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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL DA BAHIA Docente Gustavo Bruno Bicalho Discente Ivan Rodrigues dos Santos COMPONENTE: BASES EPISTEMOLÓGICAS DA EDUCAÇÃO A OCUPAÇÃO DAS ESCOLAS DE SÃO PAULO verbetes Em setembro de 2015, estudantes, pais e professores, das escolas públicas do Município de São Paulo, reagiram de forma bastante contundente ao anúncio dado pela Secretaria de Educação; Um novo modelo de organização, com claro viés neoliberal, seria implementado naquele município: Estudantes deveriam ser transferidos para outros locais, os imóveis seriam privatizados, e quanto aos funcionários, deveriam ser ou transferidos ou demitidos de seus empregos. Os principais afetados por essas mudanças, os estudantes, apoiados por pais e professores, levaram cadeiras de salas de aula para a Avenida Paulista e passaram a ocupar as próprias escolas como forma de garantir o direito de estudar onde tinham permanecidos até então. A Educação pública como um direito do cidadão e dever do estado foi tida como ameaçada, a postura inédita dos estudantes secundaristas ganhou atenção do país e passa a ser tema de reflexão e debate. A postura dos estudantes em defesa da educação pública, veio de encontro à imagem construída pelos meios de comunicação que mostram a escola pública sucateada, violenta e desinteressante. O Slogan “Não fechem a minha escola”, resumia a importância, carinho e respeito que estes sentiam pelo local onde estudavam. Durante as ocupações, relatos dão conta de mostrar o cuidado, disciplina e a organização estudantil: Havia grupos que cuidavam da limpeza, horta, alimentação, pintura e restauração dos imóveis, etc. Eles tinham oficinas e discussões acerca de política, cidadania, feminismo, sexo e todos os assuntos que quisessem abordar. Além disso grupos culturais e artístico revezavam em apresentações e debates sobre arte e cultura, professores e estudantes mais adiantados faziam aulas de reforço escolar. O movimento de ocupação das escolas, do município de São Paulo, foi inspirado em outro, acontecido no Chile, conhecido como a revolução dos pinguins; assim denominado devido tanto aos uniformes dos estudantes, como também, pela forma limitada de caminhar desse animal. Se deu em 2006 no início do governo de Michelle Bachelet, 2006-2010, a reação dos estudantes provocou a saída do gabinete dos ministros: Do Interior, Andrés Zaldivar, e da Educação, Martin Zilic; assim como do Intendente da Região Metropolitana, Víctor Barrueto. Essa ação de ocupação pode ser entendida como um movimento autoconvocado, cuja ação é centrada na autonomia em relação às organizações preestabelecidas como sindicatos, grêmios estudantis, etc. Tem um caráter espontâneo, orgânico, pontual; associado diretamente a um conflito, uma demanda. A não formalidade dos seus atores e estratégias faz com que grande parte da opinião pública se vê representada e se solidariza com suas ações, o que é vital para a legitimação do movimento, bem como seu poder de negociação junto aos agentes governamentais. A persistência dos secundaristas, em defender seu direito de estudar e suas escolas, frustrou todas as tentativas de desocupação promovidas pelo Governo, o que provocou diretamente queda na popularidade do Governador Geraldo Alckmin, segundo o Instituto Datafolha. Devido a esse fator e a pressão causada por parte expressiva da sociedade: artistas, jornalistas, redes sociais, movimentos sociais, etc, Solidarizados com a causa dos estudantes, Geraldo Alkmim suspendeu a reestruturação 42 dias depois do anúncio do projeto, o secretário de Educação Herman Voorward deixou o cargo logo em seguida, a reorganização neoliberal das escolas de São Paulo foi então, temporariamente suspensa. REFERÊNCIAS: Rojas, Milton, Revolución Pinguina. Disponível em<http://www.gestrado.net.br/? pg=dicionarioverbetes&id=180> .Acesso em 9 de junho de 2016 Socolovsky, Yamile. Movimento autoconvocado. Disponível em < http://www.gestrado.net.br/? pg=dicionarioverbetes&id=129>.Acesso em 9 de junho de 2016 Portal Brasil Debate. Disponível em < http://brasildebate.com.br/notas-sobre-o-movimento-de- ocupacao-das-escolas-estaduaisem-sao-paulo/ >. Acesso em 9 de junho de 2016. Portal G1. Globo. Disponível em <http://g1.globo.com/sao-paulo/escolas- cupadas/noticia/2015/12/ocupacoes-atos-epolemicas-veja-historico-da-reorganizacao-escolar.html>. Acesso em 9 de junho de 2016.
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