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PROCESSO PENAL AULA 14

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PROCESSO PENAL – AULA 14 (29/08/12)
Continuação do Arquivamento do IP
11.4) Procedimento do arquivamento
Esse procedimento varia de acordo com a Justiça.
Justiça Estadual (art. 28, CPP)
Promoção de arquivamento Juiz Estadual
- concorda: vai haver uma decisão judicial de arquivamento.
- não concorda: remete os autos ao Procurador-Geral de Justiça – art. 28, CPP.
Tal dispositivo consagra o Princípio da Devolução se o juiz não concorda com a promoção de arquivamento, deve remeter os autos à chefia do MP, a quem compete dar a decisão final.
Outras hipóteses de aplicação do art. 28, CPP:
- Súmula 696, STF quando promotor não oferece a proposta de suspensão e juiz não concorda – não pode ele aplicar, então manda para o PGJ.
- Art. 384, § 1.º, CPP quando o promotor não faz o aditamento para acrescentar elementar ou circunstância que tenham surgido durante a instrução probatória.
Ao aplicar o art. 28, CPP, o juiz está exercendo uma função anômala de fiscal do Princípio da Obrigatoriedade.
Opções do PGJ:
Oferecer denúncia;
Requisitar diligências;
Insistir no arquivamento, hipótese em que o juiz é obrigado a arquivar o inquérito policial (na medida em que o MP é o titular da ação penal pública);
Designar outro órgão do MP para atuar no caso concreto.
- Essa designação não pode recair sobre o mesmo promotor que pediu o arquivamento.
- Prevalece o entendimento de que este outro órgão do MP age como “longa manus” do PGJ (por delegação), logo, é obrigado a oferecer denúncia.
“Promotor do 28” promotor que atua junto ao PGJ, em uma função comissionada, tão somente para receber tais designações.
Justiça Federal e Justiça Comum do DF
Justiça Federal – MPF (procuradores da República)
Justiça Comum do DF – MPDFT	
MPF
MPDFT 
MPM MPU + LC 75/93
MPT
	
Promoção de arquivamento do MPF Juiz Federal 
- Concorda: determinar o arquivamento dos autos do IP através de uma decisão judicial.
- Não concorda: art. 62, inciso IV, da Câmara de Coordenação e Revisão – o juiz federal é obrigado a remeter aos autos a CCR/MPF.
Assim, o juiz federal remete os autos para a 2.ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, que encaminha os autos ao PGR.
Segundo a doutrina, a manifestação da Câmara tem caráter opinativo. Não é a Câmara que decide, ela apenas dá uma opinião. A decisão final recai sobre o PGR.
Na prática, essa decisão final acaba sendo delegada à 2.ª CCR/MPF.
* Enunciados 7 e 9, da CCR/MPF.
Justiça Eleitoral
Promoção de arquivamento do MP/SP 		 Juiz Eleitoral 
- Não concorda: art. 357, § 1.º, Código Eleitoral (Lei. 4.737/65) é obrigado a mandar os autos ao Procurador Regional Eleitoral.
Na prática, entende-se que este dispositivo teria sido revogado, tacitamente, pela LO – MPU (LC 75/93, art. 62, inciso IV), que passou a prever procedimento distinto.
Portanto, os autos devem ser encaminhados à CCR.
Nas hipóteses de atribuição originária do PGR ou PGJ
?
Promoção de arquivamento do PGR STF
Precisa submeter à opinião do STF?
Entende-se que sequer há necessidade do PGJ remeter ao STF.
É como se o próprio PGR proferisse uma decisão de arquivamento (até porque não tem como o STF aplicar o Princípio da Devolução).
Cumpre destacar que a decisão do PGR não faz coisa julgada formal ou material.
Nas hipóteses de atribuição originária do PGJ ou do PGR, não há necessidade de se submeter a decisão administrativa de arquivamento ao tribunal competente, salvo nas hipóteses em que o arquivamento for capaz de fazer coisa julgada formal e material (INQ 2341, INQ 1443, ambos do STF).
11.5) Arquivamento Implícito
Ocorre quando o MP deixa de incluir na denúncia algum fato delituoso ou algum dos investigados, sem expressa manifestação quanto ao pedido de arquivamento. Caso o juiz não aplique o art. 28, CPP, parte da doutrina entende que teria havido o arquivamento implícito do inquérito.
O arquivamento implícito não é admitido pela maioria da doutrina e pelos tribunais superiores ( STF, HC 95141).
11.6) Arquivamento Indireto
Ocorre quando o juiz, não concordando com o pedido de declinação de competência formulado pelo MP, recebe tal manifestação como se tratasse de um pedido de arquivamento, aplicando por analogia o art. 28, CPP.
11.7) Recorribilidade contra a decisão de arquivamento
Em regra, trata-se de uma decisão irrecorrível não sendo cabível ação penal privada subsidiária da pública.
Exceções: 
Crimes contra economia popular ou contra a saúde pública.
A Lei 1.521/51, em seu art. 7.º, prevê o cabimento do recurso de ofício.
* Há a necessidade do recurso de ofício nos crimes de tráfico de drogas?
R: Não, pois a Lei de Drogas não está submetida à Lei 1.521/51 e nada diz sobre o recurso de ofício (por ser lei especial, ela prevalece).
Contravenções do jogo do bicho e corrida de cavalos fora do hipódromo.
A Lei 1.508/51, em seu art. 6.º, p. único, prevê o cabimento de RESE.
Atribuições originárias do PGJ.
A lei prevê pedido de revisão ao Colégio de Procuradores.
Se o juiz arquiva o IP de oficio, cabe correição parcial.
11.8) Arquivamento determinado por juízo absolutamente independente
Parte minoritária da doutrina sustenta que se a decisão de arquivamento tiver sido proferida por um juiz absolutamente independente, tal decisão não faz coisa julgada formal e material (Pacceli). 
Assim, pode oferecer denúncia, posteriormente, perante um juízo competente.
Esse entendimento foi dado como certo na prova do MPF.
Noutro giro, STF e STJ entendem que essa decisão faz coisa julgada formal e material (STJ, HC 173.397).
12) Trancamento do inquérito policial
O arquivamento resulta do consenso entre o MP e o juiz.
O trancamento é uma medida de força pleiteada pelo investigado junto do Poder Judiciário.
Os tribunais dizem que o trancamento do inquérito policial é uma medida de natureza excepcional:
Manifesta atipicidade;
Causa extintiva da punibilidade;
Ausência de manifestação do ofendido nos crimes de ação penal privada ou pública condicionada à representação.
Instrumento:
- “Habeas corpus”, desde que haja risco potencial à liberdade de locomoção.
- Mandado de segurança, caso não haja risco à liberdade de locomoção. Exemplo: pessoa jurídica, que não é dotada de liberdade de locomoção e, portanto, não pode figurar como paciente de HC.
13) Investigação criminal pelo MP
	Argumentos contrários
	Argumentos favoráveis
	1) Atenta contra o Sistema Acusatório, pois cria um desequilíbrio na paridade de armas (as partes precisam ter os mesmos instrumentos).
Dá ao MP um poder que a defesa não tem: possibilidade de realizar investigações.
	1) Não há violação ao Sistema Acusatório, pois os elementos informativos colhidos pelo MP na fase investigatória devem ser ratificados em juízo, sob o crivo do contraditório e da ampla defesa.
	2) A constituição dotou o MP do poder de requisitar diligências e a instauração de inquéritos, mas não o de presidir inquéritos policiais.
	2) Teoria dos Poderes implícitos ao conceder uma atividade-fim a determinado órgão, a constituição implícita e simultaneamente também concede a ele todos os meios para atingir tal objetivo (STF, HC 91.661 – Supremo entendeu que se o MP é o titular da ação penal pública, ele pode realizar investigações).
	3) Não há previsão legal de instrumento idôneo para as investigações do MP.
	3) Procedimento investigatório criminal (PIC).
É o instrumento de natureza administrativa e inquisitorial instaurado e presidido por órgão do MP com atribuição criminal, cuja finalidade é a apuração de infrações de natureza pública.
O PIC é regulamentado pela Resolução 13, Conselho Nacional do MP.
O STJ é amplamente favorável à investigação realizada pelo MP (HC 43030).
* Súmula 234, STJ
O STF, por sua vez, não chegou a uma decisão definitiva.
RE 593.727 
Ministros contrários: Marco Aurélio, Cezar Peluso, Ricardo Lewandowski.
Ministros favoráveis: Gilmar Mendes, Celso de Melo, Ayres Brito,Joaquim Barbosa
A 2.ª Turma é favorável (HC 89.837; HC 94.173).
14) Controle externo da atividade policial
* Art. 129, inciso VII, CF
Conceito:
Consiste no conjunto de normas que regulam a fiscalização exercida pelo MP em relação à polícia na investigação de fatos delituosos, na preservação de direitos fundamentais dos presos sob custódia policial e na fiscalização do cumprimento de determinações judiciais.
Este controle externo não pressupõe subordinação dos organismos policiais, funcionando como desdobramento do Sistema de Freios e Contrapesos inerente ao regime democrático (promotor não é chefe de delegado).
Existem 2 espécies de controle externo:
Controle difuso
É aquele exercido por todos os órgãos do MP com atribuição criminal, sendo possível a adoção das seguintes medidas:
- Controle de ocorrências policiais;
- Verificação dos prazos de inquéritos policiais;
- Verificação da qualidade do inquérito policial;
- Verificação de bens apreendidos;
- Propositura de medidas cautelares (exemplo: suspensão das funções públicas).
Controle concentrado
É aquele exercido por órgãos do MP com atribuição específica para o controle externo da atividade policial, sendo possível a adoção das seguintes medidas:
- Ações de improbidade administrativa;
- Ações civis públicas na defesa de interesses difusos;
- Procedimentos investigatórios criminais;
- Recomendações e termos de ajustamento de conduta;
- Visitas às delegacias de polícia e às unidades prisionais;
- Verificação de comunicações de prisões em flagrante.
V. Resolução n.º 20, Conselho Nacional do MP.
Essa resolução foi objeto da ADI 4220, que sequer fora conhecida.
V. LC 75/93, notadamente, os art. 9.º e 10. Tais dispositivos também se aplicam ao MP dos Estados.
15) Investigação criminal defensiva
É o conjunto de atividades investigatórias desenvolvido pelo defensor em qualquer fase da persecução criminal, com ou sem a assistência de investigador particular, cujo objetivo é: 
- Comprovação de eventual álibi do investigado;
- Exploração de fatos que revelam a ocorrência de causas excludentes da ilicitude e da culpabilidade;
- Demonstração de vícios existentes na investigação policial;
- Identificação e localização de possíveis testemunhas (que possam trazer aos autos informações que possam ajudar na defesa do acusado).
A investigação criminal defensiva não tem previsão expressa no atual CPP.
Enquanto não for regulamentada, pode ser feita a título de investigação particular (Decreto 50.532/61)
A investigação particular é válida, desde que respeitados direitos e garantias individuais.
O investigador não tem poderes de polícia – não há imperatividade.

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