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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CURSO DE FONOAUDIOLOGIA DISCIPLINA: TRANSTORNOS DA VOZ I - 4º período (2013.2) Profa: Danieli Viegas – Especialista em Voz e Motricidade Orofacial , Mestre em Fonoaudiologia (fonoviegas@uol.com.br) Estudo dirigido Quais são as funções da laringe ? Explique-as. R: 1. Respiratória – Abertura da laringe (entrada/saída de ar dos pulmões) 2. Esfincteriana – Proteção das VAIs / expulsa corpos / estranhos/ evita penetração laríngea 3. Fonatória – inata – porém voz vai se formando (anatomia/ vivências/aspectos emocionais) Como são divididas as regiões da laringe ? Explique. R: a) Supraglote Pregas Vestibulares ou Falsas Pregas vocais Possuem muitas glândulas; Fibras do músculo TA superior; Não participam da fonação em condições habituais; Envolvidas passivamente em frequências muito graves. Ventrículo Laríngeo Entre as pregas vocais e pregas vestibulares; Muitas glândulas, com função de lubrificar a laringe, especialmente as pregas vocais; b) Glote Espaço entre as pregas vocais (respiração/fonação/ deglutição) c) Infraglote Das pregas vocais até o 1º anel traqueal Onde estão localizadas as pregas vestibulares e a que músculo correspondem ? R: Estão localizadas na supraglote e correspondem ao músculo Tireoaritenoideo. Em que casos podem ocorrer a participação das pregas vestibulares durante a fonação? Explique. R: Em geral as pregas vestibulares não participam da em condições normais da fonação porém passivamente estão envolvidas no processo de frequencias muito graves. Onde fica localizado o Ventrículo laríngeo e qual a importância de suas glândulas ? R: O ventrículo laríngeo está localizado entre as pregas vocais e as pregas ventriculares. Quais são as cartilagens da laringe? São 9 cartilagens que formam a laringe: 3 ímpares (tireóide, cricóide e epiglote); 1 par principal (aritenóides); 2 pares acessórias (corniculadas e cuneiformes). Descreva a cartilagem tireóide. R: Maior cartilagem da laringe/ Forma de escudo / Proeminência laríngea (“pomo de Adão”): 90º no homem e 120º nas mulheres; Descreva a cartilagem cricóide. R: 2ª maior cartilagem da laringe /Formato de anel (ovóide nos homens e circular nas mulheres) O que pode causar nas mulheres a variação anatômica da cartiagem cricóide ? Explique: R: Uma fenda glótica posterior (grau I).??? Descreva as cartilagens aritenóides. R: Pequeno par de cartilagens móveis / Grande importância na fonação e respiração (unidade funcional da laringe); Base da aritenóide: - Ângulo póstero-lateral: processo muscular; - Ângulo anterior: processo vocal Descreva a cartiagem epiglote. R: Forma de folha/ Conecta-se às cartilagens aritenóides através das pregas ariepiglóticas (dobra extensa de tecido e músculo) Função: ajuda na proteção das VAIs, através de seu abaixamento e fechamento do ádito laríngeo; Como são divididos os músculos laríngeos ? EXTRÍNSECOS: apenas uma das inserções na laringe e a outra no tórax, mandíbula ou crânio. INTRÍNSECOS: origem e inserção na laringe; Como são divididos os músculos extrínsecos da laringe ? SUPRA-HIÓIDEOS e INFRA-HIÓIDEOS Quais as funções dos músculos extrínsecos da laringe? R: Ação indireta na fonação é extremamente importante, modificando a posição da laringe; Comandam movimentos de elevação, abaixamento e tração ântero–posterior da laringe; Como são divididos os músculos intrínsecos da laringe ? R: a) abdutores : CAP b) adutores : CAL, AA c) tensores : TA, CT Descreva o músculo CAP (cricoaritenóideo posterior) e sua(s) função(ões). R: Contração: deslocam os processos musculares posteriormente, ABDUZINDO as pregas vocais; Atuam na respiração promovendo a abertura das pregas vocais /Atividade aumentada na respiração forçada Descreva o músculo CAL (cricoaritenóideo lateral) e sua(s) função(ões). R: Principais adutores das ppvv; Responsável pelo fechamento dos 2/3 anteriores das ppvv Descreva o músculo A (aritenóideo ou interaritenóido) e sua(s) função(ões). R: Interaritenóideo ou ari-aritenóideo; 2 feixes:Transverso e oblíquo Contração: Aproximam as bases das cartilagens aritenóides, sendo responsáveis pela adução do 1/3 POSTERIOR das pregas vocais Descreva o músculo TA (tireoaritenóideo) e sua(s) função(ões). R: Compõe o CORPO das ppvv; Músculo dos graves Principais funções do TA: Encurtar e auxiliar a adução das ppvv; Redução da frequência fundamental (f0). Apresenta 3 feixes: TA Interno (músculo vocal) :Vibra de modo sincronizado com a mucosa embora não tão ampla e vigorosamente quanto ela; TA Externo: Auxiliar na adução das ppvv;/ firmeza glótica TA superior (m. banda ventricular) : Fibras do TA que se dirigem para as falsas pregas vocais; Descreva o músculo CT (cricotireóideo) e sua(s) função(ões). R:Músculo dos agudos (promovem o alongamento das pregas vocais, diminuindo a massa mucosa solta para vibrar e elevando a f0 ) Ação: aproxima cartilagem tireóide e cricóide (mov. de báscula). Como são divididas as camadas das pregas vocais ? R: - Camada superficial intermediáriaprofunda intermediária da LÂMINA PRÓPRIA + Epitélio = Mucosa e musculo vocal Descreva a mucosa das pregas vocais. R: · É a parte nobre de vibração das ppvv. Possui vasos sanguíneos paralelos à borda livre das ppvv; Divide-se em epitélio e LP; Epitélio escamoso estratificado: resistente a traumas; CSLP (espaço de Reinke): solta, flexível, como se fosse uma gelatina; vibra mais intensamente durante a fonação; CILP: mais densa, fibras elásticas, semelhante a elásticos moles; CPLP: Fibras de colágeno, mais rígidas; Camadas intermediária + profunda: LIGAMENTO VOCAL ;MÚSCULO VOCAL A que corresponde a freqüência fundamental da voz ? Qual a freqüência fundamental média em homens, mulheres e crianças ? R:Homens: 113Hz Mulheres: 204 Hz Crianças: Acima de 250 Hz Do que depende o aumento de intensidade vocal ? R: De maior pressão subglótica e maior adução. Descreva fonte sonora e filtro. Qual o correlato fisiológico de rouquidão ? R: Irregularidade vibratória da mucosa das pregas vocais Qual o correlato fisiológico de aspereza vocal ? R: Rigidez de mucosa das pregas vocais Qual o correlato fisiológico de soprosidade ? R: Ar não sonorizado, corresponde a ruído de fundo, audível (correlato fisiológico mais freqüente – fenda glótica) Qual o correlato fisiológico de astenia ? R: Hipofunção das pregas vocais e pouca energia de emissão Qual o correlato fisiológico de tensão fonatória ? R: Associada ao esforço vocal por aumento da adução glótica (hiperfunção vocal) Qual o correlato fisiológico de instabilidade vocal ? R: A voz não semantém estável ( ex: instabilidade de frequência ou intensidade) O que mede e qual a graduação da ESCALA RASATI ? R: 0 sem alteração 1 leve ou duvidoso 1-2 intermediário entre leve e moderado 2 moderado 2-3 intermediário entre moderado e intenso 3 intenso Forma de escrever a Escala: Exemplos: R1 A2 S1 A0 T1 I1 R2 A0 S1 A0 T2 I0 R0A0 S1 A0 T1 I0 R1 A2 S1 A0 T2 I0 Explique os termos frequência e intensidade. R: A Frequência ou Tom ou Altura Vocal Depende fundamentalmente da atividade dos músculos tensores das ppvv e da quantidade de massa mucosa solta para vibrar. A frequência fundamental (f0) ou tom fundamental da voz corresponde ao número de vezes que as pregas vocais vibram em 1 segundo. É representada em Hertz (Hz). A intensidade vocal depende de quanto fluxo aéreo passa pelas pregas vocais além de quanto as pregas vocais aduzem. Popularmente conhecida como falar “alto” e “baixo” – porém são conceitos incorretos, pois alto e baixo se referem à frequência da voz. É classificada em forte, adequada e fraca.Ex: voz forte = muito fluxo + adução aumentada Ex: Grito: intensidade vocal muito elevada = muito fluxo de ar e muita adução das pregas vocais – por isso é muito prejudicial. É representada em decibéis (dB). Explique os 3 tipos de ataques vocais, mencionando como ocorre a passagem do ar pela glote. R:Corresponde à maneira como se inicia a adução glótica durante a fonação. Divido em: a) AV Suave ou isocrônico: Adução glótica suave e sincrônica com a expiração controlada,ou seja, há sincronia entre a expiração e início da vibração das pregas vocais. Condição ideal. b) AV Brusco: Pode ocorrer por adução intensa ou adução precoce. Há forte adução desde a região anterior da ppvv até as cartilagens aritenóides, impedindo a passagem do ar e aumentando a pressão subglótica. Quando o fluxo aéreo consegue vencer a oclusão das ppvv – “ruído semelhante a um soco”. c) AV Aspirado ou soproso: Produzido por adução insuficiente ou atrasada das ppvv. A expiração do ar antecede o início da vibração das pregas vocais. Sugere hipotonia dos músculos intrínsecos da laringe, paralisia de prega vocal ou casos de fendas, especialmente as do tipo fusiformes hipercinéticas. Explique a diferença de pitch e loudness. R: Pitch: Sensação subjetiva de frequência e Loudness: Sensação subjetiva de intensidade. Explique a diferença entre extensão vocal e tessitura vocal. Extensão Vocal: Nº de notas da mais grave a mais aguda que a pessoa consegue produzir, não importando a qualidade ( incluindo o vocal fry). Tessitura Vocal: Nº de notas da mais grave a mais aguda que a pessoa consegue produzir, com qualidade de fala ou de canto. O que significa gama tonal ? R: Corresponde à faixa de frequências acima e abaixo da frequência habitualmente utilizada pelo indivíduo e faz parte das inflexões vocais. Diferencie os registros vocais de fry e falsete. R:Vocal Fry: Região mais grave da extensão vocal, abrangendo uma faixa de frequência de 30 a 75 Hz. Produzido com pouco fluxo de ar e atividade predominante do músculo TA. Falsete: Região aguda da extensão vocal. Hiperatividade de CT, com TA quase totalmente relaxado e atividade de CAL e A levemente reduzidas, levando ao aparecimento de fenda paralela. Quais os principais músculos que atuam na inspiração e na expiração ? R: Torácicos: diafragma, intercostais internos, intercostais externos( PRINCIPAIS) Explique as diferenças entre inspiração e expiração. Inspiração: Expiração: Fase ativa do ciclo respiratório; Retificação do diafragma; Processo passivo; Relaxamento do diafragma e elasticidade das paredes da caixa torácica; Explique os diferentes modos e tipos respiratórios. R: • Costal superior: atividades físicas, maior e mais rápida entrada de ar (oxigenação); • Diafragmático ou inferior: durante o sono; inspirações mais lentas e profundas, menor necessidade de oxigênio; • Costodiafragmático abdominal: ideal para comunicação; Abertura das costelas; Anteriorização do esterno; Abaixamento do diafragma; Expansão abdominal. OBS: Maior controle – saída do ar – diversas demandas vocais. Explique os 3 tipos de fendas glóticas triangulares. Por que a fenda triangular posterior ou grau I é considerada anatômica em mulheres ? Explique as diferenças entre a laringe infantil e a do adulto. R: Forma: esqueleto laríngeo→ configuração cônica ( funil em direção a traquéia – estreitamento a partir das ppvv). OBS: No adulto – aumento da região subglótica. Cartilagens delicadas e ligamentos frouxos; Predisposição a edema de tecidos – muito vascularizados. Explique como é a estrutura das pregas vocais infantis e porque deve-se evitar realizar uma cirurgia nesta fase. R: Não há uma diferenciação de camadas; Ligamento vocal (CILP + CPLP) imaturo; Túnica mucosa – aspecto gelatinoso; Diferenciação das camadas até a puberdade; Cite características da voz do bebê • Laringe – eficiência das funções respiratória e protetora; • Laringe – órgão das emoções (diferentes manifestações vocais); • Estudo com bebês → uso diferencial da voz em diferentes situações. • Sensações manifestadas em sons; • Emissão sonora rica ( mães atentas → interpretação das emissões do bebê); • Voz do bebê → delgada ( trato vocal encurtado e reduzida possibilidade de ressonância). • Estudos mostraram discriminação do choro dos bebês – estado emocional. • Nos 1os. meses de vida bebê depende de suas modulações vocais. • Com o passar dos meses (10 ano de vida)→ articulação se sobrepõe a fonação. • A aquisição do código linguístico passa a voz para 20 plano; • Porém: Voz fornece um rico material de nosso estado interior e da intenção do discurso. Cite características da voz do adulto • Após o término da muda vocal (± 18 anos); • Considerada estável; • Diferencia o sexo do falante; • f0 média = 204 Hz ( F 18- 45 anos) ( Behlau e col,1985) • f0 média = 113 Hz ( M 18- 45 anos) ( Behlau e col,1985) Período de máxima eficiência vocal 25 a 45 anos • f0 estável até 60 anos (M) , seguido de ↑ no valor; • (F) ↓ na f0 a partir de 50 anos ( menopausa) – “muda vocal feminina”; • TMF cai p/ ambos sexos, + acentuado (F); • Distribuição irregular do fluxo aéreo ; • Menopausa – modificação vocal de discreta a acentuada (associação aos hormônios) Cite características da voz do idoso • Envelhecimento vocal - modo paralelo ao de outras funções do corpo; • A partir de 45 anos – alt. estruturais da laringe, > ou< impacto vocal. • Início da presbifonia, seu desenvolvimento e grau de alteração → depende: indivíduo; saúde física e psicológica; história de vida; fatores constitucionais, raciais, hereditários, sociais e ambientais. • Presbifonia – parte do processo de envelhecimento normal do indivíduo; • Não é uma desordem vocal , porém - difícil estabelecer limites - processo fisiológico da idade e alteração vocal. Cite os marcadores vocais da senilidade • Redução na capacidade respiratória vital; •↑ da f0 para homens e ↓ para mulheres; • Redução da extensão vocal; • Redução do TMF; • ↑ do grau de nasalidade (em alguns casos). • Deterioração da QV + precoce na mulher e + evidente no homem. • Deterioração da QV + evidente na voz cantada (mulheres); • Instabilidade vocal; • ↓ na velocidade de fala; • ↑ na duração das pausas articulatórias. Explique o conceito de voz normal. O que devemos levar em consideração para considerar uma voz como normal ? R: • Não há consenso – voz normal e disfonia; • Conceito – voz normal e alterada – modificado ao longo do tempo. • Influenciado pelo meio e a cultura em que vive. • Voz – função inata –porém – desenvolve ao longo do tempo – paralelo- desenv. orgânico e psicológico do I. Explique a diferença dos 3 tipos de disfonias ( orgânica, funcional e organo-funcional), dando um exemplo de cada. R: a)Disfonias Funcionais: Desordens do comportamento vocal; b)Disfonias Organofuncionais: Disfonia de base essencialmente funcional com lesões secundárias (etapa post. da disf. funcional) c)Disfonias Orgânicas: Independem do uso da voz. OBS: Behlau e Pontes (1995) referem que essas categorias não são estanques, havendo grande interrelação entre elas. a) Disfonias funcionais: Disf. funcionais primárias por uso incorreto da voz: quadros funcionais puros; favorecidos por falta de conhecimento vocal e modelo vocal deficiente; →Falta de conhecimento vocal →3 níveis: a) respiratório: inspiração insuficiente; início da emissão após expiração; b) glótico: compressão glótica excessiva ou insuficiente; c) ressonantal: uso incorreto das caixas de ressonância. → Modelo vocal deficiente→ modifica ajustes laríngeos e supralaríngeos para aproximar-se de um modelo que gostaria de ter. Disf. funcionais secundárias por uso inadaptações vocais: não representam quadros funcionais puros; → Inadaptações anatômicas: assimetrias laríngeas, fusão laríngea post. incompleta, desvios na proporção glótica e AEMC*** → Inadaptações funcionais: incoordenação pneumofônica ou fonodeglutitória; alterações miodinâmicas (respiratórias, ressonantais ou laríngeas) Disf. funcionais por alterações psicogênicas: manifestações vocais psicogênicas decorrem do uso da própria voz ou de conflitos gerados nos valores inerentes à voz. → Dois grandes grupos: I) Disfonias psicogênicas com formas clínicas definidas II) Disfonias da muda vocal I) Disfonias psicogênicas com formas clínicas definidas: Incluem: Afonia de conversão; uso divergente de registro; falsete de conversão, sonoridade intermitente ; síndrome da tensão musculoesquelética; disfonia vestibular; disfonia espasmódica de adução ou de abdução ; disfonia por movs. paradoxais das ppvv; disfonia por fixação do registro basal. II) Disfonias da muda vocal ou puberfonias: Muda vocal prolongada; muda vocal incompleta; muda vocal excessiva ou sobrepassada; muda vocal precoce; muda vocal retardada; falsete mutacional 4 b) Disfonias Organofuncionais: • São de base funcional com lesões secundárias; • Geralmente é uma disf. funcional diagnosticada tardiamente. • Integração Fono e ORL para indicar a conduta. • Consideradas lesões organofuncionais: nódulos, pólipos, edemas de Reinke, alguns quadros de úlcera de contato, granulomas e leucoplasias. c) Disfonias Orgânicas: Independem do uso da voz; a) Disf. Orgânicas por alterações com origem nos órgãos da comunicação: Congênitas: assimetrias laríngeas; Traumáticas: ferimento arma de fogo/ branca; Inflamatórias, Infecciosas e não infecciosas; Neoplásicas; Por problemas auditivos; b) Disf. Orgânicas por alterações com origem em outros órgãos e aparelhos do corpo: Disfonias Endocrinológicas; Disfonia por síndromes; Disfonias neurológicas; Disfonias por doenças renais; Disfonias por doenças auto-imunes; Disfonias por RGE. BOM ESTUDO!
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