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AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL RODRIGO DE CASTRO CARDOSO Mestre em Ciências da Saúde (UFG/FM) Especialista em Fisiologia do Exercício (UNIFESP/EPM) Licenciatura Plena em Educação Física (UEG/ESEFFEGO) Docente da Faculdade Estácio de Sá - Goiás Private Trainer na Body Tech INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL 1. Definição de termos. 2. Anamnese; 2.2. Estratificação de Risco. 3. Métodos de Avaliação. AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL Por que fazer a Avaliação Morfofuncional? Para verificar a condição inicial do aluno, atleta ou cliente; Para obter dados para a prescrição adequada da atividade; Para obter dados para incluir, excluir e indicar uma atividade física; Para programar o treinamento; Para acompanhar a progressão do aluno durante o treinamento (reavaliações); Para verificar se os resultados estão sendo atingidos. APLICABILIDADE DA AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL Desenvolvimento Estética Performance e Rendimento Saúde Fisiologia do Exercício Clínico AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL Definição de Termos CINEANTROPOMETRIA: “Estudo do corpo humano, de forma estática e dinâmica, em relação a estrutura, funções gerais e todas suas relações internas e externas, com o objetivo de análise do desempenho, em especial de aspectos de condição física, seguimento de crescimento/desenvolvimento e análise de fatores intervenientes, inclusive os nutricionais” (KISS, p.19, 2003 apud KISS, BÖHME e REGAZZINI, 1999). MORFOLÓGICO: considera a estrutura física, analisada pelas diferentes medidas somáticas de rotina, como massa, estatura, perímetros, diâmetros e comprimentos, associadas a proporcionalidade, somatotipo, composição corporal e maturação sexual. FUNCIONAL: variáveis condicionais, como resistência aeróbia (potência e capacidade aeróbia), resistência anaeróbia (potência e capacidade lática e alática) e velocidade, bem como, força/potência muscular e flexibilidade. AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL Definição de Termos Medida: É a determinação da grandeza; classicamente, medir é comparar com grandezas conhecidas e preestabelecidas. Teste: É um instrumento de medida. Avaliação: É a interpretação dos resultados obtidos pelas medidas clássicas, ou comparação de qualidade do aluno ou atleta, com alguns critérios também preestabelecidos. AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL Tipos de Avaliação Avaliação Diagnóstica • É realizada para conhecermos a situação em que se encontra determinado indivíduo ou grupo, em relação a uma ou diferentes variáveis. • Esse tipo de avaliação, comumente efetuado no início do programa ajuda o profissional a calcular as necessidades dos indivíduos e, elaborar o seu planejamento de atividades, tendo como base essas características ou, então, a dividir a turma em grupos (homogêneos ou heterogêneos) visando facilitar o processo de assimilação da tarefa proposta. Avaliação Formativa (Compara o indivíduo com ele mesmo) • Procura, durante todo decorrer do processo, saber e informar ao objeto de estudo o que está ocorrendo, a fim de dinamizar ao máximo o processo ensino aprendizagem. Avaliação Somativa • É a soma de todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do planejamento, com o objetivo de obter um quadro geral da evolução do indivíduo. AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL Variáveis de Performance Variável Psíquica Ansiedade, motivação, inteligência e personalidade. Variável Metabólica Sistema Aeróbico e Sistema Anaeróbico. Variável Neuromuscular Força, Resistência, Velocidade, Flexibilidade e Coordenação. Variável Morfológica Composição Corporal, Somatotipo, Proporcionalidade, crescimento e desenvolvimento. AVALIAÇÃO MORFOFUNCIONAL Princípios Básicos Para se avaliar, efetivamente, todas as medidas devem ser conduzidas com os objetivos do programa pré-estabelecido; Devem ser conduzidos e supervisionados por pessoas treinadas; Os resultados devem ser interpretados considerando toda sua abrangência: social, mental, física e psicologicamente; Nenhum teste ou medida é perfeito; Deve sempre existir o re-teste para se observar o desempenho; Usar os testes que mais se aproximam da situação da atividade. ANAMNESE E ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO 2.1. Anamnese; 2.2. Estratificação de Risco. ANAMNESE Conceito Anamnese é uma palavra de origem grega e significa recordar. Ocorre em forma de entrevista e representa um importante elemento na etapa de coleta de dados para se obter maior segurança na avaliação e prescrição de exercícios (MONTEIRO & LOPES, 2009). ANAMNESE Componentes A Anamnese é composta pelos seguintes tópicos: Objetivos com a prática de atividade física; Histórico de atividade física; Hábitos alimentares; História de doença atual (HDA) História patológica pregressa (HPP). A HPP tem grande importância na avaliação diagnóstica, pois nela está inserida a estratificação de risco cardíaco. Um fator de risco é uma condição que, quando presente, aumenta significativamente a probabilidade da ocorrência de uma doença degenerativa comum, como diabetes ou doença cardiovascular, ou aumenta a probabilidade de morte. ANAMNESE Princípios Básicos para Obtenção Motivação para ouvir o aluno/cliente; Evitar interrupções e distrações; Dispor de tempo para ouvir o aluno/cliente; Não desvalorizar informações ou expressar sentimentos desfavoráveis (irritação, desprezo,tristeza); Possuir conhecimentos teóricos sobre a todos os componentes da anamnese. TRIAGEM DE SAÚDE Deve-se realizar a “triagem da saúde e estratificação de riscos para diminuir a incidência de complicações cardiovasculares e músculo-esqueléticas durante o exercício.” (A.C.S.M, 2003) ATESTADO MÉDICO O Contexto de Goiânia-Goiás Lei nº 8588/2007 Os futuros participantes de um programa de exercícios devem obter exame físico e autorização assinada por um médico, especialmente se eles forem: Homens com idade ≥ 45 anos; Mulheres com idade ≥ 55 anos; Indivíduos de qualquer idade com dois ou mais fatores de risco; Indivíduos de qualquer idade com um ou mais sinais/sintomas de doença cardiovascular ou pulmonar; Indivíduos de qualquer idade com doenças cardíaca, pulmonar ou metabólica conhecidas. HEYWARD, 2004. FATORES DE RISCO PARA DOENÇA CORONARIANA 19 CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 20 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL 4.1. Métodos de Avaliação 4.2.1. Diretos 4.2.2. Indiretos 4.2.2.1. Duplamente Indiretos 4.2.2.2. Laboratoriais: Pesagem Hidrostática, DEXA e Plestimografia. 4.2.2.3. Campo: Bioimpedânicia e Dobras Cutâneas MODELOS DE ANÁLISE DE COMPOSIÇÃO CORPORAL Os cientistas utilizam modelos teóricos de composição corporal, que subdividem a massa corporal total, em dois ou mais componente, usando-se modelos químicos, anatômicos ou fluido-metabólicos. Geralmente, os modelos químicos e corpo total têm sido amplamente utilizados na pesquisa de composição corporal. Modelo de 2C – predição de dobras cutâneas Modelos de multicomponentes – ECF= fluido extracelular; ICF= fluido intracelular; ICS= sólidos intracelulares; ECS= sólidos extracelulares. Por que avaliar Composição Corporal? Nível alto ou excessivamente baixo de gordura é prejudicial; Estabelece peso ótimo para saúde o desempenho dos atletas; Formular as diretrizes dietéticas e prescrição dos exercícios com finalidade de modificar a composição corporal e avaliar a eficácia; Monitorar as mudanças na composição corporal que ocorrem com o crescimento, maturação e envelhecimento a fim de distinguir modificações normais dos estados patológicos; Estudos e pesquisas. Composição Corporal Análise da Composição Corporal é a quantificação dos principaiscomponentes estruturais do corpo humano. Maiores causas de variação da massa corporal Peso Corporal = Massa Magra + Massa Gorda Massa Magra: - músculos *em maior proporção * principal responsável pelo gasto calórico em repouso e em exercício - ossos - órgãos vitais Massa Gorda: gordura -Funções orgânicas essenciais: -Proteção de órgãos; -Isolamento térmico; -Síntese hormonal; -Em excesso pode ser prejudicial à saúde: diabetes, hipertensão arterial cardiopatias TÉCNICAS DE MEDIDA DA COMPOSIÇÃO CORPORAL Para análise da composição corporal podem-se empregar técnicas com procedimentos de determinação: Direta; Indireta; Duplamente indireta. Nos últimos anos, os recursos indiretos de maior destaque envolvem a técnica da densiometria, espectrometria e da absortometria radiológica de dupla energia. Contudo, não se pode ignorar a existência de outros métodos igualmente importantes, como a ultrasonografia, a tomografia axial computadorizada, a ressonância magnética ativa. MÉTODOS DIRETOS O ACSM (2003) categoriza como sendo métodos diretos a dissecação e a análise química de tecidos isolados de cadáveres inteiros, sendo os mesmos impróprios para avaliação in vivo, porem, são de extrema importância para construir dados básicos os quais servirão de alicerce para as técnicas indiretas. O estudo mais importante e significativo de dissecação anatômica no âmbito da cineantropometria, foi realizado na Universidade de Vrije- Bélgica- entre outubro de 1979 e junho de 1980. 25 cadáveres entre 55 e 94 anos. MÉTODOS INDIRETOS PESAGEM HIDROSTÁTICA A pesagem hidrostática é um método de laboratório amplamente usado para avaliar a densidade corporal total. Baseia-se no princípio de Arquimedes, o qual estabelece que um corpo imerso em água, é repelido por uma força contraria igual ao peso da água deslocada. Assim, quando um corpo é pesado dentro da água é possível obter seu volume e através da relação entre massa e volume, calcula-se sua densidade. Ao realizar esse procedimento, uma pessoa entra em um taque de água norma, submerge abaixo da superfície da água e então expira completamente, enquanto técnicos registram seu peso. Como esse procedimento envolve adaptação ao meio líquido, são realizadas de 8 a 12 pesagens submersas, sendo que é utilizada na fórmula a média das três maiores médias. MÉTODOS INDIRETOS: PESAGEM HIDROSTÁTICA Os tecidos ósseos e musculares são mais densos que a água, enquanto o tecido adiposo é menos denso. Portanto, uma pessoa com mais massa isenta de gordura para a mesma massa corporal total pesa mais na água e possui uma densidade corporal mais alta e um percentual mais baixo de gordura corporal. (ACSM, 2003) A determinação do volume se dá pela diferença entre o peso corporal do indivíduo fora da água e completamente submerso na água. Considerando que corpos mais densos que a água tendem a afundar e menos densos tendem a flutuar, quanto mais pesado for um corpo dentro da água em relação a um mesmo volume, maior a sua densidade. As maiores desvantagens da pesagem hidrostática são: custo e tempo para conduzir um teste, a necessidade dos avaliados tolerar a submersão a um determinado volume residual e restrições pelas equações limitadas para populações especificas que convertem a densidade corporal para um percentual de gordura. (Rogers & Roberts, 2002). MÉTODOS INDIRETOS: PESAGEM HIDROSTÁTICA Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa MÉTODOS INDIRETOS: PLETISMOGRAFIA DE DESLOCAMENTO DE AR O volume corporal total pode ser medido também pelo deslocamento do ar, em vez de fazê-lo pelo deslocamento de água. A pletismografia por deslocamento de ar tem produzido resultados de percentual de gordura similares aos obtidos com hidrodensitometria, “com uma diferença de média de percentual de gordura comparada a hidrodensitometria de apenas -0,3%, e um coeficiente de correlação = 0,96, e um erro padrão de estimativa = 1,81% no percentual de gordura.” (Robergs & Roberts, 2002, p. 304). Esta nova tecnologia se revela extremamente promissora e se apresenta como uma alternativa aos indivíduos que não estão aptos a submersão aquática durante tempo suficiente para uma analise ideal de pesagem subaquática. MÉTODOS INDIRETOS: ABSORCIOMETRIA DE RAIO X DE DUPLA ENERGIA (DEXA) A absorciometria de raio X de dupla energia é uma técnica nova que está ganhando espaço como método de referencia para pesquisa de composição corporal. Este método produz estimativas de mineral ósseo, de gordura e de massa magra do tecido mole. É uma tecnologia altamente confiável, pois apresenta alto grau de concordância entre as estimativas de percentual de gordura corporal entre DEXA e pesagem hidrostática. É uma alternativa interessante para hidrodensitometria por ser seguro e rápido (média de 10 a 20 minutos um exame de corpo todo), alem de exigir cooperação mínima do sujeito. (HEYWARD, 2004). MÉTODOS DUPLAMENTE INDIRETOS Consistem em métodos que dependem de uma combinação de métodos usados para estimar um componente desconhecido. São exemplos comuns as equações para estimar o percentual de gordura corporal através da mensuração de dobras cutâneas e a resistência bioelétrica, (ACSM, 2003). MÉTODOS DUPLAMENTE INDIRETOS DOBRAS CUTÂNEAS (DOC) A composição corporal determinada a partir das mensurações das dobras cutâneas correlaciona-se muito bem com a composição corporal determinada por pesagem hidrostática, apresentando um r = 0,70-0,90. Este método baseia-se no princípio de que a quantidade de gordura subcutânea é proporcional à quantidade total de gordura corporal. (ACSM, 2003). As equações de estimativas de dobras cutâneas são desenvolvidas com modelos de regressão lineares (população específica) ou quadráticos (generalizados). MÉTODOS DUPLAMENTE INDIRETOS BIOIMPEDÂNCIA A impedância bioelétrica, também conhecida por bioimpedância, é uma técnica para calcular a adiposidade pela medição da condutividade elétrica no corpo. A análise da impedância bioelétrica é um método rápido, relativamente barato e não-invasivo. Apesar da exatidão da previsão relativa ser semelhante àquela da mensuração de dobras cutâneas, a bioimpedância pode ser preferível em algumas circunstâncias, pois não requer um alto grau de habilidade técnica por parte do avaliador e é mais confortável pro avaliado. (ACSM, 2003). Esta é uma técnica para calcular a adiposidade pela medição da condutividade elétrica no corpo. Baseia-se no principio de que a massa magra e a massa gordurosa possuem níveis de condutividade elétrica distintos para uma mesma corrente elétrica. “levando-se em conta que o peso isento de gordura contém grandes quantidades de água e de eletrólitos, constitui um bom condutor, diferentemente da gordura, que é anidra e um condutor precário de eletricidade.” (ACSM, 2003, p. 397). MÉTODOS DUPLAMENTE INDIRETOS: BIOIMPEDÂNCIA Preparo para exame de bioimpedância 1. Pacientes menstruadas não podem fazer este exame. 2. Se você estiver em uso de algum remédio que o faça urinar muito (diurético) procure o seu médico para avaliar a retirada deste remédio por 3 dias. O exame só pode ser feito se você ficar 3 dias sem usar diurético. 3. Não usar objetos metálicos durante o exame. Exemplo: brinco, pulseira, relógio. 4. Não consumir nas 24 horas antes do exame café, chás, bebidas alcoólicas (vinho, pinga, vodca, uísque, chopp, cerveja e demais bebidas que contenham álcool) bebidas energéticas (gatorade, red Bull etc) e bebidas efervescentes. 5. Não comer 4 horas antes do exame. 6. Não beber água 30 minutos antes do exame. 7. Urinar antes do início do exame, pois este deve ser realizado com a bexiga vazia. 8. Não realizar nenhuma atividade física no dia do exame.MÉTODOS DUPLAMENTE INDIRETOS: BIOIMPEDÂNCIA Fonte: Rogers & Roberts, 2002, p. 310. • Material didático elaborado meramente para exposição do conteúdo em sala de aula; • A utilização deste material não exclui a necessidade de consulta e estudo da bibliografia adotada para a disciplina (verificar ementa).
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