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imunidade inata - sistema complemento ; opsonização

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Ana Clara Paiva 
Tutoria 1 – Defesa 
 
1- Explicar o papel da barreira imunológica: 
As células do sistema imune inato servem como sentinelas para detectar microrganismos e 
células danificadas nos tecidos e realizar várias funções essenciais para a defesa contra os 
microrganismos. Algumas células formam barreiras físicas que impedem as infecções. 
Diversos tipos celulares expressam os vários receptores de padrão de reconhecimento e, após o 
reconhecimento de PAMPs e DAMPs, as células respondem com a produção de citocinas 
inflamatórias e proteínas antivirais e com a morte de microrganismos ou células infectadas. 
Além disso, algumas destas células da imunidade inata são críticas para a estimulação de 
subsequentes respostas imunes adaptativas. 
Superfícies epiteliais intactas formam barreiras físicas entre os microrganismos do ambiente 
externo e os tecidos do hospedeiro; além disso, as células epiteliais produzem substâncias 
químicas antimicrobianas que impedem a entrada de microrganismos. As principais interfaces 
entre o ambiente e o hospedeiro mamífero são a pele e as superfícies de mucosas dos tratos 
gastrointestinal, respiratório e geniturinário. 
Estas interfaces são revestidas por contínuas camadas de células epiteliais especializadas que 
desempenham muitas funções fisiológicas, incluindo a prevenção da entrada de microrganismos. 
A função da barreira protetora é, em grande parte, física. As células epiteliais são muito 
próximas umas às outras, bloqueando a passagem de microrganismos por entre elas. 
elas. 
 A camada externa de queratina :que se acumula com a morte dos queratinócitos da superfície 
cutânea bloqueia a penetração microbiana em camadas mais profundas da epiderme. 
O muco, uma secreção viscosa contendo glicoproteínas chamadas mucinas, é produzido pelas 
células epiteliais respiratórias, gastrointestinais e urogenitais. 
As vias respiratórias filtram de forma eficaz as partículas do ar que se introduzem no organismo. 
Os canais tortuosos do nariz, com as suas paredes cobertas de muco, tendem a eliminar grande 
parte da substância que entra. Se entretanto um microrganismo atinge as vias aéreas inferiores, 
o batimento coordenado de umas saliências semelhantes a pêlos (cílios) cobertas de muco 
transportam-no para fora do pulmão. A tosse também ajuda a eliminar esses microrganismos. 
Por outro lado, o tubo gastrointestinal dispõe de uma série de barreiras eficazes, que incluem o 
ácido do estômago e a actividade antibacteriana das enzimas pancreáticos, da bílis e das secreções 
 Ana Clara Paiva 
intestinais. As contracções do intestino (peristaltismo) e o desprendimento normal das células que 
o revestem ajudam a eliminar os microrganismos prejudiciais. 
 
Resumindo: 
As superfícies epiteliais intactas têm junções de ocluentes que não deixam brechas pra invasão. 
Existem barreiras químicas e barreiras físicas. 
Os epitélios e leucócitos locais produzem peptídeos que atuam como antibióticos naturais: 
defensinas e catelicidinas principalmente. 
As defensinas: produzidas pelas células epiteliais de superfícies mucosas e por leucócitos que 
contem grânulos, tem toxicidade direta, destruindo os microorganismos, e indireta, ativando 
células da resposta inflamatória. 
As catelicidinas : liberadas pelos neutrófilos, pele, mucosa gastrointestinal e respiratória agem 
de forma semelhante. 
A mucosa: libera mucina ( glicoproteínas) que atuam recobrindo e imobilizando os antígenos, 
que são auxiliados pelos cílios que expulsa o antígeno previamente imobilizado. 
As mucosas gastrointestinais liberam substancias acidas, diminuindo o ph e causando 
desnaturação 
A lagrima e a saliva são barreiras, pois além da ação mecânica, possuem enzimas com ação 
antibacterianas, como lisozimas e a fosfolipase A. 
2- Diferenciar imunidade inata da adquirida e as moléculas/células que participam de cada 
uma. 
O sistema imunológico envolve um conjunto de células e moléculas que atuam de forma 
coordenada na defesa do corpo humano contra substancias danodas. Os mecanismos ativados 
em resposta a essa substancias são classificados em : 
(1) Forma inicial e imediata, a qual chamamos de imunidade inata ou natural 
(2) Outra forma tardia, que aparece após alguns dias, a qual chamamos de imunidade 
adquirida ou adaptativa. 
O mecanismo de imunidade inata 
 constituem a PRIMEIRA linha de defesa do nosso organismo e responde APENAS à 
MICROORGANISMOS INFECCIOSOS ou produtos de células lesadas. Ele inclui estruturas 
celulares e bioquímicas de defesa que, constitucionalmente, já estão prontas para atuar ou são 
ativadas rapidamente. 
Eles não se caracterizam pela especificidade contra um determinado agente infeccioso, e sim 
pela identificação de estruturas que são comuns a grupos de microorganismos, a exemplo o 
lipopolissacarideo ( LPS) presentes na parede celular de bactérias gram-negativas. 
 Ana Clara Paiva 
Além de não haver diferenciação entre discretas composições das substâncias estranhas, não há 
geração de memoria imunológica. 
A resposta imune natural celular consiste em dois tipos principais de reações: 
Inflamação: que refere-se ao processo de recrutamento de leucócitos e proteínas plasmáticas do 
sangue, seu acúmulo nos tecidos e sua ativação para destruir os microrganismos. Muitas dessas 
reações envolvem citocinas, que são produzidas por células dendríticas, macrófagos. Os 
principais leucócitos recrutados na inflamação são os fagócitos 
→ neutrófilos e monócitos (que se diferenciam em macrófagos). Eles expressam em sua 
superfície receptores que se ligam aos microrganismos e os ingerem, destruindo-os nas vesículas 
intracelulares com radicais reativos de oxigênio e nitrogênio e enzimas lisossômicas. 
Defesa antiviral: consiste em uma reação medida por citocinas, em que as células adquirem 
resistência à infecção viral, e na destruição pelas células NK das células infectadas por vírus. 
Os microrganismos são capazes de resistir a essas reações de defesa nos tecidos e podem entrar 
no sangue, onde são reconhecidos pelas proteínas circulantes da imunidade natural. Entre elas 
estão as proteínas só sistema complemento. Quando essa via é ativada por superfícies 
microbianas, são gerados produtos de clivagem proteolítica, que medeiam as respostas 
inflamatórias, revestem os microrganismos para fagocitose intensificada e lisam diretamente os 
microrganismos. 
A imunidade adquirida 
também chamada de adaptativa, envolve mecanismos que se caracterizam pela resposta 
específica ao antígeno. O antígeno precisa estar presente. Após a exposição, há alterações nas 
funções de determinadas células para que aquele antígeno, responsável pelo estimulo à resposta 
seja eliminado. 
Os mecanismos de defesa não estão prontos, esperando o patógeno aparecer. Eles são montados 
em resposta a presença deles, a qual garante uma resposta resolutiva mais rápida em um 
próximo contato com aquele mesmo antígeno. 
As principais características das respostas imunes adaptativas são: especificidade, 
diversificidade, memoria, especialização, expansão clonal, autolimitação e hemostasia. 
é quando o sistema utiliza 3 estratégias principalmente, para combater os microrganismos: 
→ Os anticorpos, que secretados ligam-se aos microrganismos extracelulares e bloqueiam a sua 
habilidade de infectar as células do hospedeiro, promovendo sua ingestão e subsequente 
destruição pelos fagócitos. 
→ Os linfócitos Th (aumentam a capacidade microrganismos que são inacessíveis aos anticorpos 
e à destruição fagocítica. 
→ Os linfócitos T citotóxicos (CLT) destroem as células infectadas pelos microrganismos que são 
inacessíveis aos anticorpos e à destruição fagocítica. 
O objetivo daresposta adquirida consiste em ativar um ou mais mecanismos de defesa contra 
microrganismos diversos que podem estar em diferentes localizações anatômicas. Todas 
respostas imunes adaptativas desenvolvem-se por etapas: 
• Captura e apresentação dos antígenos microbianos 
• Reconhecimento dos antígenos pelos linfócitos 
• Ativação dos linfócitos T e eliminação dos microrganismos intracelulares (imunidade celular) 
• Memória imunológica 
 
 Ana Clara Paiva 
3- Explicar o Sistema Complemento e suas respectivas vias, e relacioná-las com as respostas 
inata e adquirida. 
O sistema complemento é composto por um monte de proteínas que fica circulando pelo 
sangue. Essas proteínas plasmáticas geralmente estão interagindo com nossos tecidos e células, 
mas sem desencadear respostas imunes. 
Quando algumas destas proteínas encontram certas moléculas em células ou tecidos lesados, a 
coisa muda de figura. Inicia-se uma cascata de eventos moleculares que culminam com a 
ativação de vários mecanismos efetores de defesa. 
Consiste em um conjunto de várias proteínas, muitas delas com atividade enzimática, mas 
secretadas no plasma na forma inativa ( zimógenos). Quando ativadas, essas se ancoram em 
superfícies celulares ou complexos multimoleculares ( a exemplos de complexo antígeno-
anticorpo) 
Uma parte delas atua para incentivar o processo inflamatório, enquanto a outra atua na 
destruição de microrgranismos. Essas proteínas ativas hidrolisam (quebram), umas as outras 
sequencialmente. 
Cada hidrolise leva a uma nova hidrolise e à ativação de novas proteínas, gerando uma reação de 
cascata, pois bem, a hidrolise de uma proteína do complemento é necessária para que se tenha 
substrato para a hidrolise da próxima 
O sistema complemento deve ser considerado um coringa para nossa imunidade, visto que pode 
atuar como mecanismo efetor tanto do sistema imune inato, como adaptativo 
Sua ativação pode ser iniciada por três vias: 
1. Uma efetiva na imunidade adaptativa humoral ( a via clássica) 
2. Duas imunidades natural ( via alterativa e a via das lectinas) 
O que difere essas três vias de ativação é a forma como elas se iniciam. A via final resultante da 
ativação de qualquer uma dessas três é comum que é a PRODUÇÃO DE C3B 
 Percebe-se que todas acabam fazendo com que a proteína C3 seja quebrada em C3b e C3a. 
O C3b serve de substrato para clivagem de C5, dando origem a C5b e C5a 
Obs: você perceberá que os fragmentos terminados na letra ´a` geralmente são menores, sendo 
que aqueles liberados para o plasma, enquanto os terminados na letra ´b` são maiores e 
permanecem ligados aos antígenos, formando os complexos subsequentes. 
Vias de Ativação: 
Todas as três vias são capazes de clivar a proteínas C3, que é abundante no plasma, gerando os 
fragmentos C3b e C3a. O fragmento C3a é um dos subprodutos que estimula inflamação, 
enquanto que o C3b liga-se covalentemente a superfícies celulares microbianas ou a complexos 
imunes. O complexo enzimático capaz de 
clivar C3 é denominado C3-convertase. A 
partit da clivagem de C3, também são 
formados complexos enzimáticos capazes 
de clivar proteína C5, denominado C5-
convertase. 
Resumindo: 
A via alternativa: vai ser ativada na 
superfície das bactérias e o seu 
reconhecimento vai está presente na 
própria molécula por células de proteínas 
 Ana Clara Paiva 
A via clássica: vai ser ativada pelos anticorpos que vão estimular a produção cada vez maior de 
vários anticorpos para combater os antígenos 
Via das lectinas: vão ser ativadas pelos carboidratos por meio da manose que auxiliam os 
anticorpos. 
As proteínas circulam de forma inativa no plasma, elas podem se ativar pelo contato com 
antígenos ou complexos moleculares. 
Via alternativa : 
por compor o conjunto de mecanismos de defesa da imunidade inata, obviamente ela não 
depende de anticorpo, essa via é capaz de se iniciar por contato direto com microorganismo. 
A clivagem espontânea por hidrolise de C3 origina as moléculas de C3b e C3a. 
- A C3a é liberada no plasma e atuará estimulando os processos inflamatórios 
- a C3b sofre alteração conformacional e passa a expor um grupo tioéster, que é responsável pela 
ligação covalente com as superfícies celulares 
Como esse processo é espontâneo, se não ocorrer ligação com o C3b em nenhuma superfície, 
esse fragmento instável é hidrolisado e, consequentemente inativado, e a continuação do sistema 
complemento é interrompida. 
 O fator D cliva o fator B deixando Ba e Bb. O fragmento Bb permanece associado à C3 e o 
Ba é liberado. O complexo resultante dessas clivagens e ligações, o C3bBb, é a C3-
convertase da via alternativa. Ou seja, C3b+Bb= C3-convertase 
Obs: a proteína Properdina (P) evita que a C3-convertase seja clivada, permanecendo ativa por 
mais tempo 
 Via clássica: 
É dependente de anticorpos. Mesmo não se ligando diretamente ao anticorpo, depende da 
ligação do anticorpo IgM ou IgG ao antígeno. 
O que você não pode esquecer é que a presença do anticorpo ligado ao antígeno é essencial para 
a ativação da via clássica 
Essa via não se inicia com a clivagem da proteína C3. Na verdade, a ativação começa com a 
ligação de outra proteína, a C1 se ligando ao domínio Ch12 do anticorpo IgG ou ao Ch3 de IgM, 
onde o C1q é responsável por essa ligação 
*C1q é responsável pela ligação do anticorpo 
*C1r, que cliva e, consequentemente, ativa C1s. A C1s torna-se capaz de clivar outra proteína do 
complemento, que é a C4 
O C4b atua como se fosse a C3 da via alternativa 
Sua função é clivar o C5 e iniciar as etapas terminais da ativação do complemento, com a 
formação do complexo de ataque à membrana (MAC) 
 Via das lectinas : 
Não dependem da presença de anticorpos. A interação se dá através da lectina ligadora da 
manose (MLB) e das MASPs. 
Lectinas são proteínas solúveis que, estruturakmente, se assemelham ao C1q, e se ligam a 
determinados carboidratos . algumas lectinas têm afinidade por carboidratos presentes em 
microorganismos 
A lectina capaz de se ligar a manose é denominada lectina ligadora de manose (MBL). 
 Ana Clara Paiva 
Serina-protease associadas à MBL(MASP), as MASPs 1,2,3 são estruturalmente semelhantes a 
C1r e C1s e também quando ativadas clivam C4 e C2. Ou seja, na via clássica vimos que C1q se 
liga ao anticorpo, enquanto aqui vemos as MASPs se ligando as lectinas 
Resultado? Temos um complexo de C4b + C2a= C4b2a. ou seja, a C3-convertase da via das 
lectinas é exatamente a mesma da via clássica. A partir desse ponto, as duas vias são idênticas, 
incluindo a composição da C5- convertase 
Etapas finais da ativação do complemento: 
Após a formação do C5- convertase, as três vias de ativação caminham para um objetivo comum, 
que é a destruição direta do microrganismo, enquanto que o C3a e o C5a foram liberados para o 
plasma para o interticio e irão atuar estimulando o processo inflamatório. E o C3b também 
exerce o papel de opsonização, o sistema complemento já auxiliou a resposta imunológica contra 
microrganismos e células danificadas 
funções do sistema complemento 
Ativação da resposta inflamatória 
Ativação da opsonização 
Faz a citólise mediada pelo MAC 
Facilitam a eliminação de microrganismos pelo baço e fígado 
Ativação das células B 
 
4- Definir PAMPS 
PAMP’s são padrões moleculares associados ao patógeno (ao causador da doença). Diferentes 
microrganismos expressam diferentes PAMP’s. Essas estruturas incluem ácidos nucleicos que são 
exclusivos dos microrganismos, tais como RNA de fita dupla encontrado em vírusem replicação e 
sequências de DNA não metiladas (sem grupo metila CH3-), encontradas em bactérias, 
características de proteínas que são encontradas em microrganismos, tais como iniciação por N-
formilmetionina, que é típica de proteínas bacterianas e lipídios complexos e carboidratos que são 
sintetizados pelos microrganismos, mas não por células de mamíferos tais como 
 Ana Clara Paiva 
lipopolissacarídeos (LPS) em bactérias Gram- negativas (de coloração vermelha), ácido lipoteicóico 
(polímeros de ribose ou de glicerol ligados por fosfatos) em gram-positivas (de coloração roxa) e, 
oligossacarídeos com resíduos 
de manose terminal encontrados em glicoproteínas de microrganismos, mas não em glicoproteínas 
de mamíferos. Enquanto o sistema imune inato evolui para reconhecer somente um número 
limitado de moléculas que são únicas aos microrganismos, o sistema imune adaptativo é capaz de 
reconhecer muitas substâncias estranhas diferentes sendo ou não produtos dos microrganismos. 
5- Explicar a opsonização em células e microrganismos 
é o processo que consiste em fixar imunoglobulinas, permitindo então a fagocitose. Neutrófilos e 
macrófagos expressam receptores que reconhecem especificamente microrganismos, e a ligação 
dos microrganismos a esses receptores é o primeiro passo na fagocitose, alguns desses receptores 
de reconhecimento de padrão, incluindo lectinas de tipo C e receptores scavenger podem contribuir 
para a fagocitose somente de organismos que expressam padrões moleculares particulares, tais 
como manose (um açúcar da série de carboidratos de 6 carbonos). 
Os fagócitos também têm receptores de alta afinidade para certas opsoninas, incluindo moléculas 
de anticorpo, proteínas de complemento e lectinas plasmáticas; esses receptores são críticos para 
a fagocitose de muitos microrganismos, incluindo moléculas de anticorpo, proteínas de 
complemento e lectinas plasmáticas. 
A IGG é responsável pela ativação do sistema complemento, ela é mediada por células dependentes 
de anticorpo, é responsável pela imunidade neonatal e autoinibição do linfócito B. 
Uma das mais importantes opsoninas é a C3b porque a ligação dessa proteína a receptores 
específicos em macrófagos e neutrófilos, facilitam a digestão. 
O reconhecimento dos microrganismos por qualquer uma das três vias do complemento resulta 
em recrutamento sequencial e montagem de proteínas adicionais do complemento em complexos 
de proteases, um desses complexos é a C3b convertase que cliva a proteína central em C3a e C3b. 
O fragmento maior, C3b se torna covalente ligado à superfície microbiana onde a via do 
complemento foi ativada. O fragmento menor C3a é liberado e estimula a inflamação agindo como 
quimiotático para neutrófilos. O C3b se liga a outras proteínas de complemento para formar uma 
protease (C5 convertase) que se cliva em C5a e C5b, a C5a induz alterações nos vasos sanguíneos 
que os fazem extravasar proteínas plasmáticas e fuídos para os locais de infecção. A C5b inicia a 
formação de um omplexo de proteínas do complemento C6, C7, C8 e C9 que são montados em um 
poro da membrana denominado complexo de ataque da membrana (MAC) causando a lise das 
células onde o complexo é ativado. 
6- Explicar a fagocitose mediada por receptores 
Os leucócitos expressam receptores de Fc que se ligam às regiões constantes de anticorpos e, 
assim, promovem a fagocitose de partículas cobertas de Ig e liberam sinais que regulam as 
atividades dos leucócitos; outros receptores de Fc medeiam o transporte de anticorpos para 
diversos locais. Os receptores de Fc para diferentes isotipos de cadeia pesada são expressos em 
muitas populações leucocitárias e apresentam diversas funções na imunidade. Dentre esses 
receptores de Fc, aqueles que são mais importantes para a fagocitose de partículas opsonizadas 
são os receptores para as cadeias pesadas de anticorpos IgG, chamados receptores Fcγ. 
Os receptores Fcγ foram classificados em três grupos, I, II e III, com base em suas afinidades para 
as cadeias pesadas de diferentes subclasses de IgG. Diferentes receptores de Fc também são 
expressos em distintos tipos celulares. Em geral, os imunocomplexos contendo IgG1 e IgG3 se 
ligam eficientemente a receptores de Fc, ativando-os, e os imunocomplexos contendo IgG2 não se 
ligam bem. IgG4 possui uma afinidade muito baixa para ativar os receptores Fc, e a função 
biológica desse anticorpo não é muito bem compreendida. A ligação à maior parte dos receptores 
Fc resulta em ativação celular, exceto o FcγRIIIB, que é um receptor inibitório. Todos os receptores 
Fcγ contêm uma cadeia de ligação ao ligante, denominada cadeia α, que reconhece as cadeias 
 Ana Clara Paiva 
pesadas da IgG. As diferenças observadas em relação à especificidade ou afinidade de cada FcγR 
para os diversos isotipos de IgG baseiam-se nas distinções na estrutura dessas cadeias α. Todos 
os receptores Fc são ativados de forma ideal por anticorpos ligados aos seus antígenos e não por 
estas moléculas livres, circulantes. Em todos os FcRs, exceto o FcγRII, a cadeia α está associada 
a uma ou mais cadeias polipeptídicas adicionais envolvidas na transdução de sinal. As funções de 
sinalização do FcγRII são mediadas pela cauda citoplasmática desse receptor de cadeia única. 
Os três grupos principais de receptores Fc IgG-específicos apresentam múltiplas isoformas que 
podem ser diferentes entre si na estrutura e na função. 
FcgRI (CD64): é o principal receptor Fcγ em fagócitos. É expresso em macrófagos e neutrófilos 
e liga-se a IgG1 e IgG3 com alta afinidade (Kd de 10- 8 a 10-9 M). Em camundongos, o FcγRI liga-
se preferencialmente a anticorpos IgG2a e IgG2b/2c. A grande região aminoterminal extracelular 
da cadeia α que se liga ao Fc dobra-se em três domínios Ig-símile em tandem. A cadeia α do FcγRI 
é associada a um homodímero, ligado por dissulfureto, de uma proteína de sinalização chamada 
de cadeia γ do FcR. Esta cadeia γ também é encontrada nos complexos de sinalização associados 
a FcγRIII, FcαR e Fc RI. A cadeia γ possui apenas uma porção extracelular aminoterminal curta, 
mas uma grande porção citoplasmática carboxiterminal, que é estruturalmente homóloga à cadeia 
ζ do complexo receptor de células T (TCR). Como a cadeia ζ do TCR, a cadeia γ do FcR contém um 
motivo de ativação imunorreceptor com base em tirosina (ITAM), que faz o pareamento do 
agrupamento de receptores para ativar as proteinoquinases de tirosina. O FcγRI, da mesma forma 
que o receptor de alta afinidade para IgE, está constantemente saturado com seus ligantes de Ig. 
A ativação de receptores Fc requer que os receptores estejam agrupados no plano da membrana, 
e o agrupamento e 
sua consequente ativação pelo FcγRI são mediados pela ligação cruzada de moléculas de IgG 
ligadas ao receptor a antígenos multivalentes. A transcrição do gene FcγRI e sua expressão nos 
macrófagos são estimuladas pelo interferon-γ (IFN-γ). Os isotipos de anticorpo que se ligam de 
melhor maneira a receptores Fcγ (como IgG2a em camundongos) também são produzidos, em 
parte, como um resultado da troca de isotipo de células B mediada por IFN-γ. Além disso, o IFN-γ 
estimula diretamente a atividade microbicida de fagócitos. 
FcγRII (CD32): liga-se a subtipos de IgG humana (IgG1 e IgG3) com uma afinidade baixa (Kd 
10-6 M). Em humanos, a duplicação de genes e a diversificação resultaram na geração de três 
formas, chamadas FcγRII A, B e C. Estas isoformas possuem domínios extracelulares e 
especificidades de ligantes semelhantes, mas diferem na estrutura da cauda citoplasmática, na 
distribuição celular e nas funções. O FcγRIIA é expresso pelos neutrófilos e fagócitos 
mononucleares e participa da fagocitose de partículasopsonizadas, ao passo que o FcγRIIC é 
expresso em fagócitos mononucleares, neutrófilos e células NK. As caudas citoplasmáticos do 
FcγRIIA e do FcγRIIC contêm ITAMs e podem emitir um sinal de ativação de fagócitos quando há 
agrupamento de partículas ou células revestidas por IgG1 ou por IgG3. O FcγRIIB é um receptor 
inibitório expresso em células mieloides e em células B, sendo o único receptor de Fe em células 
B. Sua função será descrita mais adiante. 
FcγRIII (CD16): também é um receptor de baixa afinidade para IgG. A porção de extracelular 
de ligação ao ligante do FcγRIII é semelhante à do FcγRII em estrutura, afinidade e especificidade 
para IgG. Esse receptor existe em duas formas, codificadas por genes separados. A isoforma 
FcγRIIIA é uma proteína transmembrânica expressa principalmente em células NK. A isoforma 
FcγRIIIA associa-se a homodímeros da cadeia γ do FcR, homodímeros da cadeia ζ do TCR ou 
heterodímeros compostos da cadeia γ do FcR e da cadeia ζ. Essa associação é necessária para a 
expressão na superfície celular e para a função desses FcRs, porque os sinais de ativação 
intracelular são liberados através das ITAMs dessas cadeias de sinalização. A isoforma FcγRIIIB é 
uma proteína ligada a glicofosfatidilinositol (GPI) expressa em neutrófilos; ela não medeia a 
fagocitose ou dispara a ativação de neutrófilos, e sua função é mal 
compreendida. 
7- Descrever os mecanismos de ação das células NK (Natural Killers) 
 Ana Clara Paiva 
As células natural killer (NK) e outros leucócitos ligam-se a células revestidas com anticorpo 
pelos receptores de Fc e as destroem. Esse processo é chamado de citotoxicidade mediada por 
células dependente de anticorpos (ADCC). Foi descrito pela primeira vez como uma função das 
células NK, as quais utilizam seus receptores de Fc, FcγRIIIA, para se ligar a células revestidas 
com anticorpo. O FcγRIIIA (CD16) é um receptor de baixa afinidade que se liga a moléculas de 
IgG agregadas dispostas sobre as superfícies das células, mas não se liga a moléculas 
circulantes de IgG monomérica. Dessa maneira, a ADCC só acontece quando a célula-alvo está 
revestida com moléculas de anticorpo e a IgG livre no plasma não ativa as células NK nem 
compete eficazmente com a IgG ligada a células para a ligação a FcγRIII. O acoplamento do 
FcγRIII a célulasalvo revestidas com anticorpo ativa as células NK para que elas sintetizem e 
secretem citocinas, como o IFN-γ, bem como para liberar o conteúdo dos seus grânulos, os 
quais medeiam as funções de morte deste tipo de células. A ADCC pode ser prontamente 
demonstrada in vitro, mas seu papel na defesa do hospedeiro contra os microrganismos não 
está definitivamente estabelecido. É provável que seja um mecanismo importante para a 
eliminação de células que são revestidas por determinados anticorpos monoclonais 
terapêuticos, como as células B e as células tumorais derivadas de células B que são 
direcionadas por um anticorpo anti-CD20. 
8- Apontar algumas doenças decorrentes da falha do sistema imunológico (doenças do Sistema 
Complemento e respostas inatas e adquiridas) 
Síndrome da hiper-IgM ligada ao X: maioria dos casos é ligada ao X e causada por mutações em 
um gene localizado no cromossomo X que codifica uma proteína (CD154, ou ligante de CD40). Na 
síndrome da hiper-IgM ligada ao X, as células T mostram escassez de ligantes CD40 funcionais e 
não podem enviar sinais paras as células B realizarem a troca de classes de Ig. Desse modo, as 
células B produzem apenas IgM; os níveis de IgM podem estar normais ou elevados. Os pacientes 
com a forma ligada ao cromossomo X da síndrome podem sofrer de neutropenia grave e apresentar, 
durante a infância, pneumonia opor pneumocysstis jirovecii. O tecido linfático é muito pequeno 
porque sinalização deficiente do ligante CD 40 não ativa as células B. Por outro lado, as 
características clínicas são similares às da agamaglobulinemia ligada só X e incluem infecções 
bacterianas piogênicas sinopulmonares durante os 2 primeiros anos de vida. A suscetibilidade a 
Cryptosporidium sp pode estar aumentada. Muitos pacientes morrem antes da puberdade e os 
que vivem por mais tempo geralmente desenvolvem cirrose ou linfomas de células B. 
Síndrome de Chédiak-Higashi: é uma síndrome autossômica recessiva rara caracterizada por 
lise deficiente de bactérias fagocitadas, resultando em infecções respiratórias recidivantes e outras 
infecções, além do albinismo oculocutâneo. 
Toll-like receptors (TLR): é uma família de receptores envolvidos com o reconhecimento direto 
de componentes de patógenos (fungos, bactérias e vírus). Pacientes com defeitos nesse receptores 
ou suas vias de sinalização vem sendo descritos dentro das Imunodeficiências Primárias. 
O diagnóstico está fundamentado principalmente nos seguintes critérios: 
 • História familiar para imunodeficiência caracterizada por infecções de repetição ou óbitos 
precoces nos tios e/ou primos 
• Quadro de infecções de repetição por micobactérias, Haemophilus influenzae, 
Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Streptococcus pneumoniae 
• Outras manifestações: doença de Crohn, síndromes febris periódicas, desordens 
autoimunes sistêmicas. 
Doença granulomatosa crônica: se caracteriza por leucócitos que não conseguem produzir 
compostos ativos de oxigênio e por defeitos na função microbicida das células fagocíticas. As 
manifestações incluem infecções recorrentes; lesões múltiplas granulomatosas de pulmões, fígado, 
linfonodos e tratos gastrointestinal e geniturinário; abscessos; linfadenite; 
hipergamaglobulinemia; velocidade de hemossedimentação elevada; e anemia. O diagnóstico se 
faz por avaliação da produção de radicais de oxigênio nos leucócitos mediante o teste de explosão 
 Ana Clara Paiva 
oxidativa por citometria de fluxo. O tratamento se faz com antibióticos, antifúngicos e interferon 
gama; transfusões de granulócitos podem ser necessárias. 
Esclerose múltipla: é uma doença inflamatória crônica, provavelmente autoimune. Por motivos 
genéticos ou ambientais, na esclerose múltipla, o sistema imunológico começa a agredir a bainha 
de mielina (capa que envolve todos os axônios) que recobre os neurônios e isso compromete a 
função do sistema nervoso. A característica mais importante da esclerose múltipla é a 
imprevisibilidade dos surtos. Em geral, a doença acomete pessoas jovens, entre 20 e 30 anos, e 
provoca dificuldades motoras e sensitivas. 
Artrite reumatóide: Artrite reumatoide é uma doença inflamatória crônica, autoimune, que afeta 
as membranas sinoviais (fina camada de tecido conjuntivo) de múltiplas articulações (mãos, 
punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos, pés, ombros, coluna cervical) e órgãos internos, como 
pulmões, coração e rins, dos indivíduos geneticamente predispostos. A progressão do quadro está 
associada a deformidades e alterações das articulações, que podem comprometer os movimentos. 
Não se conhecem as causas da doença, que afeta duas vezes mais as mulheres do que os homens 
entre 50 e 70 anos, mas pode manifestar-se em ambos os sexos e em qualquer idade. A forma 
juvenil tem início antes dos 16 anos, acomete número menor de articulações e provoca menos 
alterações no exame de sangue. 
Lúpus eritematoso: é uma doença rara autoimune, ou seja, na qual o sistema imunológico reage 
contra as células da própria pessoa, causando danos que podem ser nos órgãos internos (rim, 
pulmão, coração, cérebro e articulações) ou somente na pele. Afeta mais as mulheres que os 
homens, e mais adultos jovens que crianças e idosos. Trata-se de uma doença crônica em que é 
importante o tratamento contínuo e monitorização para avaliar a atividade da doença. Como a 
pele é afetada em80% dos pacientes, o médico dermatologista é frequentemente o responsável 
pelo diagnóstico. 
9- Descrever a ativação da via clássica do Sistema Complemento culminando na inflamação 
mediada pelas anafilaxinas (C3a, C4a C5a) e a lise celular pelo complexo de ataque às 
membranas 
Os fragmentos proteolíticos dos complementos C5a, C4a e C3a induzem inflamação aguda, 
ativando mastócitos, neutrófilos e células endoteliais (Fig. 13-17, B). Todos os três peptídios ligam-
se a mastócitos e induzem a desgranulação, com a liberação de mediadores vasoativos como a 
histamina. Esses peptídios também são denominados anafilatoxinas porque as reações de 
mastócitos que desencadeiam são características de anafilaxia (Cap. 20). Em neutrófilos, C5a 
reforça a motilidade, a adesão firme às células endoteliais e, em altas concentrações, o estímulo 
do burst respiratório e da produção de espécies reativas de oxigênio. Além disso, C5a pode atuar 
diretamente sobre as células endoteliais vasculares e induzir aumento da permeabilidade vascular 
e expressão de Pselectina, o que promove a ligação de neutrófilos. Essa combinação de ações de 
C5a em mastócitos, neutrófilos e células endoteliais contribui para a inflamação nos locais da 
ativação do complemento. O C5a é o mediador mais potente de desgranulação de mastócitos; C3a 
é cerca de 20 vezes menos potente; e C4a, aproximadamente 2.500 vezes menos potente. Os efeitos 
pró- inflamatórios de C5a, C4a e C3a são mediados pela ligação dos peptídios aos receptores 
específicos em vários tipos celulares. O receptor de C5a é o mais bem caracterizado. Ele é um 
membro da família de receptores acoplados à proteína G. O receptor de C5a é expresso em muitos 
tipos celulares, incluindo neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos, macrófagos, mastócitos, 
células endoteliais, células musculares lisas, células epiteliais e astrócitos. O receptor de C3a 
também é um membro da família de receptores acoplados à proteína G. A lise mediada pelo 
complemento de organismos estranhos é mediada pelo MAC (Fig. 1317, C). A maioria dos 
patógenos desenvolveu durante sua evolução paredes celulares espessas ou cápsulas que 
impedem o acesso do MAC em suas membranas celulares. A lise mediada pelo complemento 
parece ser essencial apenas para a defesa contra alguns poucos agentes patogênicos que são 
incapazes de resistir à inserção do MAC, como bactérias do gênero Neisseria, que possuem paredes 
celulares muito delgadas.

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