Buscar

42006915-jurisdicao-e-competencia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 85 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 85 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 85 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SISTEMA DE ENSINO
DIREITO 
PROCESSUAL PENAL
Jurisdição e Competência
Livro Eletrônico
2 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Sumário
Jurisdição e Competência .............................................................................................................. 4
Introdução ........................................................................................................................................ 4
1. Jurisdição ...................................................................................................................................... 4
1.1. Características da Jurisdição ................................................................................................. 6
1.2. Tipificação do Fato ................................................................................................................... 7
1.3. Princípios Específicos da Jurisdição Criminal .................................................................... 9
2. Prorrogação e Competência .................................................................................................... 11
2.1. Prorrogação de Competência ............................................................................................... 11
2.2. Competência Absoluta e suas Características.................................................................12
2.3. Competência Relativa ............................................................................................................13
3. Espécies de Competência ....................................................................................................... 14
3.1. Competência em Razão da Matéria .................................................................................... 14
3.2. Competências Territoriais ...................................................................................................24
3.3. Prevenção ................................................................................................................................ 25
3.4. Jurisprudência e Atualizações Legislativas sobre Competência Territorial ............. 27
4. Alteração da Competência ...................................................................................................... 30
4.1. Continência ...............................................................................................................................31
4.2. Conexão ....................................................................................................................................31
4.3. Prevalência do Foro .............................................................................................................. 32
4.4. Casos de Separação Obrigatória........................................................................................34
4.5. Casos de Separação Facultativa ........................................................................................ 35
5. Perpetuação da Jurisdição ...................................................................................................... 36
6. Avocação de Processos ........................................................................................................... 37
7. Prevenção ................................................................................................................................... 37
8. Foro por Prerrogativa de Função .......................................................................................... 37
9. Da Incompetência no Processo Penal ..................................................................................38
10. Recomendações Práticas ...................................................................................................... 41
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
3 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Resumo ............................................................................................................................................42
Questões de Concurso .................................................................................................................48
Gabarito ............................................................................................................................................61
Gabarito Comentado .................................................................................................................... 62
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
4 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
Introdução
Olá, querido(a) aluno(a)!
O termo jurisdição é sem dúvidas um dos mais utilizados no cotidiano pelos meios de 
comunicação. Nos jornais, revistas e em diversos noticiários, é comum ouvir que um determi-
nado caso estava sob a jurisdição de um órgão ou de outro.
Em seriados e filmes, acontece a mesma coisa: “Você está fora da sua jurisdição”, dizem os 
personagens. O mais engraçado é que, muitas vezes, essa utilização do termo jurisdição acaba 
sendo realizada de forma incorreta.
Na aula de hoje, você vai entender com propriedade o que realmente significa exercer juris-
dição, qual a diferença entre a definição de jurisdição e de competência, e porque os roteiros 
de filmes e seriados deveriam ser escritos sob a supervisão de um consultor jurídico...
Vamos apresentar os conceitos, diferenciar esses institutos e aprofundar em cada um de 
seus elementos, de modo que você vai ficar muito bem preparado(a) quando se deparar com 
qualquer tipo de questão sobre o assunto.
Ao final, como de praxe, faremos uma lista de diversos exercícios, fomentando nossa prá-
tica da melhor e mais abrangente forma possível (alguns assuntos são mais escassos em 
questões).
Espero que tenha um estudo proveitoso.
Prof. Douglas
1. JurIsdIção
O termo jurisdição nasce do latim juris (direito) e dicere (dizer), e é a nomenclatura utilizada 
para definir o poder do Estado de aplicar o direito ao caso concreto, ou seja, de dizer... o direito!
Antes de prosseguir em nossa narrativa sobre jurisdição, no entanto, vamos falar sobre 
uma curiosidade que pode nos ajudar a entender o assunto: os brocardos jurídicos.
Obs.: � Brocardos jurídicos são pensamentos sintetizados em uma única sentença, expres-
sando uma conclusão reconhecida como verdade.
Os brocardos jurídicos em maior parte são escritos em latim, e tratam dos mais diversos 
temas. E quanto à jurisdição, existem dois que são de especial relevância:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
5 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
"Da mihi factum, dabo tibi ius"
Dai-me os fatos, que te darei o 
direito.
"Iura novit curia"
O Tribunal conhece o direito.
Os brocardos acima estão diretamente ligados ao conceito de jurisdição, materializado no 
poder do Estado de aplicar o direito a um determinado caso.
Eles nos levam, no entanto, à seguinte pergunta:
Se jurisdição é o poderdo Estado de aplicar o direito a um caso concreto, afinal de contas, 
o que é a competência?
A competência, que muitos chamam erroneamente de jurisdição, não trata do poder do 
Estado de aplicar o direito, e sim de uma norma para definição de QUEM poderá aplicar a juris-
dição em uma determinada situação.
Dessa forma, enquanto jurisdição significa dizer o direito, competência significa dizer 
quem é o responsável por aplicar o direito em um determinado caso.
De uma forma ainda mais simples: competência é uma medida da Jurisdição.
Jurisdição
• Significa, literalmente, dizer o
direito.
• É o poder do Estado de
aplicar o direito ao caso
concreto.
Competência
• Permite dizer quem poderá
aplicar a jurisdição em um
determinado espaço ou
situação.
• É uma medida da jurisdição!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
6 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Portanto, em um conflito sobre a aplicação do direito (em um caso concreto) cabe ao Es-
tado-Juiz realizar uma análise e dizer o direito naquela situação (exercer a chamada prestação 
jurisdicional).
A questão é que o Estado-Juiz está dividido em esferas de competência. Cada Juiz tem 
uma determinada competência determinada por lei. E só atuará em situações e casos aos 
quais a sua competência seja adequada.
Com isso, acaba acontecendo o seguinte: Alguns juízes têm competências mais amplas do 
que outros. Um juiz federal possui uma competência menos ampla do que um ministro do STF, 
cuja competência alcança todo o território nacional.
Assim sendo, temos o seguinte cenário:
Todo juiz tem 
JURISDIÇÃO
(poder de dizer o 
direito)
Nem todo juiz tem 
COMPETÊNCIA
(atribuição para julgar 
um determinado caso 
concreto)
1.1. CaraCterístICas da JurIsdIção
A primeira característica do exercício de jurisdição (e que costuma ser observada em pro-
vas) é a inércia.
Inércia: Em regra, um Juiz não atua de ofício – deve ser PROVOCADO para tal. Logo: a presta-
ção jurisdicional deve ser solicitada ao Estado.
Por força da inércia, o órgão jurisdicional tem que ser provocado para atuar. Não pode, por-
tanto, julgar das seguintes formas:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
7 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Extra Petita
Julgar fora do que foi pedido (concedendo algo 
distinto).
Citra Petita
Julgar aquém do pedido.
Ultra Petita
Julgar além do pedido. 
Além disso, é claro que o órgão jurisdicional também não possui o direito de se omitir e di-
zer “não julgo” – caso seja provocado a fazê-lo – e muito menos julgar sem que seja provocado 
para tal (devido à característica da inércia).
Juiz não pode julgar 
sem ser provocado.
Juiz não pode se omitir 
se for regularmente 
provocado para julgar 
um determinado caso.
1.2. tIpIfICação do fato
Sobre o assunto em tela, é interessante observar o que rege o art. 383 do CPP. Veja só:
CPP – Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá 
atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave.
Para exemplificar o que quer dizer o art. 383, a doutrina costuma apresentar o seguin-
te exemplo:
Em um determinado processo, um fato foi inicialmente classificado como um estupro. Entre-
tanto, posteriormente, verifica-se que na verdade ocorreu um estupro de vulnerável.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
8 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Se isso acontecer, o juiz poderá atribuir a tipificação mais gravosa e cominar a pena ao 
acusado – sem que haja nulidade alguma.
A única obrigatoriedade nesse caso é que não ocorra modificação na DESCRIÇÃO dos 
fatos contidos na denúncia. Conforme ensina Capez, o réu se defende dos fatos – e não da 
capitulação jurídica!
Ainda nos ensinamentos de Capez, esse fato também se torna possível pois parte-se do 
princípio de que o juiz conhece o direito. Basta às partes que lhe informem sobre os fatos. 
Assim... dai-me os fatos, que lhe darei o direito!
A seguir temos a próxima característica relacionada com a prestação jurisdicional: a exis-
tência de lide.
Existência de lide: deve existir um conflito de interesses (uma lide) para que possa ocorrer a 
prestação jurisdicional.
Esta característica nos leva à próxima, que é sem dúvidas a mais importante característica 
sobre a matéria de jurisdição, como leciona Leonardo Barreto: a substitutividade.
Substitutividade: A vontade do Estado substituirá à vontade das partes, para a resolução do 
conflito.
Oras, se solicitamos a prestação jurisdicional para que resolva uma lide (um conflito entre 
as partes), e o órgão jurisdicional atuou decidindo o direito aplicável ao caso, é fato que não 
se obterá o que querem as partes – e sim o que o Estado determinar que seja feito. Essa é a 
essência da prestação jurisdicional.
O próximo item é a imutabilidade.
Imutabilidade: A sentença conclui o exercício da jurisdição, o que, via de regra, tem caráter 
definitivo.
Salvo casos de revisão criminal, a qual estudaremos posteriormente, uma sentença transi-
tada em julgado é imutável – tem caráter definitivo – e conclui a prestação jurisdicional.
A sentença também nos leva à última característica que precisamos estudar: a atuação 
do direito.
Atuação do direito: é o objetivo da prestação jurisdicional, que se realiza na aplicação do direi-
to ao caso concreto.
Embora as normas efetivas sobre os casos concretos encontrem-se previstas na legisla-
ção penal comum, é a legislação processual que permite a aplicação do direito ao caso con-
creto, através de suas normas procedimentais.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
9 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Esquematizando:
1.3. prInCípIos espeCífICos da JurIsdIção CrImInal
As características acima estão relacionadas à jurisdição como um todo – e não apenas à 
jurisdição criminal que é a que mais nos interessa.
Essa última, por sua vez, tem princípios específicos, os quais conheceremos a seguir – se-
guindo os ensinamentos de Leonardo Barreto em seu excelente curso de processo penal.
•A jurisdição não pode ser delegada. Deve ser exercida pelo juiz, e não há 
que se falar em delegação. Veremos, no entanto, que em alguns casos 
específicos, apenas a competência pode ser delegada;
Indelegabilidade
•O judiciário deverá apreciar lesões ou ameaças a direito, o que não 
poderá ser afastado sequer por lei. Este princípio também está previsto 
na Constituição Federal (Art. 5º, XXXV);
Inafastabilidade
•Princípio que segundo Nucci, veda às partes que “escondam” do 
conhecimento do juízo determinadas causas criminais (mesmo que 
queiram fazê-lo);
Improrrogabilidade
•Princípioconstitucional que determina que ninguém será privado de sua 
liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
Devido Processo Legal
•Como já explicamos anteriormente, o juiz não pode dizer “não julgo”, ou 
seja, declinar de julgar casos que lhe sejam apresentados;
Indeclinabilidade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
10 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
•Também previsto da CF, este princípio veda a existência de tribunais de 
exceção (posto que ninguém será processado ou sentenciado senão 
pela autoridade competente);
Juiz Natural
•A jurisdição deve ser exercida por um Juiz, magistrado devidamente 
investido na função de julgador;
Investidura
•Outro princípio sobre o qual já discorremos indiretamente. A jurisdição é 
imposta (não depende da vontade das partes);
Irrecusabilidade ou Inevitabilidade
•A jurisdição é una – e pertence ao poder Judiciário. Sua diferenciação 
ocorre na esfera de competência, aplicações e especializações.
Unidade
Merece destaque o fato de que a jurisdição não pode ser delegada, enquanto, em casos pontu-
ais, é possível a delegação de competência.
Esquematizando:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
11 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
2. prorrogação e CompetênCIa
A jurisdição, embora seja a base da atuação do poder judiciário, é um assunto mais simples. 
Só ele a exerce, e se relaciona diretamente com o poder de dizer o direito no caso concreto.
A competência, por sua vez, é um assunto muito mais extenso – pois trata da verdadeira 
medida da jurisdição.
É o estudo da competência que permite dizer qual órgão irá atuar em determinados casos.
Antes que possamos adentrar essa matéria, no entanto, é necessário primeiro entender o 
conceito de prorrogação de competência processual.
2.1. prorrogação de CompetênCIa
Obs.: � A competência processual, via de regra, é improrrogável, ou seja, deve ser exercida 
exclusivamente pelo juízo competente.
 � Entretanto, em alguns casos excepcionais, admite-se que um juízo originariamente 
incompetente possa emanar uma decisão à qual se submetam as partes.
 � Essa exceção é possibilitada pela lei, e quando ocorrer estaremos diante da chamada 
prorrogação de competência.
Em alguns casos a lei permite que um juízo originariamente incompetente atue, sem gerar vício 
processual.
Competência absoluta e relativa
• É aquela competência que 
não admite prorrogação.
• O interesse é público.
Competênci
a absoluta
• Competência que admite 
prorrogação.
• Interessa sobretudo às 
partes!
Competênci
a relativa
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
12 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
2.2. CompetênCIa absoluta e suas CaraCterístICas
A competência absoluta, como você já sabe, possui a característica de não admitir 
prorrogação.
Reiterando: competência absoluta não admite prorrogação.
Existem três casos em que será considerada a competência do juízo como absoluta:
Competência Funcional
A competência funcional é uma espécie de competência absoluta que se divide em 
três tipos:
• Em alguns casos, a competência de um mesmo processo acaba
sendo dividida entre dois juízes. É o que ocorre, por exemplo, nos
casos da execução da pena. Um juiz cuida do processo durante o
julgamento e sentencia o acusado. Quando o processo
finalmente entra em fase de execução, a competência passa a
ser do Juiz da Execução – ou seja, a competência muda de
acordo com a fase do processo. Essa competência é absoluta, e
não respeitá-la gera a nulidade absoluta dos atos praticados.
Por fase do processo
• Em outros casos temos uma divisão de atribuições dentro de um
mesmo processo, mas não em relação à fase em que o processo
se encontra, e sim às tarefas que devem ser executadas por cada
um. O exemplo clássico aqui é o do tribunal do júri. O juiz-
presidente tem algumas tarefas no curso do processo, enquanto
o júri tem outras. Essa competência também deve ser respeitada
com caráter absoluto.
Por objeto do Juízo
• Aqui temos uma garantia de respeito ao duplo grau de jurisdição,
que também deve ser respeitada para não gerar nulidade
absoluta.
Por Grau de Jurisdição
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
13 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Competência por Prerrogativa de Função
A competência por prerrogativa de função é mais simples – está relacionada simplesmen-
te com o cargo público ocupado pelo infrator. É a competência sobre a qual a mídia mais fala, 
chamando-a inadequadamente de foro privilegiado.
Algumas autoridades públicas, por força do foro por prerrogativa de função, devem ser 
julgadas no STF, outras no STJ, e outras por outros tribunais.
Competência em razão da matéria
A última forma de competência absoluta decorre do tipo de infração penal que será julga-
da. Simples assim!
A competência absoluta é basicamente a “mais importante”, pois caso não seja respeitada, 
pode ser questionada pelas partes a qualquer tempo, em qualquer grau de jurisdição, e até 
mesmo pelo juiz, de ofício.
2.3. CompetênCIa relatIva
A competência relativa, como o próprio nome nos leva a crer, é mais tolerante – posto que 
admite a prorrogação.
Entretanto, embora a incompetência relativa possa também ser argumentada pelas partes 
(assim como a absoluta), tal arguição não poderá ocorrer a qualquer tempo!
Caso a arguição da incompetência de um determinado foro não seja realizada a tempo, ocor-
rerá a prorrogação da competência do foro incompetente.
Cuidado:
Competência relativa 
gera apenas nulidade 
relativa.
Competência relativa 
não é capaz de anular 
os atos instrutórios.
Felizmente, a competência relativa é muito mais fácil de dominar do que a competência 
absoluta, pois só existe um caso de competência relativa no Direito Processual Penal.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
14 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
A competência territorial é o único caso de competência relativa prevista no direito proces-
sual penal.
Seguindo em diante, podemos finalmente adentrar as espécies de competência propria-
mente ditas, o que fará com que o assunto fique mais prático e mais fácil de entender.
3. espéCIes de CompetênCIa
Vamos começar abordando a categoria de competências em razão da matéria!
3.1. CompetênCIa em razão da matérIa
Tribunal do Júri
A competênciado tribunal do júri está prevista no Art. 74 do CPP. Vejamos:
CPP – Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de organização 
judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri.
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, §§ 1º e 2º, 122, 
parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, consumados ou tentados. (Redação 
dada pela Lei n. 263, de 23.2.1948)
§ 2º Se, iniciado o processo perante um juiz, houver desclassificação para infração da competência 
de outro, a este será remetido o processo, salvo se mais graduada for a jurisdição do primeiro, que, 
em tal caso, terá sua competência prorrogada.
§ 3º Se o juiz da pronúncia desclassificar a infração para outra atribuída à competência de juiz sin-
gular, observar-se-á o disposto no art. 410; mas, se a desclassificação for feita pelo próprio Tribunal 
do Júri, a seu presidente caberá proferir a sentença (art. 492, § 2º).
O tribunal do júri possui competência para julgar os chamados crimes dolosos contra a 
vida. Veja como agora fica muito mais fácil entender o conceito de jurisdição e competência. 
Todo o Judiciário pode exercer jurisdição. Entretanto, apenas o tribunal do júri tem a competên-
cia para julgar os crimes dolosos contra a vida.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
15 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Crimes DOLOSOS contra a VIDA
Homicídio e seus derivados (Feminicídio, 
Homicídio Funcional, Homicídio Qualificado...)
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio.
Infanticídio.
Variações do delito de aborto (Art. 124 a 127 CP).
Por isso, muito cuidado para não cair em uma pegadinha básica sobre esse assunto:
Homicídio CULPOSO (previsto no §3º do art. 121), obviamente, não é de competência do tribu-
nal do júri. Só condutas dolosas estão em sua esfera de competência.
Outra observação importante é sobre os crimes tentados.
O fato do crime ser tentado ou consumado não influirá na configuração da competência do 
tribunal do júri. Logo, homicídio doloso tentado ou consumado será de competência do júri, 
normalmente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
16 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Características da Competência do Júri
• A competência do júri está prevista expressamente 
na CF, no art. 5º, XXXVIII. 
Competência Constitucional
•A competência do tribunal do júri é considerada 
MÍNIMA (ou seja, lei ordinária pode ampliá-la, 
sujeitando novas condutas à apreciação do tribunal 
do júri). Entretanto, o que nunca poderá ocorrer é 
que sua competência seja reduzida. Portanto, os 
crimes dolosos contra a vida não podem deixar de 
ser competência do tribunal do júri por força de lei.
Competência MÍNIMA
Note, ainda, que crimes conexos aos crimes contra a vida também passam a ser de com-
petência do tribunal do júri. Nesse caso, se houve um estupro e um homicídio, de forma cone-
xa, ambos os delitos serão julgados pelo tribunal do júri.
Tal previsão, no entanto, encontra-se no CPP, e não diretamente na Constituição Federal.
Os examinadores adoram elaborar questões dizendo que os delitos de latrocínio, estupro se-
guido de morte e lesões corporais seguidas de morte são de competência do tribunal do júri. 
Essa afirmação está incorreta!
Não são competência do júri:
• lesão corporal seguida de morte;
• latrocínio;
• estupro seguido de morte.
Além disso, é importantíssimo que você saiba o conteúdo sumulado pelo STF:
Súmula vinculante n. 45-STF:
A competência constitucional do tribunal do júri prevalece sobre o foro por prerrogativa 
de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
17 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Portanto, caso o foro por prerrogativa de função seja previsto na Constituição Federal, a 
pessoa será julgada no foro privativo mesmo que se trate de crime seja doloso contra a vida.
Justiça Militar
Outra competência expressamente na Constituição Federal é a competência da Justi-
ça Militar.
A competência da justiça militar só costuma ser abordada de uma forma mais avançada 
em concursos para cargos militares (como para carreiras nas polícias militares e corpos de 
bombeiros militares dos estados). Isso porque a justiça militar tem seu próprio Código Penal e 
seu próprio Código de Processo Penal, ambos de natureza militar.
Apesar disso, é importante conhecer ao menos de forma básica o que diz a Constitui-
ção Federal:
CF – Art. 124. À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Art. 125, § 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos 
crimes militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada 
a competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a 
perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional n. 45, de 2004)
Veja que as definições são bastante simples. Os crimes militares previstos em lei estão 
previstos no Código Penal Militar, e existem circunstâncias que farão com que crimes comuns 
(como homicídio ou crimes previstos na legislação especial) sejam considerados como cri-
mes militares.
Para apurá-los, temos os seguintes órgãos:
• Julga os crimes militares em geral (relacionados ao Exército, 
Marinha, Aeronáutica e servidores e órgãos integrantes das 
forças da União);
Justiça Militar da União
• Julga os crimes militares praticados pelos militares dos estados, 
e ações judiciais contra atos disciplinares militares.
Justiça Militar Estadual
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
18 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Observações sobre a Justiça Militar
• Vítima civil de homicídio:
− O CPM (Código Penal Militar) prevê o crime militar de homicídio. No entanto, homicí-
dio praticado por militar contra civil, por expressa previsão constitucional, é de com-
petência do tribunal do júri.
• Julgamento de Civis:
− Apenas a Justiça Militar da UNIÃO tem a competência de julgar civis. Fique atento: A 
justiça militar estadual não possui essa competência.
Entre os tópicos acima, merece especial destaque a questão do abuso de autoridade e 
da impossibilidade do julgamento de civis pela justiça militar estadual! Tome nota dessas 
observações!
Crimes dolosos contra a vida e Justiça Militar
E você aí, achando que os seus problemas já tinham acabado... Infelizmente não.
Outro ponto importantíssimo sobre as recentes alterações nos crimes militares está em 
outra mudança causada no CPM pelo texto da Lei n.13.491/2017. Vejamos:
§ 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por mi-
litares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar da União, se 
praticados no contexto[...]
Quase todo aluno sabe que, por expressa previsão constitucional, a competência de julgar 
crimes dolosos contra a vida é do Tribunal do Júri – e não de qualquer outro ramo da Justiça 
Brasileira.
Entretanto, como é possível aduzir do parágrafo acima, o legislador infraconstitucional 
abriu uma exceção, concedendo à Justiça Militar da União a competência para julgar militares 
das Forças Armadas quando estes praticarem crimes dolosos contra a vida de civil, em deter-
minados casos.
Mas, professor, não seria essa norma inconstitucional?
Essa é uma excelente pergunta. São cabíveis argumentos em ambos os sentidos (de que 
tal norma é inconstitucional ou mesmo de que é perfeitamente válida). A verdade é que o Su-
premo Tribunal Federal é o único que tem competência para responder a essa pergunta – e que 
ainda não há manifestação nesse sentido.
Por esse motivo, o correto é considerar que a letra da lei está valendo – e que é competên-
cia da Justiça Militar da União o julgamento de crimes dolosos contra a vida quando pratica-
dos por militares das Forças Armadas e dentro do contexto previsto no CPM.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del1001.htm#art9%C2%A72
19 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
E qual contexto é esse, professor?
É aquele que se enquadra nas circunstâncias previstas nos incisos e alíneas do art. 9º, 
parágrafo 2º:
CPM – Art. 9º, § 2º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e 
cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da competência da Justiça 
Militar da União, se praticados no contexto: (Incluído pela Lei n. 13.491, de 2017)
I – do cumprimento de atribuições que lhes forem estabelecidas pelo Presidente da Repú-
blica ou pelo Ministro de Estado da Defesa;
II – de ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar, mesmo que 
não beligerante; ou
III – de atividade de natureza militar, de operação de paz, de garantia da lei e da ordem ou 
de atribuição subsidiária, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da Constitui-
ção Federal e na forma dos seguintes diplomas legais:
a) Lei n. 7.565, de 19 de dezembro de 1986 – Código Brasileiro de Aeronáutica;
b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999;
c) Decreto-Lei n. 1.002, de 21 de outubro de 1969 – Código de Processo Penal Militar; e
d) Lei n. 4.737, de 15 de julho de 1965 – Código Eleitoral.
Professor, e qual a norma para os demais militares?
Para os militares estaduais (não vinculados às forças armadas) e para os militares das 
Forças Armadas que praticarem o crime de homicídio doloso contra a vida de civil fora das 
circunstâncias do parágrafo 2º, aplica-se a regra do parágrafo 1º:
CPM – Art. 9º, § 1º Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos por 
militares contra civil, serão da competência do Tribunal do Júri.
Cabe salientar, ainda, que EM REGRA o homicídio praticado por militar da ativa contra 
militar da ativa é de competência da Justiça Militar (configurando o crime impropriamente 
militar de homicídio).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp97.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del1002.htm
20 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Crimes dolosos 
contra a vida de civil, 
praticado por militar
Se militar estadual
Tribunal do Júri
Se militar das Forças 
Armadas, e não 
estão presentes as 
circunstâncias do 
parágrafo 2º, I, II ou 
III
Tribunal do Júri
Se militar das Forças 
Armadas e estão 
presentes as 
circunstâncias do 
parágrafo 2º
Justiça Militar da 
União
Justiça Eleitoral
Em 2017, tomaram grande notoriedade as ações que tramitam no TSE, o que acabou tra-
zendo uma maior protagonismo da Justiça Eleitoral nas notícias em geral.
Sua competência (que não se restringe à do TSE, é claro), possui origem na Constituição 
Federal, com a definição dos órgãos que a compõem:
CF – Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:
I – o Tribunal Superior Eleitoral;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais;
III – os Juízes Eleitorais;
IV – as Juntas Eleitorais.
Apesar disso, suas normas de competência propriamente ditas não costumam ser cobra-
das em prova, visto que por força do art. 121, uma lei complementar deve tratar do assunto, e 
tal diploma legal dificilmente faz parte do conteúdo programático dos concursos.
Curiosidade: A lei complementar que deve dispor sobre a organização e competência da Justi-
ça Eleitoral é o Código Eleitoral.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
21 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
CF, art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes 
de direito e das juntas eleitorais.
Justiça Federal
Para finalizar a competência em razão da matéria temos a mais extensa dessa lista: a com-
petência da Justiça Federal.
A competência da JF é sempre TAXATIVA e EXPRESSA.
Assim, aquilo que é competência da Justiça Federal estará escrito como tal. Todo o resto 
é competência da Justiça Estadual (chamada de competência residual).
A primeira norma sobre o assunto é o art. 109 da Constituição Federal – da competência 
dos juízes federais. Mas como tal artigo é um pouco extenso, vamos apresentá-lo de uma for-
ma esquematizada.
Causas em que o autor, o réu, o assistente ou oponente são:
•A União;
•Entidade Autárquica;
•Empresa Pública Federal.
•Exceções: Causas de Falência, Acidentes de Trabalho e sujeitas à Justiça Eleitoral e à 
Justiça do Trabalho. 
Causas relacionadas à Estados Estrangeiros:
•Entre Estado Estrangeiro / Organismo Internacional e Município ou pessoa domiciliada ou 
residente no Brasil; 
•Causas fundadas em tratados ou contrato da União com Estado Estrangeiro ou Organismo 
Internacional.
Causas relacionadas à crimes:
•Crimes políticos;
• Infrações penais em detrimentos de bens e serviços da União, suas autarquias e empresas 
públicas;
•Exceções: Contravenções Penais e causas de competência da Justiça Eleitoral e à Justiça 
do Trabalho. 
Causas relacionadas à crimes(II):
•Previstos em tratados ou convenções internacionais;
•Cuja execução foi iniciada no Brasil e o resultado ocorreu ou deveria ter ocorrido no 
estrangeiro (ou vice-versa).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
22 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Causas relacionadas à crimes(III):
•Crimes contra a organização do trabalho;
•Crimes contra o sistema financeiro ou ordem economico-financeira (em casos 
determinados por lei).
Outras Competências
•HC's nas causas criminais de competência da JF;
•HC's contra constrangimentos perpetrados por autoridades cujos atos não estão sujeitos à 
outras jurisdições.
•Execução de carta rogatória;
•Execução de sentença Estrangeira (Após Homologação);
Outras competências II
•Habeas Data e Mandados de Segurança contra atos de autoridade federal.
•Exceção: Competências dos Tribunais Federais.
•Causas relativas à Direitos Humanos (§ 5º);
•Direitos indígenas.
•Naturalização e Nacionalidade.
Causas relacionadas à crimes (IV):
•Crimes praticados a bordo de navios ou aeronaves.
•Exceção: Competência da Justiça Militar
•Crimes de ingresso ou permanência irregular no estrangeiro; 
Repare que no esquema acima estão incluídas todas as hipóteses e não apenas as 
criminais.
A única boa notícia sobre essa lista extensa é que o examinador costuma cobrar o assunto 
acima de forma direta (colocando uma assertiva extraída do rol de competências da Justiça 
Federal). O lado ruim disso, no entanto, é óbvio: somos forçados a ler e reler, e memorizar. In-
felizmente não tem remédio!
Lembre-se de que a competência da Justiça Estadual é residual. Se uma hipótese não está 
configurada como competência da Justiça Federal, será da Justiça Estadual, por eliminação.
Crimes Conexos
É necessário ainda saber o que acontece quando um crime de competência da Justiça Fe-
deral é praticado de forma conexa com um crime de competência da Justiça Estadual.
Quem responde a essa pergunta é a Súmula n. 122/STJ:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
23 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Súmula n. 122/STJ
Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos de 
competência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, “a”, do Código de 
Processo Penal.
Jurisprudência Relevante
Não bastasse o rol de competência extremamente extenso, existem ainda inúmeros in-
formativos e súmulas relacionados à competência da Justiça Federal, os quais você preci-
sa conhecer.
Contravençõ
es Penais
Contravenções Penais competem à Justiça Estadual,
mesmo que praticadas em detrimento de bens da
União, e mesmo que estejam conexas a crimes de
competência da Justiça Federal (STJ).
Sociedades 
de Economia 
Mista
Crimes contra Sociedades de Economia Mista são de 
competência da Justiça Estadual.
Fundações 
Públicas 
Federais
Fundações Públicas Federais são consideradas 
Autarquias (são as chamadas Fundações Autárquicas). 
Por isso, crimes praticados em detrimento dessas 
entidades também são de competência da Justiça 
Federal.
Conselhos 
Profissionais
Crimes praticados contra Conselhos profissionais (tais como 
a OAB) também são de competência da Justiça Federal.
Isso ocorre pois esses órgãos são essencialmente de 
natureza autárquica!
Lei de 
Terrorismo
Os delitos previstos na lei 11.260/16 são de competência da 
Justiça Federal.
Justiça 
Eleitoral e 
Militar
A competência da Justiça Eleitoral e da Justiça Militar EM 
REGRA prevalece sobre a competência da JF, em caso de 
conflito.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
24 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Outros Conflitos
Temos ainda um outro quadro comparativo entre a Justiça Federal e a Justiça Estadual, 
baseado em outras decisões judiciais:
• Crimes praticados contra funcionário público federal, 
relacionados ao exercício da função;
• Falsificação de papel moeda de forma não grosseira;
• Crimes de falso testemunho em processos trabalhistas;
• Crimes de uso de passaporte falso;
• Desvio de verbas sujeitas a prestação de contas perante 
órgão federal, praticado por prefeito;
• Tráfico internacional de drogas para o exterior;
• Tráfico internacional de crianças.
Compete à Justiça Federal processar e julgar:
• Crimes de Falsa anotação na CTPS;
• Falsificação grosseira de papel moeda;
• Falsificação e uso de documento falso de escola particular;
• Desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio 
municipal (praticado por prefeito);
Compete à Justiça Estadual processar e julgar:
3.2. CompetênCIas terrItorIaIs
Passamos agora a estudar as competências em razão do território. Não se preocupe: Esse 
regramento é muito mais simples do que as competências em razão da matéria.
Vamos começar com a leitura do art. 70 do CPP:
CPP, art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, 
ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência 
será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução.
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o 
juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição 
por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competên-
cia firmar-se-á pela prevenção.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
25 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais 
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
Via de regra, a competência territorial será determinada através do local em que se consu-
mou o delito, ou no caso de tentativa, o local em que foi praticado o último ato de execução.
Segundo a doutrina, o art. 70 aplica a chamada TEORIA DO RESULTADO na definição de 
competência.
3.3. prevenção
Antes que possamos continuar nosso estudo, é preciso que você entenda o conceito de 
PREVENÇÃO. Você ainda vai ler muito esse termo tanto em nossa aula quanto nas provas de 
concursos... então primeiramente vejamos o que ele significa:
Prevenção: Prevenção está relacionada com a ideia de antecipação.
No Direito Processual Penal, a prevenção é uma prefixação de competência, concedida ao 
juiz que primeiro tomar conhecimento da infração penal e praticar um ato ou tomar uma me-
dida no processo ou inquérito.
Costumo dizer que a prevenção é um verdadeiro “coringa” da solução dos conflitos de com-
petência. Quando não houver outro critério para solucionar uma situação em que dois juízes 
possam ser considerados competentes para atuar em um determinado inquérito ou processo, 
o legislador se utiliza da prevenção para solucionar o impasse.
Prevenção: o “Coringa” da definição de Competências.
O primeiro exemplo é da aplicação da prevenção está no § 3º do art. 70 do CPP:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-seaos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
26 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Em caso de limite territorial incerto entre jurisdições, ou de infração consumada ou tentada nas divi-
sas entre jurisdições, tornando complicado determinar o local exato para definição da competência, 
o legislador utilizou-se do critério de prevenção para solucionar o caso.
Um segundo caso está no art. 71 do CPP:
Em caso de infração continuada ou permanente praticada em território de múltiplas jurisdições, o 
conflito também será sanado por prevenção.
Obs.: � Lembre-se de que a definição de competência no âmbito internacional (para os chama-
dos crimes a distância) segue as regras do lugar do crime previstas no Código PENAL, 
em seu art. 6º (teoria da ubiquidade) e as normas de territorialidade e extraterritoriali-
dade da lei penal.
Assim, caro(a) aluno(a): para não se confundir, quando for resolver uma questão sobre a 
competência da justiça brasileira para julgar um delito de caráter internacional, aplique as 
regras e teorias previstas no CP. Você estará solucionando os casos dos chamados crimes a 
distância.
Já nos casos de crimes plurilocais (praticados em múltiplos locais dentro do território na-
cional) você deve utilizar as regras e teorias do CPP.
Crimes a 
distância
Regras 
previstas no CP.
Caráter 
Internacional.
Questão de 
Territorialidade ou 
Extraterritorialidad
e da Lei Penal.
Crimes 
Plurilocais
Regras previstas 
no CPP. Caráter nacional.
Questão de 
Jurisdição e 
Competência.
Esclarecida essa diferença, vamos falar de mais uma exceção à regra do art. 70 do CPP:
Em casos de delitos de homicídio, deve prevalecer o juízo do local da AÇÃO ou da OMISSÃO, se-
gundo a jurisprudência majoritária. Logo, em casos de homicídio, temos que a teoria utilizada por 
definição judicial, é a teoria da atividade, e não a do resultado, que é a regra do CPP.
Regra geral 
CPP
Teoria do 
Resultado
Homicídio Teoria da Atividade
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
27 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
3.4. JurIsprudênCIa e atualIzações legIslatIvas sobre CompetênCIa 
terrItorIal
• Infrações de Menor Potencial Ofensivo também são regidas 
pela teoria da atividade na definição de competência.
• Portanto, constituem exceção à regra geral do CPP, de modo 
que o juízo competente para julgá-las será o do local onde a 
infração foi praticada.
IMPO's
• No caso de delitos de contrabando ou descaminho, o STJ 
entende que o juízo competente será definido, na esfera 
federal, com base na prevenção, sendo competente o juízo do 
lugar onde os bens contrabandeados foram apreendidos.
Súmula n. 151 do STJ
• A jurisprudência dos tribunais superiores até a edição da Lei 
14.155/21 vinha entendendo que o estelionato praticado com 
falsificação de cheques deve ser processado e julgado no juízo 
do local onde foi obtida a vantagem ilícita, ao passo que o
estelionato praticado com cheques SEM FUNDOS, no entanto, 
deveria ser processado e julgado no juízo do local da recusa do 
pagamento dos cheques.
• No entanto, houve alteração legislativa superveniente sobre o 
tema, inserida no ordenamento jurídico pela Lei 14.155/21. A 
referida Lei inseriu o § 4º do art. 70 do CPP, segundo o qual, 
nos crimes previstos no art. 171 (estelionato) do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), quando 
praticados mediante depósito, mediante emissão de cheques 
sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com 
o pagamento frustrado ou mediante transferência de valores, a 
competência será definida pelo local do domicílio da vítima, e, 
em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-se-á 
pela prevenção.
Estelionato – IMPORTANTE!
• Aplica-se a regra geral do art. 70 do CPP – Teoria do Resultado.
Crimes Preterdolosos
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
28 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Sei que são muitas hipóteses para casos singulares. Infelizmente, o examinador simples-
mente adora utilizar desse tipo de jurisprudência para confundir o aluno, de modo que não 
temos saída senão a de listar cada uma delas.
Dito isso, sigamos. Nosso próximo passo é conhecer os arts. 72 e 73 do CPP:
CPP – Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio 
ou residência do réu.
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção.
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente o juiz que 
primeiro tomar conhecimento do fato.
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da 
residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.
Essa é a chamada regra supletiva, utilizada caso a regra geral não possa ser aplicada. 
Nesse caso, por algum motivo não se conhece o local da infração, mas ainda sim existe um 
processo que precisa tramitar regularmente.
O legislador optou pelo seguinte fluxo para determinar o juízo competente de forma a so-
lucionar esse caso:
Juízo do domicílio 
ou residência do 
réu
Em caso de mais 
de uma 
residência, 
PREVENÇÃO
Réu sem 
residência certa 
ou de paradeiro 
ignorado: Juiz que 
primeiro tomar 
conhecimento do 
fato.
Temos ainda a regra do art. 73 do CPP, específica para ação penal exclusivamente privada, 
nas quais o querelante tem o direito de optar pelo trâmite do processo no foro de domicílio ou 
residência do réu em lugar do foro do lugar da infração, mesmo que este seja conhecido.
Veja que a regra prevista no art. 73 é para ação penal exclusivamente privada, ou seja, não 
se aplicará aos casos de ação penal privada subsidiária da pública.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
29 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Esquematizando:
Art. 72 (Regra Supletiva)
Em casos onde não se tem conhecimento sobre o local da consumação do crime, utiliza-se o 
foro do domicílio ou residência do réu para determinar o juízo competente.
§ 3º e Art. 71
Em caso de infração praticada em território de duas ou mais jurisdições, ou de infração em 
local de limite territorial incerto entre jurisdições, utiliza-se a prevenção para solução do 
conflito.
Art. 70 (Regra Geral)
Teoria do Resultado.
Juízo competente é o do lugar da consumação do delito ou do último ato de execução da 
tentativa.
O conteúdo apresentado soluciona inúmeras questões sobre esse regramento. Entretanto, 
ainda fica a seguinte pergunta:
O que fazer quando existirem dois juízes igualmente competentes para julgar uma infra-
ção penal?
A explicação está no art. 75 do CPP:
CPP, art. 75. A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição 
judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente.
Parágrafo único. A distribuição realizada para o efeito da concessão de fiança ou da decretaçãode 
prisão preventiva ou de qualquer diligência anterior à denúncia ou queixa prevenirá a da ação penal.
Eis que identificamos um novo termo relacionado com a definição de competência: a 
distribuição.
Mas o que é que ele significa?
Distribuição nada mais é do que a maneira que o legislador optou para dizer sorteio. Logo, 
havendo dois juízes igualmente competentes na mesma circunscrição judiciária, será sele-
cionado qual julgará um determinado caso por sorteio, o que normalmente é efetuado por um 
sistema informatizado desenvolvido com essa finalidade.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
30 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
4. alteração da CompetênCIa
Via de regra, a competência é definida de acordo com regras básicas e gerais. A 
partir do art. 76 do CPP, no entanto, temos os chamados critérios de conexão e continência, 
que tratam da possibilidade de alteração da competência originária para que o caso concreto 
possa ser processado de uma melhor forma.
Os critérios de conexão e continência não criam um tipo de competência. O que ocorre é uma 
alteração da competência originária.
Em primeiro lugar, no entanto, precisamos entender o que significam exatamente os con-
ceitos de conexão e continência.
• Ocorre quando um fato criminoso está contido (engloba) 
outro.
• Regra prevista no art. 77 do CPP.
• Não é possível a cisão (separação) dos delitos em processos 
diferentes (pois estão contidos uns nos outros).
Continência
• Ocorre quando existe uma ligação entre as infrações penais 
(liame) que justifique sua união em um mesmo processo 
para facilitar seu julgamento. 
• A conexão serve para evitar decisões contraditórias, bem 
como para facilitar o trâmite geral do processo (e atos como 
a produção de prova).
Conexão
Antes de especificar os detalhes de cada um desses institutos, devemos fazer uma men-
ção à Súmula n. 235 do STJ:
A conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi julgado.
Assim, tanto na conexão quanto na continência, não se deve reunir processos se um deles 
já tiver sido julgado.
Passemos agora ao estudo de cada um desses dois institutos, de forma detalhada!
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
31 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
4.1. ContInênCIa
Primeiramente, vamos fazer a leitura do art. 77 do CPP:
CPP, art. 77. A competência será determinada pela continência quando:
I – duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração;
II – no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda parte, e 
54 do Código Penal.
Se duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração, ou na hipótese de concurso 
formal de crimes, previstas no Código Penal, teremos a determinação de competência pela 
continência.
4.2. Conexão
A conexão, por sua vez, é um pouco mais complexa que a continência. Vejamos o que rege 
o art. 76 do CPP:
CPP, Art. 76. A competência será determinada pela conexão:
I – se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias 
pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por 
várias pessoas, umas contra as outras;
II – se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para 
conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas;
III – quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na 
prova de outra infração.
Sobre a conexão, a doutrina faz a distinção entre cada um desses incisos. Esquematizan-
do, fica da seguinte forma:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
32 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Conexão Intersubjetiva por Concurso
• É a prevista no art. 76, inciso I.
• Ocorre quando estamos diante de duas ou mais infrações, 
praticadas por duas ou mais pessoas.
Conexão Intersubjetiva por Reciprocidade
• Também prevista no art. 76, inciso I.
• Ocorre quando estamos diante de duas ou mais infrações, 
praticadas por várias pessoas umas contra as outras.
Conexão Objetiva ou Finalista
• Prevista no art. 76, inciso II
• A conexão entre as infrações penais se dá através da 
existência de um objetivo – seja ele o de facilitar ou ocultar 
outras infrações penais, ou para garantir a vantagem ou a 
impunidade de qualquer delas.
Conexão Probatória, Processual ou Instrumental
• Prevista no art. 76, inciso III.
• Ocorre quando estamos diante de uma conexão gerada por 
uma prova, relevante o suficiente para influir na prova de 
outra infração penal.
4.3. prevalênCIa do foro
Ao alterar a competência originária para julgar uma determinada infração, é certo que exis-
tirão inúmeros benefícios (tais como evitar contradições, facilitar a produção das provas, en-
tre outros).
Entretanto, essa unificação de várias infrações gera uma consequência bastante óbvia: 
onde tínhamos dois ou mais juízos competentes, agora apenas um irá prevalecer.
A questão é a seguinte: Como selecionar qual dos juízos deverá manter sua competência 
no momento da união dos feitos?
A resposta para essa pergunta está no art. 78 do CPP:
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as seguin-
tes regras:
I – no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, prevalecerá a 
competência do júri;
II – no concurso de jurisdições da mesma categoria:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
33 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave;
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as respectivas 
penas forem de igual gravidade;
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos;
III – no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação;
IV – no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta.
São muitas informações, mas esquematizando fica bem mais fácil. Vejamos:
Art. 78, I
• Competência do Júri prevalece sobre outras competências;
• Unica exceção é a de concurso entre crimes de competência do 
júri e de competência da justiça militar ou eleitoral (nesse caso, 
os feitos devem permanecer separados);
Art. 78, II
• Mesma categoria significa juízes aptos a julgar mesmos tipos 
de causas (como por exempo, dois juízes de primeiro grau).
• Nesse caso, segue-se uma lista de prioridades, na seguinte 
ordem: foro do local da infração mais grave, foro onde foi 
cometido o maior nº de crimes, e caso permaneça o conflito, 
prevenção.
Art. 78, III
• O inciso III é o mais simples e conhecido, pois trata do conflitoentre jurisdições superiores e inferiores. Ocorre nos casos de 
foro por prerrogativa de função. Imagine crimes conexos 
praticados por um indivíduo com foro no STJ e outro com foro 
comum: Os feitos serão unidos e prevalecerá a competência do 
STJ para julgar o caso.
Art. 78, IV
• Quando houver conflito entre a jurisdição especial (como a 
eleitoral, por exemplo) e a jurisdição comum, prevalecerá a 
especial.
• Logo, em concurso entre crimes eleitorais e crimes comuns, a 
Justiça Eleitoral deverá julgar todos os delitos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
34 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Exceção importante!
Em caso de concursos de crimes de jurisdição MILITAR e jurisdição COMUM, deve ocorrer a 
disjunção dos feitos.
4.4. Casos de separação obrIgatórIa
Já aprendemos quando é que os processos devem ser reunidos para julgamento uno dos 
feitos. Também já sabemos qual justiça deve prevalecer em casos específicos (ao estudar o 
art. 78 do CPP). Entretanto, ainda nos resta aprender que em determinados casos, mesmo 
diante de um caso de conexão ou continência, os processos não devem ser reunidos, man-
tendo-se a separação dos feitos.
Tais casos estão previstos expressamente no art. 79 do CPP, a saber:
CPP, art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo:
I – no concurso entre a jurisdição comum e a militar;
II – no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores.
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidade do processo, se, em relação a algum corréu, sobrevier o 
caso previsto no art. 152.
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver corréu foragido que não pos-
sa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461.
Sobre a separação entre a justiça comum e a justiça militar, nós acabamos de fazer uma 
observação. Entretanto, temos ainda outros casos:
Separação entre a Justiça Comum e o Juízo de Menores
Aqui temos o seguinte: Num concurso entre um menor de 18 anos e um outro autor maior 
de idade, o menor será julgado pelos Juizados da Infância e Juventude, enquanto o maior de 
idade terá sua participação apurada pela Justiça Criminal de forma regular.
Superveniência de Enfermidade Mental
Quanto ao §1º, estamos diante do caso em que um dos autores acaba padecendo de uma 
doença mental que enseja a suspensão do processo até a sua recuperação.
Entretanto, não se pode suspender também o processo para o réu que se encontra bem de 
saúde, motivo pelo qual os processos devem ser desmembrados, suspendendo-se apenas o 
relativo ao réu doente.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
35 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Fuga de um dos réus
Por fim, temos o § 2º, que trata da fuga de um dos réus. Aqui, é necessário analisar se é 
possível que o réu possa ser julgado à revelia. Se for possível, a junção pode ser realizada nor-
malmente. No entanto, se for um caso em que o julgamento à revelia não é permitido, deve 
ocorrer a disjunção dos processos.
4.5. Casos de separação faCultatIva
Existem ainda casos em que embora a separação não seja obrigatória, o legislador previu 
a possibilidade de separação dos feitos. Note que estamos diante de uma faculdade, e não de 
uma obrigação.
CPP – Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido pra-
ticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de 
acusados e para não lhes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar 
conveniente a separação.
Separação Facultativa (CPP – Art. 80)
Infrações penais praticadas em tempo ou lugares 
diferentes.
Número excessivo de réus ou acusados.
Outro motivo relevante.
Esses casos são simples – basta que você conheça o rol que pode ensejar a separação 
facultativa dos processos.
A única observação realmente importante é que a separação facultativa dos processos 
pode ser reconhecida de ofício pelo juiz ou quanto arguida pelas partes.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
36 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
5. perpetuação da JurIsdIção
A perpetuação da jurisdição (perpetuatio jurisdictionis) está prevista no art. 81 do CPP:
CPP, art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo 
da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que des-
classifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em 
relação aos demais processos.
No caso do art. 81, ocorreu o seguinte: alguns processos foram reunidos, por conexão ou 
continência. Entretanto, no que diz respeito ao processo que causou a atração (que determi-
nou a escolha de competência que prevaleceu sobre as demais), o juiz proferiu uma sentença 
absolutória ou desclassificou a infração para outra, que não é de sua competência.
Nessa situação, o que deve acontecer com os processos que foram atraídos, e que não 
estão em seu juízo de origem?
A resposta é simples: eles deverão continuar sob a competência do juízo atual, por força 
do art. 81 do CPP.
Até aí a definição é bastante simples, certo? No entanto, como toda boa regra, a do art. 81 
também possui uma exceção, prevista em seu parágrafo único, especificamente para os casos 
do tribunal do júri:
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou continência, o juiz, 
se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua a 
competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente.
Assim, temos um processo com delitos conexos a um crime doloso contra a vida (Exem-
plo: um estupro conexo com um homicídio doloso). Inicialmente, portanto, os processos serão 
unidos e encaminhados ao tribunal do júri (cuja competência prevalece sobre a justiça comum, 
como você já sabe).
Entretanto, caso o juiz-presidente verifique, por algum motivo, que não há mais a compe-
tência do júri para atuar no caso (por exemplo: comprova-se que o homicídio foi culposo), 
o júri não poderá continuar atuando no julgamento, de modo que os processos deverão ser 
remetidos ao juízo competente.
Portanto, note que ocorreu o contrário do que se aplica aos casos regulares, nos quais o 
processo continuaria sob a tutela do juízo mesmo após sua desclassificação e o reconheci-
mento da competência de outro órgão jurisdicional.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
37 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
6. avoCação de proCessos
Em alguns casos, embora exista uma situação de conexão ou continência, processos dife-
rentes serão instaurados.Nessa situação, o juízo prevalente (aquele no qual deveria tramitar 
a união de todos os processos relacionados) deverá avocar (chamar para si) os processos 
instaurados em outros juízos.
A existência de sentença definitiva impede a avocação de um determinado processo.
E quanto à exceção acima, tome cuidado: segundo a doutrina, sentença definitiva não é 
sinônimo de trânsito em julgado. Sentença definitiva, nesse caso, quer dizer simplesmente que 
a primeira fase processual foi encerrada.
7. prevenção
Você com certeza se lembra de que falamos que a prevenção é o coringa das situações 
de conflitos processuais. Quando as regras gerais não forem suficientes para solucionar os 
conflitos de competência e determinar em qual juízo devem tramitar os processos, a solução 
vem da prevenção:
CPP, art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juí-
zes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na 
prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento 
da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, c).
Entretanto, é importante também conhecer a Súmula n. 706 do STF, que trata sobre 
o assunto:
Súmula n. 706 – STF
É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.
Logo, se durante um processo não for corretamente observada a competência definida por 
prevenção, a nulidade não será absoluta (apenas relativa), de modo que, para ser arguida, irá 
depender da comprovação de que houve prejuízo.
8. foro por prerrogatIva de função
Por fim, temos a previsão contida entre os artigos 84 e 87 do CPP. Tratamos, é claro, do foro 
por prerrogativa de função (popularmente chamado de foro privilegiado).
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
38 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
O CPP não aborda todas as regras específicas para cada cargo – pois quem o faz é a Cons-
tituição da República – o que acaba transferindo a abordagem mais pesada sobre este assun-
to para a disciplina de Direito Constitucional (inclusive a Questão de Ordem na Ação Penal 937, 
a qual sugiro que os senhores leiam).
Dito isso, em Direito Processual Penal, o que o examinador costuma fazer é cobrar a litera-
lidade dos artigos do CPP, os quais estão transcritos a seguir:
CPP, art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Dis-
trito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de 
responsabilidade.
Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Cons-
tituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a 
estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade.
9. da InCompetênCIa no proCesso penal
A incompetência tida como absoluta gera como consequência uma nulidade absoluta. 
Características da incompetência absoluta:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
39 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Resultará em atentado a preceito constitucional; 
Protege direito público;
Pode ser arguida a qualquer momento, enquanto não houver o trânsito em julgado da 
decisão;
Obs: Em caso de sentença condenatória ou absolutória imprópria, poderá ser arguida após 
o trânsito em julgado, por meio de revisão criminal ou habeas corpus, sempre em favor do 
condenado. 
O prejuízo é presumido. Dessa forma, o processo deve ser anulado ab initio. É imodificável,
ou seja, a conexão e a continência não podem alterar uma regra de competência absoluta.
Obs: A doutrina ressalta que diversamente do que se dá no processo civil, no processo
penal o juiz pode declarar de ofício tanto a incompetência absoluta quanto a relativa,
enquanto não esgotada sua jurisdição pela prolação da sentença.
Doutrina: Resulta em anulação dos atos decisórios e também dos atos probatórios.
Obs:Os Tribunais superiores entendem que os atos probatórios não devem ser anulados no 
caso de reconhecimento de incompetência, sendo possível que até mesmo os atos 
decisórios sejam ratificados perante o juízo competente quando não se tratar de sentença 
de mérito. 
Já a incompetência relativa, por sua vez, pode produzir uma nulidade relativa. Característi-
cas da incompetência relativa:
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
40 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
Resultará em atentado às regras infraconstitucionais; 
Atende ao interesse preponderante das partes (particular); 
Obs: A doutrina ressalta que sempre haverá, em certa medida, algum interesse público.
Deve ser arguida em tempo oportuno (no momento da resposta à acusação 
– CPP, art. 396-A), sob pena de preclusão; enquanto o magistrado exercer a 
jurisdição;
--> De acordo com a doutrina, resulta em anulação dos atos decisórios. Os 
probatóprios podem ser ratificados;
Obs: Os Tribunais superiores entendem que os atos probatórios não devem ser anulados no 
caso de reconhecimento de incompetência, sendo possível que até mesmo os atos 
decisórios sejam ratificados perante o juízo competente. 
--> Pode ser declarada de ofício pelo juiz até o início da instrução processual:
CPP, art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo que o torne 
incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou não alegação da parte, prosseguindo-se na 
forma do artigo anterior.
--> O prejuízo deve ser comprovado;
Nesse sentido, é importante destacarmos que a súmula n. 33 do STJ: “a incompetência 
relativa não pode ser declarada de ofício” não se aplica ao processo penal. Contudo, em alguns 
julgados isolados, o STJ vem reconhecendo que a incompetência relativa não pode ser decla-
rada de ofício pelo juiz nem mesmo no processo penal.
Os atos praticados por juízo incompetente são atos nulos e não inexistentes, uma vez que 
foram proferidos por juiz regularmente investido de jurisdição. O STF entende que vício de 
incompetência de juízo gera uma nulidade que embora não possua o alcance das decisões 
válidas, pode produzir efeitos.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
https://www.grancursosonline.com.br
https://www.grancursosonline.com.br
41 de 85www.grancursosonline.com.br
Jurisdição e Competência
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Douglas Vargas
10. reComendações prátICas
Se você seguir na leitura do CPP (dos artigos 88 até o 91), irá se deparar em regras de apli-
cação da lei processual no espaço.
Gostaria de observar que tais normas raramente são objeto de prova, salvo a literalidade 
dos artigos (e mesmo assim não é comum essa abordagem).
Isso ocorre pois, em relação a aplicação da lei

Outros materiais