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Comentário. Separação de poderes e CNJ.

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Uniceub
Victória Lisboa do Nascimento
RA: 21370628
1° semestre Direito / Turma A
Separação de poderes
A primeira idealização de separações de poderes surgiu na Grécia Antiga com, Aristóteles, que em sua obra ‘Política’, relata que o monopólio de poder nas mãos de um homem desvia o princípios democráticos, já existentes naquela época, e a ordem política fica “sujeita a todas as possíveis desordens e afeições da mente humana”.
 Depois, no século XVII, John Locke referiu a separação institucional do poder, como objetivo principal do bem público. Ele os dividiu em Executivo, Legislativo e Federativo; O primeiro dirigiria o relacionamento com outros estados, o segundo elaboraria leis de ordem civil e o terceiro aplicaria. Porém o Executivo e o Federativo eram sujeitados ao Legislativo.
Após, com a aprimoramento desse conceito de divisão, Montesquieu idealiza a total separação de poderes, taxando-os de ‘Executivo, Legislativo e Judiciário’. Considerando o período em que escreve suas obras, uma época de monarquias absolutistas, ele encontra nessa divisão a saída para que permanecesse preservada a liberdade e os direitos civis, tendo como consequência a moderação do poder concentrado e ilimitado, evitando abusos e excessos por esta parte. Esse ideal é evidente em seus escritos:
"Quando numa mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura o poder legislativo está reunido ao executivo, não há liberdade, porque se pode temer que o mesmo monarca ou o mesmo senado façam leis tirânicas para executá-las tiranicamente. Não há ainda liberdade se o poder de julgar não está separado do poder legislativo e do executivo. Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, dos nobres ou do povo exercessem esses três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou os diferendos dos particulares"
Esses princípios ainda estão presentes na formação Estatal, tanto que o Estado Norte Americano fundamenta-se neles, e não é diferente no Brasil. De acordo com a constituição no art. 2°, Dos princípios fundamentais, é relatado:
“Art. 2° São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.”
A divisão do poder uno em funções, como mostrado no art. 2° da constituição, além de organizá-lo concede a cada um responsabilidades. Cada órgão da união tem suas funções típicas (decretadas na constituição) e atípicas (de concórdia com a constituição). Sendo as típicas: Do Executivo – atribuições políticas e administrativas; Do Legislativo - edições de regras gerais; Do Judiciário – Aplicação das leis de formar real para impedir conflitos. 
As funções atípicas são acréscimos de competências que dão suporte às funções típicas de um órgão auxiliando na auto gerência e favorecendo a inter-relação dos órgãos. São exemplos de auto gerência quando o Poder Legislativo administra controle de orçamentos e contratação de funcionários, o Executivo julga processos de seus próprios servidores e o Judiciário faz normas de regimento interno. Um exemplo de inter-relação é o Art. 49 da constituição inciso V :”sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa”; entre outros.
Autonomia 
A autonomia conferida a cada um dos poderes não deve chegar ao ponto do Isolamento Absoluto e da Imunidade uns com outros, pois pode trazer junto a ineficiência e a inoperância de tal modo que lese o equilíbrio entre os tais. Uma análise superficial dos dizeres de Montesquieu, citados anteriormente, pode inferir que nenhum dos poderes seja capaz (dentro da lei) de vistoriar o outro porém, voltando a considerar a época que ele se situava, a sua principal preocupação é de que o poder uno não organize as funções e assim viole os direitos fundamentais. Em um Estado de Direito, deve-se haver uma relação de “integração e cooperação” entre os órgãos, assim surgindo o esquema de “freios e contrapesos” que garanta a harmonia entre os poderes para não haver a sobreposição de um com os outros e atribuindo um maior caráter democrático ao Estado. Essas convicções também já foram firmadas por Montesquieu, que apontou:
“Para formar um Governo Moderado, precisa combinar os Poderes, regrá-los, temperá-los, fazê-los agir; dar a um Poder, por assim dizer, um lastro, para pô-lo em condições de resistir a um outro.” (MONTESQUIEU, 2000, p. 24-25).
Apesar de, teoricamente, os poderes serem equilibrados e terem a mesma capacidade de exercerem suas funções diante o Estado, na prática há competências que, de certa forma, são privilegiadas que é o caso do Executivo e principalmente do Judiciário. O Executivo tem a capacidade de fazer medida provisória, que é como um ato normativo que tem força de lei e entra em ação de forma imediata. 
Já o Judiciário tem quatro faculdades: a repercussão geral, sumula vinculante, controle difuso e concentrado. A repercussão geral é resultado de um único caso que chega a terceira instância (STF) e a decisão aplicada pelo juiz àquele caso é valida para todos os outros casos de mesma circunstância, sem a necessidade de outros julgamentos. A sumula vinculante é parecida porém após uma variedade de casos de mesma circunstância o Supremo escreve um texto normativo que também se torna obrigatoriedade em todos tribunais. O controle concentrado se caracteriza pela faculdade do Supremo aplicar, ou pessoas citadas no artigo 103, a ação direta de inconstitucionalidade fazendo com que uma lei do ordenamento jurídico seja eliminada. E o controle difuso permite que qualquer pessoa entre na justiça para modificação de seu processo na qual ele será julgado por qualquer juiz em qualquer tribunal; E tem como principal objetivo favorecer algum interessado que deseja que uma norma não seja aplicada em seu caso e declara inconstitucionalidade dela, se for declarada inconstitucional a lei não será retirada da constituição.
A Inconstitucionalidade e Funções 
A inconstitucionalidade pode ser definida como uma desconformidade com a constituição, ou um norma já elabora que não condiz com ela. Qualquer normal atual pode ser considerada inconstitucional, mesmo que algumas vezes a constituição seja contraditória. Um exemplo foi o caso da Emenda Constitucional 45/2004 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que, no caso, não corresponderia com o princípio fundamental da separação de poderes.
Se alguma inconstitucionalidade fosse firmada na infração do Artigo 2° da Constituição Federal, somente aconteceria se fosse violada funções típicas de um órgão, impedindo o seu exercício ou influenciando a sua imparcialidade. A Associação de Magistrados Brasileiros (AMB) declarou essa emenda inconstitucional por violação do art. 2° da constituição federal, entretanto no artigo 103-B § 4° da emenda diz:
“§4° Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes (...)”
A utilização desse conselho seria somente para fiscalização da administração e dos membros do Poder Judiciário. Primeiro, porque não irá influir nas decisões do supremo nem diminuir a capacidade de sentenciar. Segundo, porque três quintos (3/5) da banca do conselho será formado de magistrados. E terceiro, porque o conselho será parte do Judiciário.
Função e estrutura do poder judiciário
As duas principais funções do poder judiciário são duas jurisdicional e constitucional. A primeira se caracteriza basicamente pela obrigação de arbitrar conflitos de forma concreta e com aplicação de leis gerais baseadas na lei maior. A segunda ele tem o dever de controle da constitucionalidade para que atos legislativos e administrativos, ou melhor leis gerais, não entrem em desacordo com a constituição. Dois tipo de controle o difuso e o concentrado, já mencionados anteriormente, certificam essa capacidade.
A estrutura do poder judiciário é formada de hierarquias em que de acordo com a superioridade do tribunal maior a instância. A primeira instância equivale o primeiro julgamentoda ação, a segunda e a terceira instância só serão iniciadas quando o algum dos conflituoso recorrer. Quando alguma dessas duas tiverem sido ativadas um grupo de juízes irão reanalisar a ação e julgá-la novamente.
A divisão do judiciário em órgãos compõe duas esferas: federal e estadual. A justiça federal é composta por tribunais e juízes federais responsáveis pelo julgamento da União, as autarquias (empresas ou fundações públicas) e justiça do trabalho e eleitoral. Já a justiça estadual engloba áreas que não são da justiça federal, como casos particulares.
Os órgão do poder judiciário estão contidos na constituição federal no artigo 92, em que fala :
“Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
O Supremo Tribunal Federal;
O Superior Tribunal de Justiça;
Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
Os Tribunais e Juízes do Trabalho;
Os Tribunais e Juízes Eleitorais;
Os Tribunais e Juízes Militares;
Os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.”

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