimento
abrangente de estomatologia para
elaboração de diagnóstico
diferencial;
· A importânciade traçar o perfil
epidemiológico de certo grupo de
indivíduos como facilitação de
diagnósticos;
· A importância de traçar o perfil
epidemiológico de certo grupo de
indivíduos como método auxiliar
na implementação de medidas de
prevenção e na orientação dos
assuntos a serem abordados nos
cursos das instituições de ensino
superior;
· A importância de traçar o perfil
epidemiológico de certo grupo de
indivíduos para maior abrangência
nos programas de saúde.

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