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Vitrúvio: De Architectura

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Vitrúvio: De Achitectura
Marco [Marcus] Vitrúvio [Vitruvius] Polio ( ~ 70 - 25 a. C.) Militar, engenheiro, agrimensor e pesquisador romano, que compilou conhecimentos existentes à época, derivados principalmente da literatura grega.
Escreveu o tratado De Architectura, obra de estudo e referência incontornável, dedicada ao ImperadorAugusto, obra que viria a influenciar, séculos mais tarde, as concepções estéticas renascentistas.
Não se conhece obras projectadas ou construídas por ele. A sua fama deve-se exclusivamente ao tratado De architectura.
Na De Architectura (27 a. C.) forneceu informações aos arquitectos do quattrocento italiano. Ao longo desses volumes, descrevia sobre arquitetura em geral, planejamento urbano e materiais de construção, além de identificar vários tipos de edifícios, públicos e particulares, religiosos e laicos.
Fala igualmente sobre máquinas, de aplicação civil e militar, como, por exemplo, relógios e máquinas hidráulicas. Abordava questões técnicas e estéticas ligadas diretamente à arquitetura, especialmente sobre urbanismo, princípios teóricos gerais, ordens gregas, decoração, construção de templos, edifícios públicos e privados.
O volume VIII tinha o título de De aquae inventionibus e tratava essencialmente sobre obras hidráulicas. Os dois últimos tratam respectivamente de astronomia e construção de relógios solares, além de maquinaria civil e militar.
Publicado em italiano pela primeira vez (1486), De architectura foi tempos depois traduzido para as principais línguas ocidentais. A obra foi considerada fundamental em matéria de arquitetura clássica antiga até o século XIX.
O tratado De Architectura, escrito no século I a.C., muito provavelmente depois de 27 a.C., tem tido uma fortuna editorial sem par entre os livros técnicos.
Desde 1486, data em que teve a primeira edição impressa, em Roma, têm-se sucedido as edições do texto latino e as traduções em diversos idiomas.
Os dez livros em que está dividido o tratado abordam tudo o que directa ou indirectamente tem que ver com a arquitectura, desde a escolha do local onde deve ser implantado um edifício até à preparação das argamassas e dos pigmentos a usar nas suas paredes.
Além disso, tratam também de assuntos que, de forma alguma, esperaríamos encontrar hoje num volume dedicado à Arquitectura – como, entre muitos outros, o do famoso episódio de Arquimedes a gritar Eureka! pelas ruas, que faz parte da mitologia da ciência.
Vitrúvio, arquitecto e urbanista romano, foi engenheiro militar no ínício da sua carreira. Escreveu o tratado, já reformado, depois de uma vida ao serviço do Exército romano como engenheiro militar. No sétimo dos dez volumes do tratado, o escritor aborda os autores gregos e romanos de livros de Arquitectura: "Eu recolhi, de entre os seus comentários, o que me pareceu mais útil para estes apontamentos, havendo muitos livros publicados pelos Gregos neste campo, sendo poucos os que existem entre nós."
Antes de Vitrúvio e dos seus contemporâneos, sobreviveram pequenos textos que abordam algumas questões de construção, como é o caso das construções rurais de Varrão, um autor romano citado por Vitrúvio.
De Achitectura é o único tratado de arquitectura da Antiguidade Clássica a chegar até hoje. Na Antiguidade tardia, há os tratados de Faventino e de Paládio (não confundir com o do Renascimento), que seguem de perto o de Vitrúvio e são muito mais pequenos.
O episódio do belo Dinócrates vestido de Hércules serve também a Vitrúvio para falar de si: "A mim, porém, ó Imperador, não ofereceu a Natureza boa aparência, a idade desfeou-me o rosto e a doença subtraiu-me as forças. E porque estou privado destes apoios, espero conseguir a tua recomendação através dos méritos da ciência e através destes escritos."
O imperador a quem se recomenda é Augusto, para quem este engenheiro militar e arquitecto escreveu o tratado, já reformado, depois de uma vida ao serviço do Exército romano como engenheiro militar.
O tratado, escrito entre 35 e 20 a.C., é uma obra pragmática, mas também ideológica; os heróis divinizados emergem para explicar a origem da ordem dórica, a primeira e a mais simples das ordens arquitectónicas: "Doro, filho de Heleno e da ninfa das águas, Ftia, reinou sobre a Acaia e todo o Peloponeso e edificou em Argos, cidade antiga, o lugar sagrado de Juno, casualmente deste estilo, em forma de templo."
Mas o sistema proporcional de medidas da ordem dórica, que caracteriza todo um edifício, surgiria mais tarde, dando Vitrúvio uma explicação muito prática. Foram os gregos que ao fundar as suas colónias na Ásia encontraram uma metodologia, relacionando a ordem dórica com o corpo masculino, a partir da planta do pé:
"Tendo descoberto que o pé correspondia no homem à sexta parte da sua estatura, transferiram o mesmo para a coluna e, qualquer que fosse o diâmetro da base do fuste, elevaram-no seis vezes em altura incluindo o capitel. Deste modo, a coluna dórica começou a mostrar nos edifícios a proporção, a solidez e a elegância de um corpo viril."
O mesmo aconteceu com a ordem jónica, mas desta vez com o corpo feminino: "Da mesma maneira levantaram depois um templo a Diana, procurando uma forma de novo estilo [...], levando para lá a delicadeza da mulher e dispuseram em primeiro lugar o diâmetro da coluna segundo a oitava parte da sua altura, a fim de que ela apresentasse um aspecto mais elevado."
Vitrúvio: "Assim, lograram a invenção de dois tipos discriminados de colunas, uma viril, sem ornamento e de aparência simples, a outra, com a subtileza, o ornato e a proporção femininas."
Esta história sobre a origem das ordens de colunas, é a demonstração do teorema de que o corpo é a medida de todas as coisas na Arquitectura da Antiguidade.
Vitrúvio: "Acontece que o umbigo é, naturalmente, o centro do corpo; com efeito, se um homem se puser deitado de costas com as mãos e os pés estendidos e colocarmos um centro de compasso no seu umbigo, descrevendo uma circunferência, serão tocados pela linha curva os dedos de qualquer uma das mãos ou dos pés."
Em grande parte, o teatro romano deve a Vitrúvio a sua forma última. É natural que houvesse outros contributos, outras propostas, mas a leitura de Vitrúvio foi a única do período clássico que chegou até nós e quando se olha para o teatro romano é possível encontrar as propostas de Vitrúvio. Por exemplo, o pórtico, a colunata coberta, atrás da cena, é exclusivamente romano.
Não existe no teatro grego e Vitrúvio trata-o em pormenor. Em alguns casos, tem o mesmo tamanho que o próprio teatro. Em tempos de paz servia para abrigar da chuva, em tempo de guerra, de cerco, para armazenar madeira, o combustível."
O urbanismo de Vitrúvio
Há dois tipos de urbanismo na Antiguidade: o hipodâmico, ortogonal; e o etrusco-itálico, que é também ortogonal mas tem a particularidade de ser orientado, segundo as linhas do cardus e do decomanus. A linha decomana, este-oeste, obtinha-se de manhã, pelo nascer do sol.
Entre as cidades do Império Romano em território hoje português, há apenas uma traçado pelo sistema etrusco/romano: Chaves.
Em Conímbriga, no Fórum, ou em Évora é possível encontrar a aplicação do módulo vitruviano, mas não na planta da cidade.
Glossário
Traduções
Traduções integrais para português, já foram publicadas três:
H. Rua (ed.), Vitrúvio. Os Dez Livros de Arquitectura, Lisboa, Departamento de Engenharia Civil, Instituto Superior Técnico, 1998.
Marco Aurélio Lagonegro (ed.), Marco Vitrúvio Polião. Da Arquitectura, São Paulo, Hucitec - Annablume, 1999. 2.ª edição: 2002.
Justino Maciel (ed.), Vitrúvio. Tratado de Arquitectura, Lisboa, IST Press, 2006. Justino Maciel, historiador da arte, traduziu «Da Arquitectura» de Vitrúvio, a primeira tradução feita em Portugal directamente do latim. A tradução começou a ser feita em 1986, altura em que Justino Maciel se tornou assistente do Departamento de História da Arte da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Para fazer a tradução do latim, Justino Maciel apoiou-se no manuscritomais antigo até hoje conhecido, o chamado "Harleianus", datado do século IX e guardado no Museu Britânico, em Londres.
Existe também tradução da parte respeitante aos pigmentos usados em pintura:
António João Cruz, "As cores vitruvianas. Os materiais da pintura mural romana segundo o tratado de Vitrúvio", Artis - Revista do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras de Lisboa, 3, 2004, pp. 67-86.
O tratado de Vitrúvio foi redescoberto no Renascimento, altura em que se fizeram as primeiras traduções. Uma delas foi encomendada por D. João III ao matemático e cosmógrafo Pedro Nunes, mas nunca foi publicada e não há a certeza de ter sido realizada. Há referências a uma tradução em que trabalhava Pedro Nunes cerca de 1541, mas que não chegou a ser impressa e entretanto se perdeu.
Links
http://www.lih.gre.ac.uk/histhe/vitruvius.htm
Da Biblioteca Nacional Francesa, o tratado de Arquitectura. cerca de 20 MB. A obra esta em frances traduzida por M. Ch.-L. Maufrashttp://visualiseur.bnf.fr/Visualiseur?Destination=Gallica&O=NUMM-23662

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