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Imunologia - Imunidade Inata

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Imunidade Inata
A defesa contra micro-organismos é mediada por reações iniciais da imunidade inata e por respostas tardias da imunidade adaptativa. A imunidade inata (também chamada de imunidade natural ou nativa) proporciona a linha de defesa inicial contra micro-organismos, é a capacidade intrínseca de o organismo reconhecer e destruir os patógenos ou seus produtos. As céls e moléculas solúveis da imunidade inata são completamente funcionais antes do encontro com os micro-organismos ou são rapidamente ativadas pelos patógenos, antes do desenvolvimento das respostas imunológicas adaptativas.
A imunidade inata é, principalmente, uma função dos fagócitos, células capazes de englobar, matar e digerir a maioria dos patógenos. As respostas inatas reconhecem um grande número de características estruturais comuns, encontradas em moléculas exógenas e patógenos, e quase todos os fagócitos têm a capacidade de interagir com a maioria dos patógenos. As interações com os patógenos estimulam grande quantidade de fagócitos a ativar vários genes, levando à transcrição e à expressão de ptn que destroem os patógenos. Como muitos fagócitos estão envolvidos, a imunidade inata desenvolve-se imediatamente após o contato com um patógeno. 
A imunidade inata desempenha três importantes funções:
A imunidade inata é a primeira resposta aos m-os que previne, controla ou elimina a infecção do hospedeiro por muitos patógenos. Muitos patógenos desenvolveram estruturas de resistência à imunidade inata, e estas estratégias são cruciais à virulência dos m-os. Na infecção por tais agentes infecciosos, as defesas imunes inatas podem manter a doença sob controle até que as respostas imunes adaptativas sejam ativadas. Aas respostas imunes adaptativas, sendo mais potentes e especializadas, são capazes de eliminar m-os que resistem aos mecanismos de defesa da imunidade inata. Diferentes mecanismos da imunidade inata atuam em diferentes estágios das infecções. As barreiras epiteliais dificultam a entrada de m-os nos hospedeiro. Fagócitos residentes e recrutados para os tecidos subepiteliais e para outros locais conferem proteção caso estas barreiras sejam ultrapassadas, e as ptns plasmáticas e os fagócitos circulantes conferem proteção caso os m-os atinjam a corrente sanguínea
Os mecanismos da imunidade inata reconhecem os produtos de céls danificadas e mortas do hospedeiro e servem para eliminar tais células, iniciando o processo de reparo tecidual. O sistema imune inato também responde a diversas substâncias que não são de origem microbiana, mas que não deveriam ser encontradas em tecidos saudáveis, como cristais intracelulares.
A imunidade inata aos m-os estimula as respostas imunológicas adaptativas e pode influenciar a natureza das respostas específicas, tornando-as mais eficazes contra diferentes tipos de patógenos. Assim, a imunidade inata não apenas desempenha funções defensivas logo após a infecção, mas também dá um alerta de presença de infecção, contra a qual a resposta imune adaptativa subsequente deve ser montada. Além disso, diferentes componentes da resposta imune inata frequentemente reagem de formas distintas a diferentes m-os e, portanto, influencia o tipo de resposta imune adaptativa a ser desenvolvida.
Vários fagócitos diferentes podem englobar e destruir os patógenos, frequentemente iniciando reações complexas mediadas pelo hospedeiro, coletivamente denominadas inflamação. Os dois principais tipos de respostas do sistema imune inato que nos protegem contra m-os são a inflamação e a defesa antiviral.
A inflamação é o processo pelo qual leucócitos e proteínas plasmáticas circulantes são enviados aos sítios de infecção e ativados para destruir e eliminar os agentes ofensores. A inflamação é também uma importante reação às células danificadas ou mortas e acúmulos de substâncias anormais em células e tecidos. A defesa antiviral é composta por alterações nas células que impedem a replicação viral e a suscetibilidade à mote por linfócitos, eliminando, assim, os reservatórios de infecção viral. Além destas reações, os mecanismos da imunidade inata incluem defesas físicas e químicas através das barreiras epiteliais e da ativação de diversas cels e ptn circulantes que podem eliminar os m-os presentes no sangue, independentemente da inflamação.
RECONHECIMENTO DE M-OS E ESTRUTURAS ORGÂNICAS DANIFICADAS PELO SISTEMA IMUNE INATO
O sistema imune inato reconhece estruturas que são características de patógenos microbianos mas não de céls mamíferas. A substâncias microbianas que estimulam a imunidade inata são denominadas padrões moleculares associados aos patógenos (PAMP). Diferentes classes de m-os expressam diferentes PAMP. O sistema imune inato também reconhece moléculas endógenas que são produzidas ou liberadas por céls danificadas ou mortas. Estas substâncias são denominadas padrões moleculares associados a danos (DAMP). O sistema imune inato usa diversos tipos de receptores celulares, presentes em diferentes localizações na cels, e moléculas solúveis no sangue e nas secreções de mucosa para reconhecer PAMP E DAMP.
Moléculas de reconhecimento associadas à céls do sistema imune inato são expressas por fagócitos (principalmente macrófagos e neutrófilos), céls dendríticas, cels epiteliais (que compõem a interface da barreira entre o corpo e o ambiente externo) e muitos outros tipos celulares de tecidos e órgãos. Estes receptores celulares de patógenos e moléculas associadas a lesões são frequentemente chamados de receptores de reconhecimento de padrões. Tais receptores são expressos na membrana plasmática ou na membrana endossômica de diversos tipos celulares e também em seu citoplasma. Quando essas moléculas de reconhecimento de padrões associadas às células se ligam a PAMP E DAMP ativam eventos de transdução de sinal que promovem as funções antimicrobianas e pró-infalmatórias das cels em que são expressas. Além disso, existem mts ptns presentes no sangue e nos fluidos extracelulares que reconhecem PAMP.
RECEPTORES CELULARES DE RECONHECIMETO DE PADRÕES DA IMUNIDADE INATA
Receptores semelhantes a Toll (TLR)
São receptores que são amplamente expressões em fagócitos de mamíferos. Pelo menos 9 TLRs de humanos interagem com vários PAMPs de superfície celular ou solúveis de vírus, bactérias e fungos. Varios TLRs interagem com mais de um PAMP. Por exemplo, TLR-4 é um componente da resposta imune inata contra o LPS de Gram-negativos. A interação de uma PAMP com o TLR desencadeia um evento de transdução de sinal transmembrânico, que inicia a transcrição do DNA, levando à síntese de ptn específicas e à ativação de fagócitos. A ativação pode resultar em uma fagocitose aumentada e morte dos patógenos, ou contribuir para a inflamação. 
Os TLR são glicoproteínas do tipo I integrais de membrana que contêm repetições ricas em leucina flanqueadas por motivos característicos ricos em cisteína em suas regiões extracelulares, que estão envolvidas na interação com o ligante, e que também possuem um domínio de homologia Toll/receptor de IL-1 (TIR) em suas caudas citoplasmáticas que é essencial à sinalização. 
As vias de sinalização são iniciadas pela interação entre ligante e TLR na superfície celular, no retículo endoplasmático ou nos endossomos, levando à dimerização das ptn TLR. A dimerização do TLR induzida por ligante é feira pela aproximação de domínios TIR das caudas citoplasmáticas de cada ptn. A seguir, há o recrutamento do domínio TIR contendo proteínas adaptadoras, o que facilita o recrutamento e a ativação de diversas ptns cinases, levando à ativação de diferentes fatores de transcrição.
RECEPTORES SEMELHANTES A NOD ( RECEPTORES CITOSÓLICOS)
Os receptores semelhantes a NOD (NLR) compõem uma família de mais de 20 diferentes proteínas citosólicas das quais percebem PAMP e DAMP citoplasmáticos e recrutam outras ptn, formando complexos de sinalização que promovem a inflamação. Esta família de ptns recebe o nome de NOD (ptn contendo domínio de oligomerização nucleotídica). As ptn NLR características contem pelo menos 3 diferentesdomínios com estruturas e funções distintas. Dentre eles incluem-se um domínio rico em repetições de leucina, um domínio NACHT (ptn neuronal de inibição de apoptose) e um domínio efetor, que recruta outras ptn formando uma complexo de sinalização.
A subfamília NLRP de NLR responde a PAMP e DAMP citoplasmáticos através da formação de complexos de sinalização chamados inflamossomos, que geram formas ativas da citocina inflamatória IL-1. Após interação com o ligante, por exemplo, diversas ptn NLRP3 idênticas formam um oligômero, e cada NLRP3 do oligômero se liga a uma ptn adaptadora chamada ASC. Os adaptadores então se ligam à forma precursora inativa da enzima caspase 1, através de interação dos domínios de recrutamento de caspases presentes em ambas a ptns. As caspases são proteases com resíduos de cisteína em seus sítios ativos que clivam as ptn em resíduos de aspartato. A caspase 1 passa ser ativa apenas após o recrutamento do complexo infamossomo. A principal função da caspase 1 é clivar formas precursoras citoplasmáticas inativas de duas citocinas homologas, chamada IL-1β e IL-18. A clivagem da caspase 1 gera formas ativas dessas citocinas, que, então, deixam a cél e desempenham diversas funções pró-inflamatórias.
OUTROS RECEPTORES CELULARES DE RECONHECIMENTO DE PADRÕES
Receptores de carboidrato
Os receptores que reconhecem carboidratos na superfície de m-os facilitam a fagocitose destes patógenos e estimulam o desenvolvimento das respostas imunológicas adaptativas subsequentes. Estes receptores pertencem à família das lectinas de tipo C, assim chamadas por se ligarem a carboidratos (lectinas) de modo dependente de Ca2+ (daí, tipo C). Algumas dessas lectinas são ptn solúveis encontradas no sangue e em fluidos extracelulares; outras são ptn de membrana encontradas nas superfícies de macrófagos , céls dendríticas e algumas céls teciduais. Todas essas moléculas contêm um domínio conservado de reconhecimento de carboidratos. Algumas dessas lectinas de tipo C atuam na fagocitose de patógenos, e outras desempenham funções de sinalização que induzem respostas protetoras nas células do hospedeiro aos micro-organismos.
COMPONENTES CELULARES DO SISTEMA IMUNE INATO
As células do sistema imune inato realizam diversas funções que são essenciais para a defesa contra m-os. Algumas céls formam barreiras físicas que impedem infecções. Diversos tipos celulares expressam os vários receptores de reconhecimento de padrões e portanto, são capazes de reconhecer PAMP e DAMP e de produzir citocinas inflamatórias e proteínas anti-virais, culminando na morte dos m-os ou eliminação de cels infectadas.
Barreiras epiteliais:
Superfícies epiteliais intactas formam barreiras físicas entre os m-os do ambiente externo e os tecidos do hospedeiro; além disso, as cels epiteliais produzem substancias químicas antimicrobianas que impedem a entrada de m-os. A perda da integridade das camadas epiteliais por traumas ou outras razões predispõe o individuo a infecções. As cels epiteliais são muito próximas umas às outras, bloqueando a passagem de m-os por entre elas. A camada externa de queratina, que se acumula da morte dos queratinócitos da superfície cutânea, bloqueia a penetração microbiana em camadas mais profundas da epiderme. O muco, uma secreção viscosa contendo glicopnt chamadas mucinas, é produzido pelas cels ep. Respiratórias, gastrointestinais e urogenitais, onde impede fisicamente, a invasão microbiana e facilita a remoção de m-os pela ação ciliar da árvore brônquica e do peristaltismo intestinal. As céls epiteliais, assim como alguns leucócitos, produzem peptídeos que apresentam atividade antimicrobiana como defensinas e catelicidinas.
Defensinas (fase aguda da inflamação): são pequenos peptídeos catiônicos, com cerca de 29-34 aa de comprimento, que contem 3 pontes dissulfeto intracadeias. As duas famílias de defensinas humanas, denominadas α e β são diferenciadas pela localização dessas pontes. As defensinas são produzidas por cels epiteliais de superfície de mucosa e por leucócitos contendo grânulos, incluindo neutrófilos, células NK (natural killer) e linfócitos T citotóxicos. Sua secreção pode ser aumentada por citocinas ou produtos microbianos. As ações protetoras das defensinas incluem efeitos tóxicos diretos aos m-os, incluindo bact e fungos, e a tivação de cels envolvidas nas respostas inflamatórias a m-os.
Fagócitos
Células que apresentam funções fagocíticas especializadas, principalmente macrófagos e neutrófilos, são a primeira linha de defesa contra m-os que ultrapassam as barreiras epiteliais. É importante saber que estas cels fagocíticas realizam dois tipos gerais de funções na defesa contra m-os. Primeiro, são capazes de internalizar e matar m-os. Neutrófilos e macrófagos são particularmente bons nessa função. Segundo. Os fagócitos respondem aos m-os produzindo diversas citocinas que promovem inflamação e também aumentam a função antimicrobiana das cels do hospedeiro no sitio de infecção. Os macrófagos são particularmente bons nessa segunda função. Os macrófagos também estão envolvidos no reparo no reparo de tecidos danificados, que é outra importante função na defesa do hospedeiro.
Células Dendríticas:
As cels dendríticas desempenham funções essenciais de reconhecimento, além de papeis efetores, na imunidade inata. São as APC (cels apresentadoras de antígeno) mais importantes para a ativação de células T virgens. São cels que tem longas projeções membranosas e capacidade fagocítica e são amplamente distribuídas nos tecidos linfoides, no epitélio das mucosas e no parênquima dos órgãos. Dada sua localização e morfologia, estas células detectam m-os invasores. Além disso, cel dendríticas expressam mais tipos diferentes de TLR e receptores citoplasmáticos de reconhecimento de padrões do que qualquer outra população celular, tornando-as os mais versáteis sensores de PAMP e DAMP de todo o corpo. Um dado subtipo de cels dendríticas as céls dendríticas plamocitoides, assim chamadas por sua morfologia similar à de plasmócitos produtores de anticorpos, é a maior fonte de citocinas antivirais, os interferons de tipo I, sintetizadas em resposta as infecções virais. Estas células são as mais eficientes em desencadear e direcionar respostas imunes adaptativas mediadas por linfócitos T, e isso depende se suas respostas imunes inatas aos m-os. Esta capacidade relete a habilidade das células dendríticas de internalizar antígenos proteicos microbianos, transportá-los aos gânglios linfáticos onde estão os linfócitos T virgens, e apresentá-los de modo que possam ser reconhecidos por esses linfócitos.
MOLÉCULAS SOLÚVEIS DE RECONHECIMENTO E MOLÉCULAS EFETORAS DA IMUNIDADE INATA
As moléculas efetoras solúveis (as vezes chamadas de mediadores humorais da imunidade inata) atuam de dias formas principais:
Por se ligarem aos m-os, atuam como opsoninas e aumentam a capacidade de fagocitose pelos macrófagos, neutrófilos e células dendríticas. Isto ocorre porque as cels fagocíticas expressam receptores de membrana específicos para opsoninas, e estes receptores podem mediar, de forma eficiente a internalização do complexo formado pela opsonina e o agente invasor.
Depois da ligação aos m-os, os mediadores solúveis da imunidade inata promovem respostas inflamatórias que induzem recrutamento adicional de mais fagócitos para os sítios de infecção, podendo também matá-los diretamente.
Os principais componentes do sistema imune inato humoral são os anticorpos naturais, o sistema complemento, as colectinas, as pentatraxinas e as ficolinas.
Anticorpos Naturais:
Muitos anticorpos com milhões de diferentes especificidades são produzidos nas respostas imunológicas humorais por linfócitos B e suas progênies, como parte do sistema imune adaptativo. No entanto existem subtipos de linfócitos B que produzem anticorpos com um numero limitado de especificidades, sem exposição excessiva a antígenos estranhos, e estas imunoglobulinas são denominadas anticorpos naturais. Eles já estão presentes antes da infecção e reconhecem padrões molecularescomuns em m-os ou cels estressadas ou mortas. Eles são geralmente específicos para moléculas de carboidrato ou lipídeo, mas não ptn, e a maioria é um isotipo IgM, uma das diferentes classes das moléculas de Ig. Exemplo de anticorpo natural: Anti-ABO
Sistema Complemento
O sistema complemento é composto por várias ptn plasmáticas que trabalham juntas na opsonização de m-os, na promoção do recrutamento de fagócitos para o sítio de infecção e, em alguns casos, na morte direta de patógenos. A ativação do sistema complemento é baseada em cascatas proteolíticas, em que uma enzima precursora inativa, chamada de zimógeno, é transformada em uma protease ativa que cliva e, portanto induz, a atividade proteolítica da próxima ptn do sistema complemento em uma cascata. Na sequencia da cascata, as atividades enzimáticas resultam em uma tremenda amplificação da quantidade de produtos proteolíticos gerados. Estes produtos realizam as funções efetoras do sistema complemento. A primeira etapa de ativação do sistema complemento é o reconhecimento das moléculas nas superfícies microbianas, mas não nas céls do hospedeiro. A ativação do sistema complemento pode ocorrer através de 3 vias distintas:
A via clássica, assim chamada por ter sido a primeira a ser descoberta, usa uma ptn plasmática denominada C1q para detectar anticorpos ligados à superfície de um m-o ou outra estrutura. Após a ligação de C1q à porção Fc dos anticorpos, duas serina proteases associadas, chamadas C1r e C1s, são ativadas e iniciam a cascata proteolítica das demais ptn do sistema complemento. A via clássica é um dos principais mecanismos efetores do braço humoral das respostas imunes adaptativas. Uma vez que anticorpos naturais IgM são muito eficientes na ligação a C1q, a via clássica também participa da imunidade inata. Além disso, outras ptns solúveis do sistema imune inato, chamadas pentatraxinas, podem se ligar a C1q e iniciar a via clássica.
A via alternativa é desencadeada quando uma ptn do sistema complemento chamada C3 reconhece, diretamente, certas estruturas da superfície microbiana, como LPS bacteriano. O componente C3 é também constitutivamente ativado em solução em baixo nível e se liga a superfícies celulares, mas é, então, inibido por moléculas reguladoras presentes em cels mamíferas. Uma vez que os m-os não possuem essas ptn reguladoras, a ativação espontânea pode ser amplificada nas superfícies microbianas. Assim, essa via pode diferenciar estruturas próprias normais de m-os com base na presença ou não de ptn reguladoras.
A via das lectinas é desencadeada por uma ptn plasmática chamada lectina ligante de manose (MBL), que reconhece resíduos terminais de manose presente em glicoptn e glicolipídeos microbianos, assim como o receptor de manose das membranas de fagócitos. A MBL é um membro da família das colectinas, com estrutura hexamérica similar a do componente C1q do sistema complemento. Depois que a MBL se liga ao m-os, dois zimógenos chamados MASP1 e MASP2, com funções similares a C1r e C1s, se associam a ela e iniciam as etapas proteolíticas finais idênticas a via clássica.
O reconhecimento de m-os por qualquer uma das 3 vias do sistema complemento resulta no recrutamento sequencial e na montagem de outras ptn desse sistema em complexos de proteases. Um desses complexos chamados C3 convertase, cliva a ptn central do sistema complemento, C3, produzindo C3a e C3b. O fragmento maior C3b se liga de forma covalente a superfície microbiana onde a via do sistema foi ativada. C3b é uma opsonina que promove a fagocitose de m-os. O fragmento C3a é liberado e estimula a inflamação por agir quimiotático para neutrófilos. O C3b se liga a outras ptn do sistema complemento, formando uma protease chamada C5 convertase, que cliva C5 gerando um peptídeo pqno, C5a, e um fragmento maior, C5b, que permanece ligado a membrana microbiana. O C5a, além de ser quimiotático, induz alterações nos vãos sanguíneos levando ao extravasamento de ptn plasmáticas e fluidos nos sítios de infecção. O C5b inicia a formação de um complexo proteico do sistema complemento formado de C6, C7, C8 associados a vários C9, que são montados em uma estrutura denominada de complexo de ataque à membrana (MAC), que provoca a lise de cels em que o complemento é ativado.
O sistema complemento é essencial na imunidade inata, pessoas com deficiência em C3 são altamente suscetíveis a infecções bacterianas recorrentes e frequentemente letais.
Via clássica Estrutura de C1q
Via alternativa
Etapa final da ativação do sistema complemento
Pentatraxinas:
Diversas ptn plasmáticas que reconhecem estruturas microbianas e participam da imunidade inata pertencem a família das pentatraxinas, que é um grupo filogeneticamente antigo de ptn pentamérica de estruturas homologas. Os principais membros desta família são as pentatraxinas curtas, a proteína C-reativa (CRP) e amiloide sérica (ASP) e a pentatraxina longa PTX3. CRP, SAP e PTX3 ativam o sistema complemento por ligação a C1q, iniciando a via clássica.
A RESPOSTA INFLAMATÓRIA
A principal forma pela qual o sistema imune inato lida com infecções e lesões teciduais é através da indução da inflamação aguda, que é o acúmulo de leucócitos, proteínas plasmáticas e fluidos derivados do sangue em um sítio de infecção ou lesão no tecido extravascular. 
O principal leucócito que é recrutado do sangue aos sítios de inflamação aguda é o neutrófilo, mas monócitos circulantes, que se transformam em macrófagos nos tecidos, tornam-se cada vez mais proeminentes com o passar do tempo e podem ser a população dominante em algumas reações. Entre as importantes ptn plasmáticas que adentram os sítios inflamatórios estão as ptn do sistema complemento, os anticorpos e as ptn de fase aguda. A chegada destes componentes sanguíneos ao sítio inflamatório é dependente de alterações reversíveis nos vasos sanguíneos do tecido infectado ou danificado, todas as alterações são induzidas por citocinas e por pequenos mediadores moleculares inicialmente derivados de cels residentes nos tecidos, como mastócitos, macrófagos, e cels endoteliais, em resposta a estimulação de PAMP ou DAMP.
A inflamação aguda pode se desenvolver minutos a horas e perdura por dias. A inflamação crônica é um processo que ocorre após a inflamação aguda caso a infecção não seja eliminada ou em resposta a lesão tecidual prolongada. 
Uma das primeiras respostas do sistema imune inata a infecções e danos teciduais é a secreção de citocinas por células, que é extremamente importante nas respostas inflamatórias agudas. Três das mais importantes citocinas pró-inflamatórias do sistema imune inato são o TNF, a IL-1 e a IL-6.
Fator de necrose tumoral (TNF ou TNF-α)
O TNF é o mediador das respostas inflamatórias agudas a bactérias e outros m-os infecciosos. É produzido por macrófagos, cels dendríticas e outros tipos celulares. 
Interleucina 1 (IL-1)
A principal fonte celular de IL-1 é formada por fagócitos mononucleares ativados. É produzida não por macrófagos, mas por neutrófilos e cels epiteliais e endoteliais. É secretada pela via não clássica.
Interleucina 6 (IL-6)
É outra importante citocina em resposta inflamatória aguda que apresenta efeitos locais e sistêmicos, incluindo a indução da síntese hepática de diversos outros mediadores inflamatórios, a estimulação da produção de neutrófilos na medula óssea e a diferenciação de linfócitos T auxiliares (helper) produtores de IL-7. É sintetizada por fagócitos mononucleares, cels endoteliais vasculares, fibroblastos e outras cels em resposta a PAMP, IL-1 e TNF.
FAGOCITOSE E MORTE DOS MICRO-ORGANISMOS POR FAGÓCITOS ATIVADOS
Neutrófilos e macrófagos recrutados aos sítios de infecção ingerem m-os em vesículas pelo processo de fagocitose, destruindo-os. A fagocitose é um processo ativo, dependente de energia, de incorporação de partículas grandes em vesículas. As vesículas fagocíticas se fundem aos lisossomos, onde as partículas ingeridas são destruídas e, desta forma, os mecanismos de morte, que podem danificar o fagócito,são isolados do restante da célula. 
Os neutrófilos e macrófagos expressam receptores que especificamente reconhecem os m-os e a ligação desses patógenos a estes receptores é a primeira etapa da fagocitose. Alguns destes receptores são receptores de reconhecimento de padrões, incluindo lectinas de tipo C e receptores scavenger. Os receptores de reconhecimento de padrões podem auxiliar a fagocitose apenas de organismos que expressam determinados padrões moleculares, como a manose. Os fagócitos também apresentam receptores de alta afinidade por certas opsoninas, incluindo moléculas de anticorpo, ptn do sistema complemento e lectinas plasmáticas; estes receptores são muito importantes para a fagocitose de diversos m-os que são revestidos por opsoninas. Após a ligação dos m-os ou partículas aos receptores dos fagócitos, a membrana plasmática da região dos receptores começa a se redistribuir e estende uma projeção com formato de taça ao redor do patógeno. Quando essa protrusão da membrana se estende além do diâmetro da partícula, o topo da taça se fecha e, em seu interior, se forma uma vesícula intracelular, chamada fagossomo, que contém a partícula estranha ingerida, e se solta da membrana plasmática.
Neutrófilos e macrófagos ativados matam os m-os fagocitados por meio da ação de moléculas microbianas nos fagolisossomos. A fusão dos vacúolos fagocíticos (fagossomos) com os lisossomos resulta na formação dos fagolisossomos, onde está concentrada a maioria dos mecanismos microbicidas, como espécies reativas de oxigênio (ROS), óxido nítrico (iNOS) e enzimas proteolíticas.
*OBSERVAÇÕES EXTRAS*
As duas principais funções efetoras da imunidade inata são a indução da inflamação, que envolve o recrutamento de leucócitos capazes de matar os m-os e de moléculas efetoras solúveis do sangue para os tecidos, assim como o bloqueio da infecção viral das cels, através das ações antivirais dos interferons de tipo I. Esses dois tipos de mecanismos efetores são induzidos por PAMP e DAMP, que iniciam vias de sinalização em células teciduais e leucócitos que, por sua vez, ativam fatores de transcrição e levam à expressão de citocinas e outros mediadores inflamatórios
As moléculas produzidas durante as respostas imunes inatas estimulam a imunidade adaptativa e influenciam a natureza das respostas imunes adaptativas. As cels dendríticas ativadas por m-os produzem citocinas e coestimulantes que aumentam a ativação de linfócitos T e sua diferenciação em linfócitos T efetores. Fragmentos do sistema complemento gerados pela via alternativa fornecem os segundos sinais para ativação dos linfócitos B e a produção de anticorpos.

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