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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
PROJETO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
 
 
PSICOMOTRICIDADE E O IDOSO 
 
 
 
Por: Cristina França dos Santos 
 
 
 
Orientador 
Profª Fabiane Muniz 
 
 
Rio de Janeiro 
2005 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES 
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” 
PROJETO A VEZ DO MESTRE 
 
 
 
 
 
PSICOMOTRICIDADE E O IDOSO 
 
 
 
 
 
Apresentação de monografia à Universidade Candido 
Mendes como condição prévia para a conclusão do 
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em 
Psicomotricidade.... 
Por: . Cristina França dos Santos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
RESUMO 
 
 O presente trabalho tem como objetivo demonstrar os benefícios da 
Psicomotricidade para o idoso; analisar o processo de envelhecimento 
(biológico, social, funcional e psicológico). O envelhecimento é uma etapa da vida 
que todos ou a maioria dos indivíduos deverão chegar. 
 
A população brasileira está envelhecendo. Já são mais de 10 milhões de 
brasileiros com mais de 65 anos e a previsão é de que esse crescimento se 
acelere. Com o avançar da idade aumentam os riscos de várias doenças, como 
por exemplo, doenças cardíacas, alguns tipos de câncer, hipertensão e entre 
outros – portanto é necessário redobrar os cuidados para viver a terceira idade 
com muita saúde. 
 
Com o envelhecimento da população cresce também a preocupação 
com a saúde. As medidas de prevenção de doenças devem ser focadas em 
aumentar os anos de vida vividos com a saúde, e não meramente prolongar a 
vida. 
 
O idoso brasileiro sobre com discriminação, para os mais jovens o idoso 
é uma pessoa que não serve para nada. Com isso, o corpo fica “mal-tratado” e 
sua auto estima baixa. 
 
Conclui-se que a psicomotricidade ajuda esse idoso a redescobrir seu 
corpo, fazendo com que se torne uma pessoa feliz e com vontade de viver, uma 
vez que muitos tem vergonha de falar de seu corpo. Vários fatores intrínsecos e 
extrínsecos estarão influenciando, exercendo poderosa influencia nos aspectos 
motor, cognitivo e sócio-afetivo. São milhares de feixes que direcionam nosso 
corpo para um declínio. Se mais lento ou mais rápido, o histórico de vida de 
cada um é que estará definindo. 
 
 
 
4 
 
METODOLOGIA 
 
 
Este trabalho foi realizado através de fontes bibliográficas, como: livros (como 
exemplo Fátima Alves, Estélio Dantas, Vitor da Fonseca, Érica Verderi, Regina 
Simões, entre outros) periódicos, revistas, artigos, internet, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO 06 
 
CAPÍTULO I - Conceito da Psicomotricidade 08 
· Estruturas Psicomotoras 09 
 
 
CAPÍTULO II - Teorias do Envelhecimento 19 
2.1 Teorias do Envelhecimento Biológico 21 
2.2 Teorias do Envelhecimento Psicológico 24 
2.3 Teorias do Envelhecimento Social 25 
2.4 Teorias do Envelhecimento Funcional 26 
 
CAPÍTULO III – Benefícios da Psicomotricidade na 3ª idade 31 
 
CONCLUSÃO 38 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 41 
 
Web Grafia 43 
 
 
ANEXOS 44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
INTRODUÇÃO 
 
Em paises como o nosso, cheios dos problemas derivados do 
subdesenvolvimento e de necessidades cada vez maiores, normalmente o 
Estado tende a fixar sua atenção e esforço na solução de problemas conjunturais, 
problemas que afligem à generalidade dos habitantes. O Estado empobrecido 
não prestigia determinados setores da população, como exigia a terceira idade. 
 
Por isso, é quase certo dizer que os idosos de nossa sociedade estão 
marginalizados. Eles estão excluídos da produção contra sua vontade, tornam-se 
pouco consumidores tende a consumir maiores recursos da saúde, e acabam 
sobrevivendo a expensas de uma sociedade quase sempre hostil, recebendo 
ajuda caridosas que esta se digna oferece-lhes. Estão excluídos da produção por 
que ninguém lhes da emprego, tornam-se pouco consumidores por que não têm 
dinheiro, não têm dinheiro por que ninguém lhes dá emprego, e consomem 
recursos da saúde por que adoecem, e adoecem mais por que não têm recursos 
para a saúde. Forma-se assim um deplorável ciclo vicioso. 
 
Um dos sintomas deste descuido social geral para o idoso é o escasso 
conhecimento que se tem de sua realidade psicológica, de sua subjetividade e 
da percepção que ele tem de si e do mundo em que vive. Os estudos referidos à 
velhice se concentram, em geral, nos aspectos demográficos, socioeconômicos, 
de seguridade social e de saúde física, deixando de lado a saúde emocional e o 
colorido dos sentimentos da pessoa que envelhece. 
 
O relacionamento do idoso com o mundo se caracteriza pelas 
dificuldades adaptativas, tanto emocionais quando fisiológicas; sua performance 
ocupacional e social, o pragmatismo, a dificuldade para aceitação do novo, as 
alterações na escala de valores e a disposição geral para o relacionamento 
objetivo. No relacionamento com sua historia o idoso pode atribuir novos 
 
 
 
7 
 
significados a fatos antigos e os tons mais maduros de sua afetividade passam a 
colorir a existência com novos matizes; alegres ou triste, culposas ou meritosas, 
frustrantes ou gratificantes, satisfatórias ou sofríveis. Por tudo isso a dinâmica 
psíquica do idoso é exuberante, rica e complicada. 
 
Do ponto de vista vivencial, o idoso está numa situação de perdas e 
continuadas; a diminuição do suporte sócio-familiar, a perda do status 
ocupacional e econômico, o declínio físico continuado, a maior freqüência de 
doenças físicas e a incapacidade pragmática crescente compõe o elenco de 
perdas suficientes para um expressivo rebaixamento do humor. Também do 
ponto de vista biológico, na idade avançada é mais freqüente o aparecimento de 
fenômenos ou doenças físicas capazes de produzir sintomatologia depressiva. 
 
Nos capítulos seguintes serão abordados o conceito da 
psicomotricidade e suas estruturas psicomotoras; as teorias do envelhecimento 
(biológico, psicológico, social e funcional); e a benefícios da psicomotricidade na 
terceira idade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
CAPÍTULO I 
PSICOMOTRICIDADE 
O CONCEITO 
 
 
 
Diversos autores apresentam conceitos relacionados à 
Psicomotricidade. Para Pierre Vayer (1986), a educação psicomotora é uma 
ação pedagógica e psicológica que utiliza os meios da educação física com o 
fim de normalizar ou melhorar o comportamento da criança. 
 
 Segundo Jean Claude Coste (1978), é a ciência encruzilhada, onde se 
cruzam e se encontram múltiplos ponto de vista biológicos, psicológicos, 
psicanalíticos, sociológicos e lingüísticos. 
 
 Para Jean de Ajuriaguerra (1670), é a ciência do pensamento através do 
corpo preciso, econômico e harmonioso. 
 
 Podemos dizer a que Psicomotricidade é uma ciência que tem por 
objetivo o estudo do homem, através do seu corpo em movimento nas 
relações com o seu mundo interno e externo, bem como sua possibilidades de 
perceber, atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. 
 
 Procura fazer com que cada um possa adapta-se ao meio (familiar, social, 
escolar) sem que para isso tenha que renunciar à sua personalidade mas pelo 
contrario, desenvolvendo as possibilidades de troca e de comunicação com o 
exterior e, em primeiro lugar, sabendo conhecer e dominar o seu corpo, pela qual 
todas as trocas são possíveis.9 
 
 O objetivo da Psicomotricidade é ajudar as pessoas a conviverem melhor 
com elas mesmas e, consequentemente com o mundo em volta, ensinando-as a 
se movimentar melhor. 
 
 A Psicomotricidade compreende, no fundo, uma mediação corporal e 
expressiva, na qual o professor especializado ou terapeuta, estuda e compensa 
condutas motoras inadequadas e inadaptadas em diversas situações geralmente 
ligadas a problemas: de comportamento, de desenvolvimento e de maturação 
psicomotora, de aprendizagem e de âmbito psico-afetivo. 
 
 Visa privilegiar a qualidade da relação afetiva,a disponibilidade tonica, a 
segurança gravitacional e o controle postural, a noção do corpo, sua lateralização 
e direccionalidade e a planificação práxima, enquanto componentes essenciais e 
globais da aprendizagem e do seu ato mental concomitante. 
 
 
ESTRURURAS PSICOMOTORAS 
 
 As estruturas psicomotoras definidas como básicas são; locomoção, 
manipulação e tônus corporal, que interagem com a organização espaço-
temporal as coordenações finas e amplas, coordenação óculo-segmentar, o 
equilíbrio, a lateralidade, o ritmo e o relaxamento. Elas são traduzidas pelos 
esquemas posturais e de movimentos, como: andar, correr, saltar, lançar, rolar, 
oscilar, engatinhar, trepar e outros movimentos que se relacionam com os 
movimentos da cabeça, pescoço, mãos e pés. 
 
 A psicomotricidade leva em conta o aspecto comunicativo do ser humano, 
do corpo e da gestualidade. 
 
 Podemos dividi-la em sois conceitos básicos: os funcionais e os 
relacionais. 
 
 
 
10 
 
 
 Os conceitos funcionais são referentes à integração motora do indivíduo 
em um determinado espaço e tempo, cuja ação e qualidade podem ser 
percebidas e mensuradas. São eles: 
 
Coordenação Motora Ampla 
 Possibilidade do controle e da organização da musculatura ampla para a 
realização de movimentos complexos. A coordenação está relacionada à 
atividades de grandes músculos. Através da movimentação e da 
experimentação, o indivíduo procura seu eixo corporal, buscando um equilíbrio 
cada vez melhor. Nesta busca, vai coordenando seus movimentos e tomando 
maior consciência do seu corpo. 
 
 A coordenação motora ampla e a experimentação levam a criança a 
adquirir a associação do movimento, isto é, ela deve conseguir realizar múltiplos 
movimentos ao mesmo tempo, cada membro realizando uma atividade diferente 
havendo uma conservação da unidade do gesto. 
 
 Diversas atividades levam à conscientização global do corpo: andar, 
correr, pular, rolar, arrastar-se, pegar, sentar, jogar, lançar, etc. 
 
Atividade: Andar com uma bola entre as pernas, saltar de diferentes formas: 
com um pé só, com os dois pés, por cima dos objetos. 
 
 
Ritmo 
 É a força criadora que está presente em todas as atividades humanas e 
se manifesta em todos os fenômenos da natureza. Trabalho de tempo, ou seja, 
noções de tempo (acelerado, rápido, lento, etc) 
 Toda criança tem um ritmo natural, muito deste ritmo se conserva por toda 
vida. Há três tipos de ritmo: motor, auditivo e visual. 
 
 
 
11 
 
 
Motor - Ligado ao movimento que se realiza em intervalos constantes: andar, 
correr, nadar. 
 
Auditivo – Normalmente é trabalhado em associação com movimentos: cantar, 
dançar, tocar alguns instrumentos. 
 
Visual – Diz respeito à exploração de um campo visual muito amplo para ser 
percebido em um só olhar. Exemplo: ler um texto. É necessário organização e 
fluidez para que a leitura faça sentido. 
 
Atividade: Dança das cadeiras; produzir sons com o corpo. 
 
 
Postura 
 Está diretamente ligada ao tônus, construindo uma unidade tônico-
postural, cujo controle facilita a possibilidade de canalizar a energia necessária 
para realizar os gestos, prolongar uma ação ou levar o corpo a uma posição 
determinada. 
 
Atividade: Andar em cima de uma corda estendida no chão. 
 
 
Coordenação Motora Fina 
 Capacidade de controlar os pequenos músculos para exercícios refinados. 
Constitui um aspecto particular da coordenação-motora ampla. É de fundamental 
importância na gráfica. Entretanto, seu bom desenvolvimento não pode cultivar-
se isoladamente. Apóia-se no trabalho da coordenação motora ampla. O ato de 
lançar, por exemplo, é particularmente interessante ao processo educativo. 
Devido à relação entre o campo visual e a motricidade do braço. A 
 
 
 
12 
 
interdependência braço e tronco, fator de precisão na coordenação viso manual, 
deverá ser trabalhada globalmente e também com exercícios específicos. O 
desenho e o grafismo são muito importantes no trabalho da coordenação motora 
fina. 
 
 O ideal é que a preparação para a escrita seja feita antes da criança 
aprender a ler, proporcionando que leitura e escrita se desenvolvam 
simultaneamente e que questões da coordenação não dificultem a aprendizagem 
da leitura. É interessante que o simbolismo verbal se associe ao simbolismo 
gráfico, e que a criança, além da expressão verbal possa expressar-se através 
do grafismo. 
 
 Exemplo: recorte, colagem, encaixe, etc. 
 
Atividade: pintar com os dedos dos pés, jogo de pega-varetas, fazer um nó 
simples, dobraduras, fazer um laço. 
 
 
Equilíbrio 
 É a base de toda a coordenação dinâmica global. É a noção de 
distribuição do peso em relação a um espaço e a um tempo e em relação ao eixo 
de gravidade. Depende essencialmente do sistema plantar. Pode ser estático 
ou dinâmico. 
 
 Segundo Ajuriaguerra (1972), “o tônus que prepara e guia o gesto é 
simultaneamente a expressão da realização ou frustração do indivíduo”. O tônus 
apresenta-se como uma tensão que regula e controla a atividade postural como 
suporte do movimento. 
 
 
 
 
13 
 
 É também a base de toda a ação diferenciada dos segmentos corporais. 
Existem relações estreitas entre as alterações ou insuficiências do equilíbrio 
estático e dinâmico e os latentes estados de ansiedade ou insegurança. 
 
Atividade: Equilíbrio estático (capacidade do indivíduo parado): equilibra-se 
sobre um pé só, inclina-se verticalmente para frente e para trás. 
Equilíbrio dinâmico (movimento): andar na ponta dos pés, andar com um copo 
cheio de água na mão. 
 
 Não pode haver coordenação de movimentos sem um bom equilíbrio, 
permitindo o ajustamento do homem ao meio. É um dos sentidos mais nobres do 
corpo humano. À medida que ele cresce e evolui, o equilíbrio torna-se cada vez 
mais importante e sua base de sustentação a seu tamanho e sua forma 
imprescindível para sua manutenção. 
 
 
Respiração 
 O ato respiratório compreende duas fases: a ativa, inspiração, e a 
passiva, expiração. 
 
Atividade: Encher bolas de gás, desenhos soprados com canudinho de refresco 
e nanquim ou equilibrar bolinha de isopor de um canudinho de refresco. 
 
 
Imagem Corporal 
 Representação do corpo, a impressão que a pessoa tem de si própria. 
Essa Imagem de si acompanha o nascimento do “eu” e do “eu corporal” e, 
posteriormente, o nascimento do objeto permanente. Ligada a aspectos 
relacionais e envolve experiências interiores, expectativas sociais e emoções. A 
imagem é tudo aquilo o que foi vivido. 
 
 
 
 
14 
 
A imagem corporal diz respeito aos sentimentos do 
indivíduo em relação à estrutura de seu corpo como a 
bilateralidade, lateralidade, dinâmica e equilíbrio corporal. 
As relações entre o corpo e os objetos situados no espaço 
ao seu redor referem-se aos conceitos direcionais do 
indivíduo e à consciência de si próprio e do desempenho 
do que ele cria no espaço. (Fátima Alves, 2003, p. 53) 
 
 Apósa percepção global do corpo, vem a etapa de consciência de cada 
segmento corporal. Esta se realiza de forma interna (sentindo uma parte do 
corpo) e externa (vendo cada segmento em um espelho, em uma outra criança ou 
em uma figura). 
 
 
Esquema Corporal 
 Elemento básico indispensável para a formação da personalidade da 
criança, sendo seu núcleo central, pois reflete o equilíbrio entre as funções 
psicomotoras e sua maturidade. Através do corpo a pessoa percebe as coisas 
que a cercam em função do seu corpo. É a representação que cada indivíduo faz 
de si mesmo e que permite orientar-se no espaço. Baseada em vários dados 
sensoriais proceptivos e esteroceptivos, esta representação esquematizada é 
necessária à vida normal. 
 
 A estruturação do esquema corporal refere-se à possibilidade de 
descobrir e controlar o próprio corpo. 
 
 O corpo é o canal para que a criança interaja com o meio experimentando 
sensações e expressando emoções. 
 
 O indivíduo que não tem consciência do seu corpo pode apresentar 
dificuldades de percepção, controle, equilíbrio e coordenação dos movimentos, o 
que prejudica a execução das mais variadas atividades, desde vestir-se até jogar 
bola. 
 
 
 
15 
 
 
Atividade: Brincar de carrinho de mão, desenhar-se em tamanho natural no 
papel e depois contornar-se por cima do desenhado para posterior comparação. 
 
 
Organização e Estruturação Espacial 
 É a orientação e a estruturação do mundo exterior, a partir do Eu depois a 
relação com outros objetos ou pessoas em posição estática ou em movimento. 
É fundamental no estabelecimento de relações físicas com as pessoas e objetos 
que compõem o meio que o circunda. 
 
A estruturação Espacial é: 
· Tomada de consciência da situação do seu próprio corpo em um meio 
ambiente, isto é, do lugar e da orientação que pode ter em às pessoas e 
coisas. 
· Tomada de consciência da situação das coisas entre si. 
· Possibilidade, para o sujeito, de organizar-se perante o mundo que o 
cerca, de organizar-se as coisas entre si, de colocá-las em um lugar, de 
movimentá-las. 
 
Atividade: Crianças sentadas em círculo, uma delas sai da sala, as outras 
mudam de lugar e a criança que saiu deve reconhecer quem mudou e para onde. 
 
 
Orientação Temporal 
 A boa orientação temporal possibilita que o indivíduo seja capaz de 
conhecer conhecimentos passados e também de projetar seu futuro, planejando 
ações ligadas a situações ainda não vividas. Esse evento liga-se a um perfeito 
entendimento das noções de passado, presente e futuro. 
 
 
 
 
16 
 
“O espaço é um instantâneo tomado sobre o curso do 
tempo e o tempo é o espaço em movimento (...) o tempo é 
a coordenação dos movimentos: quer se trate dos 
deslocamentos físicos ou movimentos no espaço, quer se 
trate destes movimentos internos que são as ações 
simplesmente esboçadas, antecipadas ou reconstituídas 
pela memória, mas cujo desfecho e objetivo final é 
também espacial” (Jean Piaget) 
 
 As orientações espacial e temporal são estudadas distintamente mas, na 
realidade, estão interligadas em uma organização espaço-temporal. 
 
 Assim como à organização espacial, a organização temporal também não 
é inata, necessitando de um certo amadurecimento cognitivo para se 
desenvolver. 
 
 A percepção temporal permite, além da consciência e da interiorização 
dos ritmos motores corporais, a percepção dos ritmos exteriores. Esta 
passagem é indispensável para que a criança possa tomar conta de seus 
próprios movimentos e organizá-los a partir da representação mental. Esta última 
possibilidade só se realizará no estágio seguinte do desenvolvimento 
psicomotor. 
 
Tipos de Tempo 
Tempo subjetivo - é aquele criado por nossa própria impressão, varia conforme 
as pessoas e a atividade do momento (uma atividade desagradável parece a 
custar mais a passar do que outra , vivenciada como agradável). 
 
Tempo objetivo – é o tempo matemático, sempre idêntico; uma hora dura 
sempre sessenta minutos. A consciência de que uma hora tem a mesma 
duração, tanto no que se refere a uma atividade prazerosa quanto a uma 
atividade desagradável. Isso é fundamental para a nossa organização cotidiana. 
 
 
 
 
17 
 
 
Lateralidade 
 É a capacidade motora de percepção integrada dos dois lados do corpo: 
direito e esquerdo; é a capacidade de vivenciar a simetria do seu corpo: a 
bilateralidade, a unilateralidade e a dominância lateral; é a propensão do sujeito 
de utilizar preferencialmente mais um lado do corpo do outro. Existe a 
dominância de um lado dos lados, que apresenta maior força muscular, mais 
precisão e mais rapidez. 
 
Atividade: Percorrer espaços demarcados no chão com linhas, ora com um pé, 
ora com o outro; cruzar instruções: mão direita na orelha esquerda, calcanhar 
esquerdo no joelho direito. 
 
 
Tônus 
 Refere-se a firmeza muscular, e está presente tanto nos músculos em 
repouso como em movimento. 
 
Atividade: Subir em corda com nós ou em barras simétricas. Serra Serra 
Serrador, também é uma ótima opção, que coaduna exercício com música. 
 
 
Organização Temporal 
 É a capacidade de situar-se em função da sucessão de acontecimentos, 
da duração dos intervalos, da renovação cíclicas de certos períodos e do caráter 
irreversível do tempo. 
 
Atividade: Organizar o calendário da escola: contar o que já fez ontem, hoje e o 
que pretende fazer amanhã; compor sua árvore genealógica; marchar, andar, e 
rolar bolas com diferentes velocidades. 
 
 
 
18 
 
 
 
 
Organização Espaço-Temporal 
 É a capacidade de avaliar tempo-espaço dentro da ação. 
 
· Percepção Visual – capacidade de receber informações do mundo 
através dos olhos. 
· Percepção Auditiva – capacidade de receber informações do mundo 
através dos ouvidos. 
 
Atividade: Andar livremente parando a um sinal determinado; pular corda de 
acordo com o seu próprio ritmo, em dupla, de acordo com o ritmo do outro. 
 
Relaxamento 
 É uma forma de atividade psicomotora na qual se objetiva a redução das 
tensões psíquicas, levando à descontração muscular. 
 
Atividade: Cubo de gelo: ficar duro como um cubo de gelo e depois “derreter”. 
 
Percepção e Controle do corpo 
 É a capacidade de identificar e localizar os diferentes segmentos 
corporais; vivenciar a amplitude destes segmentos e buscar formas diversas com 
seu corpo; vivenciar sensações diversas. 
 
Atividades: Jogos dêem oportunidades de trabalhar com noções de quente ou 
frio; duro ou macio; pesado ou leve; seco ou molhado; barulho ou silêncio, etc. 
 
CAPÍTULO II 
TEORIAS DO ENVELHECIMENTO 
 
 
 
19 
 
 
 Todo organismo multicelular possui um tempo limitado de vida e sofre 
mudanças fisiológicas com o passar do tempo. A vida de um organismo 
multicelular costuma ser dividida em três fases: a fase de crescimento e 
desenvolvimento, a fase reprodutiva e a senescência, ou envelhecimento. Durante 
a primeira fase, ocorre o desenvolvimento e crescimento dos órgãos 
especializados, o organismo cresce e adquire habilidades funcionais que o 
tornam apto a se reproduzir. A fase seguinte é caracterizada pela capacidade de 
reprodução do indivíduo, que garante a sobrevivência e perpetuação. A terceira 
fase, a senescencia, é caracterizada pelo declínio da capacidade funcional do 
organismo. 
 
“A característica principal da velhice é o declínio, 
geralmente físico, que leva a alterações sociais e 
psicológicas. Os teóricos, classificam esse declínio de 
duas maneiras: a senescência e a sensibilidade. A 
senescência, que é um fenômeno fisiológico,arbitrariamente identificada pela idade cronológica, pode 
ser considerada um envelhecimento sadio, onde o 
declínio físico e mental é lento, sendo compensado, de 
certa forma, pelo organismo.” (Nadeau, p. 55, 1985) 
 
 
 O envelhecimento e causado por alterações moleculares e celulares, que 
resultam em perdas funcionais progressivas dos órgãos e do organismo como 
um todo. Esse declínio se torna perceptível ao final da fase reprodutiva, muito 
embora as perdas funcionais do organismo comecem a ocorrer muito antes. O 
sistema respiratório e o tecido muscular, por exemplo, começam a decair 
funcionalmente já a partir dos 30 anos. 
 
 Logo depois de atingir a maturidade reprodutiva as chances de 
sobrevivência do indivíduo já começam a diminuir. Essa tendência faz parte do 
processo de evolução de todos os organismos multicelulares. Assim, o 
desenvolvimento, a reprodução e o envelhecimento são etapas naturais da vida 
 
 
 
20 
 
de cada espécie, que ocorrem de forma seqüencial e interdependente: o inicio 
da senescência é dependente da fase reprodutiva que, por sua vez, é 
dependente do desenvolvimento. No entanto, não há uma separação rígida entre 
as três fases. O crescimento pode continuar mesmo depois da que a maturidade 
reprodutiva é atingida. 
 
 A tendência normal do organismo de manter a estabilidade interna, 
ajustando processos metabólicos e fisiológicos em resposta as agressões, é 
chamada de homeostase. Quando a homeostase é perdida, a adaptabilidade do 
individuo ao estresse interno e externo decresce e a susceptibilidade à doenças 
aumentada. A morte ocorre em algum momento da senescência, quando o 
organismo não consegue mais restabelecer o equilíbrio funcional. 
 
 De acordo com os gerontologistas, o processo de envelhecimento começa 
desde o momento da concepção, sendo então a velhice definida como um 
processo dinâmico e progressivo onde há modificações tanto morfológicas como 
funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam a progressiva perda da 
capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, ocasionado maior 
vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que culminam por 
levá-los à morte. 
 
 Conclui-se então que o processo de envelhecimento não é um processo 
unilateral, mas a soma de vários processos entre si, os quais envolvem os 
aspectos biopsicossociais. 
 
 
 
 
 
2.1- Teorias do Envelhecimento Biológico 
 
 
 
21 
 
 Segundo Moreira ( 2001, p.41) o envelhecimento biológico é caracterizado 
pela perda das reservas funcionais. De qualquer maneira, é evidente que cada 
espécie animal tem um tempo de vida próprio. Isso destaca a importância que 
têm os determinantes genéticos que regulam a longevidade e representam uma 
barreira biológica absoluta. 
 
 As modificações no organismo dos indivíduos avançam proporcionalmente 
ao desenvolvimento e envelhecimento. Assim como o desenvolvimento inicial, o 
envelhecimento está geneticamente programado, sendo ambos inerentes ao 
longo da vida, cuja característica principal é a acentuada perda da capacidade 
de adaptação e menor expectativa de vida. As modificações variam de pessoa 
para pessoa, dependendo, entre outros aspectos, de suas condições físicas 
internas, do meio ambiente e do estilo de vida. 
 
“Essencialmente, marca-se o envelhecimento biológico 
pela diminuição da taxa metabólica refletindo na lentidão 
do intercambio de energia do organismo. A energia, 
quando usada em excesso, não é totalmente recuperada, 
uma vez que o aumento da idade celular decorrente de 
menor capacidade para divisão celular resulta em 
desaceleração funcional. Assim, o envelhecimento do 
tecido é o resultado da mudança das células renováveis 
para não renováveis.” (Simões, 1998,p46) 
 
 A literatura enumera algumas características como: 
· Diminuição progressiva e irreversível de energia livre disponível no 
organismo; 
· Perdas celulares; 
· Enfermidades degenerativas próprias da velhice, como conseqüência 
geral; 
· Diminuição gradual da capacidade de adaptação do individuo ao meio 
ambiente; 
· Aumento do tecido conjuntivo no organismo; 
· Perda gradual das propriedades elásticas dos tecidos conjuntivos; 
 
 
 
22 
 
· Desaparecimento de elementos celulares do sistema nervoso; 
· Redução da quantidade de células de funcionamento normal; 
· Aumento da quantidade de gordura; 
· Diminuição do consumo de O2; 
· Diminuição da quantidade de sangue que o coração bombeia em estado 
de repouso (braquicardia); 
· Diminuição do processo respiratório (processo mais lento); 
· Diminuição da força muscular; 
· Diminuição hormonal (excreção das glândulas sexuais/supra –renais); 
· Perda de massa óssea e sais de cálcio (osteoporose e hipocalcemia); 
· Pode ocorre a Osteomalácia ( falha na mineralização da matriz óssea; 
· Perdas hídricas (líquidos) redução de água corporal e do consumo basal 
de O2; 
· Deslocamento funcional da musculatura dos pés e pernas; 
· Aumento da espessura dos tecidos dos vasos capilares; 
· Diminuição da capacidade de coordenação e da habilidade; 
· Deficiência auditiva e visual; 
· Decréscimo do número e do tamanho das fibras musculares; 
· Diminuição da atividade elétrica do cérebro; 
· Baixa taxa de absorção de calorias; 
· Decréscimo de permeabilidade da membrana bocal dos capilares; 
· Alterações degenerativas arterioseleroticas; 
· Hipertensão; 
· Diminuição da mobilidade da caixa torácica; 
· Menor elasticidade pulmonar, número de alvéolos e capilares pulmonares; 
· Capacidade vital é diminuída; 
· Aparelho locomotor – ossos menos sólidos – ligamentos e tendões mais 
fracos, cápsula articulares com menos liquido sinovial; 
· Aparelho respiratório – deformação na coluna vertebral, por causa 
também da gravidade, ajudando na perda de elasticidade pulmonar; 
 
 
 
23 
 
· Circulação sanguínea – arteriosclerose, varizes, vasos diminuem de 
tamanho; 
· Coração – diminui a capacidade de performance devido a má circulação 
e perda da elasticidade das veias; 
· Sistema nervoso – diminuição da ação e reação, fadiga e vertigens; 
· Metabolismo – modificações a níveis celulares, problema de alimentação, 
fraca resistência à doenças.] 
· Insuficiências cardíacas; 
· Aneurisma dissecante; 
· Lesões valvulares; 
· Cardiomegalia; 
· Infarto e pós-infarto; 
· Forte insuficiência coronária apresentado sintomas subjetivos e 
eletrocardiográicos em esforço com cargas mínimas; 
· Aneurisma da parede cardíaca; 
· Embolias recentes na pequena ou grande circulação; 
· Grave lesão da função ventilatória; 
· Moléstias infecciosas agudas; 
· Trombo flebites; 
· Isquemia cerebral recente; 
· Hipertensão arterial interna e estabilizada; 
· Doenças metabólicas não controladas: diabetes, hipertireoidismo; 
· Obesidade marcante; 
· Perturbações eletrolíticas; 
· Certas modificações como a digitalis. 
 
 
 
2.2 – Envelhecimento Psicológico 
 
 
 
24 
 
Segundo Verderi, para o geronte, o domínio psicológico torna-se mais 
difícil, pois a longa historia da vida acentuada as diferenças individuais, quer pela 
aquisição de um sistema de reivindicações e desejos pessoais, quer pela 
fixação de estratégias de comportamento. Através de uma barreira social, 
pessimismo face à existência, passividade e queixas somáticas, que têm sido 
erroneamente considerados como parte do processo normal do envelhecimento, 
mascaram-se a ansiedade, a depressão e a insônia, precursoras comuns de 
infarto do miocárdio. (2004, p54) 
 
 O aspecto psicológico é (evidenciado por um processo dinâmico e 
extraordinariamente complexo muito influenciadopor fatores individuais que se 
iniciam com um declínio lento e depois acentuado das habilidades que o 
indivíduo desenvolvia anteriormente). 
 
· Aceitação ou recusa da situação do velho; 
· Aceitação ou rejeição pelo meio; 
· Atitude hostil ante o novo; 
· Diminuição da vontade, das aspirações e da atenção; 
· Enfraquecimento da consciência; 
· Apego ao conservadorismo; ao da memória; 
· Anomalias do caráter: desconfiança, irritabilidade e indocilidade; 
· Estreitamento da afetividade. 
· Depressão 
 
No decorrer dos anos, certas modificações se processam no intimo do 
indivíduo, de forma que ficam alterados seu valores e atitudes. Os 
entusiasmos são menores, a motivação tende a diminuir e são necessários, 
ao idoso, estímulos bem maiores para fazê-lo empreender uma nova ação. A 
auto-imagem e a auto-estima são modificadas no processo de 
envelhecimento, diminuindo a positividade. É como se ele carecesse de 
 
 
 
25 
 
reserva de força física ou psicológica para lutar contra fatores, tanto externos 
como internos, que ameacem a vida. 
 
 
 
2.3 – Envelhecimento Social 
 Segundo Verderi (2004), com o envelhecimento é comum o indivíduo 
 sentir-se só. Nesta etapa da vida, o apoio da família, a convivência com 
amigos e a participação em um grupo social pode contribuir para ausência da 
solidão e da inutilidade. Nesse momento, destacam-se considerações quanto à 
aposentadoria, à família, aos amigos e ao ambiente que o cerca. (2004, p50) 
 
Sociologicamente, a idade não significa apenas um espaço de tempo, mas 
uma categoria, uma atividade sócio-econômica, modo diferente de vida, 
características pessoais, objetivos e conflitos de natureza variável, sentimentos 
positivos e negativos. 
 
 Analisemos alguns fatores que levam ao envelhecimento social com curva 
de declínio mais acentuado: 
· Isolamento social; 
· Situação econômica crítica; 
· Insegurança social; 
· Estado de saúde insatisfatório; 
· Ruptura com a vida profissional; 
· Perda concomitante da função e do status social; 
· Falta de opção do idoso poder escolher ou rejeitar o lazer; 
· Falta de opção do idoso poder optar por uma aposentadoria ativa ou 
passiva (vítimas da normas pré-estabelecidas pela sociedade); 
· A experiência de vida que cada idoso traz consigo, sua repercussão no 
processo vital, os acontecimentos dos anos que somados e integrados 
constituem constituem a “historia de uma vida”, fundamentada na carga 
 
 
 
26 
 
hereditária, na bagagem genética, nos hábitos de vida adquiridos 
(alimentação, higiene, oportunidade escolar, oportunidade profissional, 
cultura, etc...) e na intercorrencia desses hábitos, direcionando situações 
de sucesso ou insatisfação. 
 
 
 
2.4 – Envelhecimento Funcional 
 No envelhecimento do organismo as alterações morfológicas e funcionais 
dos órgãos e tecidos não são sempre patológicas, no entanto, as patologias 
podem aparecer decorrente de desequilíbrios no processo de envelhecimento. 
Inúmeras alterações ocorrem com nossas funções ao longo dos anos. 
 
 A partir dos anos 40 a estatura começa a diminuir perdendo cerca de 1 
cm por década e acentua-se após ao 70 anos. Esse fato decorre principalmente 
da diminuição dos arcos plantares, encurtamento da coluna (diminuição do 
liquido transcelular, compressão dos discos intervertebrais e maior curvatura da 
cifose dorsal). O diâmetro da caixa torácica cresce em virtude do aumento da 
cifose, e a sua mobilidade está diminuída devido à calcificação dos arcos 
costais, das articulações condroesternais, das alterações degenerativas das 
articulações costovertebrais e da diminuição da força muscular. 
 
 Há o aumento da caixa torácica e do crânio. O crescimento progressivo 
do nariz e dos pavilhões auditivos contribuem para uma conformação típica facial 
da pessoa idoso, devido ao acumulo da cartilagem. 
 
 Ocorre alterações na composição corporal onde o aumento do tecido 
adiposo tende a se acumular nas regiões perierrenal e em substituição ao 
parênquima que se perde nos diversos órgãos. 
Em sua maioria, o idoso apresenta pela seca e inelástica. Este fato, bem 
como o aparecimento de rugas, pigmentação, manchas e verrugas, é explicado 
 
 
 
27 
 
pela diminuição da espessura da camada epitelial, das fibras elásticas, do 
colágeno e pela desidratação. 
 
Ocorre a diminuição de pêlos por todo o corpo, fazendo-se exceção as 
sobrancelhas, a orelha e as narinas. Ocorre a queda de cabelo pela inatividade 
ou morte das células do bulbo capilar. 
 
Estudos mostram que a partir de 60 anos ocorre uma produção mais lenta 
de proteínas com tendência à produção de estruturas alteradas, favorecendo ao 
individuo aquisição de algumas patologias. Conseqüentemente, inicia-se uma 
diminuição no numero da células.. 
 
A produção de anticorpos também será reduzida. Estaremos na fase da 
diminuição de nossas defesas, ou seja, queda da imunidade, favorecendo, 
assim, o aparecimento de varias patologias. 
 
Os hormônios também sofrem alterações, desestabilizando a função de 
vários órgão, deixando-nos pré-dispostos à hipertensão arterial, diabetes, 
alterações do sono e outras. 
 
O sistema respiratório sofre grandes perdas funcionais fisiológicas 
condicionadas pela idade. A expansibilidade do tórax é diminuída, favorecida 
pela redução da tonicidade dos músculos respiratórios, dilatação dos 
bronquíolos, atrofia dos músculos associados a respiração e diminuição da 
ventilação pulmonar. Pode ocorrer também o aparecimento de fibras cruzadas 
do tecido pulmonar, diminuição do numero de capilares alveolares, diminuição da 
elasticidade dos pulmões. Respiração menos profunda e mais acelerada e, 
conseqüentemente, um aumento da fadiga, iniciando um processo de “enfisema 
da velhice”. 
“A dinâmica da respiração fica diretamente afetada em 
decorrência de modificações da caixa torácica e no 
 
 
 
28 
 
parênquima pulmonar. O diafragma passa a trabalhar 
com mais intensidade, auxiliado pelas vísceras celíacas e 
pela musculatura da parede abdominal. A redução da 
expansibilidade do tórax vem em conseqüência da 
ossificação da parte anterior das costelas que 
funcionalmente garantem a mobilidade com o externo, o 
que permite as variações de diâmetro e da caixa torácica.” 
(Simões, 1998, p.52) 
 
O pulmão em envelhecimento, caracterizado por uma dilatação dos ductos 
alveolares, uma diminuição na elasticidade dos alvéolos e uma diminuição no 
número de alvéolos, provoca uma diminuição da superfície total respiratória; 
através do deslocamento da parcela não solúvel ocorre uma redução da 
elasticidade pulmonar. (Moreira, 2001, p.55) 
 
Envelhecimento do sistema nervoso, inicia-se um processo de diminuição 
do número de células do cérebro, diminuição da velocidade da passagem de 
mensagens pelos nervos, redução da sensibilidade tátil, diminuição das 
substancias químicas associadas à atividade neurotransmissora, diminuição do 
fluxo sanguíneo para o sistema nervoso, diminuição no equilíbrio e na 
coordenação motora. Os movimentos tornam-se mais lentos e diminui a atenção 
e concentração. 
 
“...) O peso do cérebro aumenta aproximadamente até 
20anos, mantendo-se estável até por volta dos 60 anos, 
para então perder 1,4% a 1,7% de seu peso por década. 
Anatomicamente, os sulcos aumentam (diminui a 
espessura dos giros), os ventrículos aumentam e a 
camada cortical diminui. No estudo citológico a perda 
celular não é igual em todo o cérebro, predominando no 
neocórtex, cerebelo e hipocampo, sendo menos evidente 
nas regiões subcorticais. Há diminuição da rede 
dendrítica e do numero de sinapsesem nível 
cortical.”(Moreira, 2001,p.50) 
 
 
 
 
 
29 
 
Envelhecimento do sistema cardiovascular: diminuição do numero de 
células do músculo cardíaco, decréscimo da elasticidade do mesmo; as válvulas 
do coração se tornam menos flexíveis, aumento da pressão arterial sistólica, 
surgimento de depósito de gordura nos vasos sanguíneos (colesterol), maior 
incidência de ateriosclerose entre outros. 
 
Os vasos sanguíneos, no entanto, na pessoa idosa, apresentam-se menos 
elásticos, tornando-se estreitos, aumentado assim a resistência do fluxo 
sanguíneo. O endurecimento das paredes dos vasos sanguíneos (artérias, veias 
e capilares) ocasiona alterações no abastecimento de nutrientes aos vários 
sistemas e órgãos do corpo, inclusive o sistema nervoso central. 
 
A coordenação sensório-motora gradualmente torna-se menos eficiente, 
devido aos prejuízos que o sistema neuromuscular já apresenta; o idoso precisa, 
portanto, de instruções claras e concretas, e não de movimentos rápidos, uma 
vez que se preocupa em analisar a tarefa a ser executada antes de desempenhar 
ou não o ato motor. 
 
Acham-se também reduzidas as sensações do próprio corpo, a 
percepção do movimento de vibração e feedback de posicionamento. A 
manipulação de objetos pode ser impedida ou dificuldade não só pela 
problemática da visão mas também por intermédio das sensações 
proprioceptivas. 
 
A ligeira perda nas aptidões psicomotoras, em especial naquelas 
relacionadas à coordenação, à agilidade mental e aos sentidos (visão e audição) 
levando os idosos a um desempenho menos satisfatório quando submetidos a 
alguns testes que exigem rapidez de execução ou longa duração. Além disso, 
ocorre uma diminuição na velocidade dos reflexos e da execução de gestos e um 
aumento do tempo de reação devido a diminuição da resposta motora a um 
estimulo sensorial. 
 
 
 
30 
 
Quanto ao cansaço a recuperação do idoso é lenta por não apresentar a 
mesma capacidade para desenvolver suas tarefas. Esta ressalva justifica-se, por 
que o limiar anaeróbico é proporcionalmente mais baixo em relação ao seu 
volume máximo de oxigênio que nesta fase encontra-se mais reduzido. 
 
A articulação envelhecida é geralmente flexível e menos móvel. Alterações 
no tecido conjuntivo dos músculos, ligamentos, cápsulas articulares e tendões 
parecem responsável pela perda da flexibilidade e mobilidade. 
 
Portanto, torna-se importante ter em mente o que o envelhecimento causa 
na estruturas musculares, articulares e ósseas e consequentemente adotarmos 
uma postura preventiva dessas ocorrências fisiológicas do individuo. Essas 
atitudes de prevenção incluem a aquisição do hábito de atividades físicas 
regulares. 
 
No capítulo seguinte, veremos a importância da Psicomotricidade aplicada 
a terceira idade (o idoso). As considerações ousam uma forma de se procurar 
quantificar a qualidade de vida. Através das sugestões propostas, favorecer ao 
idoso, melhor desempenhar as funções do dia-a-dia, independentemente do seu 
contexto socioeconômico-cultural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
CAPITULO III 
BENEFÍCIOS DA PSICOMOTRICIDADE NA 3ª IDADE 
 
 
 O corpo comunica-se por gestos e expressões, com uma parte ou pelo 
todo, com ou sem intenção, percebendo ou sem perceber. Através dos atos 
motores, ele expressa emoções, sensibilidade, entre outras manifestações. 
 
 Segundo Gaiarsa (1989, p.62), o corpo revela os meandros e as curvas 
da historia pessoal: os segredos, os traumas e os triunfos de dias passados. 
Todos eles são corporificados em ligamentos e músculos e expressos na 
postura, nos movimentos, tendões, vitalidade. Podemos até afirmar que ele não 
mente; antes, revela o interior da pessoa. No entanto, em muitas situações e por 
diversos motivos, ele é um completo obscuro não revelado. O corpo conta coisa 
sobre nossa história emocional e nossos mais profundos sentimentos, nosso 
caráter e nossa personalidade. Ele se comunica através das palavras 
pronunciadas e escritas; todavia, o tom de voz e a musicalidade da frase 
colocada revelam o tempo emocional, os sentimentos que acreditamos estejam 
secretos, mas que muitas vezes não se percebe, apesar de sua existência. 
 
 Muitas pessoas tem medo ou vergonha de sentir, de ver, de explorar, de 
conhecer e viver este corpo. A Psicomotricidade auxiliar esta pessoa a ver de 
maneira diferente seu corpo. 
 
 O corpo é usado indiretamente para comer, para algumas relações 
sociais, um pouco para dançar, trabalhar, acariciar e muito pouco para o prazer 
social. 
 
 O movimento corporal é o resultado das nossas emoções; portanto, torna-
se impossível a separação entre corpo e mente. É conveniente lembrar que no 
 
 
 
32 
 
caso da pessoa idosa, as atitudes corporais refletem não só o seu estado 
interior, mas também o resultado de uma vida toda. As sensações negativas são 
expostas pela rejeição ao próprio corpo, julgando-o feio e incapaz, mascarando o 
aspecto mais positivo que é o viver ou o estar corporalmente vivo. 
 
A Psicomotricidade direcionada para a terceira idade, é um exemplo que 
irá contribuir para o prolongamento do tempo de vida, fazendo com que o idoso 
que estava em repouso, não permaneça sedentário, inerte, mais sim uma pessoa 
ativa em progresso. Embora certas experiências do dia a dia venham a 
contribuir para que o idoso sinta-se desanimado, quando se faz esforço para 
subir escadas, nas dificuldades de vestir uma roupa com zíper nas costas, calçar 
os sapatos, entrar e sair da banheira. Situações como estas exemplificadas, 
fazem com que o idoso sinta-se deprimido. Quando este se vê como 
dependente, precisando de ajuda. 
 
 Promover a parte social durante uma aula de psicomotricidade é muito 
importante, pois nem sempre todos os alunos demonstram interesse na 
importância da atividade funcional; e havendo a fase social, esta contribuirá, de 
certa forma, para que os alunos permaneçam sempre integrados, participantes e 
motivados em todos os acontecimentos 
 
 A preocupação em construir a imagem corporal não pode estar distante 
do que o corpo significa, das suas dimensões e de sua totalidade. 
 
 É preciso que a expressão do corpo se traduza pelo registro das reações 
emocionais, afetivas, conscientes ou inconscientes, em face da percepção que o 
rodeia. 
 
 Através da exploração e de experiências com seu próprio corpo, o ser 
humano começa a diferenciar suas capacidades e seus limites. Se o corpo é 
 
 
 
33 
 
considerado sem importância, insignificante, então pode estar limitado à 
estrutura da auto-estima (Marsh, 1994) 
 
 O destino humano depende sobremaneira do autoconceito. A visão que 
tem de si mesmo promove as escolhas, as decisões, as preferências, como que 
determinando o tipo de vida e, simultaneamente, realimentando positiva ou 
negativamente o autoconceito. 
 
 Ao atingir a terceira idade, porém, surgem novas transformações 
biológicas, sociais e psicológicas. Observa-se, freqüentemente, como a 
autodesvalorização que se segue perturba a integração total da personalidade. 
 
 A motricidade realça o corpo e o autoconceito, em interdependência com 
o meio ambiente; eis a chave para o desenvolvimento humano, em todas as 
etapas da existência nos idosos. 
 
 A psicomotricidade, além de “trabalhar” o corpo e ser saudável, de ser um 
meio contra o isolamento social, a solidão, a rejeição, de reunir os mais velhos 
em grupos com igual objetivo, age como incentivadora do autoconceito, 
influenciando a mudança de suas atitudes, ao longo do tempo. 
 
 Omovimento abarca a totalidade do ser; ultrapassa e vai além de 
melhorias aparentemente só motoras, associando-se aos desenvolvimentos 
cognitivos, volitivos e sociais. Os idosos mostram-se mais abertos, 
emocionalmente equilibrados, bem humorados, com atitudes positivas mediante 
os fatos da vida, o que contribui para o encontro de uma nova identidade. 
 
 O bem-estar do idoso não pode ser considerado simplesmente como um 
estado físico. Será um processo contínuo de mudança e desenvolvimento, onde 
ele possa conservar e trabalhar suas energias, sua saúde biopsicossocial, de 
 
 
 
34 
 
melhor maneira possível, e ajustar-se às mudanças e perdas decorrentes do 
processo da senescência. 
 
 No âmbito das relações familiares, sentimentos como os de perda da 
ocupação e a tendência à solidão podem surgir em função da independência dos 
filhos, viuvez e conseqüente esvaziamento da casa (Mota, 1990). A relação 
afetiva no contexto familiar é um dos principais fatores de equilíbrio e bem estar 
dos que envelhecem. Assim, a aceitação e respeito, raiva ou rancor são frutos 
de laços sentimentais construídos ao longo do tempo que repercutem no apoio 
ao idoso e que, de maneira relevante, irão exigir um novo mapeamento das 
relações familiares de convivência social (Novaes, 1995). 
 
 Há que se considerar aqui os efeitos da perda da autoridade na 
subjetividade da pessoa idosa, que, por doença, pobreza e/ou fragilidade 
emocional tende a progressivamente perder espaço para os mais jovens, filhos e 
netos, na decisão de aspectos centrais de sua vida (Mota, 1990). 
 
 Outro fato relevante é a existência de conflitos familiares, os quais 
contribuem para a desestabilização do processo de ajuste social nesta nova fase 
da vida. Isto pois, na sociedade de consumo em que vivemos, onde o valor 
social prioritário é o poder econômico, o velho é discriminado e excluído por não 
ser mais “produtivo” nem se integrar aos padrões de beleza e juventude 
culturalmente valorizados, ou seja, não tem mais nenhum valor produtivo e atrativo 
para a sociedade (Birman. 1994). 
 
 Sendo assim, a velhice reserva-se uma série de preconceitos e tabus que, 
incorporados e reproduzidos pelos próprios idosos, acentuam a tendência de 
segregação dos mais velhos, sustentada pela idéia de que são pessoas que 
existiram no passado, que realizaram o seu percurso psicossocial e que esperam 
simplesmente o momento de se despedir do mundo (Birman, 1994). 
 
 
 
 
35 
 
 Deve-se observar a tendência do idoso ao entrar no ciclo vicioso do 
envelhecimento e que um programa de exercícios esteja dirigido para quebrar tal 
ciclo (Teixeira, em Faria Júnior, 1986). 
 
 A prescrição de exercícios para os idosos deve ser projetada em função 
da idade de cada indivíduo, do nível de preparo e da condição de saúde. Os 
objetivos da atividade física devem voltar-se para o aumento da resistência 
cardiorrespiratória, da composição corporal, da flexibilidade, da força muscular e 
da resistência (Elia, 1991). 
 
 A elaboração de uma aula para idosos deve considerar a individualidade 
e suas possibilidades, para que o mesmo possa desempenhar suas atividades 
diárias com autonomia. Favorecer para o que o mesmo não perca sua auto-
suficiência, através da manutenção de sua saúde física e mental. 
 
 Alguns fatores de risco devem ser considerados: quedas, arritmia 
cardíaca, alterações cardíacas agudas, alterações da visão, alterações da função 
vestibular, distúrbios do equilíbrio pela instabilidade do corpo que ocorre com o 
aumento da idade, doenças do nervo periféricos, doenças musculares, 
osteoporose, transtornos da marcha por depressão entre outros. 
 
 O compromisso das aulas de psicomotricidade é resgata as capacidades 
físicas, o social, o psicológico e o funcional que sejam pré-requisito básicos para 
a reconquista de novas possibilidade. Abaixo algumas destas capacidades 
físicas: 
 
Coordenação – faz-se importante promover aos idosos movimentos com varias 
ações musculares e em seqüência de movimentos. 
 
Ritmo – exercícios com variações de ritmos (lento, moderado, acelerado, etc) 
Velocidade – atividades em que o idoso realizem sucessões rápidas de gestos. 
 
 
 
36 
 
Agilidade – favorecer atividades que estimulem os gestos rápidos e mudanças 
de direção e de gestos no menor tempo possível. 
 
Equilíbrio – através do equilíbrio o geronte será capaz de realizar as atividades 
físicas diárias com mais segurança, com mais domínio dos movimentos e o risco 
de quedas será menor. Na aplicabilidade das atividades, o domínio dos 
movimentos e o risco da queda será menos provável. Na aplicabilidade das 
atividades, o domínio do equilíbrio estático e dinâmico devem ser estimulados. 
 
Com a prática das atividades físicas, os envelhecentes passam a sentir uma nova 
e agradável disposição física e mental. Com o convívio regular adquirem um 
ótimo relacionamento com o grupo, trocando experiências e anseios, o que 
contribui sobretudo para a alegria de viver. 
 
 Na prática de atividades físicas, as mesmas necessitam ser adaptadas 
aos fatores referentes à prescrição e à adequação dos exercícios, de forma 
correta e segura, para cada idoso. 
 
 Cumpre, pois, observar com que método, com qual freqüência, com qual 
duração e com qual intensidade se obtêm resultados satisfatórios e benefícios 
que atendam ao grupo de idosos. O exame médico obrigatório é ponto de 
partida para a prática de alguma atividade física. 
 
 Os programas das atividades devem ser alegres, motivantes, de forma a 
deixar os senescentes à vontade e descontraídos. Após uma sessão de qualquer 
atividade espera-se que se sintam animados e descansados, com atenuação e 
até mesmo com o desaparecimento da angústia e da depressão. 
 
 É por meio da praticidade das aulas de Psicomotricidade, que o professor 
e/ou psicomotricista irá despertar o interesse do idoso através da motivação. A 
 
 
 
37 
 
motivação faz com que se desenvolva: a satisfação, a criatividade, o ânimo, o 
bem estar espiritual e social e a integração do aluno com as inovações. 
 
 É certo que a dinâmica da vida não permite procedimentos estáticos, 
retrocessos. Valorizemos no geronte o que foi vivido, o que se tornou possível 
viver. Os profissionais do envelhecimento devem ter a constante preocupação de 
resgatar o esquecido, promover o desconhecido e torná-lo real. Recolocar os 
gerontes “no tabuleiro”, afinal, o jogo ainda não acabou e estes são peças 
importantes e decisivas em jogadas futuras. “Uma peça” experiente e ainda 
capaz de administrar a sua vida, e por que não? “Uma peça” que já administrou 
ou ajudou a administrar outras vidas, não deve ser ignorada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
 
38 
 
 
 
 A sociedade atual, nos âmbitos político, financeiro e estrutural, persegue o 
“progresso” através do alto desenvolvimento tecnológico, levando os indivíduos a 
necessitarem cada vez menos de movimentos em seu cotidiano, prejudicando 
assim a manutenção das atividades físicas naturais, acostumando-os a uma vida 
sem esforços corporais. 
 
 Os meios de transporte em geral substituem as caminhadas. A própria 
distância entre os lugares leva-nos a permanecer nestes transportes por volta de 
30 horas semanais. O elevador poupa subir escadas, a televisão e o trabalho 
nos mantêm sentados por horas seguidas, impossibilitando-nos do convívio 
alegre em família nas atividades recreativas e esportivas. O sedentarismo 
efetivou-se como um dos males das grandes cidades.Concluir que o processo de envelhecimento depende de quatro fatores 
principais: o biológico, o psicológico, o social e o funcional. São estes fatores 
que podem preconizar a velhice, acelerando ou retardando as doenças e os 
sintomas da idade madura. 
 
 É fato que a nossa relação com o mundo nos afeta fisiologicamente, mas 
o inverso também é verdadeiro, já que mudanças fisiológicas, principalmente 
endócrinas e neurológicas, as quais podem afetar o nosso comportamento. 
Assim, podemos dizer que uma boa qualidade de vida na terceira idade depende 
do tipo de hábito que a pessoa adquire desde a juventude e da relação que a 
pessoa mantém com a juventude quando do seu envelhecimento. Por isso para 
se ter uma boa qualidade de vida na terceira idade é imprescindível hábitos 
alimentares saudáveis e a pratica regular de exercícios físicos, além de se manter 
um contato social saudável e de reciprocidade com a família e a sociedade. 
 Além dos fatores biológicos, a deterioração da saúde pode ser causada 
não somente por um “processo natural”, mas também por uma falta ou qualidade 
 
 
 
39 
 
de relações sociais e vice-versa. Desta forma, o aspecto psicossocial se torna 
fundamental para planejarmos o futuro, no sentido de promover relações sociais 
estáveis entre jovens e idosos e também entre as pessoas idosas, já que efeitos 
são positivos quando causados por um caráter voluntário, associando-se a idéia 
da independência nas relações sociais, tornando-se possível as manter, 
aumentando o bem-estar físico e psicológico. A capacidade e a possibilidade de 
ajudar, de participar como sujeito ativo nas interações, podem promover 
resultados positivos na saúde, principalmente na saúde mental das pessoas 
idosas. 
 
 É certo que não se pode evitar o envelhecimento. Porém, podemos 
interferir na maneira de como envelhecer, contribuindo para um significativo bem 
estar em nossas atividades e relacionamento social. É necessário que se 
mantenha um equilíbrio entre o fator fisiológico, psíquico e social, para que se 
possa ter uma voa qualidade de vida quando o indivíduo alcançar a senescência. 
Entretanto, envelhecer não significa necessariamente redução de capacidade e 
diminuição de atividades. Envelhecer pode significar enriquecimento espiritual e 
uma vida aprazível. 
 
 Apesar de alguns decréscimos de eficiência e capacidade físico-motora, 
à medida que envelhecemos, não se deixa de ser possível manter um nível 
relativamente alto de desempenho físico e mental por alguns anos. Aqueles que 
mantêm uma vida ativa de forma física, cognitiva e social serão sempre 
privilegiados. 
 
 Realmente, hoje estamos diante de uma escolha fundamentada em novos 
paradigmas do envelhecimento, dando-nos a opção de desistir de nossa 
dependência ou de assumir o controle sobre nossas funções, direcionando-as 
para melhores opções e maior qualidade de nossos anos a vindar, fazendo valer 
a frase de Almir Sater: “Cada um de nós compõe a sua história e cada ser em si 
carrega o dom de ser capaz e ser feliz”. 
 
 
 
40 
 
 
 O trabalho com os idosos, em nosso entender, deve enfocar a 
conscientização deste ser idoso-corpo-no-mundo. O idoso deve ter certeza que 
seu corpo ainda pode realizar e participar de muitas atividades e ações que 
produzam vida. E a produção e manutenção da vida é, sem dúvida, a melhor 
forma de contribuir para a conscientização do fenômeno corporeidade. 
 
 É certo que a dinâmica da vida não permite procedimentos estáticos, 
retrocessos. Valorizemos no idoso o que foi vivido, o que se tornou possível 
viver. Os profissionais do envelhecimento devem ter a constante preocupação de 
resgatar o esquecido, promover o desconhecido e torna-lo real. 
 
 A aula deve ser um local de as pessoas se encontrem para satisfazer suas 
necessidades mútuas, realizar trocas importantes, desfrutando de amizades. 
Deve ser uma experiência enriquecedora e gratificante, com incentivo à 
participação na busca de realização de objetivos comuns. É a oportunidade que 
eles terão de utilizar o grande cabedal de experiências adquiridas ao longo de 
suas vidas e realizar a troca das mesmas. 
 
 Diferenças e contratempos existirão sempre, e sempre estarão vinculados 
a características comportamentais e de experiências vivencias de cada idoso. 
Resta-nos a identificá-las, adaptá-las e aplica-las em benefício de cada um deles. 
No feixe das emoções, liberar as tensões e as inseguranças. No pensar de cada 
dia, a satisfação de que estaremos contribuindo para minimizar, eliminar os 
males do envelhecimento psicológico, social e funcional. 
 
 
 
 
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