Atributos da Administração

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Atributos da Administração
O professor Marçal Justan Filho diz que os atributos diz respeito à eficácia de um ato administrativo , isso é importante para proteger adequadamente o interesse público dando força a esse instrumento , o ato administrativo .
A doutrina nos apresenta três características, três atributos , entretanto Celso Antônio enumera quatro atributos (presunção de legitimidade, imperatividade , exigibilidade e executoriedade)
1)Presunção de legitimidade e veracidade O administrador público pratica os atos administrativos , não tendo como provar que os fatos que fundamentarão que aquele ato realmente ocorreram , que os motivos realmente ocorreram , porque existe ao seu favor esta presunção de legitimidade e veracidade . Sempre imaginamos que o ato foi praticado de acordo com a lei , cabe ao administrador público em primeiro lugar , respeitar o principio da legalidade .Também imaginamos como o administrador público está buscando apenas o atingimento dos interesses públicos , ele não tem porque mentir , então temos uma presunção de verdade .LEMBRE-SE : todo ato administrativo tem a seu favor essa presunção de legitimidade e veracidade , mas essa é uma presunção relativa , juris tantum ,assim admitem que prove em contrário , nesse caso o ônus da prova cabe ao cidadão que não concordou com a prática daquele ato administrativo .Normalmente lembramos desse atributo quando recebemos em casa aquela carta do DETRAN , significa que alguma coisa aconteceu , ou seja , uma infração de trânsito deve ter sido praticada , quando abri a carta encontra uma notificação de ato de infração , ali diz que , p.ex, você passou no sinal vermelho , que não respeitou a legislação de trânsito , esse ato é administrativo e tem ao seu favor presunção de legitimidade e veracidade , não significa que a palavra do guarda vale mais do que a sua , na verdade tem ao seu favor essa presunção , mas ela é relativa ,admite prova em contrário , só que o ônus da prova cabe a você , cabe ao cidadão provar que não passou o sinal vermelho , todas as provas é admita em direito , pode conseguir uma testemunha que afirme que não passou no sinal vermelho , pode ser um boletim de ocorrência , na verdade o seu veículo foi furtado , não foi você que passou no sinal vermelho foi o ladrão , então nesse caso acaba quebrando a presunção de legitimidade.
2)Imperatividade Significa que a Administração Pública pode impor obrigações sem precisar da nossa concordância(imposição a terceiros) , anuência do cidadão. Em alguns atos acaba encontrando esse atributo , p.ex . , na declaração de desapropriação , o processo de desapropriação é muito simples , normalmente ele acaba dando em início com o decreto de desapropriação – a declaração de desapropriação , que é um ato administrativo .Ali diz o seguinte “ a sua casa , o seu imóvel está sujeita a força de expropriatória do Estado” , pra a Administração pública a sua concordância não é necessária porque nessa declaração de desapropriação encontramos imperatividade . A palavra imperatividade é muito comum quando nós começamos a estudar direito público , no poder de império , só que essa expressão é um pouco defasada , ultrapassada , principalmente em pleno séc. XXI , no mundo ocidental , a ideia de República , por isso um autor Italiano chamado Renato Alessi criou uma expressão para substituir ‘poder de império’, “poder extroverso”, no direito brasileiro também utilizamos essa expressão.
3) Auto executoriedade A própria Administração Pública decide e executa diretamente as suas decisões , sem precisar de ordem judicial .Lembramos de auto executoriedade nas medidas decorrente de poder de polícia , como por exemplo , o ato de interdição de um estabelecimento .LEMBRE-SE : a) só existe a auto executoriedade quando há expressa previsão legal ; b) quando for em situação de emergência – nesses casos entende-se qua a autorização para a executoriedade está implícita no sistema legal , pois é em decorrência dele que a Administração deve garantir a proteção ao bem jurídico posto em risco ; se não houver essas duas situações não existe esse atributo , mas a administração pública mantem a sua exigibilidade, ou seja pode decidir com força a respeito do determinado caso concreto , mas não poderá executar diretamente a sua decisão .A administração pública normalmente ou utiliza de meios indiretos para que o cidadão por decisão própria cumpra essa decisão ou terá que recorrer ao poder judiciário , por exemplo , uma atividade que decorre da administração pública onde não existe a auto executoriedade , é a cobrança de multas administrativa , qualquer tipo de multa administrativa , de transito ,tributária , legislação trabalhista , ou seja , não existe esse atributo na cobrança de multa. A executoriedade não é do ato , mas da pretensão jurídica.
A executoriedade não deixa o administrado ao desabrigo de proteção jurídica ,pode-se sempre recorrer ao Poder Judiciário para impedir preventivamente sua utilização quando satisfazer a medida executória aplicada ,sempre que o uso desta providência administrativa fira direitos dos ameaçados ou atingidos . As medidas eficazes para a defesa do administrados em hipóteses destas são o mandado de segurança preventivo ou repressivo e o habeas corpus .O dano que houver resultado para o particular em decorrência de ilegítima ou abusiva utilização da auto-executoriedade acarreta responsabilidade do Estado.
NÃO PODE ESQUECER : Pela exigibilidade pode induzir a obediência ,pela executoriedade pode-se compelir ,constranger fisicamente. Isso porque graças a exigibilidade a Administração pode valer-se de meios indiretos que induzirão o administrado a atender os comandos imperativos .Graças a executoriedade a administração pode ir além ,pode satisfazer diretamente sua pretensão jurídica compelindo materialmente o administrado , por meios próprios e sem necessidade de ordem judicial. (Celso Antônio Bandeira de Mello).