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* * EQUILÍBRIO E QUEDAS Profª Priscilla Guedes * * EQUILÍBRIO Capacidade de manter ou retomar o centro de massa corporal sobre a base de suporte (ALEXANDER, 1994; BERG e NORMAN, 2001) * * “O CONTROLE POSTURAL OU EQUILÍBRIO PODE SER DEFINIDO COMO O PROCESSO PELO QUAL O SISTEMA NERVOSO CENTRAL GERA OS PADRÕES DE ATIVIDADE MUSCULAR NECESSÁRIOS PARA REGULAR A RELAÇÃO ENTRE O CENTRO DE MASSA E A BASE DE SUPORTE”. BASE DE SUPORTE CENTRO DE MASSA É a região delimitada pelos pontos de contato entre os segmentos corporais e a superfície de suporte. É o ponto imaginário em que a massa do corpo todo está igualmente distribuída. Localiza-se anteriormente à segunda vértebra sacral. * * * * SHUMWAY-COOK e WOOLLACOTT (1995) * * NASHNER (1989) RENATA FIRPO RENATA FIRPO * * CAUSAS DECLÍNIO EQUÍLIBIRO: FISIOLÓGICAS Declínio de força muscular Alterações de ADM Flexibilidade Declínio fisiológico proprioceptivo e somatossensorial PATOLÓGICOS Doença de Parkinson Hemiplegias Doenças crônico-degenerativas centrais e periféricas * * SISTEMA VESTIBULAR Detecta a posição e o movimento da cabeça no espaço pela integração das informações dos receptores periféricos localizados no ouvido interno. As informações convertidas em sinais neurais são transmitidas pelo nervo vestibular para os núcleos vestibulares no tronco encefálico (junção da ponte com o bulbo). * * SISTEMA VESTIBULAR Componente Periférico Componente Central * * APARELHO VESTIBULAR É um receptor composto por um labirinto membranoso dentro de um labirinto ósseo localizado no osso temporal. Labirinto membranoso é a parte funcional do aparelho (audição/equilíbrio), é preenchido por um líquido chamado endolinfa e armazena os receptores do sistema, as células ciliadas. A célula ciliada é o elemento receptor do labirinto vestibular. * * COMPONENTE PERIFÉRICO * * * * ÓRGÃO OTOLÍTICOS (UTRÍCULO E SÁCULO) Responsáveis pela detecção de acelerações lineares, produzidas pela gravidade ou pelos movimentos do corpo e pelo equilíbrio estático do corpo no espaço. Mácula: Células ciliares encerradas em massa gelatinosa em cima dos otólitos. Otólitos: Camada de sais de Ca⁺ que recobre a camada gelatinosa na qual estão os cílios. Ao movimento da mácula, o peso desses sais inclina os cílios. * * MÁCULA MÁCULA UTRICULAR: Fica no assoalho do utrículo quando a cabeça está ereta (orientação horizontal). Responde à inclinações da cabeça que começam com a cabeça na posição ereta, como na curvatura para frente para pegar algo no chão. MÁCULA SACULAR: Responde quando a cabeça se move de uma posição flexionada lateralmente, como no movimento em decúbito lateral para a posição em pé * * NASHMER (1989) Limite de estabilidade Centro de Massa corporal Ajustes compensatórios * * PAPEL VESTIBULAR NO CONTROLE MOTOR ESTABILIZAÇÃO DO OLHAR (Reflexos Vestibulooculares/RVO) Estabilizam as imagens visuais durante os movimentos da cabeça. Quando a cabeça roda para uma direção, os sinais nesta direção aumentam e na oposta diminuem. Todos os RVO movem os olhos na direção oposta ao movimento da cabeça para manter a estabilidade do campo visual nos objetos. * * AJUSTES POSTURAIS TRATO VESTÍBULOESPINHAL LATERAL: Trato primário para influencia vestibular sobre os motoneurônios inferiores para músculos da postura nas extremidades e no tronco. TRATO VESTÍBULOESPINHAL MEDIAL: Através de projeções para a medula espinhal cervical, ajusta a posição da cabeça para a posição ereta de acordo com os sinais do aparelho vestibular. FASCÍCULO LONGITUDINAL MEDIAL: Conexão neural entre os núcleos vestibulares, os núcleos que controlam os movimentos açulares, o núcleo acessório espinhal e o calículo superior. * * CEREBELO Função: Manutenção do equilíbrio e da postura Controle de tônus muscular Controle dos movimentos voluntários Aprendizagem motora * * SISTEMA VISUAL Fornece informações sobre a localização e a distância de objetos no ambiente, o tipo de superfície onde se dará o movimento e a posição das partes corporais uma em relação a outra e ao ambiente. Componentes do sistema visual considerados críticos para o equilíbrio: Acuidade estática e dinâmica; sensibilidade ao contraste; percepção de profundidade; visão periférica. * * SISTEMA PROPRIOCEPTIVO Os proprioceptores suprem o corpo com informações sobre o ambiente imediato, permitindo ao organismo se orientar à medida que ele se movimente ou se mantenha ereto em relação as próprias partes do corpo, seu apoio e superfície do solo. Os proprioceptores podem ser: - receptores tendinosos e musculares; - mecanoceptores articulares; - baroceptores profundos; * * MECANISMOS DE EQUILÍBRIO Ajustes Antecipatórios (Feedforward): ocorrem simultaneamente ou antes a perturbações externas. Ajustes Compensatórios (Feedback): ocorrem imediatamente após as perturbações externas. * * ESTRATÉGIAS DE EQUILÍBRIO * * ESTRATÉGIA DO TORNOZELO: Controla o movimento do centro de massa ao gerar um movimento na articulação do tornozelo. Essa estratégia é caracterizada pela ativação sequencial dos músculos do tornozelo, joelho e quadril, fazendo com que o corpo gire sobre a articulação do tornozelo com um movimento pequeno no quadril e joelho. * * ESTRATÉGIA DO QUADRIL: Controla o movimento do centro de massa ao gerar um movimento amplo e rápido na articulação do quadril. Essa estratégia é caracterizada pela ativação dos músculos anteriores do tronco e perna, e uma pequena ativação dos músculos do tornozelo. * * ESTRATÉGIA DO PASSO OU PASSADA É utilizada quando uma perturbação postural é capaz de deslocar o centro de massa para fora da base de suporte. Sendo assim, uma passada é realizada para alinhar a base de suporte abaixo do centro de massa. * * ALTERAÇÕES VESTIBULARES ENVELHECIMENTO Perdas no número de células sensoriais localizadas dentro do sáculo, utrículo e canais semicirculares. Perda rápida das células ciliares dos canais semi-circulares (40% de perda após 70 anos de idade), bem como das células gânglionares-vestibulares e fibras nervosas. Redução no número de células ciliadas e de neurônios vestibulares. * * ALTERAÇÕES NO SISTEMA VISUAL ENVELHECIMENTO Diminuição do número de células bastonetes leva a um maior limiar de excitabilidade dificultando o momento de transição do claro para o escuro. Patologias como: catarata, glaucoma e degeneração macular levam a quadros de visão embaçada; visão próxima e distante afetada;e dificuldade de visão periférica respectivamente. * * ALTERAÇÕES NO SISTEMA PROPRIOCEPTIVO ENVELHECIMENTO Diminuição da sensibilidade ao toque, redução na capacidade de detectar o movimento passivo do pé e o aumento no tempo de reação da extremidade inferior . Maior dificuldade para sentir a vibração nas extremidades distais. * * ALTERAÇÕES MUSCULOESQUELÉTICAS ENVELHECIMENTO A fraqueza é muito comum nas extremidades inferiores do idoso, especialmente nos tornozelos. Quando se considera um modelo de pêndulo invertido do controle postural, os tornozelos cumprem uma função crítica. Os músculos do pé e do tornozelo parecem muito fracos. * * TONTURA X VERTIGEM Tontura: Sensação de perturbação do equilíbrio corporal Vertigem: Sensação de desorientação espacial do tipo ROTATÓRIO * * AVALIAÇÃO Testes Clínicos - estáticos: Teste de Apoio Unipodal (TAU); Teste de Romberg; Teste de Romberg-Barré. * * TESTE DE APOIO UNIPODAL (TAU) Avalia o desempenho medido em tempo (segundos) que os idosos conseguem permanecer apoiados em um pé só durante diversas condições sensoriais. O teste é realizado em quatro condições: Apoio em MID com OA; Apoio em MIE com OA; Apoio em MID com OF; Apoio em MIE com OF. Abaixo de 30 seg. risco de quedas. * * ROMBERG Avalia equilíbrio estático posição ortostática calcanhares juntos braços ao longo do corpo * * ROMBERG-BARRÉ Avalia equilíbrio estático, maneira mais sensibilizada posição ortostática pés um diante do outro braços ao longo do corpo * * TESTES FUNCIONAIS: Timed up and go; Berg Balance Scale; The TINETTI Balance; Functional Reach Test; Balance System; Posturografia. * * TIMED UP AND GO (TUGT) Quantifica em segundos a mobilidade funcional; O Paciente terá que levantar de uma cadeira com apoio de braços, percorrer 3m, voltar rumo a cadeira e sentar novamente. Isso será cronometrado. 10 seg considerado saudável; 11 a 20 seg idosos frágeis; Acima de 20 seg prejuízo importante da mobilidade Maior risco de quedas para idosos que realizam acima de 13,5 seg. * * BERG BALANCE SCALE “Balance Scale”, desenvolvida e validada por BERG et al (1992); é uma medida especificamente designada para a avaliação da habilidade do equilíbrio e monitorar as mudanças nessa habilidade ao longo do tempo. Consiste em 14 tarefas: cada uma categorizada em uma escala ordinal de 5 pontos, que varia de 0 (incapaz de realizar a tarefa) e 5 (realiza a tarefa de modo independente). Varia de 0 a 56 pontos, sendo a maior pontuação relacionada ao melhor desempenho. * * THE TINETTI BALANCE Avalia: o equilíbrio – escore = 16 marcha – escore = 12 Indica risco de quedas escore total < 9 * * ALCANCE FUNCIONAL OU FUNCTIONAL REACH São usados para avaliar o alcance funcional anterior e mediolateral; É uma medida dinâmica dos limites de estabilidade durante o deslocamento do CG dentro da base de sustentação; O paciente é instruído a adotar a posição em pé, descalço, com a região dorsal perpendicular à parede, com o ombro fletido em 90º e cotovelo estendido. * * A mão permanece cerrada. Uma fita métrica deve ser fixada horizontalmente à parede, e posicionada na altura do acrômio da pacte. Inclina-se para frente o máximo que conseguir sem perder o equilíbrio nem dar um passo. A distância é medida pelo 3º metacarpo; Ideal acima de 25 cm – anterior; Ideal acima de 15 cm – lateral. * * BALANCE SYSTEM * * POSTUROGRAFIA * * FISIOTERAPIA Treinamento de força; Treinamento proprioceptivo; Adaptação ambiental; Adaptação de aparelhos de auxílio da marcha; Treino de estratégias posturais; Reabilitação vestibular. * * EXERCÍCIO PARA PRÁTICA DE ESTRATÉGIAS POSTURAIS O paciente em pé sobre uma superfície plana, balança para frente e para trás sobre o tornozelo sem curvar-se nos quadris, VARIAÇÃO Primeiro com olhos abertos depois com olhos fechados por trinta segundos. Repetir o exercício sobre uma superfície de espuma. Essa estratégia roda o corpo em torno da articulação do tornozelo. É efetiva quando o CG se move devagar e fica exatamente dentro dos limites de estabilidade. * * QUEDAS .... Respostas inadequadas à uma perturbação ou falha do sistema de controle postural para compensar à perturbação! ......Mudança inesperada de posição, não intencional, que faz com que o indivíduo permaneça em um nível inferior..... * * QUEDAS EM IDOSOS O envelhecimento: Diminui a capacidade funcional; Reduz as adaptações nas situações de sobrecarga funcional; Favorece as instabilidades e quedas. * * Cerca de 30% dos idosos que vivem na comunidade caem ao menos uma vez ao ano (TINETTI et al.,1988;O’LOUGUIN et al.,1993;GRAAFMANS et al.,1996;VELLAS BRUNO,1998) No Brasil, 32,7% dos idosos (PERRACINI,2000) A prevalência de quedas recorrentes varia entre 9,5% a 29% (TINETTI et al.,1988;O’LOUGUIN et al.,1993;GRAAFMANS et al.,1996;VELLAS BRUNO,1998; HILL et al.,1999) Prevalência de Quedas em Idosos * * EPIDEMIOLOGIA Ocorrência de quedas por faixas etárias a cada ano: 32% em pacientes de 65 a 74 anos; 35% em pacientes de 75 a 84 anos; 51% em pacientes acima de 85 anos; No Brasil, 30% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano. * * EPIDEMIOLOGIA A freqüência é maior em mulheres do que em homens da mesma faixa etária: Incidência bruta de fraturas do fêmur proximal em pessoas com 70 anos ou mais: mulheres - 90, 21/10.000; homens - 25,46/10.000. Idosos de 75 a 84 anos que necessitam de ajuda nas atividades de vida diária têm uma probabilidade de cair 14 vezes maior que pessoas da mesma idade independentes. * * Idade avançada (80 anos e mais) Sexo feminino Déficit cognitivo Doença de Parkinson, Osteoatrite de joelhos, Depressão, AVC Limitações visuais (não compensáveis) Distúrbio de marcha ou equilíbrio (patologias de origem central) FATORES DE RISCO Não Modificáveis * * Quedas anteriores equilíbrio e marcha Imobilidade e Fraqueza muscular AVDs Polifarmácia FATORES DE RISCO Modificáveis Medicamentos psicoativos Riscos ambientais Limitação visual Insônia Incontinência urinária Hipotensão postural e depressão ? * * FATORES INTRÍNSECOS ALTERAÇÕES DO ENVELHECIMENTO Visão, Audição, Sist. Vestibular Propriocepção; Distúrbios Musculoesqueléticos; Sensibilidade - baroreceptores; marcha / mobilidade / postura / equilíbrio. Patologias Específicas: - Cardiovasculares. Pulmonares - Neurológicas; - Endócrino- metabólicas; - Miscelânea. Medicamentos: -hipnóticos; -Antidepressivos; -Anti-hipertensivos; -benzodiazepnicos; -Diuréticos; -Antiinflamatórios não- hormonais; * * FATORES EXTRÍNSECOS Iluminação inadequada Superfícies escorregadias Tapetes soltos ou com dobras Degraus altos ou estreitos Obstáculos no caminho Ausência de corrimãos Prateleiras altas ou baixas Calçados inadequados Comportamentos de risco Via pública com irregularidades * * Conseqüências das Quedas * * • 10% a 20% das quedas resultam em lesões sérias (SATTIN,1992 e RUBESNTEIN et al.,1990) • 2 a 6% fraturas, sendo 1% a 2% fratura de quadril (SATTIN,1992 e RUBESNTEIN et al.,1990) • 30% a 50% resultam em lesões leves (NEVITT,CUMMINGS e HUDES, 1991) Fraturas e Lesões Leves * * QUEDAS EM IDOSOS CONSEQUÊNCIAS: - fraturas: fêmur e colles; - ferimentos importantes; - limitações funcionais; - maior tempo de hospitalização; - depressão; - dependência e isolamento social; - medo de cair / síndrome pós queda; - novas quedas; - institucionalização. * * FRATURAS * * Fatores Associados a Quedas Recorrentes * * PREVENÇÃO DE QUEDAS Implementação de Exercícios: PROVINCE et al., 1995 (Meta análise) Fortalecimento muscular Treino de equilíbrio e flexibilidade Tai Chi Estimulação da Cognição: Atenção Atenção tem um papel importante na manutenção do equilíbrio corporal (LUNDIN-OLSSON et al.,1998 e BROWN et al.,1999) * * ANAMNESE – INQUÉRITO QUEDAS Quedas 6 meses / ano; Local e horário; Mecanismo da queda; Conseqüências; Uso de álcool; Patologias de base; Medicamentos; Capacidade funcional; Queixa principal. * * EXAME FÍSICO Pressão arterial; Impressão visual, cognitiva, humor; Pés; Sensibilidade; Força muscular; Mobilidade articular; Avaliação postural; Capacidade funcional; Avaliação dos sistemas. * * PREVENÇÃO E TRATAMENTO Educação; Avaliação geriátrica; Adequação de medicamentos; Reeducação alimentar; Adequações ambientais; Reabilitação vestibular; Fisioterapia; Inclusão social; Exercícios físicos programados. * * * * * * * * * * * * *
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