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FISIOLOGIA DA COAGULAÇÃO FISIOLOGIA MEDICINA UNIVILLE 2016 Gabriela Roncone Gastal HEMOSTASIA • Hemostasia – Interrupção do fluxo sanguíneo. • O processo normal de hemostasia é regulado por uma série complexa de aEvadores e inibidores que mantém a fluidez do sangue e o impedem de deixar o compar>mento vascular. HEMOSTASIA • HEMOSTASIA NORMAL - quando veda um vaso sanguíneo para impedir a perda de sangue e hemorragia. • HEMOSTASIA ANORMAL - quando causa a coagulação exagerada ou quando a coagulação é insuficiente para interromper o fluxo de sangue do compar>mento vascular HEMOSTASIA • Os distúrbios relacionados com a hemostasia podem ser incluídos em 2 categorias: • TROMBOSE – Formação Inapropriada de coágulos dentro do sistema vascular • SANGRAMENTO – Falha no processo de coagulação sanguínea ESTÁGIOS DA HEMOSTASIA ESTÁGIOS DA HEMOSTASIA 1. Vasoconstrição 2. Formação tampão plaquetário 3. Coagulação sanguínea 4. Retração do coágulo 5. Lise do coágulo 1- VASOCONSTRIÇÃO Espasmo vascular reduz o fluxo sanguíneo Qualquer lesão de um vaso sanguíneo (endotélio) faz com que a musculatura lisa da parede do vaso se contraia. Isto reduz instantaneamente o fluxo de sangue criado pela ruptura do vaso. 1- VASOCONSTRIÇÃO Tanto reflexos nervosos locais quanto fatores humorais locais, tais como TxA2 (prostaglandina) que é liberado das plaquetas, contribui para a vasoconstrição. A endotelina é o vasoconstritor mais potente A prostaciclina liberada a par>r do endotélio vascular, produz vasodilatação e inibe a agregação das plaquetas no endotélio não lesionado adjacente. 2- FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO • Envolve a ADESÃO e AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA • Formado quando as plaquetas entram em contato com a parede do vaso. • Pequenas fissuras são vedadas com o tampão de plaquetas, em vez do coágulo sanguíneo. 2- FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO • PLAQUETAS • São grandes fragmentos de citoplasma de células da medula óssea denominados MEGACARIÓCITOS • Meia-vida no sangue – 8-12 dias • São destruídas pelos macrófagos no baço • Valor normal – 150mil - 400mil por microlitro de sangue • P rodução é r e gu l ada po r uma p ro t e í n a – TROMBOPOETINA – provoca proliferação e maturação dos megacarócitos. Fontes incluem – _gado, rins, musculatura lisa e medula óssea 2- FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO • PLAQUETAS • As plaquetas têm uma membrana celular – mas não tem núcleo e não podem se reproduzir • A membrana celular externa é coberta por reves>mento de glicoproteinas, glicosaminoglicanos e proteínas da coagulação • As membranas das plaquetas tem papel importante no processo de adesão plaquetária e coagulação • GPIIb/IIIa – Glicoproteína mais importante – se liga ao fibrinogênio e une as plaquetas umas às outras 2- FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO • PLAQUETAS • Contêm dois >pos específicos de grânulos α e δ que liberam mediadores para hemostasia • GRÂNULOS α – expressam selec>na P – contém fibrinogênio, FvW, fibronec>na, Fatores V e VIII, fator 4 plaquetário, fator crescimento derivado das plaquetas (PDGF) TGF-α e trombospondina. A liberação de fatores de crescimento resulta na proliferação e crescimento de células vasculares endoteliais, células musculares lisas e fibroblastos e é importante reparador do vaso • GRÂNULOS δ – contém ADP e ATP, cálcio, histamina, serotonina e epinefrina – contribuem para vasoconstrição 2- FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO Segundos após lesão vascular, o FvW, liberado do endotélio, se liga a receptores plaquetários, promovendo a adesão das plaquetas às fibras colágenas expostas. Na medida que as plaquetas aderem às fibras de colageno na parede dos vasos danificados, tornam-se a>vadas e liberam ADP e TxA2 – que atraem mais plaquetas, conduzindo à agregação de plaquetas 2- FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO • Tampão plaquetário defeituoso – provoca hemorragia em pessoas com deficiência plaquetária ou do FvW. • Plaquetas também desempenham papel na manutenção da integridade vascular – Pessoas com deficiência plaquetas tem elevada permeabilidade capilar e têm pequenas hemorragias na pele a par>r do menor trauma ou de uma alteração pressão arterial. INIBIDORES AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA • AAS, clopidogrel e Eclopidina – usados para evitar agregação plaquetária e a formação de coágulos em pessoas com risco de IAM, DAP ou AVC • AAS doses baixas – inibe a síntese de prostaglandina, como TxA2 • Clopidogrel e Ticlopidina – inibem a via do ADP. Eles tem um efeito protetor sobre a síntese da prostaglandina. Eles prolongam o tempo de sangramento • Ticlopidina – risco de neutropenia e PTT. • Tirofibana, EpEfibaEde, Abciximabe - Atuam na inibição dos receptores GPIIb/IIIa. Usado em SCA. 3 – COAGULAÇÃO SANGUÍNEA A cascata da coagulação é um processo hemostá>co. É um processo por etapas, que resulta na conversão do fib r i nogên i o ( p r o t e í n a p lasmá>ca so lúve l ) em fibrina (insolúvel). As cadeias de fibrina criam uma malha que cimenta as p l aquetas e o s ou t ros componentes do sangue para formar o coágulo 3 – COAGULAÇÃO SANGUÍNEA • Pró-coagulantes – Promovem a coagulação • AnEcoagulantes – Promovem a an>coagulação • Necessário um equilíbrio entre esses dois grupos HEMOSTASIA Bloqueio de hemorragias Não formação de trombos A>vação quando necessário Predomínio na circulação An>coagulantes: • Fluidez do sangue • Sistema fibrinolí>co Pró coagulantes: • Plaquetas • Sistema de coagulação • Dano à integridade vascular FATORES DA COAGULAÇÃO • Composto por proteínas formadas pelo FÍGADO. • Vitamina K - necessária para síntese fatores – II (protrombina), VII, IX, X e proteína C • Cálcio – Fator IV - cofator • A ina>vação do íon cálcio impede a coagulação • A adição de citrato ao sangue armazenado para fins de transfusão – quela o Cálcio iônico • EDTA – an>coagulante – usado na coleta de amostras sangue – quela o cálcio FATORES DA COAGULAÇÃO 3 – COAGULAÇÃO SANGUÍNEA Vias da coagulação: Via extrínseca, que é a>vado por uma lipoproteína chamado fator tecidual, que fica exposta quando os tecidos são danificados. Via intrínseca começa na circulação e é iniciada por a>vação do fator XII circulante Ambas as vias levam à a>vação do fator X, a conversão de protrombina em trombina, e a conversão do fibrinogênio em fibrina insolúveis, que estabilizam o coágulo Sistema Extrínseco Tempo coagulação: 15 seg Sistema Intrínseco Tempo coagulação: 1-6 min VIAS DA COAGULAÇÃO ANTICOAGULANTES NATURAIS ANTICOAGULANTES NATURAIS • ANTITROMBINA III • Ina>va fatores da coagulação e neutraliza a trombina. • Quando forma complexo com heparina de ocorrência natural – acelera a ina>vação da trombina, do fator Xa e outros fatores de coagulação. • Esse complexo de a>vação proporciona uma proteção contra a formação descontrolada de trombos sobre a super_cie endotelial • PROTEINA S • Acelera a ação da proteína C ANTICOAGULANTES NATURAIS • PROTEINA C • Produzida no _gado • InaEva os fatores V e VIII • Deficiência proteína C é congênita em 35-58% casos. • Pode ser adquirida – insuficiência hepá>ca grave, deficiência devitamina K ou doença maligna • Fator V leiden – mutação do fator V (hereditário). Resulta numa dificuldade do fator V ser ina>vado pela proteína C a>vada, favorecendo a trombose. • Pode ser medido por um teste de resistência a proteína C 4 – RETRAÇÃO DO COÁGULO Dentro de poucos minutos após a formação do coágulo, a ac>na e miosina das plaquetas, que estão presas no coágulo, começam a se contrair de forma semelhante a uma contração muscular. Como resultado, as cadeias de fibrina do coágulo são puxadas em direção às plaquetas, espremendo assim a soro (plasma sem fibrinogénio) do coágulo, e fazendo-o encolher . 5 - LISE DO COÁGULO A lise do coágulo começa logo após a sua formação (FIBRINÓLISE). Começa com a a>vação do plasminogênio, um precursor ina>vo da plasmina (enzima proteolí>ca). Quando um coágulo é formado, grandes quan>dades de plasminogênio são re>dos no local. A liberação lenta de um poderoso a>vador chamado plasminogênio tecidual a>vado (t-PA), a par>r de tecidos lesados ��e do endotélio vascular, converte plasminogênio em plasmina, que digere as cadeias de fibrina, fazendo com que o coágulo se dissolva . HEMOSTASIA HEMOSTASIA PRIMÁRIA o PLAQUETAS • ADESÃO – Fator de Von Willebrand • ATIVAÇÃO • AGREGAÇÃO HEMOSTASIA SECUNDÁRIA o SISTEMA DE COAGULAÇÃO • VIA INTRÍNSECA • VIA EXTRÍNSECA DISORDENS DA HEMOSTASIA DISORDENS DA HEMOSTASIA 1 – ESTADOS DE HIPERCOAGULABIL IDADE (TROMBOSES) Formação inapropriada (exagerada) de coágulos dentro do sistema vascular 2 – DISTÚRBIOS HEMORRÁGICOS Falência na formação de um coágulo frente a um determinado es>mulo (lesão vascular) 1- ESTADOS DE HIPERCOAGULABILIDADE Representa uma forma exagerada de hemostasia, predispondo a trombose e a oclusão dos vasos sanguíneos 1- ESTADOS DE HIPERCOAGULABILIDADE • TROMBOS ARTERIAIS – estão associados com condições que produzem fluxo sanguíneo turbulento e são compostos por agregados plaquetários • TROMBOS VENOSOS - estão associados com condições que causam estase sanguínea com aumento dos fatores de coagulação HIPERCOAGULABILIDADE ASSOCIADO AUMENTO FUNÇÃO PLAQUETÁRIA • Resultam em adesão plaquetária, formação de coágulos de plaquetas e interrupção fluxo sanguíneo. • Placas ateroscleró>cas perturbam o fluxo sanguíneo, causando danos endoteliais e promovendo adesão plaquetária • Tabagismo, dislipidemias, estresse e DM – predispõe a danos vasculares, adesão plaquetária e eventual trombose TROMBOCITOSE • Elevação plaquetas acima de 1 milhão (normal 150 - 400mil) • Pode ocorrer como um processo rea>vo (trombocitose secundária) ou como processo essencial (trombocitose primária) • TromboeEna é o hormônio que regula a diferenciação dos megacariócitos e a formação plaquetária TROMBOCITOSE • Trombocitose secundária – causados por doenças que es>mulam a produção de trombopoe>na – Cirurgias, infecções, traumas, câncer, doenças inflamatórias crônicas (Chron, artrite reumatóide). Comum tbém em doenças mieloproflifera>vas como policitemia vera e LMC • Trombocitose essencial (primária) é uma doença mieloprolifera>va das celulas tronco. Geralmente a trombopoe>na é normal. Estão associados com eventos trombó>cos e hemorragicos. TROMBOCITOSE • MANIFESTAÇÕES CÍNICAS • TROMBOCITOSE ESSENCIAL • Trombose e hemorragia - Incluem – TVP, EP, trombose de veia porta e veia hepá>ca • Eritromelalgia – sensação de dor latejante e queimação dos dedos causada pela oclusão das arteríolas por agregados plaquetários. • Tratamento – AAS e Droga reduzir número de plaquetas (Hidroxiuréia, Anagrelide) HIPERCOAGULABILIDADE ASSOCIADA A FATORES DA COAGULAÇÃO • A formação de trombos pela a>vação dos fatores de coagulação pode ser resultado de transtornos primários (genéEcos) ou transtornos secundários (adquiridos) que afetam os componentes do processo de coagulação sanguínea • Pode ocorrer: Aumento no nível nos fatores de pró-coagulação ou diminuição taxas de an>coagulação HIPERCOAGULABILIDADE ASSOCIADA A FATORES DA COAGULAÇÃO • DESORDENS HEREDITÁRIAS • Mutação Fator V de leiden • 2-15% população branca • Fator V mutado não consegue ser ina>vado pela proteina C. • Um importante mecanismo de contrarregulação an>trombó>co se perde. • Pessoas com TVP – quase 60% tem a mutação. HIPERCOAGULABILIDADE ASSOCIADA A FATORES DA COAGULAÇÃO • DESORDENS HEREDITÁRIAS • Mutação protrombina • 1-2% população – associado com níveis elevados de protrombina. • Aumenta 3x risco trombose • Deficiências de anEcoagulantes naturais • Proteina C, Proteina S e An>trombina III • Níveis elevados de homocisteína • Predispõe à trombose venosa e arterial por a>vação das plaquetas e alteração mecanismos an>trombó>cos HIPERCOAGULABILIDADE ASSOCIADA A FATORES DA COAGULAÇÃO • DESORDENS ADQUIRIDAS • ESTASE VENOSA – Devido aumento do repouso prolongado e Imobilidade • IAM • Cancer • Estados hiperestrogênicos – gestação e puerpério, an>concepcional oral e TRH • Fumo • Obesidade 2 – DISTÚRBIOS HEMORRÁGICOS • Podem estar associados 2.1 Número de plaquetas ou função plaquetária 2.2 Fatores de coagulação 2.3 Integridade do vaso sangúineo 2.1 - DISORDENS PLAQUETÁRIAS • Causadas por diminuição número de plaquetas devido: • Diminuição produção • Aumento da destruição • Alteração função plaquetas • Sangramentos são geralmente causados em pequenos vasos das membranas mucosas (nariz, boca, cavidade uterina e TGI) e da pele (petéquias e púrpuras). DISORDENS PLAQUETÁRIAS • Petéquias - são manchas pun>formes. Tamanho até 3-4mm. A cor das petéquias não desaparece quando uma pressão é aplicada sobre a pele. • Púrpura - são manchas semelhantes às petéquias, apenas maiores. Tamanho máximo de 1 cm. • Equimose - Qualquer hemorragia na pele > 1 cm. É comumente chamada de hematoma. Equimoses geralmente envolvem uma perda de sangue em um nível mais profundo do tecido do que aquele em que ocorrem as petéquias e a púrpura. Púrpuras e Petéquias Equimose Púrpuras e Petéquias Hemorragia gengival TROMBOCITOPENIA • Diminuição número plaquetas – menor que 150mil • Pode ser causada por: • Diminuição produção plaquetária – perda de função da medula óssea (anemia aplásica), infiltração neoplasias (leucemia aguda, câncer), deprimir a função da medula óssea (drogas para o câncer e radiação), supressão dos megacariócitos (HIV e CMV) • Aumento sequestro plaquetas baço – esplenomegalia • Diminuição sobrevida das plaquetas – causada por mecanismos imunes (an>corpos an>plaquetários) e não imunes ( válvulas cardiacas e hipertensão maligna). PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNOLÓGICA (PTI) • Doença auto-imune. • Leva a formação de an>corpos contra as plaquetas e excesso de destruição plaquetária • Pode ser Primária ou idiopá>ca (causa desconhecida) ou Secundária – HIV, HCV, LES, SAF, linfoma, LLC, drogas • Crianças geralmente quadro agudo, auto-limitado (após quadro viral). • Adultos geralmente doença crônica PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNOLÓGICA (PTI) • ETIOLOGIA E PATOGÊNESE • Vários mecanismos – An>corpos an>plaquetários na membrana das plaquetas • Plaquetas são destruidas no baço • Trombopoe>na não encontra-se elevada na PTI • MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • ManifestaçõesHemorrágicas - Hematomas, sangramento gengival, epistaxe, melena, sangramento Menstrual aumentado ALTERAÇÕES NA FUNÇÃO PLAQUETÁRIA • Também chamadas de TROMBOCITOPATIAS • Pode ser causada por disordens hereditárias de adesão (Von willebrand) ou defeitos adquiridos por drogas, uremia, doenças ou cirurgia envolvendo circulação extra-corpórea • Drogas mais comuns – AAS e an> inflamatórios não hormonais • AAS – produz efeito irreversível na ace>lação da ciclo- oxigenase plaquetária e consequentemente, e na síntese do TxA2. • AINES – efeito reversível. Somente no período de ação da medicação FISIOLOGIA DA COAGULAÇÃO aula 2 FISIOLOGIA MEDICINA UNIVILLE 2016 Gabriela Roncone Gastal 2.2 - DEFICIÊNCIA FATORES DE COAGULAÇÃO • Podem ser resu l tado de defic iênc ias ou comprome>mento da função • As deficiências podem surgir de uma doença hereditária, síntese deficiente ou aumento no consumo dos fatores de coagulação • Sangramentos são geralmente relacionados a traumas ou lesões. • Hematomas, sangramento ar>cular, sangramentos prolongados do TGI e urinário são comuns COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS • Doença de von willebrand - Mais frequente. A>nge 1-2% população • Hemofilia A - Deficiência fator VIII. A>nge 1 a cada 5000 homens nascidos vivos. • Hemofilia B – Deficiência fator IX. 1 a cada 20000 nascidos vivos. 15% das hemofilias. COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS • Doença de von willebrand e hemofilia A são causadas por defeitos envolvendo o complexo Fator VIII-FvW. • FvW é sinte>zado pelo endotélio e por megacariócitos, é necessário para adesão plaquetária ao subendotélio do vaso. Serve também para carregar o fator VIII e é importante para sua estabilidade. • Fator VIII é uma proteína coagulante produzido no _gado e pelas células endoteliais • FvW e VIII são sinte>zados separadamente, mas atuam juntos no plasma, promovendo a adesão plaquetária e a coagulação sanguínea DOENÇA DE VON WILLEBRAND • É uma doença hemorrágica hereditária – deficiência ou defeito FvW • Mais de 20 variantes – podem ser agrupadas em 2 categorias • Tipos 1 e 3 – Associadas a diminuição do FvW • Tipo 2 – Defeitos no FvW • Tipo 1 - Doença autossômica dominante. 70% casos. Rela>vamente leve • Tipo 2 - Doença autossômica dominante. 25% casos. Sangramentos leves a moderados • Tipo 3 - Doença autossômica recessiva. Rela>vamente rara. Está associada a níveis extremamente baixos de FvW funcional e manifestações clínicas graves. DOENÇA DE VON WILLEBRAND • MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Sangramento espontâneo do nariz, boca, TGI, fluxo menstrual excessivo • Tempo sangramento prolongado quando há contagem normal de plaquetas • Sintomas geralmente são leves - >pos 1 e 2 • Tipo 3 - sintomas semelhantes hemofilia • Tratamento – Muitas vezes nem necessário. Pode repor FvW ( fator VIIIy) • Evitar AAS e AINES HEMOFILIA • Desordem hemorrágica hereditária transmi>da pelo cromossomo X, por isto, de ocorrência quase exclusiva em homens. • Deficiência de fator VIII (hemofilia A) - 85% casos • Deficiência fator IX (Hemofilia B) – 15% casos • Gravidade variada • Tratamento: reposição do fator ausente HEMOFILIA A • Doença recessiva ligada ao cromossomo X – afeta principalmente o sexo masculino • 90% casos – deficiência fator. 10% forma defeituosa • Dosagem fator • 6-30% - leve • 1-5% – moderada • <1%- grave • Formas leves a moderadas - sangramento somente com trauma, procedimentos cirúrgicos • Formas graves – sangramentos espontâneos. Diagnos>cados na infância HEMOFILIA A • MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Sangramento em tecidos moles, TGI e ar>culação • Hemorragia ar>cular espontânea – criança começa a andar • TRATAMENTO • Prevenção de traumas • Evitar uso de AAS e AINES • Reposição fator VIII – dose adminitração domiciliar. Hemartrose DISORDENS ADQUIRIDAS • DOENÇA HEPÁTICA - Fatores de coagulação V, VII, IX, X, XI, XII e protrombina são sinte>zados no _gado. • DEFICIÊNCIA VIT K - Fatores vit. K dependentes – II, VII, IX, X § Vitamina K é uma vitamina lipossolúvel, sinte>zadas pelas bactérias intes>nais. § A deficiência de vitamina K ocorre após uso de an>bió>cos largo espectro. Como é lipossolúvel, requer vias bileares para sua absorção. 2.3 - SANGRAMENTOS ASSOCIADOS A DISORDENS VASCULARES • Chamados de púrpura não trombocitopênica • Sangramentos podem ocorrer por vasos estruturalmente fracos ou dano ao vaso por processos inflamatórios ou auto-imunes. • Deficiência de vitamina C (escorbuto) – síntese deficiente de colágeno e falha na união células andoteliais – fragilidade vascular • Sindrome de Cushing – perda massa proteica e do tecido de suporte vasos pelo excesso cor>sol • Telangiectasia hereditária hemorrágica – doença autossômica dominante – capilares e arteriolas dilatados com paredes finas • Púrpura senil – comprome>mento síntese colágeno COAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA (CID) • É um paradoxo – caracteriza-se por coagulação disseminada e hemorragia no compar>mento vascular. • Ocorre como complicação de uma variedade de distúrbios (infecções, sepse, queimaduras, eclâmpsia, câncer…) • Começa com a>vação maçica da sequência de coagulação, como resultado da produção desregulada de trombina – que dá origem à formação de fibrina. • Níveis an>coagulantes ficam reduzidos • Microtrombos provocam obstrução vaso e isquemia tecido. Pode haver falência de múl>plo órgãos • Formação coágulos consome as plaquetas e proteínas coagulação – resulta hemorragia grave ANTICOAGULANTES • HEPARINAS § Heparina não-fracionada § Heparina baixo peso molecular (Enoxaparina) • ANTICOAGULANTES ORAIS § Varfarina (Marevan) § Femprocumona (Marcoumar) § Novos an>coagulantes (NOAC) – Dabigatran (Pradaxa), Rivaroxaban (Xarelto) e apixabana • ANTICOAGULANTES HEPARINA NÃO FRACIONADA • É um polissacarideo capaz de ligar-se ao an>coagulante endógeno ANTITROMBINA III, aumentando intensamente sua a>vidade anE- trombina e anE-Xa. • Com isso, inibe as vias comum e intrínseca da coagulação, alargando especialmente o TTPA - É o teste u>lizado como parâmetro para controle da an>coagulação. • O TAP pode ou não se alargar. HEPARINA NÃO FRACIONADA • Requer monitorização cuidadosa de efeito an>coagulante • Pico plasmá>co ocorre em torno de 3-4 horas após administração parenteral • Monitorização a cada 6 horas • TTPa 1,5 – 2,5 do controle • Aprovada pela FDA para profilaxia de TVP e TEP ( 5000UI 12/12h ou 8/8h) • Aprovada pela FDA para tratamento de TVP, TEP, cirurgia cardíaca e arterial, embolia arterial, coagulopa>as de consumo. (Bolus 80 UI/ kg e 18UI/Kg/h) • Efeitos adversos: trombocitopenia, osteopenia HEPARINA BAIXO PESO MOLECULAR • Inibe fortemente o fator Xa e fracamente a trombina. • Pela fraca inibição da trombina, a HBPM frequentemente não alarga o TTPA. • Controle deve ser feito pela dosagem fator an> – fator Xa • Adminitrada via SC. HEPARINA BAIXO PESO MOLECULAR • Efeito coagulante previsível • Pico plasmá>co ocorre em torno de 3-5 horas após administração SC • Não usar em pacientes com clearence Cr ≤ 30 ml/min • Monitorização através de dosagem sérica de fator Xa (Grávidas)• Obesos – Ajustar dose pelo peso ideal VARFARINA " Inibição de fatores de coagulação dependentes de Vit K (II,VII,IX,X) e das proteínas C e S. " Rapidamente absorvido VO, pico de ação 4h. " 90% Carreado por proteínas plasmá>cas. " Eliminado através do metabolismo hepá>co por enzimas microssomais citocromo P-450 VARFARINA • Seu efeito leva de 36-72 horas (diferentes meias-vida dos fatores coagulação) • Precisa de testes laboratoriais para monitoramento – TAP (tempo de protrombina) • Os an>coagulantes endógenos PROTEÍNA C e S também necessitam de vitamina K para a sua síntese. • Os fatores VII e PROTEINA C são os menor meia vida, logo são depletados nas primeiras 24-48 horas do uso. VARFARINA • Isso explica dois conceitos importantes: o O TAP é o primeiro a se alterar – mede a via extrínsica dependente do fator VII o Nas primeiras 48 horas, o cumarínico pode ter efeito pró coagulante, piorando a trombose ou provocando uma complicação clássica: NECROSE CUTÂNEA HEMORRÁGICA VARFARINA NECROSE CUTÂNEA HEMORRÁGICA VARFARINA VANTAGENS • Custo baixo • Tem método laboratorial para monitorizar sua eficácia • Tem andoto em caso de sangramento LIMITAÇÕES • Dificuldade de manejo da medicação – interferência de alimentos e medicações • Variação da dose resposta • Requer monitorização laboratorial NOVOS ANTICOAGULANTES Entre os novos agentes estão rivaroxabana, dabigatrana e apixabana. Eles atuam inibindo diretamente fatores de coagulação: • fator Xa (rivaroxabana, apixabana) • fator IIa (dabigatrana) O que difere da inibição indireta da varfarina - ao antagonizar a vitamina K, reduz os níveis dos fatores II, VII, IX, X (dependentes da vitamina K). NOVOS ANTICOAGULANTES (NOAC) Rivaroxabana Apixabana Dabigatrana NOVOS ANTICOAGULANTES • Indicações: • Prevenção de eventos tromboembólicos venosos em pacientes subme>dos à cirurgia ortopédica de grande porte • Prevenção de AVC, embolia sistêmica e redução de mortalidade vascular em pacientes com fibrilação atrial • Tratamento de tromboembolismo venoso – TEP e TVP • Contra-indicado para an>coagulação em prótese valvar, pacientes em tratamento para câncer e SAF NOVOS ANTICOAGULANTES VANTAGENS • Não necessita monitorização laboratorial • Não interfere com alimentos e medicações (Cuidar an>- retrovirais e an>fúngicos) LIMITAÇÕES • Custo elevado • Monitorização laboratorial • Não tem ainda an>doto em caso de sangramento ANTICOAGULANTES ANTICOAGULANTES INVESTIGAÇÃO DE SANGRAMENTO • CONTAGEM DE PLAQUETAS • TEMPO DE SANGRAMENTO – Mede a formação do tampão plaquetário. Normal de 4-7minutos Encontra-se prolongado em doenças como von Willebrand, deficiência fator V, deficiência de fibrinogênio e defeitos funcionais das plaquetas como uremia e uso de drogas (AAS) Alta variabilidade por falta de padronização da técnica INVESTIGAÇÃO DE SANGRAMENTO • TEMPO DE PROTROMBINA • Avalia os fatores II (protrombina), V, VII, IX, X (Fatores vitamina K dependentes). • Alterados nas doenças hepá>cas e na deficiência de vitamina K. • Seu resultado é dado por um indice (INR) • Teste usado para monitorizar o uso dos an>coagulantes cumarínicos INVESTIGAÇÃO DE SANGRAMENTO • TEMPO DE TROMBOPLASTINA PARCIAL ATIVADA (TTPa) • Avalia maioria dos fatores de coagulação (via intrinsica e comum), exceto os fatores VII e XIII. • Usado para monitorizar o uso de heparina não fracionada • Encontra-se prolongado na deficiência de fator I (fibrinogênio), II (protrombina), V, VIII (hemofilia A), IX (hemofilia B), X, XI e XII INVESTIGAÇÃO DE SANGRAMENTO OBRIGADA
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