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Introducao ao Direito do Consumidor (parceria ILB e ANATEL) (1)

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Aos nossos alunos e colaboradores
 
 
 
 
 
Bem-vindo ao curso Introdução ao Direito do Consumidor
 
 
 
 
 
 
 
 
Guia do Estudante
 
 
 
Guia do Estudante 
 
As orientações abaixo o ajudarão em sua trajetória de aprendizagem. 
 
O material didático, elaborado conforme os preceitos da Educação a Distância, é autoinstrucional, e o próprio aluno determina seu ritmo de estudos.
Compõe-se de módulos e unidades, com informações e avaliações necessárias para o cumprimento dos objetivos propostos. 
 
Prazo - O sistema considera o dia da sua matrícula como data inicial do curso. A partir de então, você terá 60 dias para conclusão. O não
cumprimento do prazo estabelecido implicará o cancelamento automático de sua matrícula e consequente impedimento por 3 meses de nova 
matrícula nos cursos oferecidos pelo ILB (contados a partir da data prevista para finalização do curso). 
 
 
 
Aos nossos alunos e colaboradores 
 
Se constatarem que utilizamos – na íntegra ou em parte e sem a devida citação da fonte – obras protegidas por 
direito autoral, solicitamos entrarem em contato para que, procedente a reclamação, providenciemos a imediata 
retirada do material indevidamente disponibilizado. 
Enfatizamos, contudo, o caráter excepcional, inadvertido e de boa-fé dos procedimentos, pois é nosso objetivo 
principal difundir o conhecimento e a cidadania, por meio de oferta gratuita, plural e democrática. 
 
 
Equipe de Educação a Distância do ILB 
 
Bem-vindo ao curso Introdução ao Direito do Consumidor, uma parceria entre o Ilb e a 
Anatel! 
Aqui você saberá um pouco mais sobre esse tema tão importante quanto presente no nosso dia a dia e 
poderá discuti-lo com seus colegas, no Fórum. 
 
 
Quanto às leituras, vídeos e avaliações, o curso é todo autoinstrucional: você vai avançando em seu 
próprio ritmo de aprendizado, respeitando, é claro, o prazo máximo de 2 meses para a finalização do 
curso (contados a partir da data de matrícula). 
 
 
Siga em frente e bom estudo. 
 
Equipe de Educação a Distância do ILB 
 
 
 
 
 
Atividades de estudo - Diversas atividades irão auxiliá-lo, funcionando como reforço na aprendizagem. Após o estudo do conteúdo de cada 
unidade e módulo, procure visitar o fórum e postar suas impressões sobre os temas propostos para debate. 
 
 
 
Avaliação objetiva - Para a fixação do conteúdo estudado, clique em "Avaliações" no menu lateral e realize a atividade proposta. 
 
 
 
 
 
Avaliação Final - Para concluir o curso, faça a Avaliação Final, clicando no item "Avaliações" do menu lateral. Lembre-se de que a Avaliação 
Final é o único instrumento válido para a certificação do curso. 
 
 
 
 
 
Certificação - Na Avaliação Final você deverá obter no mínimo 70 pontos (de 100 possíveis). Nesse caso, será aprovado e fará jus à certificação. 
O certificado, bem como uma declaração com o conteúdo programático, será disponibilizado 60 (sessenta) dias após a data de efetivação da 
matrícula. Caso não tenha obtido o desempenho exigido, não desista. Você pode inscrever-se novamente, após 1 mês, neste ou em outro de nossos 
cursos sem tutoria. 
 
No certificado virá um código de autenticidade digital. Basta acessar www.senado.gov.br/trilhas, clicar em "Autenticar certificado" e lá digitar esse 
código. 
Sugerimos que você imprima seu certificado em cores e com gramatura (espessura da folha) específica para diplomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo I - Aspectos Introdutórios
 
 
IMPORTANTE: Você só pode acessar a Avaliação Final quando concluídas todas as etapas do curso. 
Porém, procure respondê-la quando estiver efetivamente preparado, visto que as questões não são as 
mesmas a cada tentativa. 
Atenção: por segurança o sistema sofre bloqueio quando se passam mais de 30 minutos sem 
ação do usuário. 
 
 
 Suporte técnico 
 O Núcleo Web do ILB oferece apoio a problemas de acesso ao ambiente virtual 
de aprendizagem e orientações para a utilização dos recursos e ferramentas de EaD. 
 
 E-mail:ilbead@senado.gov.br 
 (Identifique a mensagem, informando seu nome completo e o curso 
 em que está inscrito.) 
 
 Telefone: (00+55) (61) 3303-1475 
 
 Horários de atendimento ao aluno virtual: 10h às 12h e 15h às 17h (dias úteis) 
 
 
 
 Módulo I: Aspectos Introdutórios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução ao curso
 
 
 
O TELEFONE 
 
“Honrado Senhor Diretor da Companhia Telefônica: 
 
 
 
Quem vos escreve é um desses desagradáveis sujeitos chamados assinantes; e do tipo mais baixo: dos que atingiram essa 
qualidade depois de uma longa espera na fila. 
 
Não venho, senhor, reclamar de nenhum direito. Li o vosso Regulamento e sei que não tenho direito a coisa alguma, a não ser 
pagar a conta. Esse Regulamento, impresso na página 1 de vossa interessante Lista (que é meu livro de cabeceira), é mesmo 
uma leitura que recomendo a todas as almas cristãs que tenham, entretanto, alguma propensão para o orgulho ou soberba. 
Ele nos ensina a ser humildes; ele nos mostra quanto nós, assinantes, somos desprezíveis e fracos. 
  
 
 
Aconteceu por exemplo, senhor, que outro dia um velho amigo deu-me o prazer de me fazer uma visita. Tomamos uma modesta cerveja e falamos 
de coisas antigas – mulheres que brilharam outrora, madrugadas dantanho, flores doutras primaveras. Ia a conversa quente e cordial ainda que 
algo melancólica, tal soem ser as parolas vadias de cumpinchas velhos – quando o telefone tocou. Atendi. Era alguém que queria falar ao meu 
amigo. Um assinante mais leviano teria chamado o amigo para falar. Sou, entretanto, um severo respeitador do Regulamento; em vista do que 
comuniquei ao meu amigo que alguém lhe queria falar, o que infelizmente eu não podia permitir; estava, entretanto, disposto a tomar e transmitir 
qualquer recado. Irritou-se o amigo, mas fiquei inflexível, mostrando-lhe o artigo 2 do Regulamento, segundo o qual o aparelho instalado em minha 
casa só pode ser usado pelo assinante, pessoas de sua família, seus representantes ou empregados. 
 
 
Devo dizer que perdi o amigo, mas salvei o Respeito ao Regulamento; ‘dura lex sed lex’; eu sou assim. Sei também (artigo 
4) que se minha casa pegar fogo terei de vos pagar o valor do aparelho – mesmo que esse incêndio (artigo 9) for motivado 
por algum circuito organizado pelo empregado da Companhia com o material da Companhia. Sei finalmente (artigo 11) que 
se, exausto de telefonar do botequim da esquina a essa distinta Companhia para dizer que meu aparelho não funciona, eu 
vos chamar e vos disser, com lealdade e com as únicas expressões adequadas, o meu pensamento, ficarei eternamente 
sem telefone, pois o uso de linguagem obscena configurará motivo suficiente para a Companhia desligar e retirar o 
aparelho. 
 
 
 
Enfim, senhor, eu sei tudo; que não tenho direito a nada, que não valho nada, não sou nada. Há dois dias meu 
telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge. Isso me trouxe, é certo, um certo sossego ao lar. 
Porém amo, senhor, a voz humana; sou uma dessas criaturas tristes e sonhadoras que passa a vida esperando
que de repente a Rita Hayworth me telefone para dizer que o Ali Khan morreu e ela está ansiosa para gastar com 
o velho Braga o dinheiro de sua herança, pois me acha muito simpático e insinuante, e confessa que em Paris 
 
 
 
Objetivos 
 
 
 
Ao final do módulo, o aluno deverá ser capaz de: 
� identificar os principais fatos que contribuíram para o surgimento do direito do consumidor; 
� diferenciar relação jurídica e relação de consumo; 
� conceituar e identificar os principais atores e objetos da relação de consumo; 
� apontar casos em que se aplica o Código do Direito do Consumidor.Conteúdo do Módulo 
 
 Unidade 1: Origem do Direito do Consumidor – breve histórico 
 Unidade 2: Os principais agentes da relação de consumo 
 Unidade 3: Aplicação do Código de Defesa do Consumidor 
 
 
 
 
 
 
muitas vezes se escondeu em uma loja defronte do meu hotel só para me ver entrar ou sair. 
 
 
 
Confesso que não acho tal coisa provável: o Ali Khan ainda é moço, e Rita não tem meu número. Mas é sempre doloroso pensar que se tal coisa me 
acontecesse eu jamais saberia – porque meu aparelho não funciona. Pensai nisso, senhor: um telefone que dá sempre sinal de ocupado – ‘cuém 
cuém cuém’ – quando na verdade está quedo e mudo na modesta sala de jantar. Falar nisso, vou comer; são horas. Vou comer contemplando 
tristemente o aparelho silencioso, essa esfinge de matéria plástica; é na verdade algo que supera o rádio e a televisão, pois transmite não sons nem 
imagens, mas sonhos errantes no ar. 
 
Mas batem à porta. Levanto o escuro do magro bife e abro. Céus, é um empregado da Companhia! Estremeço de emoção. Mas ele me estende um 
papel: é apenas o cobrador. Volto ao bife, curvo a cabeça, mastigo devagar, como se estivesse mastigando meus pensamentos, a longa tristeza de 
minha humilde vida, as decepções e remorsos. O telefone continuará mudo; não importa: ao menos é certo, senhor, que não vos esquecestes de 
mim”. 
Março de 1951
 
 
 
 
A crônica acima, de Rubem Braga, destaca a relação entre a proteção do consumidor e as telecomunicações. Nela verifica-se a angústia de um 
consumidor em relação ao serviço prestado por um fornecedor. 
 
 
 
 
Unidade 1 - Origem do Direito do Consumidor – breve histórico
 
 
 
A Revolução Industrial e o surgimento do consumidor 
 
De tempos em tempos o ser humano identifica que possui características que o inserem em um grupo específico capaz de lhe atribuir direitos e 
deveres no exercício das atividades a ele inerentes. Assim, as cidades foram criadas e logo seus habitantes foram alçados ao status de cidadãos. 
Depois, a estes foi impingido o pagamento de tributos, tornaram-se contribuintes. 
 
 
 
 
Os EUA e a Carta de Direitos do Consumidor 
Emergindo como potência industrial, os Estados Unidos da América foram o palco inicial das discussões sobre a proteção ao consumidor. Partindo de 
pequenas leis esparsas e passando por leis antitrustes, já no início do século XX, foram criadas instituições com o fim de controlar o comércio de 
certos produtos, como a Federal Trade Comission (FTC), em 1914, e a Food and Drug Administration (FDA), em 1931. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página 02
 
 
 
 
 
Após a revolução industrial, surge a criação de produtos 
de massa e em série, e com ela, o consumidor. 
 
 
 
 
Porém, foi em 1962 que o presidente dos Estados Unidos da América, John F. 
Kennedy, apresentou, em famoso discurso, os quatro direitos básicos do consumidor: 
o direito à segurança, o direito de ser informado, o direito de escolha e o direito de 
ser ouvido, formando assim o que ficou conhecido como A Carta de Direitos do 
Consumidor. Mais tarde, em 1985, a estes foram acrescidos, pela Organização das 
Nações Unidas (ONU), os direitos à satisfação de necessidades básicas, à efetiva 
compensação, à educação e ao meio ambiente saudável. 
 
 
O Brasil e a Constituição de 1988 
No Brasil, já se reconhecia a proteção ao consumidor na Lei Delegada nº 4, de 1962, objetivando assegurar a livre distribuição de produtos 
necessários ao consumo do povo. Na década de 70, algumas instituições de defesa do consumidor foram criadas tanto no âmbito estadual como no 
nacional, entre elas o Conselho de Defesa do Consumidor (CONDECOM), no Rio de Janeiro; a Associação de Defesa do Consumidor (ADOC), em
Curitiba; a Associação de Proteção ao Consumidor (APC), em Porto Alegre; e a Associação Nacional de Defesa do Consumidor (ANDEC). 
Com a ditadura militar chegando ao fim na década de 80, o anseio por uma norma sólida de amparo ao consumidor tomava força. E, assim, 
reconhecendo a defesa do consumidor como um direito fundamental, a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988, 
determinou, em seu art. 5º, inciso XXXII, que “o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor”. Não fosse o bastante, e com o claro
intuito de não permitir qualquer descuido infraconstitucional, inseriu-se, no Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, o art. 48, com o 
mandamento: “O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição, elaborará código de defesa do consumidor”. 
 
 
 
 
 
 
Página 03
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação Objetiva
 
 
 
 
 
 
Unidade 2 - Os principais agentes da relação de consumo
 
 
Curiosidade 
 
 
 
 
Você sabia que a defesa do consumidor foi também incluída pela Constituição de 1988 entre os princípios gerais da 
Ordem Econômica? Está no art. 170, V: 
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim 
assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: (...) V 
- defesa do consumidor; (...)". 
 
 
Síntese 
 
 
 
 Como vimos, a Revolução Industrial foi um marco inicial que estabeleceu a origem do consumidor, 
surgindo em seguida a necessidade de se criar mecanismos que garantissem os seus direitos e proteção. 
No Brasil, após a promulgação da constituição de 1988, o Direito do Consumidor passa a ser considerado 
um direito fundamental, culminando com a criação do Código de Defesa do Consumidor. 
 
 
 "O consumo é a única finalidade e o único propósito de toda produção". Adam Smith 
 
 
 
 
Avaliação Objetiva 
 
 
 
Para a fixação do conteúdo estudado, clique em "Avaliação" no menu lateral e realize a avaliação 
objetiva do módulo 1 unidade 1 
 
 
 
 
 
Unidade 2 - Os principais agentes da relação de consumo 
 
 
Em que consiste uma relação de consumo? 
A relação de consumo consiste numa relação jurídica regulada pelo direito do consumidor. A relação jurídica é o liame existente entre sujeitos de 
direito diante de um objeto discutido. Uma relação é considerada específica quando determinada norma jurídica aplica-se sobre a mesma. 
 
Quais são os agentes da relação de consumo? 
Os agentes da relação de consumo são os sujeitos de direito da relação jurídica de consumo e estão definidos no Código de Defesa do Consumidor. 
Primeiramente, apresentaremos os conceitos legais dos principais agentes da relação de consumo. 
 
 
 
 
Página 02
 
 
 
 
Quais são os conceitos de consumidor? 
O CDC optou por definir os conceitos de consumidor nos artigos 2º, 17 e 29, e fornecedor no artigo 3º. Vejamos: 
 
 
 
 
 
 
Na unidade passada vimos que, no Brasil, a defesa ao consumidor foi considerada 
um direito fundamental assegurado pela Constituição de 1988, e que, após a sua 
promulgação, foi criado o Código de Defesa do Consumidor, aplicando-se a todas as 
relações de consumo. 
 
 
Agora, nesta unidade, veremos os principais agentes da relação de consumo e o 
que a diferencia de uma relação jurídica. 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como 
destinatário final. 
 
 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de 
pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo 
nas relações de consumo. 
 
 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública 
ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de 
produção, montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comercialização deprodutos ou prestação de serviços. 
 
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, 
material ou imaterial. 
 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no 
mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as 
de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, 
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 
 
 
 
Link 
 
 
 
Página 03
 
 
 
 
 
Qual é o conceito de relação jurídica de consumo? 
A aquisição do produto ou utilização do serviço como destinatário final torna-se uma das principais características para identificação da relação 
jurídica de consumo, assim como a vulnerabilidade do consumidor que passa a ser outra característica necessária para que a relação de consumo se
complete. 
Ressalte-se, ainda, que produtos adquiridos, mesmo utilizados para a produção, podem caracterizar a relação jurídica de consumo, desde que 
disponíveis no mercado de consumo. 
 
 
Página 04
 
 
 
Como podemos identificar o consumidor? 
Diante do conceito de relação jurídica de consumo, que acabamos de estudar, determinaram-se as teorias consolidadas para definição de 
consumidor. 
 
Podem-se distinguir as teorias: 
 Finalista, que analisa caso a caso a identificação do consumidor como destinatário final, sem que haja a continuidade da atividade econômica; 
e 
 Maximalista, que aplica indistintamente o CDC quando da aquisição de um produto ou serviço, não importando se haverá uso particular ou 
profissional do bem. 
 
A teoria finalista sofreu uma mutação ao ser minorada a sua aplicação, denominada por Cláudia Lima Marques como finalismo aprofundado. Esse 
finalismo aparenta-se mais propício para determinar a relação de consumo, na medida em que relativiza e analisa a hipótese concreta, 
desconsiderando a qualidade das partes e vislumbrando apenas o contrato firmado, desde que presentes a vulnerabilidade técnica, jurídica ou 
econômica. Vejamos o que escreve a autora: 
“É uma interpretação finalista mais aprofundada e madura, que deve ser saudada. Em casos difíceis envolvendo pequenas empresas que 
utilizam insumos para a sua produção, mas não em sua área de expertise ou com uma utilização mista, principalmente na área dos 
serviços, provada a vulnerabilidade, concluiu-se pela destinação final de consumo prevalente”. (2009, p.73). 
 
Essa posição está sendo adotada pelo STJ com muita parcimônia e tem demonstrado onde se pode verificar a relação jurídica de consumo. 
 
 
 
Página 05
 
 
 
E os consumidores equiparados? 
 
No conceito de consumidor, há, ainda, a figura dos consumidores equiparados, que não são configurados como destinatários finais, mas se 
materializam nesta condição por uma situação de fato comum. Assim, para efeito de proteção legal, o CDC equipara a consumidor: 
 
 
a) os potencialmente consumidores (art. 2º, parágrafo único do CDC); 
b) as pessoas que sofrem com algum tipo de dano, sendo vítimas de acidente de consumo (art. 17 do CDC); e 
c) os que sofrem algum tipo de prática abusiva, diante de determinadas estratégias comerciais ou de marketing (art. 29 do CDC). 
 
 
 
 
 
Aliás, não deixe de consultar a íntegra do CDC no site do planalto pelo link 
 
 
 
Percebe-se, portanto, que o conceito de consumidor relaciona-se à aquisição de um produto ou serviço, 
seja por pessoa física ou jurídica, desde que o faça para uso próprio e não faça parte das ações 
intermediárias da cadeia de produção. 
 
 
 
 
 
Página 06
 
 
 
E como identificar o fornecedor na relação de consumo? 
A relação de consumo não se completa sem a presença do fornecedor, cujo conceito torna-se primordial para identificá-la. Desta forma, o 
fornecedor caracteriza-se por desempenhar uma determinada atividade na cadeia de produção ou na prestação do serviço descrito no artigo 3º do 
CDC. Ora, a pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, ainda que sem personalidade jurídica, pode ser enquadrada como 
fornecedor desde que desempenhe uma das atividades delineadas no referido artigo, com profissionalidade e lucro. Atividade essa que o particular 
comum não se enquadra quando exerce a mesma ação do artigo 3º do CDC, haja vista não praticá-la como atividade profissional ou habitual. 
Essas características tornam fácil a identificação de casos em que se poderia excluir a qualidade de fornecedor, como nos casos em que na relação 
jurídica não há lucro (cooperativa habitacional), ou nos casos de vendas eventuais entre pessoas físicas ou venda de objetos desvalorizados para o 
desempenho da sua atividade. Assim como entidades associativas ou condomínios cujo interesse principal restringe-se à esfera de associados ou 
condôminos. Lembre-se, ainda, da aplicação do CDC nas atividades bancárias. O CDC é claro quanto à sua aplicabilidade. 
 
 
 
 
Página 07
 
 
 
 
 
 
“Quanto ao fornecimento de produtos, o critério caracterizador é desenvolver atividades tipicamente profissionais, como a 
comercialização, a produção, a importação, indicando também a necessidade de certa habitualidade, como a transformação, a
distribuição de produtos. Essas características vão excluir da aplicação das normas do CDC todos os contratos firmados entre dois 
consumidores, não profissionais, que são relações puramente civis às quais se aplica o CC/2002. A exclusão parece correta, pois o CDC, 
ao criar direitos para os consumidores, cria deveres, e amplos, para os fornecedores.” 
 
Os serviços, por sua vez, são identificados quando colocados à disposição do consumidor, mediante remuneração. O CDC exige, portanto, apenas a 
remuneração na identificação do serviço. 
 
 
 
 
 
Webiblioteca 
 
 
 
O Código de Defesa do Consumidor e a Constituição da República Federativa Brasileira estão disponíveis, 
para consulta, na Webiblioteca, localizada no menu lateral. 
 
 
 
 
Há associações, entretanto, que detêm a característica de fornecedor por condicionarem a prestação de 
serviços de assistência médica, mediante o pagamento de mensalidade. 
 
 
 
Síntese 
 
 
 
Por fim, mas não menos importante, a completude da relação de consumo dá-se com a entrega de um 
produto ou a prestação de um serviço, desde que presentes os agentes que estudamos. O produto 
caracteriza-se pela atividade desenvolvida pelo fornecedor com profissionalidade e habitualidade. Nesse 
sentido, veja-se o que descreve Antonio Hermann V. Benjamin (2009, p.82): 
 
 
 Recentemente tem-se tratado da questão dos serviços gratuitos oferecidos ao consumidor e que, 
embora denominados gratuitos, são pagos sem a percepção do consumidor, e por isso a jurisprudência 
tem identificado essas situações como relação de consumo. 
 
 
 
Avaliação Objetiva
 
 
 
 
 
 
Unidade 3 - Aplicação do Código de Defesa do Consumidor
 
 
 
Unidade 3 - Aplicação do Código de Defesa do Consumidor 
 
Na unidade anterior vimos as definições dos agentes da relação de consumo, o que vai nos ajudar a compreender a aplicabilidade do Código de 
Defesa do Consumidor (CDC). 
 
Vamos iniciar com o exemplo de Cláudia Lima Marques (2009, p. 68/69) para delimitar tal relação. Vejamos: 
 
 “(...) se dois civis, duas vizinhas amigas, contratam (compra e venda de uma joia antiga), nenhuma delas é consumidora, pois falta o 
fornecedor (o profissional, o empresário); são dois sujeitos 'iguais', regulados exclusivamente pelo Código Civil. Sendo assim, à relação jurídica 
de compra e venda da joia de família aplica-se o Código Civil, a venda é fora do mercado de consumo. Se dois comerciantes ou empresários
contratam (compra e venda de diamantes brutos para lapidação e revenda), o mesmo acontece: são dois 'iguais', dois profissionais, no 
mercado de produção ou de distribuição, são dois sujeitos iguais reguladospelo Código Civil (que regula as obrigações privadas, empresariais 
e civis) e pelas leis especiais do direito comercial, direito de privilégio dos profissionais, hoje empresários. Já o ato de consumo é um ato misto 
entre dois sujeitos diferentes, um civil e um empresário, cada um regulado por uma lei (Código Civil e Código Comercial), e a relação do meio 
e os direitos e deveres daí oriundos é que é regulada pelo CDC. É direito especial subjetivo e relacional.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página 02
 
 
 
Por fim, a jurisprudência tem identificado os casos de aplicação do CDC: 
 
• às entidades de previdência privada - Súmula 321; 
 
• aos contratos de arrendamento mercantil - Condomínio e Concessionária; 
• aos contratos do sistema financeiro de habitação - Sistema Financeiro. 
 
 
Não se aplica o CDC nos casos de: 
� Serviço Notarial; 
� Condomínios e Condôminos; 
� Locação; 
� Contratos de crédito educativo; 
� Benefícios previdenciários. 
 
 
 
Avaliação Objetiva 
 
 
 
Para a fixação do conteúdo estudado, clique em "Avaliação" no menu lateral e realize a avaliação 
objetiva do módulo 1 unidade 2. 
 
 
 
 
 
Webiblioteca 
 
 
 
 
Página 03
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação Objetiva
 
 
 
 
 
 
 
Módulo II - A responsabilidade civil nas relações de consumo
 
 
 
Módulo II - A responsabilidade civil nas relações de consumo 
 
 
 
O Código de Defesa do Consumidor e a Constituição da República Federativa Brasileira estão disponíveis, 
para consulta, na Webiblioteca, localizada no menu lateral. 
 
 
 
Síntese 
 
 
 
O Código de Defesa do Consumidor aplica-se, portanto, às relações em que são identificados os agentes 
da relação de consumo estudados na Unidade 2, bem como quando estão envolvidas: entidades de 
previdência privada, contratos de arrendamento mercantil, condomínio, concessionária de serviço público 
e contratos do sistema financeiro de habitação. Não se aplicando nos casos de: serviço notarial, 
condomínio e condôminos, locação e contratos de crédito educativo. 
 
 
Faça suas anotações, volte ao conteúdo e reveja os conceitos, bem como os exemplos. 
Quando estiver seguro do conteúdo, realize as atividades propostas e siga em frente! 
 
 
 
Avaliação Objetiva 
 
 
 
Para a fixação do conteúdo estudado, clique em "Avaliações" no menu lateral e realize a avaliação 
objetiva do módulo 1 unidade 3. 
 
 
 
 
Objetivos 
 
 
 
 Ao final do módulo, o aluno deverá ser capaz de: 
� identificar os tipos de responsabilidades civis nas relações de consumo e suas principais diferenças; 
� conceituar e diferenciar “fato” de “vício” do produto e do serviço; 
� identificar a figura dos responsáveis pelo fato e pelo vício do produto e do serviço, entendendo os seus 
alcances; 
� reconhecer as hipóteses de exclusão da responsabilidade civil nas relações de consumo. 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 - A responsabilidade pelo fato do produto e do serviço
 
 
. 
 
Como vimos no módulo anterior, foi na Constituição de 1988 que a defesa do consumidor passou a ser considerado um direito fundamental e um 
princípio geral da ordem econômica. 
 
Com o zelo de não permitir qualquer descuido infraconstitucional, foi elaborado o código de defesa do consumidor (CDC), que prevê duas espécies
de responsabilidade civil nas relações de consumo, vejamos: 
 
� a primeira, pelo fato do produto ou serviço, com regramento previsto nos arts. 12 a 17; 
� e a segunda, pelo vício do produto ou serviço, com previsão legal nos arts. 18 a 25. 
 
Antes de estabelecer as principais diferenças entre as modalidades de responsabilidades, vejamos o que o CDC versa sobre a matéria: 
 
 
“Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência 
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, 
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua utilização e riscos.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Vamos entender primeiramente o que caracteriza o fato 
 
Fato significa ocorrência, acontecimento, evento. O CDC fala em fato acompanhado de defeito; é, portanto, o fato que apresenta um defeito 
causador de um dano. 
 
 
Como diferenciar “fato” de “vício”? 
 
No vício, o problema encontrado no produto ou no serviço frustra o consumidor tão somente pelo erro encontrado neles próprios, acarretando o 
mau ou impossível funcionamento. No fato do produto ou do serviço, por outro lado, este “erro” é externalizado, saindo do domínio do produto ou 
serviço para atingir a esfera particular do consumidor, causando-lhe um dano material, físico ou moral. 
 
Sérgio Cavalieri Filho (2011, p. 208) define que: 
 
“A palavra-chave neste ponto é o defeito. Ambos decorrem de um defeito do produto ou do serviço só que no fato do produto ou do serviço o 
defeito é tão grave que provoca um acidente que atinge o consumidor, causando-lhe dano material ou moral. O defeito compromete a 
segurança do produto ou serviço. Vício, por sua vez, é defeito menos grave, circunscrito ao produto ou serviço em si; um defeito que lhe é 
 
Conteúdo do Módulo 
 
Este módulo tem o escopo de instruir o aluno sobre a responsabilidade civil nas relações de consumo, apresentando 
as seguintes unidades: 
 
Unidade 1 - A responsabilidade pelo fato do produto e do serviço 
Unidade 2 - A nova disciplina do vício 
Unidade 3 - As responsabilidades subsidiária do comerciante e solidária do fornecedor 
Unidade 4 - Excludentes de Responsabilidade Civil 
 
 
 
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inerente ou intrínseco, que apenas causa o seu mau funcionamento ou não funcionamento”. 
 
 
 
 
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Fato x Vício 
 
 
 
Vejamos como é fácil identificar quando se lida com o vício e quando é o fato que atinge o consumidor, por meio dos seguintes exemplos: 
 
1. O seu refrigerador parou de gelar 
Vício: Foi inserido pouco gás refrigerante no refrigerador de ar, que, por isso, para de gelar. 
Fato: Ao invés do gás refrigerante normal, foi colocado um gás letal no refrigerador de ar, intoxicando as pessoas que ali estavam. 
 
2. Um cosmético que promete eliminar rugas 
Vicio: Simplesmente não faz qualquer efeito. 
Fato: O cosmético que promete eliminar rugas causa dilacerações na pele. 
 
3. Um carro cujo motor esquenta demais 
Vício: O motor do carro esquenta demais e para de funcionar. 
Fato: O motor do carro esquenta demais e pega fogo. 
 
4. Serviço de limpeza contratado 
Vício: A empresa que deixa partes sujas. 
Fato: O mesmo serviço de limpeza usa um produto que causa fortes náuseas nas pessoas que ali habitam. 
 
  
 
 
Página 04
 
 
 
Estando clara a noção de fato, é hora de conhecer os possíveis responsáveis. 
 
Nesse ponto, em vez de simplesmente imputar a responsabilidade aos fornecedores, quis o CDC restringir os personagens. Então, de acordo com 
seu art. 12, são responsáveis pelo fato do produto e do serviço: 
 
� o fabricante - aquele que fabrica e coloca no mercado de consumo produtos industrializados; 
� o produtor - aquele que fabrica e coloca no mercado de consumo produtos não industrializados; 
� o construtor, nacional ou estrangeiro - aquele que introduz produtos imobiliários no mercado de consumo, através de fornecimento de bens ou 
serviços; 
� oimportador - aquele que faz circular produto estrangeiro dentro do país. 
 
 
 
 
 
 
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A responsabilidade pelo fato do produto ou serviço é objetiva e solidária: 
 
 
 
 
Observe a foto ao lado - um carro que esquenta demais e pega fogo. 
 
Trata-se de vício ou de fato? 
 
 
 
 
 
Atenção 
 
 
 
Logo se percebe a ausência do comerciante, contudo sua exclusão não é absoluta, há exceção, conforme 
se verificará mais à frente. 
 
 
� Objetiva, porque independe da demonstração de culpa (imprudência, imperícia ou negligência) do responsável. Basta, portanto, a 
demonstração de que houve um dano, e o nexo causal entre este e o defeito no produto ou serviço que o gerou. Assim, a simples colocação 
no mercado de determinado produto, ou prestação de serviço, ao consumidor, já é suficiente para ensejar a responsabilização. 
� Solidária, uma vez que havendo mais de um responsável pela colocação do produto, ou serviço, defeituoso à disposição dos consumidores, 
todos podem ser demandados, e a responsabilidade de um não exclui a do outro. 
 
Em todos os casos, concorre solidariamente o fabricante da peça ou do componente do produto fabricado, produzido, construído ou importado, 
assunto a ser abordado mais detalhadamente na Unidade 3. 
 
 
Ver jurisprudência: Fato do produto e do serviço 
 
 
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Haveria alguma diferença no entendimento das responsabilidades dos profissionais liberais? 
 
 
“Art. 14 (...) 
 
 
§ 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.” 
 
 
O CDC incluiu a possibilidade de responsabilização dos profissionais liberais (médicos, advogados, dentistas etc.), conforme o § 4º do art. 14, acima 
descrito. Entretanto, nesse caso em particular, há uma quebra da regra da objetividade e, assim, sua responsabilização será verificada mediante 
verificação de culpa. Em outras palavras, não basta o dano e o nexo causal com o defeito no serviço do profissional liberal: há que se verificar a 
existência de negligência, imperícia ou imprudência do profissional, com o fim de responsabilizá-lo pessoalmente. 
 
Veja jurisprudência: Profissionais Liberais 
. 
 
 
 
 
 
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Seguiremos buscando compreender a nova disciplina do vício. Bons estudos! 
 
Ver Jurisprudência: Fato do Serviço e do Produto 
 
 
 
 
 
Avaliação Objetiva
 
 
 
 
 Há, na doutrina, quem defenda que o termo “fato” do produto e do serviço não é sinônimo de acidente 
de consumo e que, portanto, assim não deveria ser tratado, como define Rizzato Nunes (2011, p.317), 
quando afirma que “Diga-se, de qualquer maneira, que se tem usado tanto 'fato' do produto e do 
serviço, quanto 'acidente de consumo', para definir o defeito. Porém, o mais adequado é guardar a 
expressão 'acidente de consumo' para as hipóteses em que tenha ocorrido mesmo um acidente: queda 
de avião, batida do veículo por falha do freio, quebra da roda gigante no parque de diversões etc., e 
deixar fato ou defeito para as demais ocorrências danosas". 
 
 
 
Síntese 
 
 
 
Vimos nesta unidade que fato do produto pode ser explicado pelo “erro” apresentado no produto ou no 
serviço, que extrapola o simples problema de funcionamento, causando ao consumidor um dano material, 
físico ou moral. Certamente, agora você já está apto a identificar os possíveis responsáveis, de acordo 
com a norma legal vigente. 
 
 
 
 
Unidade 2 - A nova disciplina do vício
 
 
 
 
Vamos relembrar. 
 
Na unidade anterior, vimos que o Código de Defesa do Consumidor (CDC) prevê duas espécies de responsabilidade civil nas relações de consumo: 
 
- a primeira, pelo fato do produto ou serviço; e 
 
- a segunda, pelo vício do produto ou serviço, com previsão legal nos arts. 18 a 25, que veremos a seguir. 
 
 
Então, analisemos o que o CDC versa sobre a matéria: 
 
 
“Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou 
quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por 
aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, 
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página 02
 
 
 
 
O que é o vício do produto e serviço? 
 
Quando falamos em vício do produto ou do serviço, estamos nos referindo a qualquer problema relacionado ao produto ou ao serviço que, de 
alguma forma, prejudique sua funcionalidade e os tornem imperfeitos para o fim ao qual se destinam. 
 
No vício, ao contrário do que vimos em relação ao fato, a falha não extrapola a esfera do produto ou serviço. Não atinge pessoalmente a figura do 
consumidor, de forma a lhe causar um dano material, físico ou moral. É a falha sem acidentes ou consequências graves. 
 
 
Pode-se dizer que o fato é um vício com algo a mais? 
 
Sim, esse algo a mais seria o dano pessoal. Diz-se também que todo fato por origem é um vício, uma vez que para gerar o dano ao consumidor, o 
produto ou serviço tem necessariamente que apresentar uma falha antecessora e causadora do dano. Já a recíproca, obviamente, não é verdadeira. 
 
 
 
Página 03
 
 
 
 
Quais são os tipos de vícios? 
 
Além dos “vícios ocultos” previstos no Código Civil de 1916 pelos chamados “vícios redibitórios”, o CDC inovou acrescentando os “vícios de 
 
 
Avaliação Objetiva 
 
 
 
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qualidade” e “vícios de quantidade”, ainda que aparentes ou de fácil constatação, quando tornam os produtos impróprios ou inadequados ao 
consumo a que se destinam ou lhe diminuam o valor. 
 
 
 
 
 
 
 
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Vejamos os seguintes tipos de vícios: 
 
 
1. Vícios redibitórios 
 
Os Vícios redibitórios são os defeitos ocultos da coisa, que fazem com que o negócio jurídico de compra e venda não produza um dos efeitos ao qual 
se destina, qual seja a perfeição do bem alienado. 
 
Além da exigência de que o vício seja oculto, nos vícios redibitórios a coisa recebida deve originar-se de uma relação contratual e possuir defeito 
grave e contemporâneo à celebração do contrato. A nova disciplina do vício derrubou essas amarras. A responsabilização quanto ao vício, como 
previsto no CDC, independe de um contrato entre as partes, não há distinção quanto à gravidade, e pode ocorrer antes, durante ou depois da
realização do negócio. 
 
� Exemplos: comprar um cavalo manco ou estéril; alugar uma casa que tem muitas goteiras; receber em pagamento um carro cujo motor 
aquece nas subidas. 
 
 
2. Vícios de qualidade 
 
Ver jurisprudência: Vício de Qualidade 
 
 
 
Página 05
 
 
 
 
3. Vícios de quantidade 
 
Nos produtos ou serviços em que a prestação pode ser quantificada, o consumidor recebe menos do que o que lhe foi ofertado. Decorrem das 
disparidades com as indicações constantes do recipiente, embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de 
sua natureza, que se dá quando a perda de certo conteúdo durante o processo distributivo já é esperada como consequência natural do produto. 
 
Ainda, produtos com peso ou, quando divisíveis, em número menor que o anunciado. Está diretamente ligadoao dever do fornecedor de informar. 
 
 
� Exemplos: frango congelado cuja quantidade de água eleva o peso real do produto; vidro de mostarda de 200ml que só tem 150ml; caderno 
de 100 páginas com apenas 80; serviço de tevê por assinatura que retira canais de sua programação sem o prévio aviso ao consumidor etc. 
 
Ver jurisprudência: Vício de Quantidade 
 
 
 Acrescente-se, ainda, que o CDC facultou ao consumidor uma gama de possibilidades de reparação 
mais abrangente que o Código Civil, incluindo a substituição do produto por outro da mesma espécie, 
em perfeitas condições de uso; a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; o abatimento proporcional do preço; a complementação do peso 
ou medida; a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos 
vícios; e a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais 
perdas e danos. 
 
 
Apresentam-se nos produtos ou serviços com erros que diminuem as 
funções ou o valor que é normal se esperar deles. A qualidade que se 
encontra é inferior à corretamente presumida pelo consumidor. 
 
Exemplos: televisão cujo som não funciona, carro com problemas de 
aquecimento, ferro de passar roupa que esquenta pouco, roupa 
descosturada, serviço de limpeza mal executado, prazo de validade 
vencido etc. 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação Objetiva
 
 
 
 
 
 
Unidade 3 - As responsabilidades subsidiária do comerciante e solidária do fornecedor
 
 
 
 
Unidade 3 - As responsabilidades subsidiária do comerciante e solidária do fornecedor 
 
Agora que já identificamos as diferenças entre fato e vício do produto e do serviço, vamos estudar os principais conceitos e a abrangência das 
responsabilidades dos agentes da relação de consumo. 
 
Iniciaremos por conhecer as responsabilidades subsidiárias do comerciante. 
 
Por responsabilidade subsidiária, para efeito do estatuído no CDC, entenda-se aquela em que B passa a ser responsável quando A não pode ser 
identificado. Já na responsabilidade solidária, tanto A quanto B são responsáveis, e é uma faculdade do consumidor escolher se vai demandar A, B 
ou ambos. Vejamos: 
 
 
 
Síntese 
 
 
 
Nesta unidade vimos que vício do produto e do serviço pode ser caracterizado por qualquer problema 
relacionado a eles que, de alguma forma, prejudique sua funcionalidade e os tornem imperfeitos para o 
fim ao qual se destinam. Ainda, aqui, percebemos o alcance do Código de Defesa do Consumidor, que 
permitiu ao consumidor uma gama de possibilidades de reparação, mostrando-se bem mais abrangente e 
pormenorizado que o Código Civil. 
 
 
 
Avaliação objetiva 
 
 
 
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“Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: 
 
 I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; 
 
 II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; 
 
 III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis.” 
 
 
 
 
 
 
 
Página 02
 
 
 
 
Com a imputação da responsabilidade subsidiária do comerciante, o CDC previne duas situações que poderiam gerar falhas no processo de 
 
 
Webiblioteca 
 
 
 
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responsabilização pelo fato: 
 
1. Com a retirada do comerciante da regra de responsabilização porque com isso evita-se que ele pague por erro que não cometeu. O que se 
quer nos casos em que a segurança do consumidor está sob risco é punir e educar aquele que de fato deu causa para a ocorrência do dano. 
2. Ao prever a responsabilidade do comerciante nos casos em que os responsáveis originários não puderem ser identificados com precisão. Nada 
mais justo. Afinal, ao colocar o produto em circulação sabendo que o responsável pela sua fabricação, construção, produção ou importação 
não pode ser identificado com clareza, o comerciante assume o risco e atrai para si, então, essa responsabilização. É como se o comerciante 
dissesse: “Ok, esse produto não é identificável, mas eu o garanto”. 
 
Ver Jurisprudência: Responsabilidade subsidiária do comerciante 
 
 
 
Página 03
 
 
 
 
Vamos agora à responsabilidade solidária do fornecedor: 
 
“Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade 
ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por 
aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, 
respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas.” (Grifos 
nossos.) 
 
 
 
 
→ Consulte: CDC - arts. 7º, parágrafo único; 19; 25, §§ 1º e 2º; 28, § 3º; e, 34. 
 
 
 
 
 
 
 
Página 04
 
 
 
 
No vício do produto ou serviço, a solidariedade é a regra. Porém, há duas exceções. São elas: 
 
1. Produtos in natura, isto é, produtos artesanais, que não sofreram processo de industrialização. Nesse caso, quando não identificado 
claramente o seu produtor, o responsável será o fornecedor imediato. - Art. 18, § 5º do CDC. 
2. Produtos pesados ou medidos na presença do consumidor utilizando instrumento (balança, trena etc.) não aferido segundo os padrões 
oficiais. Igualmente, responsabilidade do fornecedor imediato. - Art. 19, § 2º do CDC. 
 
Exemplo: 
 
João compra um carro e ao dirigi-lo à noite percebe que os faróis subitamente se apagam e voltam a acender algum tempo depois. João, nesse 
caso, pode demandar o fabricante do carro, assim como aquele que fornece a peça para o fabricante e, ainda, tendo ocorrido somente o vício e não 
o fato, o comerciante que vendeu o carro para João. Caso seja impossível identificar o fabricante do carro e o fornecedor da peça, João pode
demandar o comerciante inclusive quando o defeito gerou um dano passível de configuração do fato do produto, como já vimos na responsabilidade 
subsidiária do comerciante. 
 
 
Ver Jurisprudência: Responsabilidade Solidária do Fornecedor 
. 
. 
 
 
 
O termo “solidariamente”, que remete ao princípio da solidariedade, em que mais de uma pessoa pode 
ser titular de um direito ou dever, está presente, no CDC, em vários artigos além do acima citado, ao 
imputar responsabilidade comum àquelas pessoas que contribuíram para a colocação, no mercado, de 
produto ou serviço defeituoso. 
 
 
 
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Avaliação Objetiva
 
 
 
 
 
 
Unidade 4 - Excludentes de Responsabilidade Civil
 
 
 
 
Entendendo a responsabilidade subsidiária do comerciante e a solidária do fornecedor, passaremos, agora, aos casos de exclusão da 
responsabilidade do fornecedor, de acordo com o CDC. 
 
Analise atentamente o caput do art. 12 do CDC e seu § 3º: 
 
 
“Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência 
de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção,
montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamentode seus produtos, bem como por informações insuficientes ou 
inadequadas sobre sua utilização e riscos. 
(...) 
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: 
I - que não colocou o produto no mercado; 
II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; 
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Página 02
 
 
 
Síntese 
 
 
 
Nesta unidade pudemos perceber a diferença entre a responsabilidade subsidiária e a solidária. 
Exemplificando, à luz do CDC, a primeira é aquela em que B passa a ser responsável quando A não pode 
ser identificado, e a segunda, tanto A quanto B são responsáveis e é uma faculdade do consumidor 
escolher se vai demandar A, B ou ambos. 
 
 
 
Avaliação Objetiva 
 
 
 
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Como se percebe, são três as hipóteses de exclusão da responsabilidade do fornecedor: 
 
 
1. Quando provar que não colocou o produto no mercado: Naturalmente, estando o produto no mercado presume-se que o fornecedor o 
colocou. Cabe, porém, a este, rebater essa presunção, quando puder demonstrar através de provas que não foi o responsável. Tal situação 
pode ocorrer quando, por exemplo, há produtos falsificados em circulação ou quando o fornecedor foi vítima de furto ou roubo de produto 
ainda incompleto para ser colocado no mercado. 
 
2. Inexistência do defeito: Ainda que posto em circulação normal, o fornecedor prova que na verdade não há defeito. Aqui, sendo provado 
que o defeito inexiste, o próprio fato gerador da responsabilidade é fulminado. Trata-se do caso em que há uma percepção equivocada por 
parte do consumidor quanto ao defeito questionado. É o caso, por exemplo, da pessoa que pensa ter passado mal por causa da ingestão de 
um queijo, quando percebe que este se encontra mofado. Eis que o fornecedor demonstra que o bolor encontrado nesse queijo não só é 
tolerado como desejado, que é uma característica intrínseca daquele tipo de queijo e que o passar mal do consumidor, portanto, não teve 
qualquer ligação com um defeito naquele laticínio, sendo tal defeito, assim, inexistente. 
 
3. Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro: Igualmente à inexistência do defeito, mais uma vez, caso provada pelo fornecedor a culpa 
exclusiva do consumidor ou de terceiro, o fato gerador da responsabilidade, qual seja, o defeito, é desconstituído. Pois se há culpa exclusiva 
do consumidor ou de terceiro, não há o que se falar em defeito do produto. Este foi posto em circulação pelo fornecedor em sua perfeição; 
porém, ao alcançar seu destinatário (o consumidor) ou o terceiro, estes provocam o problema, seja por descuido, mau uso ou até mesmo 
intencionalmente. Tal condição pode ser verificada, por exemplo, quando a despeito de aviso claro no medicamento sobre a posologia, o 
indivíduo toma o dobro da dose recomendada. Ou seja, não há defeito no medicamento e sim culpa exclusiva daquele que tomou dose 
superior à que se indicou. 
 
 
 
 
Página 03
 
 
 
 
 
 
 
Ver jurisprudência: Excludentes de Responsabilidade Civil 
 
 
 
 
 
 
Avaliação Objetiva
 
 
 
 
 
 
Módulo III - Publicidade no direito do consumidor
 
 
 
 
 
Módulo III - Publicidade no direito do consumidor 
 
 
 
Síntese 
 
 
 
 
Constatado o vício ou fato do produto ou serviço, verificamos que as hipóteses nas quais o fornecedor é 
eximido de responsabilidade são: quando ele provar que não colocou o produto no mercado, quando da 
inexistência do defeito ou quando provada a culpa do consumidor ou de terceiro. 
 
 
 
Avaliação Objetiva 
 
 
 
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Unidade 1 - A publicidade na sociedade brasileira atual
 
 
 
Vimos, nas unidades anteriores, os conceitos básicos que norteiam as relações de consumo, bem como as responsabilidades dos seus principais 
agentes. 
Nesta unidade vamos conhecer um pouco sobre a área da comunicação que guarda relação direta com as relações de consumo: a publicidade. 
 
Não há como falar em publicidade como a conhecemos hoje sem iniciar pela própria história do consumo. O mesmo motor impulsionador deste, 
traduzido pela revolução industrial e a massificação da produção, dá o norte para o que chamamos atualmente de publicidade. 
 
Quando surgiu a publicidade? 
Embora existam registros de publicidade ao longo dos séculos, foi no século XIX, após a Revolução Industrial, que criou-se, para o fornecedor em 
escala, a necessidade de propagar e incentivar o consumo de suas mercadorias. A simples colocação dos itens no mercado não era mais garantidora 
de um consumo que se equilibrasse com a produção. Assim, surge a publicidade como é conhecida hoje, a mais importante ferramenta de incentivo 
ao consumo. 
 
 
 
 
 
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Qual é o significado da palavra publicidade? 
Publicidade, analisando o termo ao pé da letra, significa aquilo que é público, destinado ao povo ou colocado para o conhecimento de todos. Porém, 
no mundo das mercadorias e do consumo, publicidade é o mesmo que fomentar a venda de produtos. Hoje, invade as nossas vidas por diversos 
meios, com abordagem desde a mais tranquila, que se resume a mostrar os benefícios de determinado aparelho; passando pela mais contundente,
que quer fazer o consumidor acreditar que sua vida ficará melhor com aquilo que se pretende vender; até as de cunho agressivo, que têm o claro 
condão de incutir na mente das pessoas que o seu produto é absolutamente necessário, que sem ele ou não se vive ou se vive muito mal. 
 
Quando a publicidade surgiu no Brasil? 
 
 
 
Objetivos 
 
 
Ao final do módulo, o aluno deverá ser capaz de: 
 
� identificar a origem da publicidade e seu contexto atual; 
� diferenciar as formas de publicidade ilícita; 
� reconhecer os aspectos importantes sobre vinculação da oferta; 
� relacionar a teoria à prática a partir dos exemplos e de jurisprudência atualizada. 
 
 
Conteúdo do Módulo 
 
Este módulo tem por objetivo permitir o conhecimento geral da publicidade no direito do consumidor, onde 
serão apresentadas as seguintes unidades: 
 
Unidade 1- A publicidade na sociedade brasileira atual 
Unidade 2- A publicidade ilícita: Publicidade Enganosa e Publicidade Abusiva 
Unidade 3 - Força vinculante da publicidade para o fornecedor 
 
 
Em nosso País, já se coletam traços da publicidade, como a conhecemos 
hoje, a partir do século XIX. Anúncios de venda de escravos, imóveis, 
carroças, artesanato e serviços de profissionais liberais eram corriqueiros em 
cartazes, folhetos e painéis em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nesta cidade, 
em 1821, nasceu o primeiro jornal diário do Brasil. O Diário do Rio de 
 
 
 
 
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Desse período em diante a publicidade tomou corpo e passou a fazer parte do dia a dia dos brasileiros, aproveitando a chegada dos vários meios 
que passaram a lhe dar suporte, como os outdoors, as placas de publicidade, o rádio, o cinema, a televisão, entre outros. Com a evolução 
tecnológica, tornava-se cada vez maior a abrangência que um produto poderia conquistar. 
Até o final da década de 1970 não existia no Brasil qualquer dispositivo que ao menos monitorasse o crescimento da iniciativa publicitária. Foi 
quando, aindano regime militar, aprovou-se o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária (COBAP), editado em 5 de maio de 1980; e, 
em seguida, foi fundado o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR). 
 
Tanto o Código quanto o Conselho tinham a função de zelar pela ética na publicidade. O CBAP, embora desempenhando função pública, tem 
natureza privada, por ter sido criado e assinado por associações ligadas ao exercício da publicidade. 
 
 
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Quais são os limites para a atividade publicitária? 
Com a chegada do Código de Defesa do Consumidor, a questão dos limites para a atividade publicitária enfim encontra amparo legal na forma de 
proteção aos direitos do consumidor. Desde então, a convivência entre o CBAP e o CDC é harmoniosa, e ambos, o primeiro pela via privada e o 
segundo pela previsão legal, se prestam a regular o trabalho publicitário e proteger o consumidor. O ponto de partida é distinto mas o objetivo 
acaba se desenhando em uma comunhão de interesses. 
 
O CDC elenca uma série de princípios que devem ser verificados em relação à publicidade: 
� princípio da identificação da mensagem publicitária (art. 36); 
� princípio da vinculação contratual da publicidade (art. 30); 
� princípio da veracidade (art. 37, § 2°); 
� princípio do ônus da prova a cargo do fornecedor (art. 38); 
� princípio da transparência da fundamentação da publicidade (art. 36, parágrafo único); 
� princípio da correção do desvio publicitário (art. 56, XII). 
 
 
 
 
 
 
 
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Janeiro era um jornal dedicado aos anúncios de negócios. 
 
 
Webiblioteca 
 
 
 
O Código de Defesa do Consumidor e a Constituição da República Federativa brasileira estão disponíveis, 
para consulta, na Webiblioteca, localizada no menu lateral. 
 
 
Síntese 
 
 
 
Como vimos, a publicidade surgiu no século XIX, após a Revolução Industrial, como forma de incentivar o 
consumo e equilibrar a produção. O Código de Defesa do Consumidor prevê uma série de princípios que, 
além de regular o trabalho publicitário, destinam-se à proteção do consumidor. 
 
 
 
 
Avaliação Objetiva
 
 
 
 
 
Unidade 2 - A publicidade ilícita: Publicidade Enganosa e Publicidade Abusiva
 
 
 
Na unidade passada, vimos a origem da publicidade e os princípios elencados pelo CDC para proteção ao consumidor. 
Nesta, vamos conhecer as formas de publicidade ilícita e diferenciá-las. Mas, primeiro, procuremos entender o que significam os termos publicidade 
e propaganda, muito usados nos meios de comunicação. 
 
 
Publicidade x Propaganda 
 
Muito se confunde publicidade com propaganda, como se fossem sinônimos. Não o são: 
 
� A publicidade é caracterizada pelo intuito comercial, nasce e finaliza com o escopo negocial. 
� A propaganda tem por fim ideais, geralmente com fins humanitários, religiosos, políticos ou cívicos. 
 
 
 
 
 
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Publicidade enganosa no CDC 
O princípio da veracidade da publicidade encontra respaldo legal no artigo 37, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor: 
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por 
qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, 
quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. 
(...) 
 § 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do 
produto ou serviço. 
 
O que é a publicidade enganosa? 
Por publicidade enganosa entenda-se aquela que tem como característica induzir o consumidor em erro. O intuito desse tipo de publicidade é o de 
iludir, burlar, lograr, embaçar, esconder, disfarçar. Enfim, criar no imaginário das pessoas um cenário a respeito do produto que não corresponde à 
sua realidade, utilizando-se para tal de informação errônea a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, 
preço e quaisquer outros dados sobre produtos, como bem elencado pelo CDC. 
 
 
Página 03
 
 
 
Não se deve confundir publicidade enganosa com publicidade falsa 
É possível que uma mensagem publicitária seja enganosa ainda que não possua qualquer elemento de falsidade. Nesse sentido, por exemplo, um 
premiado anúncio comercial veiculado na televisão pela Folha de São Paulo na década de 80 trazia um filme onde se via círculos pretos e brancos na 
tela enquanto uma voz calma e determinada narrava os grandes feitos de um homem. 
 
Com o passar do tempo, os pontos iam se modificando, até que se percebia que era uma fotografia muito próxima da lente de filmagem, que ia se 
 
 
Avaliação objetiva 
 
 
 
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objetiva do módulo 3 unidade 1. 
 
 
distanciando lentamente e prometia, então, mostrar a figura tão festejada pela voz de fundo. 
 
Em meio ao rufar de tambores, eis que aparece a foto de Adolf Hitler, responsável pelo holocausto, um dos piores momentos da história humana. 
No fim, com essa imagem, a voz concluía: “É possível contar um monte de mentiras, dizendo só a verdade...” Uma aula sobre publicidade 
enganosa! 
 
 
 
 
 
 
 
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Elemento criativo e fantasioso da publicidade 
 
 
Tipos de publicidade enganosa: 
 
� Por comissão (ou por ação): o anunciante induz o consumidor em erro fazendo declaração falsa sobre o produto ou serviço. 
*Ver jurisprudência por Comissão 
 
Exemplo: Produto anunciado afirma que tira riscos da pintura dos carros quando, na verdade, o máximo que pode fazer é limpar a área onde 
aplicado. 
 
� Por omissão: o anunciante induz o consumidor em erro deixando de informar algo essencial referente ao produto ou serviço. 
**Ver jurisprudência por Omissão 
 
 
Vídeo 
 
 
 
Assista ao vídeo publicitário citado acima. (Duração: 1min08) 
 
 
 
 
 
Igualmente equivocado seria levar o princípio da veracidade da 
publicidade, consagrado no art. 37 do CDC, às últimas consequências, 
não permitindo a liberdade criativa do publicitário. Assim, quando 
aquilo que não é verdadeiro sai do campo da realidade para adentrar o 
espaço da fantasia, não teremos aí uma publicidade enganosa. Um 
tapete que voa, o motor de um carro composto por pôneis ou um 
animal falante não têm o condão de ludibriar o consumidor, pois 
nesses casos a criação não tem o objetivo de informar, mas tão 
somente de atrair a atenção das pessoas. O elemento fantasioso é 
evidente o suficiente para desconfigurar a indução ao erro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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No caso da omissão, a questão que aqui se enfrenta é lidar com a subjetividade do termo “essencial”. 
Mas afinal, o que é essencial? 
Como bem ilustra Rizzato Nunes (2011. p. 555), “constrói-se um conceito de essencial naquilo que importa à publicidade. E, nessa linha, é de dizer 
que essencial será aquela informação ou dado cuja ausência influencie o consumidor na sua decisão de comprar, bem como não gere um 
conhecimento adequado do uso e consumo do produto ou serviço 'realmente', tal como são”. 
No que se refere à conduta omissiva, cabe salientar que ela ocorre não por qualquer omissão. Não é a falta de informação sobre condições que já 
são de domínio público. Por exemplo, não é preciso informar que o carro anunciado precisa de combustível para cumprir o seu objetivo de
transporte. 
Exemplo de omissão: Uma televisão é anunciada com grande chamariz para sua característica de conectividade à Internet sem o uso de fios, em 
que o consumidorpoderá navegar pela rede mundial, assistir a vídeos diretamente na tela da tevê, consultar seus e-mails etc. Entretanto, omite
que para tornar isso possível o consumidor terá que comprar outro aparelho, um dispositivo específico, responsável justamente pela conectividade 
sem fio. 
 
 
 
 
 
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Enganosidade potencial 
O CDC não exige a ocorrência do dano em concreto aos consumidores para a configuração da publicidade enganosa. A simples detecção da 
enganosidade, ainda que não amparada em caso de lesão real a consumidor, é o suficiente para o enquadramento na proibição do art. 37 do CDC.
Diz-se, portanto, que se pune a capacidade em abstrato de induzir em erro. Isto posto, trata-se de matéria que pode ser denunciada por qualquer 
pessoa, independente da condição ou não de consumidora daquele produto. 
Vamos, agora, conhecer a outra forma de publicidade ilícita, conforme aponta o Código de Defesa do Consumidor: a Publicidade Abusiva 
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 
(...) 
 
 
Webiblioteca 
 
 
 
O Código de Defesa do Consumidor e a Constituição da República Federativa Brasileira estão disponíveis, 
para consulta, na Webibliografia, localizada no menu lateral. 
 
 
 
Importante! Na publicidade enganosa, para fins do art. 37 do CDC, a intenção é irrelevante. A questão da 
boa ou má-fé do anunciante não interfere na caracterização da publicidade enganosa 
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se 
aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se 
comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança.
 
 
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São, por exemplo, os anúncios que denigrem a imagem de certo grupo de pessoas, que veiculem mensagens racistas, comerciais que incitem um 
comportamento não tolerado, como o de agressão ao meio ambiente, que se aproveitem do poder de julgamento ainda em formação das crianças 
para incutir um desejo pelo produto ou ainda que promovam uma conduta que pode pôr em perigo sua saúde ou segurança. 
 
� Exemplo: Comercial de marca de roupa que mostra policiais militares do Rio de Janeiro revistando mulheres de forma abusiva. Tal publicidade 
existiu e foi considerada abusiva uma vez que incitava a violência, mostrava as mulheres como objetos e agredia a imagem da cidade. A 
marca chegou a pedir desculpas e retirou a campanha publicitária. 
 
 
A publicidade abusiva não se sustenta no erro ou na tentativa de induzi-lo, mas sim nos meios escusos, 
contrários à ética, utilizando-se da suscetibilidade dos consumidores para “empurrar” aquilo que se quer 
vender. 
 
 
 
 
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Solidariedade na publicidade enganosa e abusiva 
Há solidariedade entre o fornecedor do produto (anunciante) e o veículo de comunicação onde o anúncio é realizado? 
A matéria não é pacífica. Há corrente doutrinária, liderada por Nelson Nery Junior e Paulo Jorge Scartezzini Guimarães, que entende haver sim a 
solidariedade entre tais personagens. De outro lado, Zelmo Denari e Rizzato Nunes defendem justamente o contrário, alegando que, como o próprio 
nome diz, as empresas contratadas para propagar as mensagens publicitárias são meros veículos e não possuem o conhecimento da matéria, 
apenas reproduzem informações que lhes são repassadas. 
Na jurisprudência, igualmente, encontramos ambas as posições, o que pode ser confirmado da leitura dos seguintes julgados do Superior Tribunal 
de Justiça. 
Já Sérgio Cavalieri Filho defende uma terceira linha de pensamento, que, em regra, adota a posição de que não há solidariedade, exceto quando 
houver dolo ou culpa da empresa de comunicação. E, desse modo, afirma: “Em situações de patente publicidade enganosa ou quando a empresa de 
comunicação está ciente da incapacidade do anunciante de cumprir o prometido, não há como deixar de reconhecer a responsabilidade do veículo 
de comunicação por violação ao dever de vigilância sobre os anúncios que veicula". 
 
 
 
 
 
Avaliação Objetiva
 
 
 
 
 
Unidade 3 - Força vinculante da publicidade para o fornecedor
 
 
 
Estudamos na unidade anterior as formas de publicidade ilícita, quais sejam, a publicidade enganosa que induz o consumidor ao erro, e a abusiva, 
caracterizada pelo uso de mensagem inescrupulosa e ofensiva. Tratamos, ainda, neste módulo das origens da publicidade, bem como das diferenças 
entre publicidade e propaganda. 
 
 
Vamos, então, tratar sobre a vinculação da oferta, que chamamos de força vinculante. 
Ao disciplinar a oferta em seção própria inaugurada pelo art. 30 e esmiuçada pelos artigos seguintes, o CDC inovou ao vincular o anunciante à 
oferta que este realiza. É o que chamamos de princípio da vinculação. 
Em comparação com a prescrição do direito privado, na forma do art. 427 do Código Civil, o CDC diferencia-se na medida em que impede que o 
fornecedor venha a evadir-se de sua responsabilidade impondo limites e condições atrelados à sua oferta. Observe: 
“Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação 
a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que
vier a ser celebrado.” 
 
 
 
 
 
 
 
Síntese 
 
 
 
Como visto, a publicidade enganosa se resume ao uso de meios que induzem ao erro para convencer o 
consumidor a comprar um determinado produto ou contratar um serviço. A publicidade abusiva, por sua 
vez, caracteriza-se pelo uso de mensagem inescrupulosa e ofensiva para atingir seus meios. 
 
 
 
Avaliação Objetiva 
 
 
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módulo 3 unidade 2. 
 
 
Página 02
 
 
 
Qual a relação entre o princípio da vinculação e o marketing? 
O princípio da vinculação guarda estreita relação com o que nos acostumamos a chamar de “marketing”. Por “marketing” entenda-se o conjunto de 
estratégias e ações que provêm o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação de um produto ou serviço no mercado consumidor. 
 
Como podemos entender o termo “informação”, no artigo 30 do CDC? 
O caput do art. 30 do CDC distingue informação de publicidade, acentuando, com isso, o alcance da vinculação à publicidade e, ao mesmo tempo, 
não descuidando de dar previsão a toda informação veiculada no interesse de alcançar o consumidor, ainda que não faça parte de uma peça 
publicitária propriamente dita. 
Informação, para os fins que aqui se discute, é toda manifestação do fornecedor que não seja considerada anúncio. 
 
Como entender o termo “suficientemente precisa”? 
Por “suficientemente precisa” é de se conceber que o simples exagero não é suficiente para vincular o fornecedor. Os casos em que o anúncio 
promete, por exemplo, “a melhor pizza do bairro” ou “o melhor óleo de motor do mercado” não contêm precisão suficiente para gerar a obrigação 
do fornecedor. Entretanto, caso este utilize o mesmo expediente para algo que pode ser aferido com certa tranquilidade, como “o melhor preço da
cidade” ou “o café mais barato do Brasil”, a vinculação passa a ser possível. 
 
 
 
 
Página 03
 
 
 
E se o fornecedor recusar-se a cumprir sua oferta ou mesmo se este sequer possui os meios para o seu cumprimento? 
Preceitua o CDC, em seu art. 35, que: 
“Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, 
alternativamente e à sua livre escolha: 
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e 
danos.” 
 
E em sites de Internet que promovem a compra coletiva? 
Nos dias atuais, tem sido cada vez mais comum a oferta de produtos e serviços por meio de sítios na Internet que promovem a compra coletiva, 
opção em que, ao alcançar certo número de interessados de fato, o produto ou serviço anunciado é vendido por um preço normalmente abaixo do 
valor de mercado. 
Com isso as queixas têm aumentado, e muitas vezes o fornecedor (ou a empresa por trás do sítio) que ofereceu o produto ou serviço não possui 
mais o produto em estoque. Ambos podem ser responsabilizados. Nesses casos, a restituição, nos moldes do inciso III, aparece como alternativa 
justa e viável. 
 
 
 
 
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E no ramo imobiliário? 
Na seara imobiliária são facilmente detectáveis os exemplos da vinculação, quando no objetivo de atrair o cliente, o empreendedor ou vendedor 
promete mundos e fundos em relação ao acabamento do imóvel, sem honrar com suas promessas no momento da entrega das chaves. 
Tendo por base o princípio da boa-fé objetiva, em que o fornecedor deve se portar no sentido de cumprir os deveres anexos de lealdade, proteção, 
informação, confiança e cooperação, resta subentendido que a oferta integrará o contrato firmado, independentemente de estar ou não contida nas 
cláusulas escritas deste. 
 
Como o consumidor deve se prevenir? 
 
 
 
Desse modo, de nada adianta ao fornecedor prometer e depois escusar-se de 
sua responsabilidade alegando que aquilo não fora pactuado, uma vez que não 
 
 
 
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E quando há erro ou engano na publicidade? 
 
Cumpre diferenciar a oferta daqueles casos em que é latente que o preço foi veiculado com base em erro. 
Exemplo: Se um aparelho de TV específico tem o valor médio de mercado de R$ 5.000,00, uma oferta dele por R$ 50,00, ou seja, 1% do valor real, 
é provavelmente um erro de digitação ou de entendimento de quem se responsabilizou pela edição da publicidade. 
Utilizando o mesmo exemplo, se a mesma TV é ofertada por R$ 4.500,00, é razoável entender que se trata de uma oferta com desconto de 10% do 
valor normal. 
Nesse último caso, não poderá o fornecedor se eximir do cumprimento da oferta. 
 
Jurisprudência: Força Vinculante da publicidade para o fornecedor 
 
Agora que você está apto a identificar a origem da publicidade e seu contexto atual, pronto para diferenciar as formas de publicidade ilícita, 
reconhecer as forças vinculantes da propaganda para o fornecedor e como o consumidor pode se preservar, siga em frente! 
 
 
 
Avaliação Objetiva
 
 
 
 
 
Módulo IV - As práticas abusivas
 
 
 
 
 
consta da redação. E, por isso, é importante que o consumidor guarde toda 
peça de publicidade onde constem as ofertas, com o fim de facilitar a comprovação do que ocorreu. 
 
 
Avaliação Objetiva 
 
 
 
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Objetivos 
 
 
Ao final do módulo, o aluno deverá ser capaz de: 
 
� conceituar e identificar as práticas abusivas; 
� informar o tipo de cobrança admitida pelo CDC. 
 
Conteúdo do Módulo 
 
Este módulo tem por objetivo mostrar as práticas abusivas que mais causam danos ao consumidor, 
previstas no CDC. 
 
Unidade 1: As práticas abusivas e o CDC 
Unidade 2: Venda casada 
Unidade 3: Recusa de contratar pelo fornecedor 
Unidade 4: Execução de serviço sem orçamento prévio 
Unidade 5: Cobrança de dívidas 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 - As práticas abusivas e o CDC
 
 
 
Unidade 1 - As práticas abusivas e o CDC 
Vimos, nas unidades anteriores, como diferenciar publicidade de propaganda e a identificar suas práticas ilícitas. Vamos, agora, especificar algumas 
das práticas abusivas previstas no Código de Defesa do Consumidor. 
 
O que são as práticas abusivas? 
As práticas abusivas dizem respeito a toda atitude contrária ao senso comum que afronta quaisquer benefícios ou direitos do consumidor, despreza 
o costume comercial ou se utiliza do abuso de direito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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As práticas abusivas e o CDC 
Os fornecedores deveriam agir corretamente para não se enquadrarem no rol exemplificativo do artigo 39 do CDC, ou seja, nos seguintes quesitos: 
 
Das Práticas Abusivas 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a 
limites quantitativos; 
II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de 
conformidade com os usos e costumes; 
III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço; 
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para 
impingir-lhe seus produtos ou serviços; 
V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva; 
VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de 
práticas anteriores entre as partes; 
VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos; 
 
 
 
 
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VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais
competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo 
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); 
IX - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério; 
IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, 
ressalvados os casos de intermediação regulados em leis especiais; 
 
 
Webiblioteca 
 
 
 
O Código de Defesa do Consumidor e a Constituição da República Federativa Brasileira estão disponíveis, 
para consulta, na Webiblioteca, localizada no menu lateral. 
 
 
X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços; 
XI - (Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999, transformado em inciso XIII, quando da converão na Lei nº 9.870, de 
23.11.1999); 
XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério; 
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou contratualmente estabelecido. 
Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, 
equiparam-se às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento." 
 
 
 
 
 
Unidade 2 - Venda casada
 
 
 
Unidade 2 - Venda casada 
Na unidade anterior, vimos o conceito de práticas abusivas e os exemplos previstos no art. 39 do CDC. Vamos, nesta unidade, conhecer a primeira 
das quatro práticas que mais causa danos ao consumidor, prevista no inciso I. A saber: a venda casada. 
Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: 
I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a 
limites quantitativos; 
(...) 
 
Como o CDC entende a venda casada?

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