Buscar

Trabalho Jurisdição

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO
FACULDADE DE DIREITO “LAUDO DE CAMARGO”
Teoria Geral do Processo I
JURISDIÇÃO 
RIBEIRÃO PRETO – 2014
Discente: Júlio César Ribeiro
Docente: Nilson de Assis Serraglia
Código: 761093
Disciplina: Teoria Geral do Processo I
Curso: Direito
Período: Matutino
Sala: 35/B
1. Conceito
A palavra jurisdição é de origem latina, deriva de: júris (direito) + dictionis (ação de dizer). E, este “dizer o direito”, representa três elementos básicos do Estado, são eles: Poder, Função e Atividade.
 A jurisdição é uma das funções do Estado, mediante a qual atribui o poder a uma autoridade para fazer cumprir determinada categoria de leis e punir quem as infrinja, buscando a pacificação social, em determinada área ou competência dentro do território que se exerce este poder.
Essa pacificação é realizada mediante a atuação da vontade do direito objetivo que rege o caso apresentado em concreto para ser solucionado; e o Estado desempenha essa função sempre mediante o processo, seja expressando imperativamente o preceito (através de sentença de mérito), seja realizando no mundo das coisas o que o preceito estabelece (através da execução forçada). Já dissemos que a jurisdição é uma função do Estado e seu monopólio. Além disso, podemos dizer que a jurisdição é, ao mesmo tempo, poder, função e atividade.       
Como poder, a jurisdição é a manifestação do poder estatal, conceituado como capacidade de decidir imperativamente e impor decisões. Como função, expressa o encargo que têm os órgãos estatais de promover a pacificação de conflitos interindividuais, mediante a realização do direito justo e através do processo. E, como atividade, a jurisdição é entendida como o complexo de atos ao juiz no processo, exercendo o poder e cumprindo a função que a lei lhe comete. Esses três atributos somente transparecem legitimamente através do processo devidamente estruturado (devido processo legal). No âmbito do processo civil, é a função de resolver os conflitos que a ela sejam dirigidos, seja por pessoas naturais, jurídicas ou entes despersonalizados (espólio), em substituição a estes segundo as possibilidades normalizadoras do Direito. 
2. Características
Uma das principais características da jurisdição é a existência da lide, ou seja, um conflito. Se não há lide como poderia o Judiciário dizer de quem é o direito. Afinal, é a existência do conflito de interesses que leva o interessado a dirigir-se ao juiz e pedir-lhe uma solução. Entretanto, deve-se registrar que há quem entenda que o controle abstrato da constitucionalidade das leis, as ações preventivas, as ações constitutivas necessárias e a jurisdição voluntária são, a rigor, jurisdição, sendo que nestes casos, não necessariamente exista uma lide.
Outra característica é a inércia, ou melhor, para que o juiz possa “dizer de quem é o direito” é preciso provocá-lo. Quanto à inércia, costuma-se afirmar que a jurisdição é inerte, pois, segundo algumas teorias, não existe o exercício espontâneo da atividade jurisdicional. No entanto, modernamente, ao magistrado são atribuídos amplos poderes de direção do processo, tais como a possibilidade de determinar, sem provocação, a produção dos meios de prova e de dar tutela sem pedido expresso pela parte. Assim, embora permaneça a inércia como característica da jurisdição para a maioria da doutrina, esta, para efeitos práticos, fica restrita à instauração de processo e a determinação do objeto litigioso, sendo mais adequado, tecnicamente, tratá-la a como um princípio inerente a jurisdição.
Uma terceira característica é a imutabilidade, uma vez proferida a sentença e não havendo mais recurso, a sentença será definitiva, ou seja, não pode mais ser revistos ou modificados. Como dispõe nossa Carta Magna “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada” (art, 5º, inc. XXXVI). Assim, a “coisa julgada é a imutabilidade dos efeitos de uma sentença”.
E por fim, o caráter substitutivo que consiste na substituição das partes no litígio pelo Estado-juiz: é “uma atividade substitutiva porque se exerce em substituição à atividade das partes”. Assim, característica da substitutividade, consiste na substituição da vontade das partes, pela “vontade” da norma jurídica aplicada no caso concreto. O Estado substitui as atividades daqueles que estão envolvidos no conflito trazido à apreciação.
3. Princípios
A Jurisdição, é entendida como a função do poder estatal de cessar os conflitos interindividuais, é concebida por alguns princípios inerentes ao seu exercício, estes sendo expressos em lei ou não, emanam da Constituição Federal. Aos quais seguem: Inércia; Investidura; Aderência ao território; Inevitabilidade; Indelegabilidade; Inafastabilidade e Juiz natural.
1) Princípio da inércia:
Levando em consideração a imparcialidade do juiz, em respeito à justa composição da lide, não cabe ao julgador a iniciativa de agir de ofício, pois, a ação somente deve ser provocada por alguma das partes interessadas em solucionar o litígio em apreciação. 
2) Princípio da investidura:
Arrola que a jurisdição só será exercida por aquele que tenha sido investido regularmente na condição e função jurisdicional de julgar, ou seja, o juiz.
3) Princípio da aderência ao território:
Está relacionado à limitação da própria soberania nacional ao território do país. Assim como a outros órgãos dos demais poderes constitucionais, cabe aos juízes de uma determinada área limitada de atuação, e este só tem autoridade nos limites territoriais do Estado. O juiz está vinculado também ao princípio da territorialidade da lei processual. 
4) Princípio da indelegabilidade:
Equivale ao princípio constitucional que veda a delegação de atributos por parte de qualquer dos Poderes. Uma vez estipuladas as atribuições ao Poder Judiciário pela Constituição Federal, não cabe a lei e nem aos seus magistrados delegar suas funções jurisdicionais, tendo em vista que o juiz não as faz em nome próprio, e sim a serviço do Estado. Por isso se diz que o juiz é quem julga a causa, e sua função é exclusiva.
5) Princípio da inevitabilidade: 
Uma vez que os órgãos jurisdicionais são dotados de uma autoridade e que emanam de uma soberania do poder estatal, estes restringem às partes a uma condição de sujeição perante o Estado-juiz, que independe da vontade de ambas as partes, ou de um eventual pacto onde os conflitantes aceitem ou não as decisões dos processos. Por que, se diz que o cumprimento das decisões judiciais é obrigatório pelas partes. 
6) Princípio da inafastabilidade:
Consta no art.5º, XXXV da CF, a garantia de acesso de todos ao Poder Judiciário, a quem não pode deixar de apreciar a juízo qualquer pretensão fundada no direito e que venha pedir a resolução dela. Portanto, o juiz depois de acionado tem a obrigação para com os interessados em resolver o litígio. 
7) Princípio do juiz natural:
Este princípio assegura que ninguém pode ser privado de ser julgado por juiz imparcial e independente, estabelecido pelos dispositivos legais e constitucionais, proibindo dessa maneira pela Constituição Federal os denominados tribunais de exceção, onde se julgam determinadas pessoas ou crimes de uma certa natureza, sem previsão constitucional, como arrola o art.5º, XXXVII.
4. Espécies
A jurisdição é substancialmente una e indivisível, porém, a doutrina fala em espécies de jurisdição classificando-as: pelo critério do seu objeto, pelo critério dos organismos judiciais que a exercem, pelo critério da posição hierárquica dos órgãos dotados, pelo critério da fonte do direito com base no qual é proferido o julgamento.
* Pelo critério do seu objeto.
- Penal = É aquela que trata de conflitos de natureza ou jurisdição penal, é exercida pelos juízes estaduais comuns, pela justiça militar estadual, pela justiça militar federal, pela justiça federal e pela justiça eleitoral.
- Civil = É aquela que trata de conflitosde natureza ou de jurisdição civil. É exercida pela justiça estadual, pela justiça federal e pela justiça eleitora. No caso da justiça militar, não se é exercida a jurisdição civil, que em seu sentido estrito, é exercida pelas justiças federais e estaduais.
Relacionamento entre jurisdição penal e civil.
O ilícito penal não difere em substância do ilícito civil, sendo diferente apenas a sanção que os caracteriza. A ilicitude penal é, ordinariamente, mero agravamento de uma preexistente ilicitude civil, destinado a reforçar as consequências da violação de dados valores, que o Estado faz especial empenho em preservar.
* Pelo critério dos organismos judiciais que a exercem.
- Especial = Trata-se de uma divisão doutrinária, estabelecida segundo regras de competência presentes na Constituição Federal, a exemplo, temos a Justiça Militar, a Justiça Eleitoral, a Justiça do Trabalho e as Justiça Militares Estaduais. Cuidam estas de processos que tenham por conteúdo lides de determinada natureza.
- Comum = Também é dividida doutrinariamente, de acordo com regras constitucionais de competência, a exemplo temos as Justiças Estaduais ordinárias. Processos com lides de quaisquer conteúdos, desde que diversos daqueles pertencentes à jurisdição especial
* Pelo critério da posição hierárquica dos órgãos dotados 
- Superior = A jurisdição exercida pelos órgãos a que cabem recursos contra as decisões proferidas pelos juízes inferiores.
- Inferior = A jurisdição exercida por juízes que ordinariamente conhecem do processo desde o seu início - competência originária - trata-se da Justiça Estadual: dos juízes das comarcas estaduais, inclusive da Capital.
* Pelo critério da fonte do direito com base no qual é proferido o julgamento
- De direito ou de equidade = O artigo 127 do Código de Processo Civil diz que: “o juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei”. Desta feita, o juiz decide sem as limitações impostas pela precisa regulamentação legal.