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Tempo, Disciplina e Capitalismo Industrial

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"Tempo, Disciplina do Trabalho e Capitalismo Industrial"; sob esse título Thompson aborda as relações entre a percepção do tempo e suas consequências na vida cotidiana e na sociedade. 
Primariamente o autor nos faz uma breve apresentação do processo histórico do relógio e a mudança que este artefato nos traz na percepção de tempo, porém, avança com outra problematização: "...até que ponto, e de que maneira, essa mudança no senso de tempo afetou a disciplina de trabalho, e até que ponto influenciou a percepção interna de tempo dos trabalhadores? Se a transição para sociedade industrial madura acarretou uma nova reestruturação rigorosa dos hábitos de trabalho [...] até que ponto tudo isso se relaciona com mudanças na notação do tempo?
Para poder responder essas dúvidas, Thompson, discorre a priori na percepção do tempo de povos primitivos e chega à conclusão de que "a notação do tempo que surge nesses contextos tem sido descrita como orientação pelas tarefas.". Contudo, faz alguma ressalva, "... Toda a economia familiar [...] em seu interior pode haver divisão do trabalho [...] e a disciplina de uma relação empregador-empregado [...] mesmo nesse caso, o tempo está começando a se transformar em dinheiro...". Através destas observações Thompson justifica a conveniência de "...uma medição direta do tempo..." o que nos leva para a afirmação: "...ninguém passa o tempo, e sim o gasta.".
Sobre a Revolução Industrial o autor afirma, "não é absolutamente claro até que ponto se podia dispor de hora precisa...", contudo, após 1658 e principalmente na década de 1660 é que o relógio se espalha e por isso na década de 1790 "...ocorria uma difusão geral de relógios portáteis e não portáteis no exato momento em que a Revolução Industrial requeria maior sincronização do trabalho. [...] era uma das mais urgentes dentre as novas necessidades que o capitalismo industrial exigia para impulsionar o seu avanço."
No decorrer do texto, chega um trecho em que Thompson se debruça na percepção do tempo sob o ponto de vista de mais de um extrato social. Com documentos históricos, o autor, nos permite uma comparação sobre a percepção do tempo e sua relação com a disciplina do trabalho em várias épocas é séculos diferentes, desde 1782 ao século XIX. Cuidadosamente Thompson considera a divisão do trabalho pelo sexo, principalmente a mulher do trabalho rural, afinal, "...parte desse trabalho era orientado pelas tarefas (domésticas) e outra parte se dava nos campos...", ou seja, "a mãe de crianças pequenas tem uma percepção imperfeita do tempo..."

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