AULA_10-_BEM_JURIDICO

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BEM JURÍDICO
ARTS. 79 À 103 CC
 ARTS. 1711 À 1722 CC
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BEM
Bens são coisas materiais e imateriais, úteis aos homens e de expressão econômica. Coisa é gênero do qual bem é espécie.
A palavra bem deriva de bonum, felicidade, bem-estar.
OBJETO DO DIREITO	1)Prestação
					2) Bem jurídico lato sensu
					2.1) Bens imateriais
					2.1) Coisas (Bens materiais)
Bens materiais e os imateriais, portanto há bens que não são coisas, como a honra, liberdade, moral, imagem, vida.
Bem jurídico compreende as coisas e os bens imateriais.
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COISA COMUM: insuscetíveis de apropriação pelo homem, como ar atmosférico, mar. Não podem ser objeto de relação jurídica.
COISAS SEM DONO (RES NULLIUS): porque nunca foram apropriadas, caça, peixes, ficam a disposição de quem as encontrar.
COISAS ABANDONADAS (RES DERELICTA): foi objeto de relação jurídica, mas o seu titular a lançou fora, com a intenção de não mais tê-la para si. 
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CLASSIFICAÇAO 
BENS CORPÓREOS E OS INCORPOREOS
1.1) Corpóreos: são os bens que tem existência material perceptível pelos nossos sentidos, sendo móveis (livros) ou imóveis (casas, sitio).
1.2) Incorpóreos: são abstratos, de visualização ideal.
	
	Apenas os bens corpóreos podem ser objeto de contratos de compra e venda os incorpóreos são objeto apenas de contrato de cessão de direito.
	classificação não acolhida pelo legislador em 2002.
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2) BENS MÓVEIS OU IMÓVEIS
2.1) Bens móveis: são transportados de um lugar para outro sem destruição. 
MOVEIS POR SUA PROPRIA NATUREZA: podem ser transportados (cama, mesa).
Semoventes: os que se movem por força própria.
Propriamente ditos: admitem remoção por força alheia.
MÓVEIS POR ANTECIPAÇAO: são bens incorporados aos imóveis, mas que serão destacados (frutos, arvores para corte).
MÓVEIS POR DETERMINAÇAO LEGAL: art. 83 CC, as energias que tenham valor econômico, os direitos reais sobre os móveis e os direitos pessoais de caráter patrimonial.
OBS: aeronaves são bens móveis, mas serão imobilizados para fins de hipoteca (art. 1.473, Vi e VII CC)
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BENS IMÓVEIS
2.2) Bens imóveis: não podem ser transportados sem destruição. Classificados em:
IMOVEIS POR NATUREZA PRÓPRIA: solo e tudo o que foi incorporado pela natureza (jazidas minerais, cachoeiras), art. 1229 CC.
IMÓVEIS POR ACESSÃO NATURAL: árvores, frutos pendentes e todas as adjacências naturais.
IMOVEIS POR ACESSAO INDUSTRIAL OU ARTIFICIAL: incorporações permanentes ao solo (sementes, edificações). Acessão significa justaposição de uma coisa a outra, de modo que haja absorção de uma coisa por outra. Não perdem a característica de imóveis (art. 80)
IMÓVEIS POR DETERMINAÇAO LEGAL: art. 80, I e II CC, os direitos reais sobre imóveis e o direito à sucessão aberta.
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SUCESSAO ABERTA
A abertura da sucessão, com a morte do sucedido, gera a transferência dos bens da herança aos herdeiros (art. 1.784 CC) – principio da saisine.
Conseqüências: durante o inventario o herdeiro poderá ceder sua quota (sucessão aberta) a outros (sucessor ou terceiro).
A renuncia a herança é feita por escritura pública ou termo nos autos, visto tratar-se de bem imóvel por determinação legal (art. 1.806).
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BENS FUNGÍVES OU INFUNGIVEIS
BENS FUNGÍVEIS: podem ser substituídos por outros, do mesmo gênero, qualidade e quantidade.
BENS INFUNGÍVEIS: insubstituíveis. 
A fungibilidade não é atributo da vontade humana e sim da própria coisa.
Coisa imóvel é infungível.
Mútuo é o empréstimo de coisa fungível e comodato é o de coisa infungível (arts. 579 e 586 CC).
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BENS CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS
BENS CONSUMÍVEIS: são bens móveis que o uso gera a destruição imediata.
BENS INCONSUMÍVEIS: são bens que podem ser utilizados com habitualidade, sem prejuízo imediato de seu perecimento.
Depende da vontade das partes e não decorre da natureza do bem, mas de sua destinação econômica, a qual, pode ser alterada.
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BENS DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
BENS DIVISÍVEIS: são os que admitem fracionamento (art. 87 CC).
BENS INDIVISÍVEIS: não podem ser fracionados. A indivisibilidade pode decorrer:
1) determinação legal: (terreno);
2) vontade das partes (cumprimento de uma obrigação);
3) pela natureza do objeto (animal).
Indivisibilidade pela vontade das partes não poderá ser por prazo superior a 5 anos, suscetível de prorrogação (art. 1320). Se a indivisão for estabelecida pelo doador ou testador, não poderá ser superior a cinco anos.
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BENS SINGULARES E COLETIVOS
Bens singulares: são coisas consideradas em sua individualidade, representadas por uma unidade autônoma, distinta das demais (art. 89 CC).
Simples: partes integrantes unidas naturalmente e as partes integrantes não conservam sua condição anterior (boi, céu, edifício).
Compostas: são várias coisas singulares que formam um conjunto homogêneo e que depende da interferência do homem, sem que desapareça a condição particular de cada um (carro, computador)
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BENS COLETIVOS
Bens coletivos: constituídos por várias coisas singulares, formando um conjunto que passa a ter individualidade própria. Podem formar:
1)UNIVERSALIDADE DE FATO: conjunto de coisas singulares simples ou compostas, agrupadas pela vontade da pessoa, tendo destinação comum, dependente da vontade humana (biblioteca, rebanho) (art. 90 CC).
UNIVERSALIDADE DE DIREITO: conjunto de direitos e obrigações que o ordenamento jurídico atribui caráter unitário (art. 91 CC), espólio, massa falida, patrimônio, herança.
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BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS
PRINCIPAL: possui existência própria, coisa que existe sobre si, abstrata ou concretamente.
ACESSÓRIO: é aquela cuja existência supõe a da principal (art. 92 CC).
IMPORTANCIA: a coisa acessória, salvo disposição especial em contrário, segue a principal (art. 92 CC). A acessória pertence ao titular da principal (art. 1248, 1209, 233 e 287 CC).
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BENS ACESSÓRIOS
NATURAIS: gerados sem intervenção humana direta, decorrentes do desenvolvimento natural orgânico ou animal (ilhas, rios, laranjas). Os minerais não, visto que pertencem a Uniao.
INDUSTRIAIS: se aderirem ao principal por intervenção do engenho humano (benfeitorias, construções, plantações).
CIVIS: resultantes de uma relação jurídica (juros, alugueis).
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ESPECIES DE ACESSÓRIOS
FRUTOS: utilidades que a coisa periodicamente produz, cuja percepção não reduz sua substancia.
NATURAIS: provenientes da força orgânica, que se renovam periodicamente.
INDUSTRIAIS: decorrentes da intervenção do homem, produzidos em fábrica.
CIVIS:proveniente da utilização por outrem, juros e aluguéis.
COLHIDOS OU PERCEBIDOS: já destacados da coisa principal
PENDENTES: estão ligados a coisa principal, não tendo sido destacados.
PERCEBIENDOS: deveriam ter sido colhidos mas ainda não o foram.
ESTANTES: frutos já colhidos e armazenados.
CONSUMIDOS: são os que não existem mais.
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2) PRODUTOS
Produtos são utilidades que a coisa principal produz, cuja percepção ou extração diminui a sua substancia (ouro, mateis, pedra de pedreira, petroleo, metais preciosos).
ALTERABILIDADE DA SUBSTANCIA
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3) RENDIMENTOS
Rendimentos consistem nos frutos civis, sendo os frutos que a coisas periodicamente produz.
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4) PERTENÇAS
Pertenças são coisas acessórias destinadas a conservar ou facilitar o uso das coisas principais sem que destas sejam partes integrantes (aparelho de conversão de veículo para combustível de gás natural, máquinas, armários embutidos, implementos agrícolas, móveis).
art. 93 CC.
PARTES INTEGRANTES: frutos, produtos e benfeitorias. O acessório segue o destino do principal e este principio se aplica as partes integrantes, mas não se aplicam as pertenças.
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5) BENFEITORIAS
Benfeitorias são obras realizadas pelo homem, na estrutura da coisa principal, com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la. Classificam-se em:
NECESSÁRIAS: realizadas para evitar um estrago iminente ou deterioração dacoisa principal.
UTEIS: realizadas com o intuito de facilitar a utilização da coisa (abertura de passagem, escada, garagem).
VOLUPTUÁRIAS: melhor comodidade (art. 96 CC). 
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INDENIZAÇAO PELA BENFEITORIAS
Possuidor de boa-fé pertence as benfeitorias necessárias e úteis, podendo levantar as voluptuárias, se não lhe forem pagas. Possuindo direito de retenção referente as úteis e necessárias (art. 1219 e art. 1220 CC).
Possuidor de má-fé não terá direito de retenção e só poderá ser indenizado pela benfeitorias necessárias.
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BENS PARTICULARES: são os bens que não pertencem ao domínio público, mas a iniciativa privada.
BENS PUBLICOS: pertencentes a União, Estados, Municípios. Podem ser:
USO COMUM DO POVO (art. 99, I e art. 103 CC): utilização sem restrições do poder publico (praias, ruas).
USO ESPECIAL (ART. 99, II): utilização especifica a entes do poder publico e são inalienáveis (prédios de hospital, escolas publicas).
DOMINICAIS OU DOMINIAIS (art. 99, III): são bens públicos não afetados direta e imediata do povo, mas que pertencem ao patrimônio estatal (terras marinha). Alienados na forma da lei.
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BENS PUBLICOS
Bens de uso comum, podem ser utilizados por todos, sem restrição, gratuita ou onerosamente, sem necessidade de permissão especial. Mesmo o poder público regulamentando o seu uso, continua sendo público de uso comum.
Bens de uso especial, o poder publico é o titular e possui a utilização.
São inalienáveis e imprescritíveis.
A alienação ocorrerá mediante desafetação, por lei o ato administrativo, a bens que não se destinem a uso comum.
Independente da natureza o bem público não poderá ser objeto de usucapião.
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BEM DE FAMÍLIA VOLUNTARIO
É o prédio destinado pelos chefes de família ao exclusivo domicílio desta, mediante especialização no Registro Imobiliário, consagrando uma impenhorabilidade limitada e uma inalienabilidade relativa.
Pessoas solventes
Entidade familiar
Bem de família voluntário
ARTS. 1711 a 1722 CC
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EFEITOS DO BEM DE FAMÍLIA VOLUNTÁRIO
1) IMPENHORABILIDADE LIMITADA: isentando-o de dívidas futuras, salvo as provenientes de impostos do imóvel ou dívidas condominiais relativas ao mesmo prédio (art. 1715 e 1716 CC).
INALIENABILIDADE RELATIVA:podendo ser alienado apenas com o consentimento dos interessados e de seus representantes legais, ouvido o MP (art. 1717 CC).
Dissolução da sociedade conjugal não extingue o bem de família (art. 1721 CC).
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BEM DE FAMÍLIA LEGAL
LEI N. 8.009 DE 1990, são impenhoráveis os bens indispensáveis para a vida familiar digna, sem luxo.