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DISFONIAS THAIS ARIADNE BARBOSA DA COSTA DISFONIA A disfonia pode ser definida como toda e qualquer dificuldade na emissão vocal que impeça a produção natural e harmoniosa da voz. EUFONIA Corresponde a associação harmoniosa entre os elementos envolvidos na emissão vocal que resulta em sons agradáveis ao nosso ouvido, emitidos sem dificuldade ou desconforto. AFONIA Ausência da voz. Remember.... DISFONIA FUNCIONAL Primária Secundária Psicogênica DISFONIA ORGANOFUNCIONAL DISFONIA ORGÂNICA CLASSIFICAÇÃO DAS DISFONIAS Classificação utlizada: Behlau e Pontes 1990 a 1995 DISFONIAS FUNCIONAIS DISFONIAS FUNCIONAIS Primária - uso incorreto da voz Secundária - inadaptações vocais Psicogênica Baseadas no envolvimento do comportamento vocal na causa da disfonia. CAMPO DE ATUAÇÃO DO FONOAUDIÓLOGO As disfonias funcionais são consideradas como o campo de domínio do fonoaudiólogo uma vez que a reabilitação do paciente depende diretamente do trabalho vocal realizado. DISFONIAS FUNCIONAIS PRIMÁRIAS Uso incorreto da voz Ocorrem por dois fatores principais: falta de conhecimento vocal e modelo vocal deficiente. FALTA DE CONHECIMENTO VOCAL Observado quando o indivíduo não possui noções básicas sobre a voz. O que pode levá-lo inconscientemente a selecionar ajustes motores impróprios a uma produção vocal saudável. ORIENTAÇÕES Inspirar antes de falar, articular corretamente e com a boca aberta, não competir com ruído de fundo e usar roupas confortáveis (principalmente nas regiões de pescoço e tórax). MODELO VOCAL DEFICIENTE Ocorre quando o paciente modifica os ajustes laríngeo e supralaringeos naturais de sua emissão, procurando aproxima-lá de um modelo que gostaria de ter ou que acredita ser melhor. EXEMPLOS Modelos comuns são vozes profissionais de artistas famosos, que passam a ser imitados por outras pessoas. Isso pode não ser consciente e resultar em um distúrbio psicológico com dificuldades de aceitação pessoal e de personalidade. DISFONIAS FUNCIONAIS SECUNDÁRIAS Inadaptações Vocais São divididas em dois grupos: Inadaptações anatômicas e inadaptações funcionais. Inadaptações Anatômicas Assimetrias laríngeas Fusão laríngea posterior incompleta Desvios na proporção glótica Alterações estruturais minimas da cobertura das pregas vocais. Podem ser classificadas em quatro grupos: 1. 2. 3. 4. ASSIMETRIAS LARÍNGEAS Não existe relação direta entre simetria laríngea e voz normal, e entre simetria laríngea e voz alterada. A assimetria laríngea é muita das vezes um achado de exame em indivíduos sem nenhuma queixa vocal. O uso intensivo da voz em pacientes com assimetria pode ocasionar fadiga e alterações teciduais, além do recrutamento das estruturas supraglóticas, como a medialização das pregas vestibulares. FUSÃO LARÍNGEA POSTERIOR INCOMPLETA Falhas na fusão da laringe são conhecidas como: fissura faríngea posterior. É definida como uma mal formação congênita rara na qual ocorre uma falha da fusão da musculatura de região posterior da laringe, podendo envolver as cartilagens. Quando ocorre algum comprometimento vocal pode-se observar coaptação incompleta na região posterior da laringe. DESVIOS NA PROPORÇÃO GLÓTICA Valor médio de 1,3 para o sexo masculino Valor médio de 1,0 para o sexo feminino Define-se índice de proporção glótica como a relação entre o tamanho da porção fonatória (anterior) e o tamanho da porção respiratória (posterior) da glote. Valores de referências: As alterações na proporção glótica predispõem o desenvolvimento de lesões benignas de massa nas pregas vocais. ALTERAÇÃO ESTRUTURAL MÍNIMA DA COBERTURA DAS PREGAS VOCAIS (AEMC) Sulco vocal 4. Microdiafragma laríngeo Cisto Epidermoide 5. Vasculodisnesia Ponte de mucosa São classificadas em diferenciadas e indiferenciadas: Indiferenciadas: Alterações não definidas macroscopicamente e sugerem: colabamento, redução ou ausência de uma ou várias camadas de mucosas. Diferenciadas: Podem ser classificadas em: 1. 2. 3. SULCO VOCAL Sulco oculto Sulco estria Sulco bolsa DEFINIÇÃO: É uma depressão na prega vocal que se dispõe paralelamente a borda livre. O sulco vocal pode se apresentar de várias formas, de acordo com o grau da invaginação da mucosa. Podendo ser: 1. 2. 3. SULCO VOCAL DEFINIÇÃO: Mais difícil de identificar. QUALIDADE VOCAL: O impacto vocal é minimo na voz falada habitual, podendo haver redução da extensão vocal ou queixa de pouca resistência ao uso continuado da voz. TRATAMENTO: Reabilitação vocal. Oculto SULCO VOCAL Apresenta duas variantes. Estria maior: Apresenta-se a imagem típica de uma depressão na prega vocal. Qualidade de voz desagradável, rouco áspera ou bitonal. TRATAMENTO: Remoção cirúrgica com fonoterapia pré e pós operatória. Estria menor: Apresenta-se como uma linha atrófica na mucosa. Apresenta comprometimento relacionado ao grau de adesão do sulco no ligamento vocal. TRATAMENTO: Reabilitação vocal. Estria SULCO VOCAL Anteriormente conhecido como cisto aberto. QUALIDADE VOCAL: Pode haver abaulamento na prega vocal. A coaptação glótica pode ser completa, irregular ou com fenda dupla. E o atrito das pregas vocais pode produzir lesões secundárias que vão de reações contralaterais, pólipos, edemas ou até mesmo a leucoplasia. O individuo apresenta voz rouca, de frequência fundamental grave. TRATAMENTO: Reabilitação vocal. E em casos de insucesso: remoção cirúrgica. Bolsa CISTO EPIDERMÓIDE DEFINIÇÃO: Também chamado de cisto profundo, cisto de inclusão epitelial ou simplesmente cisto. O volume do cisto pode ser tão pequeno a ponto de ser chamado de microcisto, ou grande a ponto de comprometer toda a lâmina própria. Corresponde a uma cavidade fechada localizada profundamente no interior da prega vocal. Pode ser unilateral ou bilateral ou unilateral com reação contralateral. (O que torna o cisto facilmente confundido com os nódulos. CISTO EPIDERMÓIDE QUALIDADE VOCAL: Pode ser assintomático ou levemente sintomático ou com alteração vocal caracterizada por voz rouca e grave devido ao aumento de massa na prega vocal. TRATAMENTO: Principal opção de tratamento é a reabilitação vocal. É indicado tratamento medicamentoso e cirúrgico quando há aumento do volume do cisto ou quando o equilíbrio fonatório não é alcançado através da reabilitação vocal. PONTE DE MUCOSA Intrínseca: quando o arco se situa ao longo da prega vocal. Extrínseca: quando o arco se desloca da prega vocal e vai para o ventrículo laríngeo. DEFINIÇÃO: Alteração rara, caracterizada como um arco de túnica de mucosa, em forma de alça, totalmente epitelizada. 1. 2. - A ponte de mucosa apresenta largura e extensão variáveis. PONTE DE MUCOSA QUALIDADE VOCAL: O impacto vocal da ponte da presença isolada da ponte de mucosa pequeno, podendo o paciente apresentar leve aspereza ou fadiga vocal. A presença do tecido rígido da ponte pode desencadear uma lesão secundária contralateral (ex: edema, pólipos, leucoplasia). O diagnóstico clínico é raro. Sua presença geralmente é detectada durante uma macroscopia exploratória ou durante cirurgias de outras lesões laríngeas. PONTE DE MUCOSA TRATAMENTO: A opção de remoção cirúrgica depende da avaliação do cirurgião sobre a influência da ponte de mucosa no desenvolvimento de outras lesões observadas. A fonoterapia no pós-operatório visa uma flexibilização de mucosa e uma redução de compensações negativas. MICRODIAFRAGMA DEFINIÇÃO: Pequena membrana mucosa na comissura anterior da laringe, dando a impressão da pele que observamos entres os dedos das mãos. Pode ser de localização glótica ou subglótica. Frequentemente unitário mas pode haver duas ou três membranas, principalmente de localização subglótica. O impacto do microdiafragmalaríngeo depende da sua rigidez, espessura e de onde ele está inserido. Laríngeo MICRODIAFRAGMA QUALIDADE VOCAL: Impacto vocal variável, podendo gerar uma disfonia discreta, geralmente monossintomática com deslocamento da frequência fundamental nos agudos. TRATAMENTO: Fonoterapia, que visa reduzir a frequência fundamental e abaixar a laringe. A cirurgia raramente é indicada devido a recidivas frequentes o que acaba gerando cicatrizes maiores que o próprio microdiafragma. Laríngeo VASCULODISNESIA DEFINIÇÃO: Alteração na rede vascular da laringe. Ocorrem quase sempre associadas a outras lesões (como cistos ou sulcos) e aparecem nas regiões de maior alteração das camadas da lâmina própria. Não aparecem em indivíduos normais ou com disfonias organofuncionais. - Pode apresentar alterações de acordo com o processo inflamatório da laringe. (exemplos: durante a síndrome pré-menstrual). VASCULODISNESIA QUALIDADE VOCAL: Raramente por si só a vasculodisnesia, produz impacto negativo importante. Quando existe é pequeno e não requer tratamento já que é comum que a alteração vascular deixa de ser notada quando é corrigido o fator associado. Inadaptações Funcionais Inadaptações funcionais por incoordenação. Inadaptações funcionais por alterações miodinâmicas. Podem ser divididas em dois grupos: 1. 2. Incoordenação pneumofônica: Onde os movimentos respiratórios não ocorrem concomitantes a demanda fonatória. Incoordenação fonodeglutitória: Quando não há organização harmônica dos movimentos de deglutição durante as pausas do discurso. Podem ser agrupadas em duas categorias: 1. 2. INCOORDENAÇÃO Respiratórias Cavidades de ressonância Laríngeas Podem ser classificadas de acordo com o grupo de estruturas ou funções envolvidas: ALTERAÇÕES MIODINÂMICAS Estão presentes todas as alterações pneumofônicas. O impacto vocal é geralmente pequeno, podendo ser significativo apenas nas situações de uso profissional ou abusivo da voz. São elas: - Insuficiência respiratória - Respiração inversa - Insuficiência do gesto respiratório - Movimento exagerados - Rigidez da parede da caixa torácica a fonação - Fraqueza da parede abdominal ALTERAÇÕES MIODINÂMICASRespiratórias Compreendem pequenas alterações que podem ocorrer em nível de: Cavidade bucal - Orifício bucal - Língua - Faringe - Véu palatino- Lábios e bochechas O impacto das inadaptações de cavidade de ressonância é geralmente observado na qualidade estética da voz, onde é observada uma voz menos bonita, com ressonância concentrada e esteticamente menos agradável. ALTERAÇÕES MIODINÂMICAS Em cavidades de Ressonância ALTERAÇÕES MIODINÂMICASLaríngeas Alterações posturais da laringe: Dizem respeito a posição vertical da laringe no pescoço. Alterações posturais das pregas vocais: Dizem respeito as chamadas fendas glóticas. Alterações cinéticas do vestíbulo laríngeo: Podem ser dividas em três subgrupos: 1. 2. 3. FENDAS GLÓTICAS Um fechamento glótico normal e adequado é aquele que não deixa a mostra nenhum espaço entre as pregas vocais, principalmente no sexo masculino. As fendas glóticas são identificadas pela imagem geométrica remanescente da rima glótica durante a fonação. O tamanho da fenda varia de acordo com a qualidade vocal, a frequência e a intensidade da emissão. Fendas triangulares Fendas fusiformes Fendas paralelas Fendas duplas Fendas em ampulhetas Fendas irregulares Os principais tipos de fendas encontrados na prática clínica são: Apresentam um formato muito próximo a de um triângulo com base na região posterior. Podem ser classificadas em posterior, médio-posterior e ântero-posterior. De modo geral as fendas triangulares sugerem insuficiência muscular e a terapia fonoaudiológica precisa contemplar a questão muscular envolvida. FENDAS TRIANGULARES As fendas fusiformes também são chamadas de fendas ovais. Formação de fuso à fonação que pode restringir-se à região anterior da prega vocal (fenda fusiforme anterior ou ao longo de toda prega vocal (fenda fusiforme antero-posterior ou limitar-se a parte posterior (fenda fusiforme posterior). FENDAS FUSIFORMES Resultam de uma complexa interação de inadaptações miodinâmicas e organofuncionais, podendo também representar uma situação de mucosa pouco abundante. São bastante incomuns e geram pequeno impacto vocal. FENDAS PARALELAS As fendas duplas apresentam duas regiões de coaptação insuficiente, formando um pequeno fuso na região anterior e um triângulo na região posterior. A voz associada a uma fenda dupla é geralmente rouco-soprosa. Pode haver fadiga vocal e diminuição de potência e projeção com o uso da voz. Desaparece rapidamente com fonoterapia. FENDAS DUPLAS Assim como nas fendas duplas, as fendas em ampulhetas apresentam duas regiões de abertura glótica. Frequente em casos de alteração estrutural minima com massa secundária. A contribuição da fonoterapia pode ser limitado. FENDAS AMPULHETAS Apresentam coaptação glótica insuficiente pela borda livre das pregas vocais não apresentar um traçado definido, com limite nítido, o que produz uma configuração geométrica do espaço glótico irregular. FENDAS IRREGULARES DISFONIAS PSICOGÊNICAS É uma desordem funcional, pois o processo que levou ao aparecimento e a instalação da voz disfônica tem um simbolismo direto com a função fonatória da laringe. Nem todas as disfonias psicogênicas tem em sua origem fatores psicológicos mas o estresse é o denominador comum da maior parte das desordens vocais. As variáveis psicológicas devem ser analisadas tanto no diagnóstico como na reabilitação. DISFONIAS ORGANOFUNCIONAIS DISFONIAS ORGANOFUNCIONAIS Representam uma disfonia de base essencialmente funcional com lesões secundárias: representam, na verdade, uma etapa posterior na evolução de uma disfonia funcional. Constituídas de alterações vocais acompanhadas de uma série de lesões, quase exclusivamente decorrentes de alterações no comportamento vocal (alterado ou inadequado). Geralmente diagnosticadas tardiamente, pelo atraso do paciente na busca de ajuda especializada ou pela não- valorização dos sintomas do paciente. DISFONIAS ORGANOFUNCIONAIS Nódulos Pólipos Edema de Reinke Úlcera de contato Granuloma Leucoplasia NÓDULOS VOCAIS EmAdultos Lesões de massa, benignas, bilaterais, de característica esbranquiçada ou levemente avermelhada que se desenvolvem na região anterior das pregas vocais ABUSO VOCAL Mais comuns no sexo masculino em crianças e em mulheres adultas jovens, associadas a um comportamento vocal inadequado e abusivo. A presença da lesão bilateral pode impedir que a glote se feche completamente durante a fonação, resultando em fenda glótica O processo de formação dos nódulos inicia-se com o desenvolvimento de edema e vasodilatação. QUALIDADE VOCAL - Rouquidão e soprosidade são os principais sinais perceptivo-auditivos indicativos da presença de nódulos vocais. - O paciente também pode se queixar de fadiga vocal, perca de potencia da voz com o uso, dor na laringe e no pescoço, podendo ainda relatar dificuldades em produzir notas agudas. FONOTERAPIA No tratamento dos nódulos a primeira opção é a reabilitação vocal. CIRURGIA A cirurgia é realizada quando os nódulos são antigos, fibróticos ou quando o paciente necessita de uma mudança vocal muito rápida e não tem tempo suficiente para se dedicar a reabilitação PÓS-CIRÚRGICO A fonoterapia deverá ser realizada no pós-operatório, a fim de modificar os ajustes laríngeos inadequados e trabalhar as questões comportamentais. PROGNÓSTICO RECORRÊNCIA O prognóstico do tratamento do tratamento dos nódulos é muito bom, tanto na reabilitação vocal como na abordagem combinada, cirurgia e reabilitação.Há uma certa probabilidade de recorrência das lesões, quando o comportamento vocal não foi modificado ou quando a fonoterapia não foi suficiente. NÓDULOS VOCAIS Na Infância São lesões de massa bilaterais, que podem variar quanto ao tamanho (chegando a ser enormes), com localização na região anterior da prega vocal Ocorrem em ambos os sexos com leve prevalência nos meninos, geralmente na faixa etária dos 7 aos 9 anos podendo aparecer antes desse período. É considerada a lesão mais comum em crianças. Os nódulos são associados a um comportamento vocal excessivo e abusivo, caracterizado por fonotrauma - falar demais, falar muito forte, falar muito agudo, falar muito grave, falar rapidamente, falar por muito tempo sem intervalos, falar na inspiração, vocalizar sob esforço, imitar sons, ruídos e animais. QUALIDADE VOCAL - A qualidade vocal varia de rouca a rouco-soprosa e a incoordenação pneumofonica pode ser muito acentuada, não somente pela presença de nódulos mas também pelas características do padrão respiratório infantil. - Voz geralmente grave, podendo apresentar intensidade elevada constante. Episódios de piora vocal pode, ser frequentes com o paciente chegando a afonia no final do dia. FONOTERAPIA A fonoterapia é a conduta de eleição para o tratamento de nódulos na infância. CIRURGIA A indicação cirúrgica é rara, mas pode ser realizada em casos de afonia de repetição constante. PROGNÓSTICO O prognóstico pode ser bom e com duração média de um semestre quando ocorre conscientização e colaboração da família ou onde a reabilitação não é aceita, os procedimentos empregados podem ser absolutamente frustrantes e desgastantes para o fonoaudiólogo. PÓLIPOS São lesões de massa geralmente unilaterais, de tamanhos e colorações variados. Podem ocorrer em diferentes regiões da prega vocal, mais usualmente em sua metade anterior. Lesões mais frequentes em adultos do sexo masculino, entre 35 e 45 anos de idade, sendo extremamente raro em crianças São geralmente unilaterais, porém 10% dos casos podem apresentar formações bilaterais assimétricas. SÉSSEIS Base alargada e com grande aderência na prega vocal. PEDICULADOS Conectados a prega vocal por um estreito filamento de mucosa, podendo, portanto, apresentar ampla movimentação durante a respiração, deslocando-se para a supra-glote durante a fonação. A gênese do pólipo é definida a partir de um pequeno traumatismo, que pode ser fonatório ou não (ex - refluxo gastresofágico). Pode ser definida também como um resultado de uma atividade física não habitual, violenta e intensa Aspiração de substancias químicas agressivas, atividades respiratórias intensas, fumo e álcool também são fatores agravantes importantes. Um evento único, de intenso fonotrauma, tal como um grito ou um urro. CARACTERÍSTICAS VOCAIS - Rouquidão característica, soprosidade variável. - Incoordenação pneumofonica e dificuldades na variação de intensidade e na região das frequências mais elevadas são características vocais comuns. -Os pacientes podem referir sensação de corpo estranho na garganta. FONOTERAPIA A fonoterapia é indicada pré e pós cirúrgica. CIRURGIA O tratamento dos pólipos das pregas vocais é quase sempre cirúrgico. A possibilidade de regressão espontânea ou com fonoterapia é muito reduzida. PROGNÓSTICO RECORRÊNCIA O prognóstico é bom e a voz habitual é rapidamente recuperada. Recidivas de pólipos são raras e quando ocorrem, alterações estruturais mínimas ocultas devem ser investigadas EDEMA DE REINKE Lesão difusa na camada superficial da prega vocal, de coloração rosada, caracterizada por acumulo de fluido, de modo irregular, em alguma região da porção membranosa ou em toda ela. O edema inicial é translúcido, passando a ser mais consistente e avermelhado com o passar do tempo. Pode ser unilateral ou bilateral. A ocorrência bilateral indica uma resposta irritativa de ambas as pregas vocais, e não a passagem do edema de um lado para o outro Ocorre em indivíduos adultos de ambos os sexos, entre 45 e 65 anos de idade Fatores causais: uso intensivo da voz, abusos vocais variados e tabagismo. A ocorrência de edema de Reinke em fumantes é muito alta. Embora a prevalência entre os sexos pareça ser semelhante, mulheres fumantes procuram atendimento com maior frequência, principalmente quando a voz fica virilizada e passa a ser confundida com homem, particularmente ao telefone. Não há casos descritos em crianças. CARACTERÍSTICAS VOCAIS - Sintomas típicos incluem voz grave para a idade e sexo do paciente e rouquidão. Pode ser observada qualidade vocal crepitante. - Queixa respiratória e incoordenação pneumofonica são observadas apenas em casos severos. Pelo edema ser geralmente flexível, mesmo quando volumoso, raramente ocorre dispnéia. CARACTERÍSTICAS VOCAIS - Observa-se frequentemente a movimentação do edema para cima e para baixo, de acordo com a respiração. - O edema de Reinke apresenta fonação com coaptação glótica incompleta e irregular, sendo frequente a presença de fenda fonatória em Y. FONOTERAPIA A fonoterapia deve abranger orientações sobre higiene vocal, incluindo hidratação, apoio emocional à interrupção do cigarro e ao controle de estresse, além de técnicas vocais que visem à restauração do movimento muco-ondulatório da mucosa e recuperação do campo vocal dinâmico. CIRURGIA Nos casos severos, a melhor escolha de tratamento parece ser a combinação fono-cirurgia-fono. PROGNÓSTICO - Nos casos discretos e moderados, é bom, com reabsorção pelo menos parcial do edema após três meses de reabilitação, com uma sessão semanal. - A voz típica após a cirurgia de decorticação da mucosa por edema de Reinke é aguda, áspera, desagradável, com pouca sonoridade, produzindo também grande fadiga vocal. ÚLCERA DE CONTATO São escavações bilaterais, com imagem erosiva, algumas vezes unilateral no início do desenvolvimento, que ocorrem na mucosa que cobre o processo vocal das cartilagens aritenóideas. Ocorre geralmente em indivíduos adultos, com maior prevalência no sexo masculino (ao redor dos 40 anos), não havendo casos descritos na infância. Podem estar presentes em uma ou ambas as pregas vocais, sendo um distúrbio quase exclusivo do sexo masculino, pois as ulceras se desenvolvem em indivíduos de vozes guturais. A úlcera é geralmente encontrada em homens cujas profissões exigem uma presença vocal autoritária. Comum em pastor, padres, políticos, policiais e advogados. MEDICAMENTOSO Inicialmente o tratamento geralmente é medicamentoso. CIRURGIA Quando o fator é orgânico a indicação requer procedimento cirúrgico e posteriormente a fonoterapia. FONOTERAPIA Posteriormente é indicada a fonoterapia, para modificação do comportamento vocal, no caso do fator funcional. GRANULOMA Lesões de massa, benignas, que podem ser unilaterais ou bilaterais. Tem coloração esbranquiçada, amarelada ou avermelhada, variando sua forma, podendo ser arredondada ou irregular. São causadas por um processo inflamatório inespecífico formado por tecido de granulação que ocorre primariamente no processo vocal da cartilagem aritenóide. Ocorrem geralmente na região posterior da laringe. Em caso de trauma pode ser em qualquer área. Etiologia: refluxo gastroesofágico, abuso vocal, intubação orotraqueal prolongada, tosse crônica, traumas laríngeos ou até mesmo pode ter causa idiopática. É comum a presença de granuloma associado a úlcera de contato. Pode apresentar uma imagem de encaixe, com um granuloma em uma prega vocal e úlcera de contato em outra. Indivíduos autoritários e agressivos tem maior tendência a desenvolver granuloma. CARACTERÍSTICAS VOCAIS - Voz grave e tensa - O paciente pode apresentar sensação de corpoestranho na garganta. - Pigarreio constante (necessidade de limpar a garganta) - - Também pode haver odinofagia e otalgia. FONOTERAPIA A reabilitação vocal é indicada para mudanças no comportamento vocal. Pode ser realizada ainda a técnica do arrancamento. CIRURGIA A remoção cirúrgica não assegura a resolução de problemas, já que as recidivas são frequentes. LEUCOPLASIA Manchas esbranquiçadas na mucosa da prega vocal, brilhosa, semelhante a camadas de gesso, geralmente rasas; Uni ou bilateral, pontos isolados, áreas esparramadas, múltiplas localizações, pode comprometer toda a área fonatória da prega vocal; A partir dos 40 anos de idade, prevalência em homens; Tabagismo: pré-maligna ou maligno Alcoolismo, deficiências nutricionais e infecções nas VAS Comportamento de voz alterado; CARACTERÍSTICAS VOCAIS - Lesões afetam a cobertura: + massa e rigidez; - Ataque vocal soproso, ou brusco, na tentativa de vencer a rigidez dos tecidos; - Frequência tende a se deslocar para os agudos; - Compensação nasal, fadiga vocal, falta de resistência; FONOTERAPIA A reabilitação vocal é indicada quando há alterações vocais. CIRURGIA Indicada quando o tratamento clínico no foi eficaz. TRATAMENTO CLÍNICO As lesões podem ou não regredir com o tratamento clínico. LEUCOPLASIA CARCINOMA Leucoplasias são consideradas pré-malignas, embora a presença de tumor ocorra em menos de 20% dos casos; 4% das leucoplasias bucais tornam-se carcinomas de células escamosas após o diagnóstico, de acordo com os exames de acompanhamentos.
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