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Direitos Reprodutivos e Sexuais Prof. Roberto de Campos Andrade Proteção Internacional Declaração e Programa de Ação sobre População e Desenvolvimento do Cairo – 1994 Declaração e Programa de Ação de Pequim – 1995 Conjunto de direitos básicos relacionados ao livre exercício da sexualidade e da reprodução humana. Evolução Histórica Seculo XIX e 1ª metade sec XX Reivindicação da agenda feminista: tensão entre maternidade obrigatória e contracepção como forma de libertação Educação e voto Regulação da fecundidade Controle do próprio corpo e saúde Sentido Moderno Parto, contracepção e aborto passam a fazer parte da agenda feminista Igualdade material de direito entre homem e mulher é requisito para o exercício dos direitos reprodutivos e sexuais Conferência do Cairo - 1994 promover a equidade e a igualdade dos sexos e os direitos da mulher, eliminar todo tipo de violência contra a mulher e garantir que seja ela quem controle sua própria fecundidade Direito individual e responsabilidade social de decidir sobre o exercício da maternidade Direito à informação e acesso aos serviços para exercer seus direitos e responsabilidades reprodutivas Princípios: autodeterminação da mulher, igualdade e equidade Recomendações: revisão de leis punitivas da prática de aborto (no Cairo já se reconhece o aborto como problema de saúde pública) Direitos sexuais e reprodutivos constituem parte inalienável dos direitos humanos universais e indivisíveis Conferência de Beijing - 1994 Direitos Reprodutivos Liberdade de decisão relativa à reprodução Escolha livre e responsável do número de filhos e do espaçamento entre nascimentos Acesso a informações e meios seguros Acesso ao mais elevado padrão de saúde reprodutiva Direitos sexuais Decisão livre e responsável sobre a sexualidade Controle sobre o próprio corpo Livre escolha de orientação sexual, sem discriminação, coação ou violência Educação sexual Privacidade Acesso à informação e ao mais alto padrão de saúde sexual Fruição do progresso científico e experimentação, resguardada a ética Constituição Federal 1988 Art 1º : cidadania e dignidade da pessoa Art.3º : bem de todos sem preconceito de sexo Art5o, I: homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações Art5o , X: inviolabilidade da intimidade, da vida privada, honra e imagem das pessoas Art.5º , XLI: a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais Constituição Federal 1988 Art.5º ,§ 2º e § 3º: confere status de norma constitucional a tratados de DH Art 7º: direitos sociais Título 8 º: ordem social – direito à saúde e ao planejamento familiar (196, 201, 203) Art. 226, § 3º: união estável entre homem e mulher – exclui união de homossexuais, ameaça o direito à livre orientação sexual (Declarações de Cairo e Beijing) Artigo 226, § 7º, CF 1988 “Fundados nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício deste direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas” Lei 9.263/96 - Planejamento Familiar Definição: conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal Proibição da utilização destas ações para qualquer tipo de controle demográfico, considerado dissonante com o princípio democrático Lei 9.263/96 - Planejamento Familiar Ação integral à saúde pelo SUS Assistência à concepção e contracepção Atendimento pré-natal Assistência ao parto, ao puerpério e ao neonato Controle das DST’s Controle e prevenção do câncer cérvico-uterino, do câncer de mama e do câncer de pênis Lei 9.263/96 - Planejamento Familiar Ações preventivas e educativas Participação de empresas públicas e privadas nas ações e pesquisas Controle e fiscalização de experimentos com seres humanos pelo SUS Esterilização cirúrgica voluntária, mediante cumprimento das formalidades legais Proibição de indução ou instigamento individual ou coletivo à prática de esterilização cirúrgica Lei 9.263/96 - Crimes Realização de esterilização cirúrgica em desacordo com o disposto no artigo 10 Esterilização em período de parto ou aborto Manifestação de vontade viciada Em pessoa absolutamente incapaz, sem autorização judicial Omissão de notificação do médico Indução ou instigamento dolosos Exigência de atestado para qualquer fim Direitos Reprodutivos no Código Civil Igualdade de direitos e deveres dos cônjuges Adequação ao regime constitucional A lei põe a salvo desde a concepção os direitos do nascituro (não se trata de reconhecer ao nascituro personalidade civil) norma restritiva da contração de novo matrimônio por dez meses de mulher viúva ou de casamento nulo (1523, II), para assegurar o conhecimento da origem paterna da criança Código Civil – erro essencial - 1557 Nulidade do casamento: erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge em razão de questões ligadas a sua honra e boa fama Interpretação deve seguir os princípios de direitos humanos da CF e pelos compromissos internacionais assumidos pelo Estado Brasileiro Prevalência das normas constitucionais e dos tratados internacionais de DH em relação à legislação ordinária Código Penal - Aborto Provocado pela gestante ou com seu consentimento Provocado por terceiro Necessário (se não há outro meio de salvar a vida da gestante) Gravidez resultante de estupro (sentimental ou aborto legal) Má formação do feto (anencefálico) – dissídio na jurisprudência Código Penal - alterações Lei 11.106/2005: eliminou a expressão “mulher honesta” de crimes sexuais mediante fraude Tráfico internacional de pessoas (e não mais mulheres) Supressão do crime de adultério – princípio da intimidade e privacidade das pessoas Lei 10.224/2001: assédio sexual – constranger alguém para obter vantagem sexual, prevalecendo-se da condição de superior hierárquico no exercício do emprego Estatuto da Criança e do Adolescente Promoção pelo SUS de campanhas de educação sobre DST’s e métodos anticoncepcionais Afastamento do agressor da moradia comum nos casos de abuso sexual Criminalização da pornografia infantil Lei 10.764/2003 ampliou o tipo penal Novo tipo penal de estupro de vulnerável e exploração da prostituição infantil (2008) Leis Trabalhistas Limitação à prestação de horas extras(revogado) Discriminação da mulher: L. 9799/99, permite adoção de medidas temporárias Proteção à maternidade, extensiva à mãe adotiva (L. 10.421/2002) – benefício previdenciário Lei 9029/1995 – proíbe qualquer prática discriminatória de acesso ou manutenção do emprego, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar ou idade, ressalvada a proteção da criança e adolescente Argumentos em prol D. Reprodutivos O destino da mulher deve ser moldado pela sua própria concepção dos seus imperativos espirituais e de seu lugar na sociedade Caso Carhart: o direito ao aborto protege a autonomia da mulher para determinar o rumo da sua vida, e assim desfrutar de igual nível de cidadania Argumentos em prol D. Reprodutivos Costume é uma importante fonte de sentido, valor e estrutura social Costume estrutura papéis sexuais de homens e mulheres Moralidade do costume pode privilegiar mais a liberdade sexual do homem do que da mulher Mulheres podem ficar privadas de dignidade, saúde, felicidade e liberdade Maternidade x Paternidade – conseqüências adversas para as mulheres Argumentos em prol D. Reprodutivos Controle sobre a maternidade é a questão crucial sobre o bem estar da mulher e afeta: Saúde e liberdade sexual Educação e preparo ao trabalho Poder de iniciar e terminar a relação afetiva Poder de prover o sustento de sua família Poder de negociar conflitos trabalhistas D. reprodutivos repudiam presunções costumeiras de que as mulheres existem para cuidar dos outros Argumentos em prolD. Reprodutivos Campanha feminista pró aborto Controle da maternidade como condição de preservação da dignidade feminina Liberdade e independência grupos feministas dos anos 60/70- “mulheres sacrificadas no altar da reprodução” e “condenadas ao mundo melancólico da vida doméstica de dia, e ao estupro legal à noite”. Argumentos em prol D. Reprodutivos Abordagem da igualdade de gênero opõe-se às restrições ao aborto porque: Reforçam normas de costume discriminatórias atinge grupo de mulheres mais vulneráveis Pune mulheres por atividades sexuais sem responsabilizar os homens na mesma medida Utilização da lei como coação à mulher na gravidez
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