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VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA - VMNI Profa. Séres Souza FADBA, 12/04/2016 OBJETIVOS Revisar as principais indicações da VMNI; Reconhecer as principais contraindicações da VMNI; Identificar os principais equipamentos de VMNI; Vivência prática em aparelho de VMNI. INTRODUÇÃO Técnica de ventilação mecânica que utiliza a pressão positiva por meio de uma máscara nasal ou facial acoplada à face do paciente e conectada a um ventilador mecânico, sem a utilização de uma via artificial. Atualmente técnica amplamente utilizada por ter benefícios comprovados cientificamente; Uso frequente: pronto-socorro, unidades semi-intensivas e unidades de terapia intensiva (UTI). Utilizada também em domicílio. INTRODUÇÃO Objetivos da VMNI: Fornecer a adequada troca gasosa; Reduzir o trabalho respiratório Prevenir a intubação orotraqueal (IOT) INTRODUÇÃO INDICAÇÕES DA VMNI INDICAÇÃO RECOMENDAÇÃO GRAU DE RECOMENDAÇÃO Exacerbaçãoda DPOC Tratamentode primeira escolha. O uso da VMNI diminui a necessidade deintubaçãoe reduz a mortalidade hospitalar desses pacientes A Exacerbação da asma Em conjunto com o tratamento medicamentoso convencional B Edema agudode pulmão CPAP: em conjunto com a terapia medicamentosaconvencional, aplicação precoce. O uso do CPAP é seguro e diminui a necessidade de IOT. A INDICAÇÃO RECOMENDAÇÃO GRAU DE RECOMENDAÇÃO Edema agudo de pulmão Binível:pacientes comhipercapniaassociada àhipoxemiaparecem ser os que mais se beneficiam do uso da VNI com PEEP acrescida de pressão de suporte (PEEP + PS) com o uso de pressão expiratória de 10 cmH2O B Insuficiência respiratóriahipoxêmica Podeser benéfica, porém seu uso deve ser cauteloso B Insuficiênciarespiratóriahipoxêmicaem condições específicas como:imunosupressão, pneumonia, pós-ressecção pulmonar, lesão pulmonar aguda ou síndrome do desconforto respiratório agudo Parece serútil para diminuir a mortalidade em subgrupos específicos de pacientes com insuficiência respiratóriahipoxêmica. Cuidados especiais: pelo alto risco de falência da VMNI e pela consequente necessidade de IOT, pacientes com insuficiência B D INDICAÇÃO RECOMENDAÇÃO GRAU DE RECOMENDAÇÃO hipoxêmicadevem receber VMNI onde existam facilidades para vigilância,monitoração,intubaçãoorotraqueale ventilação invasiva. D Pacientesterminais Pode ser usada quando a causa da insuficiência respiratóriafor potencialmente reversível, particularmente naqueles pacientes com DPOCagudizadaou com edema pulmonar de origem cardíaca. B Insuficiênciarespiratóriapós-extubação A VMNI não deve ser utilizadacomo método de tratamento na insuficiência respiratória após aextubação, pois ela pode retardar areintubação. A INDICAÇÕES SVNI CONTRAINDICAÇÕES DA VMNI Estado epiléptico; Pós-operatório recente de cirurgia facial, esofágica ou gástrica; Trauma ou queimadura facial; Rebaixamento do nível de consciência (RNC) – incapacidade de proteger via aérea; Malformações de face ou orofaringe; Hipersecreção pulmonar Hipoxemias refratárias (PaO2 < 60 mmHg com FiO2 > 50%); Instabilidade hemodinâmica; Necessidade de intubação imediata; Arritmia cardíaca grave e isquemia cardíaca aguda; Sangramento respiratório ou gastrointestinal ativo; Parada cardiorrespiratória (PCR). CONTRAINDICAÇÕES DA VMNI Utilizar uma interface de acordo com o paciente, sua tolerância, tamanho do rosto e necessidades. Pode ser máscara nasal, facial, facial total ou até mesmo um capacete. Presilha para fixar a contenção cefálica (cabresto); Fixação frontal caso não tenha encaixe lateral (aranha); Válvula exalatória ou tubo T caso seja utilizado uma aparelho portátil. MONTAGEM DA VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA (VNI) INTERFACES MÁSCARA NASAL Maior tolerância Comodidade Permite ao paciente tossir, falar e expectorar Menos claustrofobia Resistência aumentada Utilizadas em insuficiência respiratória crônica em respiradores não bucais MÁSCARA FACIAL Preferível na insuficiência respiratória aguda Utilizar nas descompensações de pacientes portadores de DPOC Não evitam a broncoaspiração por vômitos Pode ocorrer retenção CO2 MÁSCARA FACIAL TOTAL (Full face) Cobre completamente face do paciente Excelente adaptabilidade Diminue vazamento Possibilita uso maiores pressões inspitarórias Diminue lesões pele paciente devido menor área de contato face e máscara. CAPACETE TIPO ESCANFANDRO (Sistema Helmet) Ocupa toda região cefálica Mesmas incoveniências da máscara facial Custo muito elevado Vantagem de eliminar contato da interface com a face do paciente evitando lesões de pele O grande espaço-morto dos capacetes e a sua parede muito complacente levam, respectivamente, à reinalação de CO2 e à necessidade do uso de maiores valores de pressão inspiratória para garantir a correção das trocas gasosas O ruído interno é um dos limitantes para seu uso CAPACETE TIPO ESCANFANDRO (Sistema Helmet) PRONGAS NASAIS Utilizadas recém natos; Estes devem estar em jejum com sonda orogástrica aberta (risco distensão abdominal e vômitos); O sistema é alimentado por um fluxo contínuo ou variável de ar quente e umidificado proveniente de uma fonte contínua de gás exercendo uma pressão positiva contínua (CPAP); Esta interface pode lesar as narinas causando não somente desconforto, mas hiperemia, sangramento e necrose do septo nasal e columela. PRONGAS NASAIS TIPOS DE APARELHOS GERADOR DE FLUXO Equipamento de pressão inspiratória final positiva (PEEP) apenas, também denominado CPAP; De fácil aplicabilidade; Ruído desagradável; Necessário rede de oxigênio, um circuito unidirecional, um filtro umidificador, uma válvula de PEEP, uma aranha, uma presilha e uma máscara bidirecional. BOUSSIGNAC CPAP de fácil aplicação, leve e pequeno; Necessário uma presilha frontal (aranha), uma máscara unidirecional, uma presilha, um umidificador, um fluxômetro, o manômetro próprio do equipamento e uma rede de O2; Não oferece um valor fidedigno com relação à PEEP, uma vez que esta dependerá do peso do paciente, da complacência, da resistência do mesmo, além do fluxo oferecido. Quanto maior o fluxo oferecido, maior será a PEEP. MODOS VENTILATÓRIOS MODOS VENTILATÓRIOS CPAP (Continuous Positive Airway Pressure) Único nível pressórico que se mantém durante toda a inspiração e expiração; Não existe ajuste de frequencia respiratória; Modalidade administrada geralmente por geradores de fluxo ou ventiladores próprios de uso domiciliar; Contra indicada em doenças neuromusculares; Indicação: insuficiência respiratória não hipercápnica. BIPAP (Pressão positiva bifásica – bilevel) Dois níveis pressóricos durante a ventilação Nível maior – IPAP Nível da expiração (menor) – EPAP Disparo realizado pelo esforço do paciente ou dependendendo do modelo do suporte ventilatório Indicação: indicado em insuficiência respiratória tipo hipercápnica PRESSÃO DE SUPORTE (PSV) Modo de ventilação regulada por pressão e ciclada à fluxo Quando se inicia a inspiração, o ventilador libera um fluxo alto que vai diminuindo ao longo de toda inspiração enquanto a pressão selecionada se mantém constante até que começa a expiração, mantendo o sistema pressurizado A IPAP é substituída pelo nível de PSV e a EPAP pela PEEP PRESSÃO DE SUPORTE (PSV) SUPORTE VENTILATÓRIO NÃO INVASIVO EM VENTILADOR CONVENCIONAL NÃO SIM APLICANDO A TÉCNICA Escolha da máscara Posição do paciente Forma de aplicação Escolha do equipamento Modalidade ventilatória: CPAP + PSV, CPAP + PCV ou BIPAP Monitoração respiratória Monitoração clínica Vigilância humana Predição de sucesso Critérios de suspensão VANTAGENS NO USO DO SVNI Prevenir o trauma e as consequências deletérias da intubação e traqueostomia prolongadas; Preservar os mecanismos de defesa das vias aéreas; Permitir a fala e a deglutição Reduzir a incidência de pneumonia nosocomial; Aumentar o conforto e a tolerância do paciente ao método; Diminui uso drogas sedativas e depressoras do SNC; Facilita processo de desmame, encurta período de hospitalização; Reduz custos. FATORES PREDITIVOS DE SUCESSO DA APLICAÇÃO DA VNI Idade 65 anos IRpA de menor gravidade Paciente cooperativo Capacidade de sincronizar com o ventilador 45 mmHg PaCO2 70 mmHg 7,25 pH 7,35 Melhora clínica objetiva nos primeiros 60 minutos ( frequência cardíaca/ respiratória, PaCO2 e PaO2/ SaO2) VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS DIVERSOS TIPOS DE VENTILADORES VENTILADOR VANTAGENS DESVANTAGENS Nãoinvasivo avançado ou Invasivo de terapia intensiva com módulo próprio para VNI Controleda FiO2 Grande capacidade motriz Diversos modo Diversos padrões de fluxo Monitoração Custo elevado Tamanho Ausência de bateria ? Volumétricoportátil Diversos modos a volume Portátil Diversosalarmes Semcontrole da FiO2 Baixa capacidade motriz Pressométricoportátil Diversos modos à pressão Boa capacidade geradora Portátil Sem controleda FiO2 Ausência de alarmes Ausência de bateria DESVANTAGENS Só pode ser utilizado seguramente em pacientes lúcidos, cooperativos, capazes de interagir, tossir e expectorar; Necessitar grande disponibilidade de recursos humanos para implementação e controle metodológico; Ser ineficaz e potencialmente lesivo em casos de maior complexidade e gravidade. PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES DO SVNI COMPLICAÇÃO % PACIENTES Vazamento de ar Eritema daface Intolerância à interface Ressecamento/ congestão nasal Úlcera da asa do nariz Irritação ocular Distensão gástrica Broncoaspiração 80 -100 20 –34 80 – 32 10 - 20 2 – 31 16 8 6 APLICAÇÕES CLÍNICAS BEM ESTABELECIDAS DPOC Edema pulmonar cardiogênico IRpA de pacientes imunossuprimidos (complicações pulmonares da AIDS/ SIDA) Período pós operatório APLICAÇÕES CLÍNICAS AINDA SEM CONSENSO Suporte pós extubação Asma aguda grave Doenças neuromusculares Pós operatório imediato Evitar a intubação traqueal SDRA Traumatismos Obesidade mórbida Obstrução das vias aéreas superiores 10 MANDAMENTOS DO SVNI NA IRpA AGUDA E CRÔNICA AGUDIZADA 1º mandamento: nunca utilizar em pacientes que apresentem deterioração rápida do seu quadro clínico ou estão em risco de desenvolver apnéia. 2º mandamento: somente deve ser utilizado sob supervisão médica familiarizada com o método. 3º mandamento: utilizar em pacientes alertas, cooperativos, capazes de defender suas vias aéreas, hemodinamicamente estáveis com DPOC agudizada ou episódio de ICC com retenção cápnica moderada. 10 MANDAMENTOS DO SVNI NA IRpA AGUDA E CRÔNICA AGUDIZADA 4º mandamento: se a opção for por modalidades controladas à pressão, titule o nível inicial de CPAP entre 2 – 5 cmH2O e PSV de 8 – 10 cm H2O. No caso de modalidades controladas a volume, iniciar com VT = 8 mL/Kg. 5º mandamento: titular gradativamente parâmetros como pressão, volume e tempo de inspiração e expiração na tentativa de alcançarmos a normalização do pH, PaCO2 e PaO2. 10 MANDAMENTOS DO SVNI NA IRpA AGUDA E CRÔNICA AGUDIZADA 6º mandamento: prover interface (máscara) confortável e suplementação de oxigênio. 7º mandamento: utilizar ventilador microprocessado de uso invasivo dotado de módulo para VNI ou específico avançado. 8º mandamento: vigilância rigorosa de sinais vitais, clínicos, gasométricos e de hemodinâmica. 10 MANDAMENTOS DO SVNI NA IRpA AGUDA E CRÔNICA AGUDIZADA 9º mandamento: dieta zero por via oral até que haja reversão objetiva dos sinais de IRpA. 10º mandamento: não havendo sinais objetivos de melhora do quadro clínico após decorridos, no máximo, 30 minutos, dependendo do tipo de paciente, intubar e ventilar invasivamente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Tallo, Fernando; Sandri, Priscila; Galassi, Marcela; Laranjeira, Lígia; Guimarães, Hélio. GUIA DE VENTILAÇÃO MECÂNICA PARA FISIOTERAPIA. São Paulo: Editora Atheneu, 2012. III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica – Ventilação mecânica não invasiva com pressão positiva, 2007. Profa. Séres Costa de Souza seres.souza@gmail.com
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