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HISTÓRICO • SENADO Projeto 166/2010 • SUBSTITUTIVO DO SENADO: Sen, Valter Pereira • CÂMARA: PL 8.046/2010 (Projeto Barradas) • SENADO: Relatório final (Sen Vital do Rego) • Texto final com aprovação de 12 destaques. Sanção presidencial com vetos aos arts: Vacattio legis de 1 ano - data da entrada em vigor dia 18 de março (17 se contar em dias) PL 168/2015 aprovado: 44 alterações no projeto aprovado o São elas: julgamento e processamento de feitos em ordem cronológica - arts. 12 e 153; hipóteses de dispensa de caução para prosseguimento da execução provisória - art. 521 e 537, §3o; julgamento de recursos e processos em seção virtual - também chamado de plenário virtual – art. 945, revogado; cabimento de ação rescisória por manifesta violação a norma jurídica pela ausência de distinguishing na aplicação de precedente - art. 966, §§ 5o. e 6o; cabimento de reclamação - art. 988, III, IV e §5o; juízo de admissibilidade do recurso especial e do recurso extraordinário - art. 1.029, §2o – revogado; art. 1.030, com novos incisos e parágrafos; art. 1.035, §3o, II – revogado; art. 1.041, §2o; competência para concessão de efeito suspensivo nos recursos especial e extraordinário - art. 1.029, §5o., I e III; prazo de suspensão dos processos por conta da afetação de recurso repetitivo - art. 1.035, §10, revogado; art. 1.037, § 5o; recurso contra a decisão que nega segmento a recurso especial ou extraordinário ou determina a suspensão de processo com recurso especial ou extraordinário interposto - art. 1.035, §7o; art. 1.036, §3o; art. 1.037; 1.042, caput e revogação dos incisos I a III e §1o, além da alteração do §2o do mesmo artigo; limitação do tribunal superior à decisão de afetação quando do julgamento do recurso repetitivo - art. 1.037, §2o; fundamentação da decisão que julga os recursos repetitivos afetados - art. 1.038, §3o; A exposição de motivos do anteprojeto. Objetivos claros. 1) estabelecer expressa e implicitamente verdadeira sintonia fina com a Constituição Federal; 2) criar condições para que o juiz possa proferir decisão de forma mais rente à realidade fática subjacente à causa; 3) simplificar, resolvendo problemas e reduzindo a complexidade de subsistemas, como, por exemplo, o recursal; 4) dar todo o rendimento possível a cada processo em si mesmo considerado; 5) finalmente, sendo talvez este último objetivo parcialmente alcançado pela realização daqueles mencionados antes, imprimir maior grau de organicidade ao sistema, dando-lhe, assim, mais coesão. 1. PARTE GERAL Destinac ̧ão de um Livro específico que abriga a Parte Geral do Código. (Art. 1o. a 317), com Seis Livros: - Livro I: Das normas fundamentais e Da aplicação das normas processuais - Livro II: Da função jurisdicional - Livro III: Dos sujeitos do processo - Livro IV: Dos atos processuais - Livro V: Da tutela provisória - Livro VI: Formação suspensão e extinção do processo PRINCIPAIS ASPECTOS > Transferiu-se toda a parte das intervenções de terceiro para a Parte Geral (art. 119 a 138) > • Assistência simples e litisconsorcial • Denunciação da Lide (Proíbe-se a denunciação per saltum, revogando o art. 456 do CC. (art. 1072, II) • Chamamento ao processo • extiguiram-se: oposição (virou procedimento especial) e nomeação a autoria • Incluiu-se a desconsideração da personalidade jurídica e o “amicus curiae” > Desconsideração da personalidade jurídica (art. 133 a 137) • Não há rol das hipóteses, somente a regulamentação do incidente, com contraditório • É tratado como um caso de intervenção de terceiro • Permite-se a “desconsideração inversa”. > Amicus curiae (art. 138) • Regramento completo • Terceiro interveniente • Possibilidade de pleitear o ingresso em quer feito com repercussão Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. § 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. § 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do amicus curiae. § 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. > Positivaram-se os “princípios constitucionais do processo”, incluindo o princípio da cooperação (art. 6o.) e da Boa-fé (art. 5o.). (Código Suíço e Português), duração razoável e outros reforçamentos de princípios processuais constitucionais (art. 8o.) • Proibição das “decisões-surpresa”, ou de “terceira via” (art. 10). Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. > Alterou-se o regime das questões prejudiciais, extinguindo-se a Ação Declaratória Incidental, estendendo a coisa julgada às questões prejudiciais desde que com o devido aprofundamento de cognição e estabelecimento do contraditório ( art. 503, § 1º) > Cooperação internacional: série de normas gerais a respeito, desburocratizando, principalmente através do ”Auxílio Direto”, requerido diretamente à “Autoridade Central’” (Ministério da Justiça), que, se for o caso, requererá medida judicial à AGU. (Art. 28 A 34). Veto ao art. 35! (Rogatória como forma de cooperaçãoo). > Conciliação e Mediação (art. 165 a 175) • Diferenças: Momento e postura: o Conciliador atua de modo ativo, quando as partes ainda não tenham relações anteriores, propondo soluções. O Mediador apenas encaminha e esclarece, instando as partes a, elas mesmas, buscarem uma solução. (art. 165) – nova lei 13.140/2015 (inclui a adm pública) • Estabelece princípios e parâmetros • Estabelece formas de recrutamento do conciliador e do mediador, que passam a ser auxiliares da justiça. > Arbitragem (nova Lei – 13.129/2015, altera a LA) • Forte estímulo • ? natureza jurídica? Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. § 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei. • Impossibilidade de reconhecimento de ofício • Sigilo no processo • Criação da Carta Arbitral (Art. 69, p. 1o, art. 260, p. 3º.) > Poderes do Juiz: O projeto do Senado dava poderes maiores. Estruturam-se esses poderes no art. 139, incluindo > “cláusula geral executiva”: IV – determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária; > alterações de procedimento VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do direito; • Proibição de determinar a execução de multa fixada liminarmente • Obrigação de julgamento em ordem cronológica de conclusão (sentenças e acórdãos) (art. 12) Art. 12. Os juízes e os tribunais deverãoobedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. NOVA ALTERAÇÃO: PL 168 Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão § 1º A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. § 2º Estão excluídos da regra do caput: I – as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II – o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III – o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; IV – as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V – o julgamento de embargos de declaração; VI – o julgamento de agravo interno; VII – as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; VIII – os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; IX – a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. § 3º Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. § 4º Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1º, o requerimento formulado pela parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. § 5º Decidido o requerimento previsto no § 4º, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. § 6º Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1º ou, conforme o caso, no § 3º, o processo que: I – tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; II – se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. O art. 153, que estabelece a mesma ordem para escrivão/chefe de secretaria tb foi modificado. • Obrigatoriedade de ampla fundamentação das sentenças (art. 489) § 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. § 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão. § 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé. > Exercício da advocacia: inibem-se práticas protelatórias, criando, p. ex. honorários em sede recursal (art. 85, §11) • A multa do “contempt of court” continua a não atingir o advogado (Art. 77.) • Novo regramento para fixação de honorários para quando a Fazenda Pública for ré no processo (Art. 85, §. 3o, estabelecendo faixas, de 1% a 20%, conforme o valor da condenação). • Honorários como direito autônomo do advogado, de caráter alimentar, vedada a compensação nos casos de sucumbência parcial (Art. 85, § 14). • Todos os prazos serão contados em dias úteis (art. 219). > Gratuidade de justiça (Art. 98 a 102): derroga a lei 1060/50, regrando o tema exaustivamente (incidente, decisão, recurso, possibilidade de concessão parcial, etc). > Fazenda pública em juízo: • Ganhou um capítulo próprio (art. 182 e 184) • Mantiveram-se as prerrogativas, com ajustes • Prazo em dobro, sempre, inclusive para contestar (art. 183) • A execução de obrigação de pagar contra a Fazenda virou cumprimento de sentença • Manteve-se o reexame necessário, com mais ressalvas, inclusive de valores de alçada que podem chegar a mil salários mínimos!. (art. 496) • Honorários para o advogado público Art. 85: § 19. Os advogados públicos perceberão honorários de sucumbência, nos termos da lei. > Acordo de procedimento e calendário processual (art. 190) • Ampliam-se em muito as possibilidades de “negócios jurídicos processuais”. • As partes podem “moldar o processo” de acordo com as peculiaridades. • O calendário processual é a grande inovação, dispensando as intimações. • O juiz fiscaliza as hipossuficiências e a manutenção do equilíbrio processual. > Tutela provisória – urgência ou evidência (art. 294 a 311) • Tutela provisória de urgência: cautelar ou tutela antecipada. > Criou-se a tutela antecipada antecedente (art. 303), inclusive com estabilidade da decisão a respeito (art. 304). • Ampla regulação da tutela cautelar antecedente (art. 305 a 309). • Não há regulação de cautelares “nominadas”. Apenas menção exemplificativa como “forma de efetivação” (art. 299). Art. 301. A tutela urgente de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito • Tutela de evidência (art. 311): certamente uma das novidades de maior impacto prático do NCPC!!! Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte; II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente 2 . PARTE ESPECIAL - Livro I: Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença - Livro II: Do processo de execução - Livro III: Dos processos nos tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais - Livro Complementar: Das disposições finais e transitórias Processo de conhecimento e cumprimento de sentença > Prazo da contestação (termo inicial) Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data: I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houverautocomposição; II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I; III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos. § 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocorrendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da audiência. § 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta correrá da data de intimação da decisão que homologar a desistência. Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de trinta dias, devendo ser citado o réu com pelo menos vinte dias de antecedência. § 4º A audiência não será realizada: I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II – quando não se admitir a autocomposição. § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu, por petição, apresentada com dez dias de antecedência, contados da data da audiência. > Reconvenção: projeto original a transformava em pedido contraposto. O Art. 343 a restaura, disciplinado pontos como: reconvenção da reconvenção e reconvenção contra substituto processual.Agora, apresentada na mesma petição > Julgamento antecipado parcial (art. 356) • Assume o lugar da tutela antecipada da parte incontroversa do pedido. Qual a natureza dessa decisão? Art. 353. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles: I – mostrar-se incontroverso; II – estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355. § 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida. § 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto. § 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será definitiva. § 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a requerimento da parte ou a critério do juiz. § 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de instrumento. > Saneamento e organização do processo (art. 357) • O saneamento é mais organizador do processo, e parte de uma premissa cooperativa • Define-se bem o conteúdo da decisão de saneamento e o momento em que ela passa a ter “estabilidade” no processo (§1o, 5 dias) • Permite-se audiência de saneamento • Fixa pontos controvertidos, de fato e de direito (pode haver negócio jurídico processual nesse ponto) • Definição do ônus da prova (dinâmico) Art. 354. Não ocorrendo nenhuma das hipóteses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo: I – resolver as questões processuais pendentes, se houver; II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especificando os meios de prova admitidos; III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373; IV – delimitar as questões de direito relevantes para a decisão do mérito; V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento. § 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável. § 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homologada, vincula as partes e o juiz. § 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o saneamento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou esclarecer suas alegações. > Direito probatório: • Distribuição dinâmica do ônus da prova, com uma regra geral e a possibilidade de redistribuição de acordo com a dificuldade/facilidade das partes (art. 370) Art. 373. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. § 2º A decisão prevista no § 1º deste artigo não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. § 3º A distribuição diversa do ônus da prova também pode ocorrer por convenção das partes, salvo quando: I - recair sobre direito indisponível da parte; II - tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito. § 4º A convenção de que trata o § 3º pode ser celebrada antes ou durante o processo. • Prova emprestada (NCPC X STJ REsp 617.428-SP (Corte especial, Rel. Min. Nancy Andrighi, 4/6/2014.) Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. • Produção antecipada de prova (381 a 383): passa a ser possível em todos os casos, não só nos de urgência. Importante para a confirmação do interesse na propositura da ação. • Criação da “Ata notarial”. (art. 384) • Perícia: inúmeras melhoras, como a possibilidade de uma perícia consensual, requisitos para validade do laudo e tipificação do testemunho técnico como meio de prova (art. 464 a 480) • Prova testemunhal (Arts. 442 a 463) > harmoniza-se o rol das testemunhas incapazes com o CC; > O projeto do Senado determinava a juntada do rol de testemunhas junto com inicial/contestação. A Câmara retirou isso. Na redação final, ficou para após o saneamento do feito, com prazo específico (art. 357, p. 4o – máximo 15 dias) > Perguntas diretas (Art. 459) > Precedentes Judiciais • Capítulo próprio (art. 520 a 522) > Retirado no Senado. >Art. 926 a 928, abrindo o livro III, traça as balizas do regime jurídico dos precedentes no NCPC > Cumprimento de sentença (513 a 538) • Possibilidade de protestar a sentença transitada em julgado (art. 517) • Incidência da multa inclusive para cumprimento provisório da sentença (Art. 510, §2o.). O mesmo vale para os honorários! • Desnecessidade de garantir o juízo para impugnar (Art. 525) • Melhor regulamentação da “coisa julgada inconstitucional” (Art. 525, §§12 a 15) § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1º deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo consideradoinconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 deve ser anterior ao trânsito em julgado da decisão exequenda. § 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. ATENÇÃO: POSSÍVEL INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL DA EXPRESSÃO: “DIFUSO” E DE TODO O § 15. • Ampla regulamentação da execução de alimentos, inclusive com previsão de reclusão no regime fechado (Art. 528, §3o e 4o.) • Cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública (art. 534 e 535 3 . PROCEDIMENTOS ESPECIAIS - Ação monitória (Art. 700 a 702) • Tinha sido eliminada no projeto original • Foi resgatada e “aperfeiçoada”, ampliando-se as hipóteses de cabimento para qualquer tipo de obrigação e permitindo que a “prova escrita” seja uma prova oral previamente constituída. • Cabimento expresso contra a Fazenda Pública • Embargos como ação autônoma! • Cabimento de reconvenção em ação monitória. - Regulação de avaria grossa (Art. 707 – 711) • Relacionado ao direito marítimo. - Oposição • Eliminada no Senado, volta como procedimento especial (art. 682 – 686). - Ações de família (Arts. 693 a 699) • divórcio, separação, reconhecimento e extinção de união estável, guarda, visitação e filiação. • Cria-se um procedimento para elas, especial, que valoriza as formas alternativas de solução do conflito. Ex: técnica negocial de o mandado de citação vir desacompanhado da cópia da inicial, cujos termos só serão conhecidos se não houver acordo. (Art. 695. P. 1o.) • Adapta-se o procedimento às alterações sobre o divórcio extrajudicial. • Em se tratando de demandas desse tipo que detenham cunho consensual, há de se aplicar as normas rituais de jurisdição voluntária (arts. 733/736, NCPC), inclusive com regramento próprio no que concerne independentemente homologação de sentença estrangeira (art. 961, § 5º, NCPC). § 5º A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça. • Especialista para colher depoimento do incapaz em casos de abuso ou de alienação parental. 4 . PROCESSO DE EXCECUÇÃO - Cria-se uma espécie de “parte geral”, para todas as execuções. (art. 769-775) - Mantem-se o regramento dos embargos - Possibilita-se a penhora de salários e outras verbas alimentares que excedam a 50 salários mínimos mensais (art. 833 § 2o.) - Regula extensamente a penhora de quotas ou ações de sociedades personificadas (art. 861) - A penhora sobre o faturamento tb recebeu regulamentação detalhada (art. 866) - Disciplina-se expressamente a prescrição intercorrente, nos moldes do que já existe para a execução fiscal (art. 921 e parágrafos) § 1º Na hipótese do inciso III, o juiz suspenderá a execução pelo prazo de um ano, durante o qual se suspenderá a prescrição. § 2º Decorrido o prazo máximo de um ano, sem que seja localizado o executado ou que sejam encontrados bens penhoráveis, o juiz ordenará o arquivamento dos autos. § 3º Os autos serão desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer tempo forem encontrados bens penhoráveis. § 4º Decorrido o prazo de que trata o § 1º sem manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente. O juiz, depois de ouvidas as partes, no prazo de quinze dias, poderá, de ofício, reconhecer esta prescrição e extinguir o processo. - Toda sentença condenatória transitada em julgado pode ser protestada - O executado pode ser inscrito em cadastros de proteção de crédito - INSOLVÊNCIA? (Art. 1052) O NCPC não regulou as execuções contra devedor insolvente, preferindo remetê-las a lei especial a ser editada. Optou-se, assim, por estender a vigência das normas do Livro II, Título IV do CPC/73 – arts. 748 a 786- A – para as execuções contra devedor insolvente em andamento ou a serem propostas até a edição de legislação específica. 5 . MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS (LIVRO III) - Dividido em 2 títulos: (i) trata da ordem dos processos nos tribunais – regulando os poderes do relator, alguns incidentes importantes e as ações autônomas de impugnação (ii) dos recursos > Apelação • Interposição no primeiro grau, análise pelo tribunal. O juiz de 1o. grau não faz mais juízo de admissibilidade. VANTAGEM: 1 RECURSO A MENOS! (Art. 1010, §3o.) • Manteve-se o efeito suspensivo como regra (Art. 1012) • As interlocutórias não agraváveis serão impugnadas na apelação, art. 1009, p. 1o.(não há mais agravo retido!) > Agravo • Remanesce apenas o de instrumento, para as hipóteses expressamente previstas em lei. Art. 1015 I – tutelas provisórias; II – mérito do processo; III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV – incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V – rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI – exibição ou posse de documento ou coisa; VII – exclusão de litisconsorte; VIII – rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX – admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI – redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º; XII – conversão da ação individual em ação coletiva; XIII – outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. • Regula-se o agravo interno contra decisões do relator (art. 1021) > Embargos infringentes • Suprimidos e substituídos por “técnica” decisória em apelação, agravo e ação rescisória que, no caso de voto divergente, alonga o julgamento, marcando-se nova sessão com novos desembargadores em número a permitir a prevalência do voto vencido. (art. 942) > Saiu no Senado mas voltou em destaque do Sen Aloysio Nunes Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. § 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado. § 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento. § 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica- se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em: I– ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno; II – agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. § 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: I – do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas; II – da remessa necessária; III – não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. > Recursos para o STF e STJ • Re e Resp recebem tratamento uniforme (Art. 1029 a 1041) • Cria-se tratamento uniformizado para julgamento de Re e Resp repetitivos (aperfeiçoamento do que já existe – art. 1036 a 1041) > Suspensão de todos os processos repetitivos, em todas as instâncias (art. 1036, §1º.) Criação do agravo em recurso especial ou extraordinário (Art. 1042): contra inadmissão ou suspensão indevida do Re ou Resp (pode demonstrar o distinguishing com base no inc II) > Problema: acúmulo de processos nos tribunais superiores > essa foi a maior alteração do PL 168 > a admissibilidade volta a ser sempre na instância d origem > para distinguishing caberá apenas agravo interno > Só caberá Agravo direto em casos novos ou de desrespeito à decisão já proferida em casos repetitivos/vinculantes. • Manutenção dos embargos de divergência. • Possibilidade de desconsideração de vício formal no juízo de admissibilidade (art. 1029) § 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça poderá desconsiderar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave. > Ação Rescisória (art. 966 a 975) • Prazo decadencial de 2 anos (no Senado era 1). Art. 975. • Expressamente, passa a caber rescisória no caso de coação (Art. 966, III) • Positiva-se alguma jurisprudência (termo inicial da, contagem do prazo de 2 anos – art. 975 e parágrafos - , Rejeição da tese dos capítulos da sentença, etc.) Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. § 1º Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense. § 2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. § 3º Nas hipóteses de simulação ou de colusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que têm ciência da simulação ou da colusão. • Deixam-se de resolver algumas questões importantes. > Reclamação (art. 988 a 993) • Passou a ser regulada pelo NCPC. • Exige-se a citação daquele que se beneficiou da decisão – art. 989, III (contraditório). • Positiva-se boa parte da jurisprudência a respeito. > O PL 168 tornou a reclamação subsidiária no STF/STJ Art. 988 § 5º É inadmissível a reclamação: II — proposta perante o Supremo Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça para garantir a observância de precedente de repercussão geral ou de recurso especial em questão repetitiva, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. > Incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 976 a 987) • Tido como a principal inovação do CPC • Alemanha, 16.08.2005, introduziu-se o chamado procedimento-modelo ou procedimento-padrão – Musterverfahren – através da Lei de introdução do Procedimento-Modelo para os investidores em mercado de capitais – GesetzzurEinführung von Kapitalanleger- Musterverfahren, ou, simplesmente, KapMuG. – a técnica foi introduzida como lei experimental em 2005, PRINCIPAIS ASPECTOS • (i) possibilidade de instauração de ofício pelo tribunal; • (ii) a causa pode estar na primeira instância ou no tribunal • (iii) participação de todos os interessados, incluindo pessoas, órgãos ou entidades, que poderão requerer diligências exclusivamente para a elucidação da questão de direito • (iv) aplicação da tese jurídica resultante do julgamento a todos os processos suspensos no âmbito do foro do tribunal onde tramita o incidente, bem como às causas futuras que versarem idêntica questão de direito • (v) havendo recurso especial ou extraordinário, os efeitos do incidente serão estendidos a todo território nacional; • (vi) mesmo que não haja recurso, os legitimados para a instauração do incidente, visando à garantia da segurança jurídica, poderão requerer ao STF ou STJ a extensão da suspensão a todo o território nacional DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS (art. 1045 a 1072) > Vacatio legis de 1 ano a contar da data da publicação oficial (art. 1045). Sanção dia 16, publicação dia 17, vigência dia 18 de março de 2016!! Para alguns, dia 17. > Norma processual no tempo: as novidades aplicam-se aos processos pendentes, sem retroação. • Há casos em que se aplicam somente para processos novos, como o novo regime da coisa julgada para questões prejudiciais (art. 503 §1o. e art. 1054)! > Fim do rito sumário • Processos pendentes: manutenção da vigência do CPC/73 • Novos processos: Juizados especiais, apenas (art. 1063), até que venha “lei específica”. > Revogação expressa de farta legislação extravagante, e de normas do Código Civil e dos Juizados Especiais. > Juizados Especiais • Permanecem com competência exclusiva para julgar causas que eram de rito sumario. • Aplica-se a possiblidade de desconsideração da personalidade jurídica (art. 1062). • Atualização de redação sobre o cabimento e efeitos de embargos de declaração (art. 48 e art. 50 da L. 9099/90). > Usucapião extrajudicial: possibilitada pelo art. 1071, que altera a LRP (no. 6.015/73), acrescentando o art. 216-A. • pedido perante o cartório do registro de imóveis da comarca em que situado o imóvel usucapiendo. • Necessidade de capacidade postulatória (advogado). • Requisito fundamental para o reconhecimento extrajudicial da usucapião: a concordância expressa do titular do domínio e dos confinantes, ou seja, a ausência de litigiosidade - §6º
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